A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a prorrogação por 60 dias das investigações de um inquérito instaurado no âmbito da delação da Odebrecht contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB).
Caberá ao relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir se atende ou não ao pedido para prorrogar as investigações. A investigação foi aberta para apurar relatos de delatores da empreiteira sobre suposto pagamento de R$ 10 milhões em doações ilícitas para campanhas do MDB em troca de favorecimento da empresa.
O acordo, segundo a delação, foi firmado durante reunião no Palácio do Jaburu em 2014, quando Temer era vice-presidente. No caso dos R$ 10 milhões, segundo a Odebrecht repassados ao grupo político de Temer, as entregas teriam sido feitas por um operador do Rio Grande do Sul e no escritório do amigo e ex-assessor de Temer, o advogado José Yunes.
Nesse mesmo inquérito, Fachin decidiu não atender ao pedido da Polícia Federal de quebrar o sigilo telefônico do presidente. Fachin determinou a quebra do sigilo telefônico de Padilha e Moreira Franco. O pedido de quebra de sigilo da PF, feito em março ao Supremo, abrange o período de 2014, quando teriam ocorrido os repasses por meio de operadores da empreiteira. Temer é alvo de um outro inquérito, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, que investiga suspeitas de irregularidades na edição do chamado Decreto dos Portos.