A fabricante de medicamentos Merck vai apresentar pedido de autorização de uso emergencial para a primeira pílula antiviral para tratamento da Covid-19 nos Estados Unidos. De acordo com reportagem do jornal americano The New York Times (NYT), um ensaio clínico identificou que o medicamento molnupiravir reduziu o risco de hospitalização ou morte pela metade quando administrado em pessoas do grupo de risco e no início dos sintomas.
O medicamento foi desenvolvido para impedir a replicação do coronavírus. De acordo com o NYT, o remédio é administrado em quatro cápsulas, duas vezes ao dia, durante cinco dias.
A Merck informou cientistas integrantes de um conselho independente e que estavam acompanhando os dados do estudo recomendou que o teste fosse interrompido antes do previsto, sob o argumento de que o benefício da droga para os pacientes se provou muito convincente. Segundo a reportagem, a empresa ainda sinalizou que a Food and Drug Administration, órgão americano de regulação de medicamentos, concordou com a decisão.
O estudo que mostrou a eficácia do medicamento contou com 775 voluntários nos Estados Unidos e em outros países. Para os voluntários que receberam a droga, o risco de serem hospitalizados ou morrer caiu 50%, sem quaisquer efeitos colaterais preocupantes ao comparar com aqueles que receberam pílulas de placebo, informou a empresa Merck em um comunicado à imprensa.
A reportagem traz ainda que 7% dos voluntários do grupo que recebeu o medicamento foram hospitalizados e nenhum deles morreu, em comparação com uma taxa de 14% de hospitalização e morte - incluindo oito mortes - no grupo que recebeu o placebo.
O medicamento da Merck pode se tornar o primeiro de pílulas antivirais, que, segundo os especialistas, podem oferecer uma nova ferramenta poderosa nos esforços para controlar a pandemia.