Nos dois primeiros meses de governo Bolsonaro os gastos com cartões corporativos da Presidência da República registraram um crescimento de 16% em relação à média dos últimos quatro anos, já considerada a inflação no período, de acordo com o Estadão. Bandeira defendida por Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, o fim do uso dos cartões foi mantido e rendeu uma fatura de R$ 1,1 milhão à União.
Conforme a Estadão, para o cálculo, foram levados em conta os pagamentos vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República, que incluem as despesas relacionadas ao presidente. O veículo apontou ainda que as informações sobre os valores foram divulgados na semana passada, com atraso, depois que o Estadão questionou a Controladoria-Geral da União (CGU). Ainda assim, a descrição da maioria dos pagamentos é sigilosa. As datas em que a despesas foram feitas também não foram divulgadas, sob o argumento de que informar os gastos do presidente pode colocar em risco a sua segurança.
A extinção dos cartões corporativos foi defendida pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante a transição de governo. Na ocasião, o ministro disse que mudanças seriam feitas com “critérios”, baseadas em consultas à Advocacia-Geral da União (AGU) e à CGU. Procurados pelo Estadão, os dois órgãos afirmaram que ainda não foram consultados sobre o tema.