Parlamentares americanos, em sua maioria democratas, consultaram uma professora de psiquiatria da Universidade de Yale, em dezembro, sobre a saúde mental do presidente americano Donald Trump, revelou na quinta-feira a CNN.
“Os legisladores disseram que estavam preocupados com o risco que o presidente representava, o risco que sua instabilidade mental representava para o país”, disse à CNN a professora Brady Lee, editora do livro O Perigoso Caso de Donald Trump, uma série de ensaios escritos por mais de vinte autores que analisam o estado psicológico do presidente dos Estados Unidos.
Lee se reuniu com pelo menos doze deputados democratas e um senador republicano, cujo nome não foi revelado, nos dias 5 e 6 de dezembro.
Em entrevista à rede americana, a psiquiatra comentou que Trump tem dado muita atenção a teorias da conspiração, negado coisas que antes havia admitido e demonstrado atração por vídeos violentos. Segundo ela, a enxurrada de tuítes polêmicos do presidente pode ser uma indicação de stress. “Há sinais de que ele está entrando em modo de ataque quando está sob stress. Isso significa que ele tem potencial para se tornar impulsivo e muito volátil”, acrescentou.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, qualificou as declarações de “vergonhosas” e destacou “que se não fosse apto”, Trump “não estaria onde está e não teria derrotado o melhor grupo de candidatos jamais visto no Partido Republicano”, em referência às primárias de 2016.
Na Câmara de Representantes, 57 deputados democratas (30% do total) redigiram um projeto de lei para a criação de uma comissão parlamentar especial sobre “a incapacidade presidencial”, visando a “determinar se o presidente está psicológica e fisicamente capacitado para cumprir suas funções”.
A Constituição americana prevê duas formas de substituir um presidente: um impeachment no Congresso ou pela 25ª emenda, que permite ao vice-presidente e à metade do gabinete declarar que o presidente é “incapaz de exercer o poder e cumprir com os deveres do cargo”.
Caso o presidente conteste a decisão baseada na 25ª emenda, cabe ao Congresso confirmá-la com ao menos dois terços dos votos.Fonte:VEJA
(Com AFP)