O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) colocou à disposição do Supremo Tribunal Federal (STF) seus sigilos bancário e fiscal, na tentativa de evitar ser alvo de operações. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Geddel ofereceu também à corte a entrega de seu passaporte e afirmou que abre mão de realizar movimentações bancárias de valores maiores que R$ 30 mil – ele se comprometeu a avisar quando fizer transações com quantias acima desse limite.
"Salvo motivo de força maior, o peticionário [Geddel] não efetuará movimentação relevante de valores em sua conta corrente, excetuando apenas o pagamento das suas despesas mensais domésticas, comprometendo-se, desde já, a informar previamente a todos os órgãos responsáveis pela persecução penal sobre qualquer movimentação individual que supere o montante de R$ 30 mil", afirma a defesa de Geddel.
O ex-ministro foi citado algumas vezes no inquérito que investiga o presidente Michel Temer, no contexto da delação da JBS, mas ainda não aparece como investigado. Segundo um dos donos da companhia, Joesley Batista, ele fazia contato com o governo tendo o peemedebista como intermédio. O doleiro Lúcio Funaro, que negocia sua colaboração premiada (clique aqui), informou à Polícia Federal que o ex-ministro fez algumas ligações para sua esposa para sondar a real possibilidade de uma delação premiada (veja aqui).
Os advogados de Geddel criticam a mídia como sensacionalista, por sinalizarem que ele seria o "próximo alvo" dos investigadores. A defesa argumenta que não há motivo para medidas cautelares, como busca e apreensão, condução coercitiva ou até mesmo prisão, mas que tomam as providências "por excesso de zelo". Em depoimento prestado no último dia 8 de junho, em oitiva referente à investigação que tem o presidente como alvo, Geddel ficou em silêncio. A defesa justificou dizendo que ele não tinha acesso aos autos e que foi intimidado apenas dois dias antes, sem tempo para conhecimento o escopo das investigações.Fonte:Bahia Noticias