Sem desacelerar o discurso contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu lutar para livrar o Brasil da “quadrilha de milicianos que tomou o país”, expressão usada pelo petista. Ele disparou o ataque em discurso no Festival Lula Livre em Recife (PE).
“Vocês podem ter certeza de que cada minuto que eu terei de vida daqui para frente será para libertar o país dessa quadrilha de milicianos”, cravou Lula. O petista também alfinetou o ex-juiz federal e hoje ministro de Justiça, Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
“Agora a campanha Lula Livre terá que ser muito maior. Agora é pela anulação da safadeza desses processos (da Lava Jato). Que apresentem provas contra mim. Eu adoraria. Eu adoraria que o Moro e o Dallagnol estivessem aqui. Para gente ver quem é safado nesse país”, desafiou.
“O show vai continuar. Na democracia, o show não pára”, brincou o petista. Durante o discurso, Lula fez questão de citar especialmente dois personagens: a socióloga Rosângela da Silva, de 52 anos, apelidada como Janja, e o ex-candidato ao Planalto em 2018 e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
Janja apoiou Lula durantes os meses de prisão em Porto Alegre e recentemente deixou o emprego público em Itaipu, dentro de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). O casal planeja se casar. O líder do PT não poupou elogios para Haddad. “Foi o melhor ministro da Educação que esse país já teve”, sentenciou.Pelos flancos
Lula não criticou diretamente a política econômica em marcha, de enxugamento da máquina e dos gastos públicos, conduzida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas manteve a carga pelos flancos. “Não queremos mais ser tratados como povo de segunda categoria. Não achamos que é melhor pingar do que secar”, pontuou, destacando que a população quer moradia, educação, saúde de qualidade.
Durante o discurso, Lula destacou a importância da educação. E fez questão de citar os investimentos no ensino ao longo dos governos do PT. O petista reforçou o bordão que adotou antes da prisão: “Eu não sou o Lula. Sou uma ideia”.