Um dos três tucanos que ainda ocupavam ministérios no governo do presidente Michel Temer (PMDB), Antonio Imbassahy pediu nesta sexta-feira para deixar a Secretaria de Governo. A carta com o pedido de exoneração foi entregue ao peemedebista por Imbassahy às vésperas da convenção nacional do PSDB que, neste sábado, deve selar a saída do partido da base aliada.
Também por carta, o presidente Temer agradeceu ao tucano. “A sua ponderação, o seu equilíbrio e a sua firmeza foram fundamentais para que não só atravessássemos momentos delicados, mas especialmente porque o Brasil não parou. Eu, o Governo e o País devemos muito a você”, escreveu Temer. “Sei que, no Parlamento, continuará a defender os interesses do Brasil”, concluiu.
Substituto do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) na pasta, Imbassahy era responsável pela articulação política do Palácio do Planalto no Congresso. Ele estava enfraquecido e vinha sendo boicotado por partidos do chamado Centrão, conjunto de siglas médias que dá sustentação ao presidente no Legislativo, desde que eclodiu a divisão interna do PSDB entre governistas e oposicionistas.
Os deputados tucanos não apoiaram maciçamente Temer nas duas denúncias apresentadas contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a partir das delações de executivos da JBS. Líderes do Centrão passaram a condicionar à saída dos ministros do PSDB do governo a aprovação de medidas econômicas propostas pelo Planalto no Congresso, sobretudo a reforma da Previdência, em tramitação na Câmara. O governo ainda não tem os 308 votos necessários à aprovação das mudanças nas aposentadorias e, nos últimos dias, intensificou as negociações com partidos da base aliada. O Planalto quer que a reforma seja votada ainda em 2017.
Antes de Imbassahy, no início de novembro, o também tucano Bruno Araújo pediu exoneração do Ministério das Cidades e foi substituído pelo deputado Alexandre Baldy (PP-GO). O PSDB ainda está representado no primeiro escalão do governo Temer com os ministros Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
No final do mês passado, a saída de Antonio Imbassahy do cargo havia sido dada como certa e ele seria substituído na pasta pelo deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), membro da tropa de choque de Temer no Congresso. O nome de Marun chegou a ser confirmado pelo perfil do Palácio do Planalto no Twitter, mas, após o vazamento da informação da substituição, o presidente voltou atrás.
O deputado sul-mato-grossense, que tem apoio da bancada do PMDB da Câmara, continua como o nome mais forte para assumir o lugar de Imbassahy.Fonte:VEJA