Na entrevista coletiva que antecede as oitavas de final da Copa do Mundo contra o México, Tite ainda festejou a atuação de Neymar no encerramento da primeira fase, a vitória sobre a Sérvia. Para ele, o desempenho do atacante corroborou a evolução demonstrada por números e estatísticas colhidas pela comissão técnica.
– Jogou muito, jogou demais. Ele sabe e nós sabemos o preço que ele pagou para retomar esse nível. Ele retomou seu nível máximo, com técnica, função tática, baixou para ajudar marcação, transição com bolas, precisão de finalização e finta pessoal. Amanhã eu não sei, mas ele retomou o alto nível – elogiou o treinador.
Tite também explicou as escalações de Fagner e Filipe Luís nas laterais da seleção brasileira. O primeiro será mantido mesmo com a recuperação de Danilo, livre da lesão na região do quadril, e o segundo ocupará o lugar de Marcelo, que, após ter um espasmo na coluna, não conseguiu treinar o suficiente para convencer a comissão técnica a colocá-lo numa partida decisiva.
– Fagner tem enfrentamento, é uma de suas características, o um contra um dele é de qualidade. Falei para o Danilo antes do treino de hoje que ele vinha jogando bem, ficou dois jogos fora e o Fagner permanece pelo alto nível de desempenho em dois jogos decisivos.
– Falei com o Marcelo. Numa situação normal, ele jogaria. O que não pode é o técnico colocar um atleta em situação de insegurança num jogo desse. Eu disse a ele como é legal ter um cara que foi para o campo, ele quer participar. Isso mostra sua responsabilidade, seu comprometimento, mas me foi colocado que ele teria 45 ou 60 minutos de tempo de segurança. Não posso num jogo decisivo.
Além de Tite e Thiago Silva, o capitão da vez, participaram da entrevista coletiva em Samara o auxiliar técnico Sylvinho e o preparador físico Fábio Mahseredjian, que explicou a ausência de Marcelo no time titular.
– O Marcelo jogou pouquíssimo tempo no dia 27 (na vitória sobre a Sérvia). No dia 28 e 29, o departamento médico não fez absolutamente nada. Ontem (sábado), veio a campo, fez trabalho com bola, um pouquinho específico, mas sem enfrentamento. Trabalho que foi feito hoje (domingo) também com baixo volume. Isso me faz ter a conclusão de que ele perde um pouco da velocidade de reação e faz com que fiquemos temerosos para um jogo que possivelmente tenha 120 minutos. Quando vou dar estimativa de tempo, não posso cravar que tenha capacidade para 120 minutos. Além disso, a previsão é de temperatura elevada, o que faz com que o desgaste físico seja muito grande.
Na coletiva, Tite confirmou a escalação da Seleção para a decisão desta segunda-feira ainda com Filipe Luís no lugar de Marcelo. O Brasil vai enfrentar o México com Alisson, Fagner, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Casemiro; Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.
Sobre a seleção do México
– Vou falar minha expectativa como técnico: que a equipe repita o padrão do último jogo, daí para mais. Não vou fugir da minha responsabilidade, é de reproduzir o aspecto técnico, tático, físico, emocional, porque é decisivo, o padrão do jogo anterior. Nesses aspectos táticos, vamos segurar um pouco a vocês. Sei da qualidade de todo o trabalho da seleção mexicana. Não vou trazer minuciosamente situações específicas. Ajustes, mas principalmente uma expectativa de a equipe reproduzir desempenho parecido com o do próximo jogo.
Tite é questionado sobre o histórico do duelo, que é de vantagem do Brasil em Copas
– Dado estatístico, olhando para o passado, tal qual outras referências, como vitória de ouro olímpico. Podemos buscar dados da maneira que convir. O que é importante amanhã? No jogo anterior, todos os atletas tiveram muito bom ou bom desempenho. Isso fortalece a equipe. Mais: quem entrou, tem feito a diferença. A equipe precisa dos lobos. Às vezes, são lobos de características diferentes, mas importâncias iguais. Fernandinho entrou com altíssimo nível. Isso é essência.
Osorio e a importância da recomposição
– O Tite faz parte de uma equipe, e o Osorio também. É Brasil e México.Fonte:G1