A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Mariana Rocha David fez um alerta com relação à grande mortandade de macacos provocada por ataques humanos por meio de espancamento ou de envenenamento.
De acordo com a doutora em biologia parasitária, esses atos podem sobrecarregar o sistema de detecção do vírus da febre amarela. A pesquisadora destacou que a confirmação de que o macaco de fato morreu vítima da doença pode demorar um tempo maior devido ao aumento da quantidade de amostras de sangue desses animais que chegam aos laboratórios de referência para análise.
"Além de a gente estar matando o animal que mostra onde está a circulação do vírus, cometendo crime ambiental, provocando desequilíbrio ecológico, a gente está sobrecarregando o sistema que detecta os casos", ressaltou.
Segundo a Agência Brasil, a pesquisadora da Fiocruz também pontuou que, se a população de macacos for dizimada, a tendência é que os mosquitos silvestres transmissores do vírus que circulam na copa das árvores voem até a borda da floresta, onde podem infectar uma pessoa que não está imunizada. "O macaco não transmite a doença. Ele avisa onde está a circulação do vírus. Precisamos protegê-los", destacou Mariana.