Um dos responsáveis por denunciar que o governo federal sabia das suspeitas de corrupção no contrato da vacina Covaxin, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) diz que não gravou seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou ter alertado pessoalmente o presidente, ouvindo em resposta que o culpado seria o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros.
No entanto, ele deixou no ar a possibilidade de seu irmão Luis Ricardo Miranda, o servidor do Ministério da Saúde que relata ter sofrido pressão atípica para aprovar o contrato, ter gravado. "Eu não estava sozinho na sala", disse. "Estava com meu irmão. E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave", argumentou o parlamentar, acrescentando o que faria no lugar: "Se fosse eu, gravaria".
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, a cúpula da Câmara, que é alinhada ao governo, ameaça levar o deputado ao Conselho de Ética caso seja confirmado que ele gravou a conversa com Bolsonaro. Na terça-feira (29), por exemplo, o deputado Daniel Silveira foi afastado do cargo por dois meses por ter gravado uma reunião de seu próprio partido, o PSL.