O governador Rui Costa (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que ligou para o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), para se solidarizar após o democrata ser alvo de protestos de pais que querem o retorno das aulas presenciais na capital baiana.
Em entrevista a um programa local, o petista disse que deixou de lado as diferenças políticas e procurou o prefeito.
Rui defende que é melhor ter as pessoas com "energia" para protestar em virtude das medidas restritivas para evitar a disseminação da Covid-19, do que vê-las em "cemitérios" ou em busca de hospitais para internar familiares contaminados com a doença.
"Eu me solidarizei com Bruno pelas manifestações, disse a ele que se orgulhe de, pelo menos, com essas atitudes estarmos conseguindo deixar as pessoas com saúde e energia para protestar. Caso contrário, estariam no cemitério enterrando familiares, ainda que em hospitais privados, apelando e gritando desesperadamente por uma vaga para colocar o seu parente", assegurou Rui.
Sobre o toque de recolher que entrará em vigor na próxima sexta-feira (19), Rui Costa avisou que por ora se trata de um "grande alarme" para advertir a população sobre a necessidade de manter o distanciamento social e usar a máscara de proteção individual.
Apesar de alguns considerarem um exagero a medida, o governador diz que foi procurado por outros prefeitos que pediram ainda que o toque de recolher começasse a valer ainda mais cedo, mas que neste momento é para encarar a medida como um aviso, em meio ao agravamento da pandemia do novo coronavírus.
"Inicialmente queremos ligar a sirene, um grande alarme que é o toque de recolher, para que as pessoas entendam que não é retórica, que está acontecendo o crescimento de casos, de mortes, e precisamos inibir essa farra", destacou o petista, que reforçou a importância de tentar coibir justamente os locais onde se consome bebida alcóolica.
"O momento que mais se descuidam é quando bebem bebida alcoólica, pois ficam sem máscaras, nos paredões nas ruas, e aí os jovens levam as doenças para dentro de casa", lamenta.
Rui explicou que hoje 10 hospitais da rede estadual já estão com 100% de ocupação dos leitos de UTI e muitos pacientes estão sendo realocados para outras unidades de saúde em busca de atendimento.