O governo de Jair Bolsonaro (PSL) dá sinais de que pretende resistir a eventuais investidas da General Motors de pleitear incentivos tributários ou qualquer outro tipo de apoio federal para manter operações no Brasil.
Em um encontro reservado com o alto escalão da montadora, Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia, foi assertivo: "se precisar fechar (a fábrica), fecha".
Segundo relatos de fontes do setor privado, o comentário foi feito durante uma reunião de pouco mais de meia hora, em 4 de janeiro, entre o secretário e o vice-presidente de relações governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz.
No encontro, Munhoz relatou a Costa que a chefia da montadora nos Estados Unidos considerava as fábricas de São Caetano do Sul (SP) e de São José dos Campos (SP) praticamente "inviáveis" por causa dos altos custos.
O executivo enfatizou, por exemplo, que, enquanto a PLR (participação nos lucros) chega a R$ 20 mil por funcionário em São Paulo, não passa de R$ 7 mil em Gravataí (RS).
A argumentação, contudo, não parecia sensibilizar o secretário, um dos principais auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes. Munhoz, então, foi direto: "Corremos o risco de fechar (as fábricas)".
O secretario então devolveu: "Se precisar fechar, fecha".
A declaração gerou mal-estar entre os presentes na reunião, já que a GM emprega mais de 13 mil pessoas em São Caetano do Sul e em São José dos Campos. A montadora não chegou a apresentar no encontro nenhum pleito específico ao governo federal.Fonte:Folhapress