A série de ataques criminosos contra ônibus, bancos, prefeituras, comércios e prédios públicos que atinge Ceará completou uma semana. Desde quarta-feira (2), o G1 contabilizou 164 ataques em 41 dos 184 municípios cearenses. Para tentar conter a onda de violência em Fortaleza e no interior, o estado recebeu o reforço de tropas da Força Nacional e de policiais da Bahia.
Membros de facções criminosas atacaram veículos da frota de ônibus, bancos, postos de saúde, prédios públicos e privados e veículos utilizados em serviços como Correios e coleta de lixo.
Em pichações, os criminosos pedem a saída do secretário da Segurança Penitenciária, Mauro Albuquerque, que prometeu acabar com a entrada de celulares nos presídios e com a divisão nas unidades conforme a facção a que cada preso pertence.
Força Nacional
Após autorização do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tropas da Força Nacional chegaram ao estado na noite de sexta-feira (4) e começaram a atuar no sábado. Após o início da operação com o reforço policial, a capital cearense registrou uma redução no número de crimes. No entanto, mesmo com a atuação dos agentes, ocorreram dezenas de ataques criminosos no estado.
Os policiais foram descolados para diferentes pontos de Fortaleza e Região Metropolitana, locais responsáveis por cerca de 80% dos ataques no estado. Os agentes intensificaram as blitze e também reforçaram a segurança nos terminais de ônibus da capital para assegurar a operação do transporte público.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que já capturou 185 pessoas por envolvimento nos atos criminosos. Desse número, foram 156 adultos presos e 29 adolescentes apreendidos. Pelo menos 80 envolvidos foram capturados após a chegada da Força Nacional no estado.
Dentre os presos, está um motorista suspeito de vender combustível ilegalmente para criminosos. Em outra ação policial, foi preso um homem suspeito de provocar um incêndio que causou a destruição de nove ônibus escolares e um caminhão na cidade de Morada Nova.
Ações nos presídios
Até agora, 191 detentos foram autuados pelos crimes de desobediência, resistência e motim dentro das unidades prisionais do estado. Os indiciamentos ocorreram nas cadas de detenções do complexo prisional de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Após os ataques, o governo do Ceará informou que transferiu um dos chefes de facção para um presídio federal e 19 membros serão levados a outras unidades prisionais. O governo federal ofereceu 60 vagas nos presídios que administra para receber criminosos que atuam no estado.