Mais trabalho e menos dinheiro. Por conta do aumento da expectativa de vida do brasileiro, divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor das novas aposentadorias do INSS será reduzido. O impacto ocorre porque as projeções do IBGE entram no cálculo do fator previdenciário, que define o valor das aposentadorias.
A nova tabela do fator previdenciário começa a valer a partir do dia 1º de dezembro, segundo a Secretaria de Previdência. O aumento na esperança de vida fará com que os benefícios solicitados a partir de dezembro tenham uma redução média de 0,77%, aponta a estimativa do consultor atuarial Newton Conde.
Essa redução nas novas aposentadorias acontecerá porque o IBGE recalcula a expectativa de vida ao nascer e a de sobrevida (quantos anos mais espera-se que a pessoa viva) para cada faixa etária. A primeira subiu para 76 anos em 2017, um aumento de três meses e onze dias em relação a 2016. Na faixa etária entre 40 e 80 anos, a expectativa de vida aumentou, em média, 54 dias.
A mudança na tabela fará com que o segurado trabalhe mais para ter o mesmo benefício. Por exemplo, um homem com 55 anos necessitará trabalhar mais 73 dias para ter direito ao mesmo valor que seria pago hoje, conforme o consultor.
Para garantir o benefício integral, o segurado pode solicitar aposentadoria sem incidência do fator e optar pela regra 85/95 progressiva. No entanto, neste caso a soma entre a idade e o tempo de contribuição no caso das mulheres deve ser de pelo menos 85 anos e de 95 anos para os homens. Atualmente, os benefícios do Regime Geral de Previdência Social tem como teto R$ 5.645,80 mensais.