quarta-feira, 15 de abril de 2020
Líderes partidários avaliam possibilidade de adiar eleições municipais
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, admitiu pela primeira vez a possibilidade de adiar as eleições municipais.
Segundo ele, a aglomeração das convenções partidárias e a fase de testes das urnas eletrônicas são os principais obstáculos para seguir o cronograma eleitoral, em meio à pandemia do novo coronavírus.
Barroso assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral no dia 26 de maio, no lugar da ministra Rosa Weber, e já adiantou que é contrário à extensão dos mandatos de prefeitos e vereadores para depois de 1º de janeiro de 2021.
No Congresso, parlamentares e dirigentes partidários já estimam adiar o 1º turno das eleições para 15 de novembro.
Pelo calendário do TSE o primeiro turno está previsto para 4 de outubro, e as convenções partidárias já começam no dia 20 de julho.
Na Bahia, a maioria dos presidentes dos principais partidos políticos se mostraram favoráveis à proposta de adiamento, mas com algumas observações.
A deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB, concorda, mas considera que a questão deve ser levantada mais adiante, e sem que haja prorrogação dos mandatos, como disse o ministro Barroso.
Éden Valadares, do PT, diz que o adiamento “pode ser bem-vindo”, já que ficou inviável fazer atos políticos, como plenárias e a própria convenção partidária.
O senador Otto Alencar, cacique do PSD no estado, criticou que o assunto eleição tenha ganhado destaque nesse momento. Segundo ele, a única preocupação agora deve ser com o coronavírus.
Paulo Azi, presidente estadual do DEM, partido do prefeito ACM Neto, foi na mesma linha e considera que “ainda é muito cedo para fazer prognóstico nesse sentido”.
Mas o presidente do DEM em Salvador, vereador Duda Sanches, defende que o pleito seja remanejado para dezembro.
Pré-candidato e líder de pesquisas de intenção de voto em Salvador, o presidente do Avante, o deputado federal Pastor Sargento Isidório apoia o adiamento, mas reclama que alguns gestores estão se valendo da pandemia para fortalecer o capital eleitoral.
O único a discordar da visão do ministro Barroso foi o presidente do PDT, o deputado federal Félix Mendonça Jr., segundo o qual o pleito deve ser adiado em um ano. Para ele, abre aspas, “Eleição não é brincadeira”.