Acometido de febre reumática ainda adolescente, Gildo, o quarto filho do violeiro e radialista, sofreu uma cirurgia na coxa que o impediu de fazer a mesma tentativa dos irmãos mais velhos. Gildeone, ou simplesmente Gil como é hoje mais conhecido, protagonista desta reportagem e o mais novo do grupo, até que teve uma oportunidade, mas seu desafio foi bem mais difícil que o dos demais. Não integrou divisão de base e, testado diretamente no elenco profissional do Flu de Feira, mesmo sendo um craque, não foi bem observado. É o que acontece muito no futebol, um esporte onde nem sempre os melhores são aproveitados. Mais pesam outros valores que o talento do candidato.
José Ribeiro tornou-se radialista de sucesso, eu também enveredei pela comunicação; Geovany apostou na educação física e foi um dos pioneiros das academias de musculação em Serrinha, hoje especializado em fortalecimento de joelho; Gildo é um guitarrista profissional que tocou para bandas como Caciques do Nordeste mas anda afastado da música e atualmente; Gil seguiu os passos de Geovany e faz destacado trabalho, no momento, com mulheres que buscam melhorar a saúde do corpo, além de torná-lo mais bonito, esteticamente falando. E ainda há Gisele, a caçula, que também era boa de bola, mas formou-se pedagoga.
Há 17 anos credenciado pelo Conselho Regional de Educação Física da Bahia (CREF), o personal Gil diz que deve ao irmão, Geovany, o ingresso na carreira. Aos pais, dedica os êxitos obtidos e agradece por "todo o apoio, desde o início". Corpo mais "sarado" e bem definido, claro, é um motivador das mulheres que buscam o seu trabalho personalizado. Mas ele faz questão de esclarecer que a estética não é, nem deve, ser considerada a principal finalidade do esforço. É fundamental saber, ele diz, antes de iniciar treinamento, que o mais importante a se atingir não é exatamente a beleza externa. Ela faz parte sim, do 'pacote' de benefícios, mas, para chegar lá, é preciso antes estar em dia com a mente. "Quanto mais saudável a cabeça, melhor será a resposta no corpo", avisa.
AUTOESTIMA, A META A SER ATINGIDA
Gil levou para a sua experiência com o condicionamento físico das mulheres a mesma categoria que desfila ainda hoje quando convidado para dar "show" nos campos de futebol. Com a classe com que faz lançamentos precisos, chutes certeiros a gol e dribles desconcertantes, ele aplica em suas alunas as noções de postura corporal, alongamentos e outros exercícios capazes de promover mudanças estéticas radicais, redução de dores localizadas, um funcionamento mais efetivo do organismo e, em consequência de tudo isso, elevar a autoestima destas mulheres, um desafio que se revela em algumas de suas alunas logo de pronto, aos primeiros dias de exercícios. "Há casos mais severos", diz. Não raro, recomenda acompanhamento terapêutico especializado.
Assim, por várias razões, nem todos que tomam a decisão de buscar esse tipo de treino para melhorar suas condições gerais de saúde alcançam a meta. A dificuldade de cumprir uma rigorosa dieta alimentar está entre as maiores causas de evasão do treinamento. É fundamental, também, manter entre 6 e 8 horas de sono. A principal razão para não atingir os resultados almejados, conforme o personal, é a falta de paciência e disciplina, que faz alguns suspenderem o trabalho, após algum tempo de prática. Algumas pessoas não conseguem desvencilhar-se do "estresse muito alto" de sua rotina familiar e de trabalho, o que faz com que não se sintam suficientemente motivadas.
Ele relata o caso de uma jovem, não faz muito tempo, que se apresentou com quadro aparente de depressão. Se encontrava muito abaixo do peso, chorava durante os treinos. Após alguns meses, melhorou sensivelmente o seu emocional e vontade para a atividade física . "Tornou-se outra pessoa, muito forte e saudável". Considera o atendimento psicológico um "complemento vital" para o sucesso do treinamento: "Especialmente nos dias que vivemos, de tamanha ansiedade e medo, a fórmula para atingir uma harmonia entre corpo e mente é a terapia, algo que sempre oriento".
