Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente Michel Temer teria afirmado que cedeu até onde foi possível no texto da reforma da Previdência. Na última quinta-feira, Temer teria aceitado mudar pelo menos cinco pontos polêmicos na proposta.
O presidente teria admitido a possibilidade de diferenciar mulheres e homens na hora de fixar uma idade mínima para a obtenção do “benefício”, ainda que essa variação seja de apenas um ou dois anos. Ao jornal, Temer teria considerado: “Convenhamos, se nós tivermos a idade de homem de 65 anos e a de mulher 64 ou 63 não significa que não tenha sido feita uma grande conquista”. Entretanto, ele teria afirmado que o tema ainda não está “em pauta” no momento.
As mudanças que teriam sido acertadas com o Congresso versariam sobre as regras de transição e da aposentadoria rural, o acúmulo de pensão e aposentadoria, aposentadorias para policiais e professores e o benefício assistencial pago a idosos e às pessoas com deficiência. O presidente teria reforçado que o ponto central da reforma da Previdência é a idade mínima e teria criticado as aposentadorias obtidas aos 49 ou 50 anos.
Outro ponto polêmico diz respeito à edição de medidas de proteção aos trabalhadores atingidos pela lei da Terceirização. O presidente teria reforçado que não pretende ceder nesse ponto pois, sob seu ponto de vista, a proposta aprovada na Câmara não causaria prejuízos aos empregados.
Em um momento pouco modesto, Temer garantiu não ter cometido nenhum erro desde que assumiu o Planalto, 11 meses atrás. O presidente teria dito à Folha que “cometeu acertos derivados de muita coragem”.
Michel Temer aproveitou a oportunidade para rebater o recente “fogo amigo” de Renan Calheiros (PMDB-AL) e acusou o colega de partido de estar “atrasado em suas concepções de realidade". O presidente teria feito questão, ainda, de defender sua relação com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes, afirmando que não vê nenhum conflito de interesses nos contatos com o ministro.
A ideia, teria finalizado o presidente ao Jornal, é que a reforma da Previdência seja aprovada no Senado até o mês de julho. redetv.uol.com.br