Aos 57 anos, o médico Roberto Kalil Filho ocupa dois altos cargos na medicina brasileira — é diretor da divisão de cardiologia do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Coração, em São Paulo. É o cardiologista do poder, e entre seus pacientes estão os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o atual presidente, Michel Temer, e o chanceler José Serra.
E estava, também, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, cuja morte o levou a uma rara exposição pública: escreveu um artigo, publicado no jornal Folha de S.Paulo, denunciando a afronta à dignidade humana no vazamento do diagnóstico de Marisa, que teria sido divulgado por uma médica num grupo de WhatsApp.
Em VEJA desta semana, Kalil fala de ética médica e do sofrimento pessoal diante da morte de um paciente: “Sabe o Bruce Wayne, a identidade secreta do Batman? Sinto-me como ele às vezes. Uso uma capa protetora para trabalhar. Uma capa de durão. Mas sofro em casa, no meu quarto.”