O profissional respira aliviado, porém, ao informar que, cada vez, mais reduzem os casos de desistência. "Quem consegue vencer este primeiro momento de impaciência com a mudança de alguns hábitos e enfrenta o estresse, logo percebe o quanto sua vida modifica para melhor", frisa. Acostuma-se de tal forma com a rotina de treinos que não se quer perder um dia sequer: "Não se enxerga mais como um sacrifício, muito pelo contrário, passa a ser uma atividade prazerosa e companheira para sempre".
PRIMEIRO, ATACAR A DOR; ESTÉTICA VEM DEPOIS
A faixa etária do público feminino que procura Gil para treinar é de 20 a 50 anos. A maioria das mulheres, relata, chega com dores em diversas partes do corpo. A prioridade inicial do treinamento é o tratamento específico em cada área afetada, através de exercícios localizados. "Logo (as dores) desaparecem e a aluna vê uma mudança significativa em sua qualidade de vida". Apenas depois de superada esta fase surgem os efeitos na estética, que vem a ser "uma consequência das correções na postura e no tratamento corporal".
Por trabalhar com mulheres em uma atividade em que é inevitável o contato físico, o treinamento "exige profissionalismo no nível máximo", diz Gil. "Em qualquer época é delicado, mas nos tempos que vivemos, devemos ser ainda mais atentos, prudentes e transparentes, até para evitar interpretações equivocadas". Ele afirma não acreditar que exista espaço, ao menos por longo período, para o profissional que "não tenha ética e zelo por seu nome e respeito pelo ser humano".
Mulheres em período de gravidez também podem, e devem, manter o treinamento, adaptado às suas possibilidades. "Treinei a doutora Joilma Lima (médica) e também a professora Patrícia Bastos, há pouco tempo, durante quase toda a gestação delas e o resultado foi excelente". A comunidade médica, ele lembra, indica treinamento para mulheres gestantes, salvo casos excepcionais, que requerem cuidados especiais.
Do mesmo modo, garotas portadoras de algum tipo de deficiência física podem, sim, fazer musculação. "Eu diria que não apenas podem, mas devem. As prefeituras precisam implantar políticas públicas voltadas para a atividade física e, em seus projetos, possibilitar a inclusão dessas pessoas, que muitas vezes pela falta de oportunidades, não conseguem desfrutar de uma atividade tão fundamental para o seu bem-estar".
NUTRICIONISTA E FISIOTERAPEUTA, ALIADOS DE SEMPRE
Qualquer que seja o perfil do interessado, primeiro deve fazer um teste de esforço e, evidentemente, consulta e exames médicos necessários. Uma vez com autorização médica para treinos físicos, é importante passar por nutricionista. A dieta deve ser compatível com a carga de atividade a ser prescrita. Em casos específicos, é necessário suplementação alimentar e a orientação deste profissional se torna imprescindível. Nutricionistas, ao lado dos fisioterapeutas, são "nossos eternos e grandiosos aliados" considera o preparador físico. No geral, a comunidade médica, hoje, diz Gil, "super-indica" os exercícios, incluindo a musculação, aos seus pacientes, e estão de mãos dadas com as diversas especialidades, promovendo saúde para a população.
O ritmo do treino atende ao que os instrutores chamam de "periodização", ciclos semanais que começam com uma dose menor de atividades (no início do trabalho) até o aluno atingir um percentual entre 75 e 95% de sua capacidade máxima, reduzindo depois para cerca de 50% em vista da proteção dos tendões e, sobretudo, evitar desgaste mental em virtude do esforço físico. As metas também são definidas assim, por períodos. A maioria das alunas apresenta evolução corporal e de bem-estar entre quatro e 12 semanas de trabalho, variando em razão de que cada ser humano tem condições e características físicas específicas.
