Uma regra que permite o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil mesmo sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderá ser usada pelo governo do Estado de São Paulo que anunciou o dia 25 de janeiro de 2021 como o primeiro da campanha de imunização contra a doença. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, uma lei aprovada no começo do ano pode permitir o uso, no país, da CoronaVac, que ainda não foi registrada.
Segundo o diretor, isso pode ocorrer porque o texto possibilita a incorporação de insumos, medicamentos e aparelhos que tenham registro no país de origem. A expectativa é que a vacina obtenha o aval da China antes de ser liberada no Brasil.
"Isso foi feito com respiradores, foi feito com outros equipamentos, e isso também pode ser feito com a vacina. Existem mecanismos para isso. Obviamente, que o rito habitual é o que desejamos. Esperamos que a Anvisa mostre a sua independência, a sua agilidade, analise rapidamente esses dados e nos ajude. Eu peço, encarecidamente, que haja esse espírito de urgência e de cooperação com todo o Brasil", afirmou Covas ao jornal da rádio CBN.
Mas, apesar disso, ele cobrou agilidade da Anvisa e não descartou judicializar um eventual atraso num momento de emergência nacional.
O diretor do Butantan também afirmou que as solicitações para uso regular e emergencial da vacina serão feitas ao mesmo tempo.