Salvador é a capital mais negra do Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2017, oito em cada 10 moradores da capital baiana se autodeclaravam de cor preta ou parda, somando 2,425 milhões, ou 82,1% das 2,954 milhões de pessoas que viviam na cidade naquele ano. Apesar disso, Salvador é a cidade com maior desigualdade salarial entre brancos e pretos.
De acordo com o IBGE, na média dos três trimestres de 2018, o rendimento dos trabalhadores que se declaravam de cor preta ficou em R$ 1.640 na capital baiana, o equivalente a 1/3 (ou -67,0%) do que ganhavam os trabalhadores que se declaravam brancos (R$ 4.969), segundo dados da PNAD Contínua Trimestral.
A desigualdade salarial em Salvador entre pretos e brancos tinha caído entre 2013 e 2015, quando atingiu seu menor patamar, com os trabalhadores de cor preta ganhando perto da metade dos de cor branca (R$ 1.847 frente a R$ 3.844). Desde 2016, porém, a diferença se acentuou e este ano chegou ao recorde da série histórica (desde 2012).
De acordo com os dados, nos três primeiros trimestres de 2018, os trabalhadores brancos, na capital baiana, recuperaram, em média, as perdas salariais após a crise do mercado de trabalho, chegando ao seu maior rendimento médio desde 2012. Já os trabalhadores que se declaram de cor preta ainda vêm seu rendimento médio recuar.
Bahia
Na Bahia, a média dos três primeiros trimestres de 2018, um trabalhador de cor preta ganhou R$ 1.319, também pouco mais da metade (54,3%) que um trabalhador que se declarava branco (R$ 2.432). No estado, pretos e pardos somavam 80,2% da população em 2017 (apenas a 4ª maior participação do país), enquanto os que se declaravam pretos eram 20,9%, ou 1 em cada 5 moradores do estado – neste caso, o maior percentual dentre as unidades da Federação.