Não há um limite de faixa etária para homem ou mulher submeter-se à atividade física em busca de saúde. "Pode iniciar aos 12 anos e daí em diante, quanto mais avançada a idade, melhor de se trabalhar e obter resultados", garante. O treinamento requer maturidade muscular e principalmente emocional. Seus melhores alunos costumam ser aqueles cuja idade está entre 30 e 50 anos. Ele conhece muitos casos em que a pessoa inicia a treinar a partir dos 55, "tem um resultado fantástico e começa a viver a melhor fase de sua vida até então".
Em se tratando de estética, os glúteos são o "alvo" principal das mulheres que buscam melhorar a performance corporal, informa Gil, com base em respostas de suas alunas. Na sequência, vem a "linha de cintura" como segundo maior desejo. A atividade física, conforme este profissional de sucesso no município de Serrinha, é, "sem sombra de dúvidas" o caminho através do qual muitas pessoas descobrem que são capazes de conquistar vitórias nas mais diversas áreas de sua vida. O treino disciplinado e regular, recomenda, leva a um "sentimento de otimismo, faz com que a mulher ou o homem se sinta mais capaz de buscar soluções para os problemas, de dar um tratamento mais digno a si mesmo e ter uma maior perspectiva do que está em seu redor".
LEANDRO RIBEIRO E LUIZ FERREIRA FILHO, AS REFERÊNCIAS
Gil não esconde que a sua metodologia é aplicada a partir de noções obtidas junto aos professores Leandro Ribeiro, de Maceió, e Luiz Ferreira da Silva Filho, de São Paulo. "São dois caras que possuem elevado conhecimento nesse tipo de treinamento e com os quais tenho a honra de conversar". Referências nacionais, "compartilharam comigo uma pequena mostra da capacidade deles". Também são fontes permanentes de inspiração os vídeos de Kevin Levrone, considerado um dos melhores fisiculturistas da década de 1990, e, claro, Arnold Schwarzenegger, sete vezes Mr. Olympia e cujos treinos, válidos ainda hoje, o transformaram no maior de todos os tempos.
O custo para viver a experiência de vida saudável através deste treinamento especializado varia em razão de uma série de fatores. Quem deseja fazer o trabalho em uma academia de alto padrão certamente vai pagar mais caro. Também a despesa é maior ao se "customizar" a atividade junto ao personal. Há quem queira treinar todos os dias, ou incluir o sábado, domingo, feriado, escolher horários especiais, conforme a sua necessidade. Existem, porém, formatos mais econômicos que permitem um investimento ao alcance de qualquer pessoa, com uma renda salarial apenas "razoável".
Nada impede que se consiga atingir bons resultados com o treinamento tradicional das academias, em que um instrutor atende a vários alunos. Mas, avalia Gil, quando é possível a contratação de um personal, a aplicação dos exercícios tem uma resposta mais rápida e até mesmo de melhor qualidade. "Ao trabalharmos com uma determinada aluna, a estratégia é mais bem elaborada e a chance de erros é muito baixa, uma vez que o cuidado é praticamente em tempo integral. Estudamos e avaliamos o cliente todos os dias", registra.
Lidar com a vaidade das pessoas, na atividade que Gil desenvolve, não é tarefa fácil para nenhum personal que atua neste segmento. Afinal, algumas delas, especialmente as muito jovens, são ansiosas mais por aprimorar a estética do que propriamente atingir uma boa saúde. Segundo ele, já foi mais estressante enfrentar o desejo e a pressa de suas clientes por resultados. Hoje em dia, assinala, a conscientização é bem maior, todos tem acesso às informações na internet, há pesquisadores, gente capacitada, que esclarece a este respeito. Passaram a entender que não se trata de "passe de mágica e que avançar depende muito mais delas mesmas do que de nós".
