O governador Rui Costa (PT) revelou parte do que foi discutido pelo Ministério da Saúde em reunião nesta terça-feira (8) com líderes do Executivo dos demais estados do país, durante entrevista à TV Bahia. Segundo o petista, o ministro Eduardo Pazuello se comprometeu em fazer a compra do imunizante, mas somente após ser autorizado pela Anvisa.
Na reunião, segundo Rui, o ministro declarou que a previsão "mais otimista" para a aprovação pelo órgão regulador e início da vacinação é no fim do mês de fevereiro. A única forma de acelerar este processo, confia Rui, seria caso alguma agência da Europa ou Estados Unidos acenasse para a aprovação de algumas das vacinas que estão sendo desenvolvidas.
"Pelo relato do ministro, a hipótese mais otimista é no final de fevereiro, para aprovação da Anvisa. Vamos acompanhar se outros órgãos regulatórios vão aprovar antes, na Europa, nos EUA, se um dessa importância, que nem a Anvisa tem, acho que pode dar celeridade com base nestas aprovações", explicou Rui.
FALTA DE SERINGAS
Sobre a falta de agulhas e seringas no Brasil para atender a demanda da vacinação contra Covid-19, Rui diz que o assunto deve ser tratado na reunião que ainda ocorre no início desta tarde.
A falta de materias básicos, além da própria vacina, ressalta o governador, é ainda mais preocupante do que a necessidade de refrigeração da vacina da Pfizer/BioNTech, por exemplo, que pode ser contornada com armezanamento em isopores com gelo seco.
"Esse é um tema que não foi relatado pelo ministro, mas será perguntado pelos governadores. É um dos problemas mais graves, até mais que o refrigerador, pois esses temos condições de resolver a logística. Mas a seringa, não há volume suficiente no mundo para vacinar a população, até porque os outros usos continuam sendo necessários", pondera.
APELO
Rui aproveitou o espaço para novamente fazer um apelo à população, dessa vez com o foco nos jovens, que segundo ele são responsáveis por protagonizar grande parte das cenas de aglomerações. A crença de que são mais "saudáveis", muitas vezes, resulta em maior despreocupação por parte dos adolescentes e jovens, mas que podem levar o vírus para os familiares.
Com o vírus SarsCoV-2 presente atualmente em todos os municípios baianos, o governador alerta para um risco ainda maior de caos na rede de saúde, uma vez que na fase mais crítica da pandemia, nem todas as cidades tinham casos ativos da doença. Sem o devido controle, a segunda onda pode vir com mais força ainda no estado.
"No início da pandemia, fomos lentamente expandindo a doença para todo o estado, mas agora já está nos 417 municípios. A rapidez da contaminação demandaria muitos leitos. Nossa preocupação é essa e depende de todos que estão nos assistindo, principalmente dos jovens, que se consideram mais fortes, saudáveis, e estão baixando a guarda na proteção [...] por mais que você se sinta 'super-homem', tem alguém em sua casa que não é 'super-homem': sua mãe, seu pai, sua tia, seu avô, um bebê. Pense nos entes queridos, seus parentes, contenha o ímpeto", pediu o petista.