O PSB oficializou neste domingo (5) posição de neutralidade na corrida presidencial deste ano. A decisão, tomada em congresso nacional em Brasília, faz parte de acordo selado com o PT.
A abertura do evento com apresentação ao piano da suave "Jesus, Alegria dos Homens", de Johann Sebastian Bach, não acalmou os ânimos da convenção, que teve gritaria e protestos de membros do partido.
Pelo acordo fechado entre PSB e PT, os socialistas não darão apoio a nenhum dos candidatos à Presidência. A decisão inviabilizou a ofensiva de Ciro Gomes (PDT), tido como o principal adversário do PT na disputa pelo eleitorado de esquerda.
No acerto, o PT aceitou retirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, o que pode facilitar a campanha do socialista Paulo Câmara ao governo do estado. Em troca, o PSB retirou, em Minas Gerais, a candidatura ao governo do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda.
Lacerda não aceitou a decisão nacional e o diretório no estado, que o apoiava, acabou dissolvido. A convenção regional, que tentou lançar a candidatura do ex-prefeito à revelia da direção do partido, acabou invalidada na Justiça e terminou em briga.
Neste domingo, apesar da insatisfação de dissidentes, que buscavam apoiar Ciro Gomes, a neutralidade foi oficializada em votação simbólica.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, argumentou que a decisão de não fechar nenhuma aliança nacional não vai eliminar a atuação do partido, já que o candidato do PT, ex-presidente Lula, está preso e o segundo lugar nas pesquisas é Jair Bolsonaro (PSL).
"Seria um absurdo se nós ficássemos neutros diante do atual cenário político e eleitoral", disse.