CARGA PESADA: "RESPIRO ISTO 24 HORAS POR DIA"
Intervalo para o personal trainer, enquanto aguarda a próxima aluna, em uma das academias onde atua
O sonho de Gil era ser jogador de futebol, de fato, mas acredita que não tinha força de vontade suficiente nem a disciplina (foco nos treinamentos) para chegar ao profissionalismo nessa área. Frustrada essa expectativa, no entanto, revela estar "feliz e realizado" com o que faz. "Eu amo musculação, buscar a melhora da saúde das pessoas. Respiro isso 24 horas por dia. Agradeço a Deus por ter me dado esse dom". Ele parece mesmo ser um predestinado a esta atividade, mas não se acomoda pelo fato de estar vivendo um bom momento na carreira. A sua rotina de estudos é pesada. São quatro horas por dia, principalmente à noite.
Quando não está trabalhando, dedica a maior parte do seu tempo à leitura ou participando de cursos virtuais para melhor capacitar-se em posturologia, anatomia, fisiologia do exercício e comportamento humano, alguns dos temas mais presentes na literatura a que ele se dedica. É uma área muito complexa, em que os estudos são atualizados muito rapidamente. Entre 2013 e 2018, diz o personal serrinhense, houve mais estudos científicos neste segmento da saúde do que nos últimos 100 anos. "Temos que estar muito atentos, pois todo dia surge uma novidade e precisamos estar conectados com o que acontece não apenas no Brasil, mas mundo afora", preconiza. É um investimento de tempo que lhe custa muito, mas garante, vale à pena, "afinal o aprender não para nunca".
A rotina diária de trabalho é intensa, de segunda a sexta. Seu primeiro aluno começa a treinar às 5 horas da manhã, o que significa que Gil deve acordar por volta das 4 horas. Tem compromissos até 11. Após pausa para o almoço, tudo começa de novo às 14 horas e segue até às 20. "O tempo para descanso é muito pouco, mas quando se ama o que faz, tudo vale à pena", ele diz. No entanto, planeja reduzir um pouco esta carga, pois o objetivo é apresentar-se sempre "inteiro" para as suas clientes.
TREINO EM CASA: MELHOR MANTER ORIENTAÇÃO
A pandemia de coronavírus, desde março do ano passado, impactou bastante a economia em todo o país, atingindo em cheio as academias de musculação e, consequentemente, o trabalho do personal trainer. "A queda foi violenta, no início", diz Gil. Nos últimos meses, com a liberação mediante restrições, "está melhorando muito rápido e acredito que o setor já se recuperou em pelo menos 50%". Os municípios, em princípio, suspenderam o funcionamento das academias e de atividade física em grupo, em razão da crise sanitária, o que já está liberado, com restrições e protocolos.
Não há, em seu ponto de vista, a necessidade de interromper o direito ao treinamento, devido ao risco de infecção por Covid-19, desde que os ambientes cumpram, rigorosamente, os cuidados de higienização e sejam fiscalizados quanto às normas de segurança junto ao seu público. Ele lembra que os estudos indicam uma redução de 98% na ameaça de internamento para quem pratica uma atividade física regular. A máscara e o álcool em gel passaram a ser obrigatórios, do início ao final das atividades.
Além desses produtos, a prevenção também passa por reduzir o contato físico entre aluno e instrutor, que deve sempre que possível orientar a uma certa distância, recomenda. Alerta para a necessidade de uma boa alimentação e exposição ao sol no mínimo três vezes por semana, receitas para melhorar a imunidade. Para quem decidiu abandonar a academia e o seu treinador, em razão da pandemia ou da crise econômica e passou a treinar em casa - alguns até adquiriram equipamentos - ele diz que o ideal seria, de alguma forma, manter a orientação de um profissional de educação física. Afinal, o risco de uma lesão, para quem treina sozinho, é consideravelmente mais elevado.
