Trinta homens do Comando de Operações Táticas (COT), a tropa de elite da Polícia Federal, estavam a postos com suas armas para invadir o Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Com mandado de prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resistia a se entregar. O relato é do diretor-geral da Polícai Federal, Rogério Galoro, que concedeu primeira entrevista desde que assumiu o cargo, há cinco meses.
“Foi um dos piores dias da minha vida. Quando eles (interlocutores de Lula) pediram detalhes da logística da prisão, nos convenceram de que havia interesse do ex-presidente de se entregar ainda na sexta. Acabou o dia e ele não se apresentou. Nós não queríamos atrito, nenhuma falha”, disse ao Estadão.
Galloro afirma que os aliados do petista fizeram apenas uma solicitação. “Eles pediram para não haver muita exposição, que não humilhasse o ex-presidente, nós usamos tudo descaracterizado”, revelou
Sobre a permanência de Lula na carceragem da PF, o diretor resumiu: “Isso não nos agrada. Nunca tivemos preso condenado numa superintendência. É uma situação excepcional (...) O Lula está lá de visita, de favor”.