Quatro dias após o massacre que deixou 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, o presidente Michel Temer se pronunciou sobre o caso pela primeira vez na manhã desta quinta-feira (5) e se referiu ao conflito como “acidente pavoroso”. "Eu quero numa primeira fala, mais uma vez solidarizar com as famílias que tiveram seus presos vitimados naquele acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus", afirmou.
O presidente também citou que como o presídio é privatizado, “não houve responsabilidade objetiva muito clara dos agentes estatais” – ele destacou, porém, que cabe nesse caso a obtenção de informações sobre a situação e o monitoramento do motim. Temer anunciou na sequência ações que o governo federal deve realizar no âmbito da segurança pública, entre elas, repasse na ordem de R$ 1,2 bilhão, sendo pouco mais R$ 800 milhões direcionados para a construção de novos presídios. De acordo com o presidente, esse valor deve ser destinado a construção de pelo menos uma nova unidade prisional para cada estado.
Ele destacou que os novos presídios devem separar os detentos, atendendo à Constituição Federal, que determina a separação dos presos por sexo, idade e a natureza do delito. Temer também anunciou a construção de outros cinco presídios federais para abrigar as lideranças de alta periculosidade e a previsão é de que cada uma custe entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões. Por indicação dos secretários de Segurança Pública dos estados, nas reuniões realizadas para discutir o Plano de Segurança Nacional anunciado no ano passado pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Também serão concedidos R$ 150 milhões para instalação de bloqueadores de celular, garantindo cobertura de ao menos 30% das unidades prisionais.