ROCK, FUTEBOL E O NETO HEITOR, AS DIVERSÕES
Ao lado de Marília, sua filha, comemorando o aniversário de Heitor, neto e grande xodó do jovem vovô
Como ninguém é de ferro, Gil separa, sim, um tempo, para ouvir música.
"Sou de uma família completamente apaixonada (por música). Então em
meus momentos de folga, principalmente nos fins de semana, sempre
reservo um tempo para ouvir". Ele é fã do rock pesado (heavy metal), mas
não radicaliza. Eclético, também curte o pop rock nacional e
internacional dos anos 70 e 80. Gosta de filmes e navega pelos
documentários religiosos e científicos. Aprecia o estudo dedicado a
"decifrar os grandes mistérios da vida". E como não poderia deixar de
ser, assiste muito futebol, que se encontra na lista de suas principais
diversões, preferencialmente o seu Vitória e as grandes ligas europeias.
Afora tudo isto, e acima de tudo, encontra-se o netinho de
quatro anos. Sim, Gil é avô precoce, com seus 41 anos de idade a
completar em outubro próximo e atingiu um certo nível de maturidade bem
antes dos outros mortais. Foi pai aos 20 anos, quando nasceu "a querida
Marília", responsável por lhe presentear com o pequeno Heitor. "Meu
xodó", diz ele, sobre o menino. Solteiro, assegura que não faz parte dos
seus planos uma "relação séria" neste momento, quando prefere
dedicar-se ao trabalho e estudos, "algo que requer muito tempo e
dedicação".
"Entendeu que tinha de correr atrás do conhecimento"
Luiz Ferreira da Silva Filho*
Tenho enorme satisfação de ver a evolução
profissional do Gil. A construção de tudo isso só foi possível porque
ele entendeu que tinha de correr atrás do estudo, do conhecimento,
através de cursos, livros e plataformas. Assim, se transformou numa
referência como treinador na cidade de Serrinha e até na Bahia. Em dois
anos, evoluiu fortemente e isso é notório nos resultados vistos nas
suas alunas. O que está conquistando é brilhante, essa performance nas
mulheres que treina. Mérito todo dele, porque não se acomodou. Então,
eu tenho muito orgulho de ter sido parte, de ter dado um empurrãozinho.
Até brinquei outro dia com ele. Falei que se eu contribuí com 1% dessa
evolução, já estou satisfeito, porque o homem engatou um foguete e nada
vai parar isso que está vivendo.
É apenas colheita dos frutos da
plantação que faz. Hoje, está trabalhando com alta performance,
entregando resultados fantásticos. Antes de estética, tenho total
certeza, proporciona saúde para essas mulheres, melhora a qualidade de
vida delas. É um trabalho que tem base teórica, forte e indispensável
aliada da prática. Não é invenção, não existe extremismo. O resultado,
não sou eu que preciso falar, pois são visíveis. Outro ponto a
destacar, no trabalho do querido treinador Gil, é a humildade. Ele não
tem vergonha de perguntar algo que quer saber. É curioso, vai atrás e
faz acontecer.
Muitas pessoas, hoje, no nosso mundo, batem no
peito e se dizem autodidatas, escondendo as referências que foram atrás.
Ele, não. Reconhece de onde veio, para onde vai. Então, sou grato por
fazer parte dessa trajetória. Meu grande amigo Gil teve atitude, para
perseguir o seu objetivo. Muitas pessoas têm acesso aos conteúdos e aos
cursos que fez, aos livros que ele lê, mas não colocam em prática o
aprendizado, não tem a atitude dele, que foi lá, tirou a camisa e falou:
espera aí, deixa eu fazer esse negócio aqui, mostrar como se faz. E
tem mostrado. Muito em breve, vai ser conhecido nacionalmente. Será
reconhecido em outros estados por esse trabalho tecnicamente impecável,
sério e humilde acima de tudo.
