Com o desligamento da TV analógica na Grande São Paulo, as emissoras de TV aberta poderão cobrar por seus sinais na TV paga. De olho numa receita que, segundo estimativas, pode variar de R$ 500 milhões a R$ 3,5 bilhões por ano, Record, SBT e RedeTV! criaram uma empresa, a Simba, para negociar seus sinais.
Desde a última sexta-feira, as três emissoras estão exibindo comunicados e mensagens de apresentadores afirmando que a partir de quarta-feira deixarão de ser transmitidas pelas operadoras de TV paga. Acusam as empresas de se recusarem a negociar valores. As operadoras, no entanto, dizem que ainda não receberam nenhuma proposta comercial, informação confirmada pela própria Simba.
Em mensagem publicada em grupos no Whatspp no sábado (25), o bispo Sergio Corrêa, responsável pelos cerca de 100 mil obreiros da Universal em todo o país, conclamou membros e fiéis da igreja a ligarem para os call centers das operadoras e perguntarem se é verdade o que as emissoras estão anunciando, que deixarão de ser distribuídas por elas a partir de quarta. "Porque se for verdade [diga que] eu quero cancelar agora a minha assinatura", orienta Corrêa.
A mensagem foi publicada no Facebook pelo ex-bispo da Universal Alfredo Paulo Filho, que vem fazendo denúncias contra a igreja liderada por Edir Macedo, dono da Record. "Veja a que ponto chegou o poder de manipulação, querer usar os fiéis para defender interesses próprios", protestou o religioso no post em que reproduziu o apelo de Sergio Corrêa.
Em outra ação nas redes sociais, também dirigida a pastores e obreiros, a Igreja Universal reproduz um banner em que diz que Net, Sky, Oi, Claro e Vivo "querem tirar nosso direito como telespectadores".
"Pagamos por todos os canais quando assinamos, não seria quebra de contrato [cortar o sinal de Record, SBT e RedeTV!]?", questiona o anúncio, que orienta: "Denuncie: Anatel - 1331 / Procon - 151".
A mobilização de obreiros é uma estratégia que costuma dar resultados. Os obreiros sustentam as igrejas financeiramente e têm contato direto com os frequentadores dos cultos. Têm força para colocar hashtags no topo do Twitter e até para lotar cinemas.Fonte:Uol