Há um ano, em 27 de abril de 2021, quando o país somava 400 mil mortos pela Covid-19, o Senado Federal instalou uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) no enfrentamento da pandemia.
O colegiado se notabilizou pelo apelo nacional, inflado pelos embates acalorados de senadores governistas e oposicionistas, e pelos indícios de irregularidades levantados.
No período em que esteve ativa, de 27 de abril a 26 de outubro do ano passado, a CPI da Covid realizou 67 sessões, das quais 66 foram dedicadas a depoimentos de investigados e testemunhas. Em números, ao todo, foram quase 22,2 mil minutos de transmissão, 251 quebras de sigilo, 1.582 requerimentos apresentados e 1.062 aprovados, que resultaram na apuração formal e sugestão de indiciamento de 78 pessoas e duas empresas.
Tanto tempo em atividade permitiu à CPI alternar seu foco por diversas vezes. Se no início o alvo era Bolsonaro, ao fim, os senadores membros da comissão se debruçaram sobre contratos com indícios fraudulentos envolvendo o Ministério da Saúde e empresas do setor privado que lucraram com a crise sanitária. Houve, ainda, investigação de agentes públicos e privados apontados como difusores da utilização de medicamentos ineficazes e tratamentos experimentais em pacientes do novo coronavírus.