*Luiz Ferreira Filho é profissional de Educação Física e empresário, residente em São Paulo
"Descobriu vocação e vive melhor momento da carreira"
*Geovany Silva
Tive a honra de participar do início da trajetória do meu irmão, que começou na minha academia e sob a minha orientação. Gildeone sempre foi um rapaz muito interessado em leitura, devora livros e é um insaciável por cursos de atualização. A sua literatura, bastante diversificada, começa com a Bíblia e envereda por muitos outros temas. Ele não apenas estuda o corpo, mas também a mente, o comportamental dos indivíduos. Penso que esse seu perfil tão especial, de alguém que acessa múltiplos assuntos, faz dele um profissional diferenciado. Vive o melhor momento da carreira, após descobrir sua principal vocação. Apresenta resultados surpreendentes, com seu trabalho junto a mulheres que buscam não apenas uma melhor estética corporal , mas principalmente bem-estar.
É um orgulho, evidente, ter contribuído para que Serrinha, hoje, possa contar com um treinador de tamanha qualidade. Creio que a cidade precisa valorizar mais os seus talentos. Gildeone é daqui, nasceu aqui e deve ter o devido reconhecimento por parte da sociedade. Quem desejar saber o tamanho da importância do que ele faz na vida de várias pessoas, basta ouvi-las. O seu conhecimento pode e deve ser melhor aproveitado, quem sabe através de políticas públicas que possam fazer chegar até os mais carentes, aqueles que não podem pagar pelo seu serviço, todas essas possibilidades de vida mais saudável.
*Geovany Silva, profissional da Educação Física, reside em Serrinha. É diretor do GTraynner Studio desde 1996 e foi o primeiro orientador do irmão Gil
"Resultados vão além da estética. É meu personal há uma década"
*Juliana Araújo, 36 anos, professora
Eu o conheço desde a infância, pois éramos vizinhos. Comecei a treinar com ele na academia do seu irmão, Geovany. Gil é meu personal há pelo menos 10 anos. Sinto-me extremamente satisfeita com os resultados obtidos, que vão além da questão estética. Estão centrados principalmente no bem-estar e significaram, para mim, a redução, ou melhor, o fim das dores na coluna causadas por problemas como escoliose e hiperlordose. É um profissional que busca atualização constante, sedento pelo conhecimento e que ama o que faz. Isto fica nítido nos treinos, na orientação e na prática. A busca pela perfeição na postura, na mobilidade e posicionamento do corpo, durante os treinos é uma marca dele, assim como as explicações claras no que tange ao fundamento e objetivo de cada exercício.
Sem dúvida, um profissional de excelência e tudo isso em função de não se permitir estagnar, de saber que toda a potência em seu labor profissional acontece por estar sempre um passo à frente na busca por se qualificar cada vez mais. Sou a aluna mais antiga de Gil e indico o trabalho dele, sempre, pelo profissionalismo, seriedade e respeito que tem pelo que faz. Num ambiente onde o uso de drogas para atingir resultados ligados à hipertrofia é algo comum, ele permanece pregando o consumo de alimentos saudáveis como forma de conquistar o melhor condicionamento. A preocupação dele vai além da questão física, perpassa pelos aspectos emocionais e psíquicos, uma vez que, na metodologia que implementa, entende o ser de forma holística, corpo e mente integrados.
É comum, nos treinos, ele inserir sessões de relaxamento e meditação, demonstrando que trabalhar o corpo é pensar no ser humano em sua plenitude. Hoje, estou vivendo o puerpério, o amamento. Tenho uma vida profissional intensa. Mesmo com tudo isso venho obtendo resultados fantásticos, sem uso de suplementos alimentares, apenas focando em uma dieta saudável e na disciplina em executar os protocolos de treinos desenvolvidos por Gil. Estou muito satisfeita e ainda tenho a ousadia de dizer que talvez eu esteja em minha melhor forma, pensando nesta década inteira de atividades. E isto graças a uma organização de treino, personalizada, com cadência e intensidade definidas a partir de avaliações periódicas. Reafirmo o quão satisfeita estou com o acompanhamento e orientação feita por Gil e espero permanecer ainda durante muito tempo sendo sua aluna.
