Famílias do semiárido baiano, maior região do estado, podem ser prejudicadas pelos cortes de verba do Programa Cisternas. Dados obtidos por meio da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, apontam queda no número de construções dos equipamentos nos últimos quatro anos.
Em 2015, o valor investido no programa atingiu seu maior volume, chegando à cifra de R$ 41.389.491, na construção de 14.910 cisternas. Em 2016, atingiu o piso de R$ 28.894.200, e 10.413 equipamentos foram entregues. Em 2017, houve investimento de R$ 28.317.038 na entrega de 10.205 cisternas. No ano passado, 5.267 cisternas foram construídas com a soma de R$ 14.614.976.
Para este ano, o valor orçado é de R$ 4.931.219. A previsão é que sejam construídas apenas 1.381 estruturas semelhantes para comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares.
Em entrevista ao site, o secretário Carlos Martins afirmou a redução do recurso oriundo da Secretaria Nacional de Políticas da Igualdade Racial, do Ministério dos Direitos Humanos, vai adiar o sonho de universalizar o acesso à água ao sertanejo.
“São dados alarmantes. A Bahia tem mais da metade da população no semiárido, enfrentou uma seca que jamais foi vista nos últimos 100 anos. Mas, nem por isso você viu o deslocamento das pessoas para o sul do país. Porque esse programa reteve as pessoas no campo. É um programa amplo de geração de emprego e renda também. E, é um absurdo que se corte tantas verbas assim”, disse à reportagem.
Questionado sobre quais medidas o Estado adotaria, Martins afirmou que vai dialogar com deputados federais baianos para que disponibilizem emendas parlamentares para o projeto. Acrescentou ainda que o Governo tentará convencer deputados da base do presidente Jair Bolsonaro para mudar a situação que atinge outras partes do Nordeste.
“Evidentemente, todos nós estamos enfrentando uma crise econômica muito grande. Não tem como falar em transferir recursos do Estado. Vamos ficar insistindo para que o Governo Federal volte a disponibilizar os recursos”, acrescentou.
A reportagem solicitou uma nota de esclarecimento ao Ministério da Cidadania, mas até o fechamento não foi enviada.