A Polícia Federal em Salvador não sabia exatamente o que iria encontrar no apartamento 201 do Edifício Residencial José da Silva Azi, onde foi localizado o “bunker” com mais de R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, durante a Operação Tesouro Perdido. Em conversa com a imprensa nesta quarta-feira (6), o superintendente da PF na Bahia, Daniel Madruga, informou que após o cumprimento do mandado de busca e apreensão do imóvel, a equipe pediu reforços para recolher as malas de dinheiro – no local, os policiais tinham a expectativa de recolher documentos. “Não tem como saber o que vai acontecer com Geddel. Não sei elementos que existem na investigação.
A gente sabe que esse dinheiro foi localizado, mas talvez surjam outros elementos no inquérito que vinculem melhor esse dinheiro a algum fato”, explicou Madruga. De acordo com ele, a contagem das cédulas foi iniciada por volta das 12h30 desta terça (5) e finalizada próximo à 00h. O montante foi depositado numa conta judicial na Caixa Econômica Federal.
O proprietário do imóvel, Silvio Silveira, antigo proprietário da Silveira Empreendimentos, em depoimento a PF, confirmou que o apartamento estava cedido a Geddel para “guardar pertences do falecido pai do mês ex-ministro”. Segundo Madruga, Silveira era próximo de Afrísio Vieira Lima e cedeu o espaço, porém não tinha conhecimento do que estava sendo armazenado no imóvel. “Ter dinheiro ou o dinheiro estar no local não é crime.
A questão é a origem desse dinheiro. Pelas condições em que foi localizado, num apartamento fechado, isso são características que remetem à possibilidade de ser ilícito”, disse o superintendente da PF. De acordo com o superintendente, “a investigação vai demonstrar a origem desse dinheiro e se é ilícito ou não”. “O que posso dizer: sem contar os dólares, são R$ 40 milhões. Quanto isso rende ao mês no pior investimento para se colocar? Por baixo, a gente está falando que ele perde por mês R$ 200 mil, se tivesse aplicado. Ele está jogando fora”, avaliou o policial.