"Tem um olhar cuidadoso para cada músculo"
Layla Teixeira da Silva, 21 anos, estudante do 7º semestre de Direito
Por volta de setembro do ano de 2020, sentí a necessidade de buscar um profissional que pudesse me auxiliar nos treinos, me impulsionando a ter mais disciplina e compromisso com a academia e com o meu corpo. Nesse momento eu já havia visto alguns resultados de outras alunas de Gil e decidi entrar em contato com ele. Então me tornei aluna dele há aproximadamente sete meses e só tenho elogios. Enxergou de forma minuciosa meus problemas posturais e se compromete diariamente a corrigi-los através de técnicas como liberação e alongamentos.
Além disso tem um olhar muito cuidadoso para cada músculo do corpo se preocupando em tornar o físico harmonioso, identificando de maneira específica o que precisa ser trabalhada. Ele entende que a necessidade de cada aluna é diferente e por esse motivo o treino é completamente individualizado. No meu caso, tive resultados incríveis de correção postural, assim como de humor, pois treino para mim se tornou uma terapia e o resultado estético é apenas uma maravilhosa consequência. É um profissional completo. Não à toa, muitas pessoas aguardam uma vaga para fazer parte desse time.
"Tem muito a conquistar e a servir"
Gildo Silva, guitarrista, irmão de Gil
Temos, eu e Gildeone, muita coisa em comum. Mas, certamente, a música é a mais forte das nossas características e o que mais nos torna parecidos. Gostamos praticamente dos mesmos gêneros e de cada 10 mensagens que trocamos, metade é sobre rock. Morador aqui de Teofilândia, esta cidade irmã da minha terra natal Serrinha, acompanho muito de perto esse processo evolutivo dele, na profissão que abraçou. Ainda é tudo muito difícil, a remuneração está longe de corresponder à importância do seu trabalho. Principalmente em tempos de pandemia, com as complicações econômicas que temos enfrentado em nosso país. Mas, mesmo em meio à crise sanitária, ele está firme, com os cuidados devidos, atendendo às suas alunas, que perseguem melhor qualidade de vida.
Vejo com os olhos emocionados, seu crescimento profissional, o reconhecimento das alunas e até dos colegas dele mais graduados, que o incentivam e nos quais ele se espelha. Minha mulher (a bancária Vânia de Jesus Oliveira) é mais um exemplo bem sucedido do seu trabalho. É com ele que ela treina desde o ano passado, através da Internet. Sinto que este é apenas o início de uma promissora fase. Gil tem muito a conquistar e a servir. Vai proporcionar, com esta sua obsessão pela qualidade, até perfeccionismo, uma mudança positiva nos hábitos de muitas pessoas. E isto, por si, já justificará esta sua passagem pelo nosso mundo, que espero seja duradoura. Afinal, todos aqui viemos para cumprir uma missão que possa impactar, para o bem, a vida do próximo. É o que Gildeone vem buscando honrar.
Poder público deve observar 'Gildeones' serrinhenses
*Valdomiro Silva, jornalista, é irmão de Gil
Fiz este trabalho jornalístico com muito prazer e profundo orgulho. Ao dialogar com as alunas de Gildeone e com alguns dos seus mentores para a elaboração do pequeno documentário em texto, percebi o tamanho do progresso que o meu irmão mais novo, entre os homens, conseguiu atingir profissionalmente. Já imaginava que algo especial se passava em sua carreira, percebendo o quanto se interessa pela literatura relacionada com a sua atividade. Me impressiona a dedicação com suas clientes, a responsabilidade nos horários, a vibração com que celebra cada resultado discretamente postado nas redes sociais, características de quem realmente está no lugar certo, na hora certa, atendendo às pessoas certas.
