Representante da defesa do presidente Michel Temer (PMDB), o advogado Cláudio Mariz de Oliveira destacou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como um "rol de equívocos que foram cometidos que estão colocando o país em dificuldades". No discurso, o advogado questionou se seria patriótico levar adiante a investigação no momento de melhora econômica do país. "Não se pode esperar um ano e meio?", indaga Mariz, pontuando que, a partir de 1º de janeiro de 2019, já sem o título de presidente da República, o processo recairia para a primeira instância. “É isso que a população brasileira quer?”, acrescenta.
No entanto, pesquisas populares apontam que, a cada 10 brasileiros, oito defendem o prosseguimento imediato da denúncia. Se aceita pelo plenário da Câmara, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode instaurar um inquérito contra Temer, que seria afastado do cargo. Neste caso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), governaria o país até o fim do processo. Para Mariz, portanto, a denúncia da PGR só demonstra a vontade de “acusar por acusar”.
Na oportunidade, o advogado voltou a atacar o empresário Joesley Batista, cuja delação culminou na denúncia por corrupção passiva, e também a própria atuação do Ministério Público Federal (MPF). "Fala-se que não havia chip na mala porque se tirou o chip da mala", afirma, se referindo a mala de R$ 500 mil, repassada ao ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). De acordo com a denúncia, o receptor final do montante seria o presidente. Com a prisão preventiva do ex-deputado, que foi também assessor especial de Temer no Planalto, o dinheiro foi devolvido. Após pedir licença para "cair na suposição", Mariz sugeriu que um suposto chip foi retirado da mala porque o destino final não foi aquele desejado.