Ao todo, 67 mulheres serão candidatas a vice-governadora nas eleições de 2018. Este é o primeiro ano em que as candidaturas terão uma cota de recursos para campanha do fundo eleitoral, o que ajuda a justificar o crescimento do número de mulheres nas urnas, tanto na disputa presidencial, quanto nos estados.
Em 2014, 27,7% candidatas a vice-governadora eram mulheres. Esse número cresceu para o equivalente a 37,6% do total, em 2018, o maior número já registrado. No caso de candidatas a vice-presidente, agora são 4 em 13 (30,7%) — em 2014, foram 3 em 11 (27,2%) e, em 2010, apenas 1 em 9 (11,1%).
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, as escolhas se deram em meio a um limbo jurídico após a decisão do Tribunal Superior Eleitora (TSE) que, em maio deste ano, definiu que R$ 510 milhões do R$ 1,7 bilhão aprovado para o fundo público de financiamento de campanhas devem ir para candidatas. O TSE informou que aplicação de pelo menos 30% em candidaturas femininas é condição obrigatória para a liberação do fundo eleitoral.
Em partes, especialistas defendem que os recursos da cota feminina possam ser utilizados para candidaturas majoritárias nas quais um homem ocupe a cabeça da chapa e a mulher ocupe o posto de vice, no caso de Presidência ou governos, ou de suplente, no caso do Senado. Outra ala defende que o dinheiro só pode ser utilizado em candidaturas majoritárias nas quais a mulher ocupe a cabeça da chapa. Sem uma definição clara, cada partido definirá sua estratégia. Mas todos eles afirmam que a escolha de vices mulheres não tem relação com a questão do fundo eleitoral.