Neste país de desigualdades e de absoluta inversão de valores, onde um vencedor de Big Brother Brasil é remunerado em milhões para simplesmente permitir que bisbilhotem por algumas semanas a sua vida dentro de uma espécie de "motel de luxo", é uma pena constatar que o trabalho de um profissional de educação física capaz de ajudar a tantas pessoas conquistar vida saudável passa praticamente despercebido. O objetivo desta reportagem não é apenas o de homenagear a Gildeone e a sua sensacional experiência em levar novos e exitosos hábitos para mulheres, reduzindo e até encerrando dores localizadas que prejudicam a sua qualidade de vida.
É também mostrar ao poder municipal serrinhense que há muitos "Gildeones" na sua cidade realizando trabalhos semelhantes e que devem ser reconhecidos. A valorização e o reconhecimento destes profissionais podem ser poderosos aliados em um projeto futuro voltado a ampliar as possibilidades de inclusão da parcela menos favorecida do seu povo em programas esportivos que vão além do futebol - por vezes única atividade visível aos gestores, embora de resultados duvidosos quando se pensa em saúde pública de verdade e uma inspiração bastante suspeita para a juventude.
"Quanto mais vidas saudáveis, menos pessoas enfermas"
*José Ribeiro, radialista, é irmão de Gil
Ouço nas ruas, por onde caminho muito todos os dias, comentários sobre o trabalho que o meu irmão Gildeone vem realizando. É claro que me enche de orgulho, o que as pessoas dizem de sua capacidade, dedicação e honestidade com que treina mulheres, seu público-alvo no momento. Vejo que desenvolveu uma metodologia diferenciada de tratar a atividade física delas, que vem dando certo e garantindo bons resultados. Uma pena, que em Serrinha, a nossa cidade, seja tão difícil o reconhecimento e a valorização dos bons profissionais.
Por aqui, o ditado popular de que "santo de casa não faz milagre" parece ser mais forte do que em outros lugares. Mas não devemos perder jamais a esperança. De nossa parte, devemos incentivá-lo a cada vez mais estudar, se especializar e elevar a qualidade do serviço de excelência que muitos dizem ele já vem fazendo. Só tem a ganhar as suas alunas e também o município, pois quanto mais vidas saudáveis, menos pessoas adoentadas e gastos com enfermos tem o poder público.
"Corpo mais esbelto e tratamento contra dores"
Gisele Silva, Pedagoga, irmã de Gil
Somos uma família de uma diversidade profissional muito interessante. Tivemos violeiro (meu pai) e temos radialistas-jornalistas, instrutores de atividade física, doméstica (minha mãe) músico e pedagoga - eu mesma. Acompanho Gildeone, em seus primórdios, de uma distância menor que os outros quatro irmãos, provavelmente, pois sou a mais nova e, ele, logo depois de mim. Então, nós dois vivemos debaixo do mesmo teto por mais tempo que os demais. Se Gildo e ele dividem a música como o principal assunto, nós dois compartilhamos mais os livros e documentários de televisão.
Gildeone levou para a academia de musculação, em Serrinha, muito dos conteúdos que ele obteve ao longo de sua trajetória já de duas décadas de atividade, mas principalmente deste seu período mais recente, em que desenvolveu técnicas inovadoras de treinar mulheres, não apenas deixando-as com o corpo mais esbelto, mas sobretudo tratando de algumas de dores nos músculos, na coluna e tantas outras. Para nós, seus irmãos, é incrível observar a alegria com que ele nos envia no grupo de zap da família o antes e o depois de suas alunas. Mesmo que não estejamos frente a frente, sentimos o brilho dos seus olhos, que irradiam felicidade. Só temos a agradecer a Deus, pelas bênçãos que tem derramado sobre a sua vida. Texto:Jornalista Valdomiro Silva