As provas obtidas através da investigação feita pela CPI da Covid no Senado levantou informações ou provocou a abertura de pelo menos oito procedimentos em curso em seis órgãos de controle, segundo um levantamento da Folha de S. Paulo. Os trabalhos do colegiado ainda não foram finalizados. A votação relatório final está prevista para o dia 20.
Após meses de oitivas e levantamento de provas, o senador relator Renan Calheiros (MDB-AL) vai elaborar um documento onde vai listar responsáveis por crimes na pandemia, vai sugerir indiciamentos e aprofundamento de apurações e será encaminhado aos órgãos responsáveis por investigar e pedir punição na Justiça, no Congresso e nas esferas administrativas. O presidente Jair Bolsonaro será um dos responsabilizados no relatório do senador.
A reportagem da Folha destaca que a CPI avançou em diferentes frentes, acumulou um volume expressivo de documentos e conseguiu materializar provas de crimes, omissões e irregularidades no enfrentamento da pandemia. Isso levou ao uso de parte desse material pelos órgãos de controle.
Segundo o jornal, diante disso há pedidos de compartilhamento de provas feitos por instituições especialmente pelo uso indiscriminado de drogas sem eficácia para Covid-19. Entre as entidades e órgãos solicitantes estão o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que pediram documentos do caso da Prevent Senior.
No Tribunal de Contas da União (TCU), a comissão constituída para fazer uma investigação interna sobre a atuação do auditor Alexandre Figueiredo Costa Marques usou provas reunidas pela CPI. A reportagem da Folha lembra que Marques produziu um relatório que foi usado por Bolsonaro para mentir sobre o número de mortes por Covid-19. O presidente foi desmentido pelo TCU no mesmo dia e precisou recuar.
A reportagem também ressalta que o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disponibilizou no último dia 23 os documentos abertos em poder da comissão. Ele fez uma consulta à advocacia do Senado sobre a forma como deve ocorrer o compartilhamento dos dados sigilosos.