O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes recorreu ao esquadrão antibombas ao recebeu no seu gabinete no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - do qual é presidente - uma encomenda suspeita. O primeiro indício de que algo não estava certo foi o nome do remetente, que constava como Joaquim Silvério dos Reis, um dos mais famosos traidores da história do Brasil.
O coronel português participou da Inconfidência Mineira ao mesmo tempo que acumulava pendências financeiras com a Coroa e negociou o perdão da dívida em troca da revelação dos planos dos conjurados.
De acordo com a coluna Poder, da Folha de S.Paulo, a equipe do gabinete de Gilmar chegou a mandar a encomenda para o raio-x do tribunal, mas o aparelho não decifrou o conteúdo da caixa. O esquadrão antibombas da polícia, então, realizou procedimentos de praxe e descobriu que foi enviado a Gilmar Mendes um amontoado de moedas de reais, em menor valor. Nenhum bilhete foi deixado.
Assessores do ministro acreditam que a referência do "presente" também pode estar relacionada à memória bíblica, segundo a qual Judas traiu Jesus por 30 moedas. À Folha, o ministro Gilmar Mendes disse que não tem receio das ameaças que chegam ao gabinete com frequência. Por outro lado, mudanças de postura já foram vistas por parte do ministro, como o número de seguranças que o acompanham.
"Meu pessoal acompanha e, se vê maior seriedade, comunica à polícia. Eu lido com naturalidade com protestos, reclamações e vaias. (...) Eu ando hoje com segurança por recomendação. Muitas vezes saio sozinho e sou sempre bem tratado. Ainda agora, em Lisboa, tirei várias selfies com brasileiros", afirmou.