quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
Sem intermediários para álcool, preço da gasolina pode baixar, avalia sindicato
A articulação feita entre o Palácio do Planalto e o Congresso para permitir que usinas e postos de combustível comercializem etanol entre si (leia mais aqui) pode refletir numa diminuição do preço do álcool e da gasolina nos postos de abastecimento. Essa é a avaliação do presidente do Sindcombustíveis Bahia, Walter Tannus.
“Eu acho que na gasolina, sim, porque concorre com o etanol. Acho que na gasolina acaba interferindo. No diesel não deve haver nenhuma interferência”, opina, em entrevista ao Bahia Notícias.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (7) que conversará sobre o assunto com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP). O intuito é mobilizar esforços no Congresso para que o projeto, proposto pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), ganhe destaque. Na visão do governo, o preço do combustível pode diminuir em cerca de R$ 0,20.
“É um assunto que impacta bastante na revenda, porque ele traz uma mudança na cadeia de comercialização do produto. É uma mudança grande e que, em princípio, deve beneficiar o consumidor final. Mas nós temos que ter cuidados para que sonegadores não se aproveitem dessa brecha e passem a burlar o fisco”, acrescenta Tannus.
PREOCUPAÇÃO FEDERAL
Este é um dos esforços propostos pelo governo Bolsonaro para conter a eventual alta no preço do combustível em decorrência da tensão envolvendo Estados Unidos e Irã, após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, na última semana, num ataque autorizado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Na última segunda-feira (6), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ter se reunido com Bolsonaro para tratar sobre o tema. "Temos que criar, talvez, mecanismos compensatórios que compensem esse aumento sem alterar o equilíbrio econômico do país. Que isso não gere inflação, mas também não frustre expectativa de receitas", afirmou o ministro, segundo a Agência Brasil.
O presidente voltou a defender nesta terça possibilidade dos estados reduzirem a alíquota do ICMS sobre combustíveis. "Aproximadamente um terço do preço combustível, no final, são impostos estaduais, o ICMS. No Rio de Janeiro, por exemplo, está em 30%", afirmou Bolsonaro.