Na impossibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar as eleições deste ano, o PT cogita a possibilidade, caso não forje um nome próprio para a peleja, apoiar Manuela D´Ávila (PCdoB) ou Ciro Gomes (PDT).
Na tarde deste domingo, a três dias do julgamento de Lula no TRF da 4ª região, em Porto Alegre, Ciro Gomes usou suas redes sociais para comentar o processo e demonstrou "torcida" para que Lula seja inocentado. “Dia 24 de janeiro é o dia do julgamento da apelação de Lula contra a sentença que o condenou em primeira instância. Torço para que seu recurso seja reconhecido pelo tribunal regional, órgão de segunda instância da Justiça Federal, e ele seja declarado inocente”, iniciou a postagem.
Ciro Gomes traça um paralelo entre o processo que atinge Lula e a condução do Judiciário diante de partidos como PMDB e PSDB.
“O Judiciário brasileiro, assim como os outros poderes de nossa frágil República, tem graves defeitos - nunca me abstive de criticá-los - mas imaginá-lo parte orgânica de uma conspiração política ofende a inteligência média do país (...). É definitivamente constrangedor e inexplicável que nenhum quadro relevante do PSDB esteja preso apesar de fartas e robustas evidências de seu orgânico e ancestral envolvimento em corrupção. Mas não é irrelevante que estejam presos quadros centrais do PMDB como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima ou Henrique Alves. E que o próprio presidente Michel Temer tenha sido chamado pela Justiça a responder por seus atos de corrupção, embora impedida, a mesma justiça, de prosseguir na apuração, pelo poder politico subornado”.
Por fim, Ciro Gomes, um contumaz crítico de Lula, diz que o TRF deve fazer justiça, independentemente das pressões “legítimas” ou “espúrias”. E pede que o tribunal “tenha força moral de afirmar a inocência de Lula no processo do tríplex.
Veja a nota na íntegra:
Dia 24 de janeiro é o dia do julgamento da apelação de Lula contra a sentença que o condenou em primeira instância.
Torço para que seu recurso seja reconhecido pelo tribunal regional, órgão de segunda instância da Justiça Federal, e ele seja declarado inocente.
O Judiciário brasileiro, assim como os outros poderes de nossa frágil República, tem graves defeitos - nunca me abstive de criticá-los - mas imaginá-lo parte orgânica de uma conspiração política ofende a inteligencia média do país e, pior, a consequência inevitável desta constatação teria desdobramentos tão graves que a um democrata e republicano só restaria a insurgência revolucionária.
Não creio, definitivamente nisto.
É definitivamente constrangedor e inexplicável que nenhum quadro relevante do PSDB esteja preso apesar de fartas e robustas evidências de seu orgânico e ancestral envolvimento em corrupção. Mas não é irrelevante que estejam presos quadros centrais do PMDB como Eduardo Cunha, Gedel Vieira Lima ou Henrique Alves. E que o próprio presidente Michel Temer tenha sido chamado pela Justiça a responder por seus atos de corrupção, embora impedida, a mesma justiça, de prosseguir na apuração, pelo poder politico subornado.
O que quero dizer nesta hora crítica é que, apesar de seus graves problemas, a Justiça brasileira ainda deve merecer o respeito institucional da nação. O oposto é a baderna, a anarquia e, evidentemente, a violência.
Que o Tribunal Regional de Porto Alegre compreenda a transcendência de sua decisão! Que, independentemente de pressões legítimas ou espúrias, afirme a JUSTIÇA! Que tenha a força moral de afirmar a inocência de Lula no processo em questão, se como eu, não vislumbrar clara sua culpa.
Que dê evidências incontestáveis de sua culpa, caso assim entenda, de maneira que a qualquer do povo não reste duvidas e, assim, possa a Nação afirmar como o injustiçado alemão: há juízes em Berlim. E ,apesar de tudo, também no nosso sofrido Brasil.