O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pauzello, deve prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia nesta quarta-feira (19). Entre os questionamentos que devem ser levantados pelos senadores durante a comissão está a demora em negociações com a Pfizer para contratação de vacinas e o desabastecimento de oxigênio em Manaus.
Com habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, na última sexta-feira (14), Pazuello poderá ficar em silêncio para perguntas que possam incriminá-lo. Entretanto, o ex-ministro da Saúde terá que responder a perguntas sobre conduta de outros membros do governo, a exemplo de Bolsonaro.
RELEMBRE
Eduardo Pauzello passou a integrar o Ministério da Saúde coordenando a transição entre os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ele assumiu a pasta em maio do ano passado, de forma interina, após Teich deixar o cargo. Em setembro do mesmo ano, foi efetivado como ministro da Saúde.
Em 10 meses no cargo, acumulou algumas polêmicas. Foi durante sua gestão que o governo fez investimentos em remédios como a cloroquina, considerado sem eficácia comprovada pela OMS. A divulgação de tratamento precoce nas redes sociais da pasta também deve ser assunto questionado pelos senadores.
Eduardo Pazuello também terá que explicar sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus. Ele é investigado por omissão diante do cenário caótico vivido em Manaus-AM entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
CPI DA COVID
Eduardo Pazuello será o oitavo a depor na comissão. Antes dele, os senadores ouviram depoimentos do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, do atual ministro Marcelo Queiroga, do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e do ex-secretário especial de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten.