O empresário Eike Batista prestou depoimento por quase quatro horas a delegados e procuradores na sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio. Foi a primeira vez que ele foi ouvido formalmente pelos agentes federais após ter sido preso na segunda-feira, ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, vindo de Nova York (EUA).
Eike é acusado na Operação Eficiência de ter repassado 16,5 milhões de reais em propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Após o depoimento, o empresário, que trajava camiseta branca, calça jeans e chinelos, voltou para o presídio Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
O depoimento atraiu dezenas de curiosos à sede da PF, inclusive pessoas fantasiadas de super-heróis – uma delas se vestiu como Thor, o deus nórdico do trovão, mesmo nome de um dos três filhos de Eike. Não houve hostilidades.
A Polícia Federal informou que não divulgará o que foi dito pelo empresário. O advogado de Eike, Fernando Martins, disse, antes do depoimento, que “a princípio não há possibilidade de delação” por parte do empresário. Antes de embarcar de Nova York para o Rio, Eike demonstrou em entrevistas que pretende colaborar com as investigações, ao afirmar que vai mostrar “como as coisas são”. Uma possível delação premiada ainda depende de negociação com o Ministério Público Federal.
O ex-bilionário ocupa desde a tarde de ontem uma cela de 15 metros quadrados com quatro beliches no presídio de Bandeira Stampa. Ele divide o espaço com outros seis presos da Operação Lava Jato que, assim como ele, não têm curso superior. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que, até as 16h nesta terça-feira, nenhum familiar havia registrado pedido de visita.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)