Um dos grupos técnicos que trabalham na criação do plano nacional de vacinação contra a Covid-19 divulgou nota, na noite desta quarta-feira (9), na qual manifesta "preocupação" com a falta de opções de vacinas e pede a negociação imediata para adquirir a Coronavac, parceria do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac.
A nota foi divulgada exatamente no mesmo dia em que o ministro Eduardo Pazuello afirmou ter um plano completo em mãos e que poderia até mesmo começar a vacinação, em caráter emergencial, neste mês.
Na semana passada, o governo anunciou um plano preliminar que prevê quatro fases de vacinação. A primeira prevê vacinar cerca de 15 milhões de pessoas, sendo idosos, indígenas e profissionais da área de saúde.
A nota divulgada nesta noite não é assinada, mas foi criada pelo grupo técnico do eixo epidemiológico do Plano Operacional da Vacinação Contra a Covid-19. Esse grupo tem entre suas atribuições, por exemplo, definir quais são as parcelas prioritárias da população para receber a imunização.
Fazem parte, por exemplo, pesquisadores da Fiocruz, do Instituto Butantan, do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Saúde), Conasems (Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde), entre outros
O principal argumento da nota é que a quantidade de doses com que trabalha o Ministério da Saúde não é suficiente para imunizar os grupos prioritários.
"Considerando-se o fluxo de disponibilização de doses acordadas até o momento pelo governo federal em relação à vacina da AstraZeneca/Oxford, o grupo técnico assessor, reunido no dia 09/12/2020, vem a público manifestar sua preocupação em relação ao quadro atual", afirma o texto.
O grupo pede a incorporação ao plano nacional de imunização de todas as vacinas que se mostrarem eficazes e seguras para a proteção da população contra a Covid-19, para que seja possível uma cobertura adequada no menor tempo possível.
Além dos grupos já considerados prioritários, a nota afirma que há outros que deveriam ser incluídos, pois são também vulneráveis ao novo coronavírus. Destaca especialmente os quilombolas e populações ribeirinhas. Fonte:Folha