O atacante do Corinthians, Emerson Sheik, foi citado pelo doleiro Claudio Barboza, conhecido como Tony, em delação de esquema de venda de dólares. Ele contou que o jogador, com a ajuda dele e de um operador brasileiro, realizou uma transação no valor de US$ 500 mil, cerca de R$ 1,7 milhão, a partir de uma conta na Ásia para receber o valor em reais no Brasil. Além de Tony, Vinicius Claret, o Juca Bala, sócio do doleiro investigado, também falou o nome de Sheik na sua delação.
No entanto, o camisa 7 do Corinthians não é alvo da operação. O atleta ainda não se manifestou sobre o assunto. A ação deflagrada pela Polícia Federal (PF), na última quinta-feira (3), cuja operação é chamada de "Câmbio, desligo", é um desdobramento da Lava-Jato e já cumpriu 45 mandados de prisão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, além de Paraguai e Uruguai.
Trata-se de um câmbio em que os depósitos são feitos em contas de diferentes países, mas o dinheiro não é rastreável pelo Banco Central. Os doleiros recebem no Brasil e compensam no exterior. Como não é feito por remessa, muito menos registro, a quantia não é vista pelas autoridades e impostos. De acordo com a PF, três mil empresas offshore em 52 países movimentavam US$ 1,6 bilhão, o equivalente a R$ 5,6 bilhões. As empresas ficam em paraísos fiscais e são usadas para ocultar o verdadeiro dono da quantia.