O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que pretende reformular o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, ele afirmou que a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero.
“E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo”, afirmou o ministro, que ainda atribuiu a homossexualidade de jovens a “famílias desajustadas”.
À frente do Ministério da Educação há dois meses, ele, que é pastor presbiteriano, reconheceu que a pandemia da Covid-19 acentuou a desigualdade educacional no país. “Não é um problema do MEC, mas um problema do Brasil”, disse. Ainda de acordo com ele, não é responsabilidade da pasta resolver questões ligadas ao baixo acesso à internet nem se envolver na reabertura das escolas.
“A lei é clara. Quem tem jurisdição sobre escolas é Estado e município. Não temos esse tipo de interferência. Se eu começo a falar demais, dizem que estou querendo interferir; se eu fico calado, dizem que se sentem abandonados”, declarou. O ministro também disse que vai divulgar, ainda nesta semana, um protocolo de biossegurança para a escola básica.
Apesar de se posicionar sobre a não interferência no MEC no retorno às aulas, Milton Ribeiro defendeu que, por ele, os alunos já estariam em sala desde a “semana passada”, já que, segundo o ministro.
Oposição
O ministro Milton Ribeiro também disse ao Estadão que o presidente Jair Bolsonaro procurou entender o porquê ele recebeu os deputados Tabata Amaram e Felipe Rigoni, que fazem parte da oposição.
“Eu recebi a Comissão Externa da Câmara (que os dois integram e acompanha o trabalho do MEC). Ele [Bolsonaro] queria entender porque a Tabata publicou uma foto. Eu falei ao presidente que recebi a comissão. É diferente isso. A mídia conservadora estranhou o fato de tê-los recebido, mas eu não vou mudar”, defendeu.