A quebra de sigilo bancário e fiscal de Ana Cristina Siqueira Valle em meio à investigação sobre "rachadinha" no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (RJ) atinge a época em que ela esteve casada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Justiça autorizou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) acesso aos dados bancários de Ana Cristina de maio de 2005 a maio de 2021. Ela e Bolsonaro se divorciaram em junho de 2008.
Segundo publicação do jornal Folha de S. Paulo, nos anos em que estiveram casados, abrangidos pela decisão, eles compraram cinco terrenos, uma sala comercial e uma casa na zona norte do Rio de Janeiro.
Em duas transações há indícios de uso de dinheiro vivo, modelo apontado como forma de lavagem de dinheiro na denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro.
Ainda conforme divulgado, as transações são mencionadas pela Promotoria no pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de Ana Cristina. Assessora parlamentar, ela é investigada pelo MP-RJ sob suspeita de ser a operadora do esquema de "rachadinha" no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal.
Ana Cristina foi chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e 2008, e manteve sete parentes nomeados no local até 2018. Atualmente ela trabalha como assessora da deputada federal Celina Leão (PP-DF).