A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (19) uma operação para desarticular um plano de morte contra agentes que atuam nas penitenciárias federais. Cerca de 30 policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo. A polícia está à procura de cinco suspeitos - um em Mossoró (RN) e outros quatro em São Paulo. Ainda há mandado de condução coercitiva a ser cumprido no Rio. A facção criminosa Primeiro Comando da Capital planejava matar os agentes em resposta à "opressão" pela qual seus integrantes sofrem dentro das unidades.
De acordo com a Folha, os criminosos estão insatisfeitos com a aplicação do regime disciplinar diferenciado, que é mais rígido e legalmente imposto para quem está preso nas penitenciárias federais. Nessas unidades, o preso passa 22 horas na cela, recebe poucas visitas ao longo do ano e é mais monitorado. Segundo informações da PF, a facção criminosa é responsável pelas mortes de dois agentes penitenciários federais em menos de um ano.
A primeira vítima foi Alex Belarmino Almeida Silva e morreu em setembro de 2016, em Cascavel (PR). O segundo agente foi Henry Charles Gama Filho, morto em abril deste ano na cidade de Mossoró. Durante as investigações do primeiro homicídio, a polícia descobriu o plano de matar pelo menos dois agentes públicos por unidade prisional federal.
Quanto à segunda morte, a PF descobriu que a execução havia sido planejada há pelo menos dois anos antes, arquitetada por integrantes da facção com ajuda de pessoas próximas à vítima. Os agentes escolhidos para morrer eram aqueles que a organização criminosa tinha mais informações a respeito e considerados mais vulneráveis. O Brasil tem unidades federais em Campo Grande(MS), Catanduva (SP) e Porto Velho (RO).