A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) defendeu que o tribunal apure o custo do evento em que Jair Bolsonaro mentiu a embaixadores sobre as urnas eletrônicas. Essa cerimônia deixou o ex-presidente inelegível. Os técnicos concordaram com um pedido do Ministério Público de Contas, feito no mês passado, que pode fazer Bolsonaro ressarcir os cofres públicos.
“É possível verificar que se está diante do uso da máquina pública com desvio de finalidade, tanto pelo fato de ter havido a difusão de informações inverídicas quanto ao sistema eleitoral brasileiro, quanto pelo fato de o então presidente ter buscado se beneficiar pessoalmente”, escreveu o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.
No processo em que Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a defesa do ex-presidente subestimou o custo do evento. Alegou que o ato no Palácio da Alvorada custou apenas R$ 12 mil e foi “verdadeiramente franciscano”. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
O balanço, contudo, despreza outros gastos de dinheiro público. Apenas a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) gastou R$ 20,5 mil para transmitir ao vivo o evento com Bolsonaro e embaixadores no Alvorada, o que triplica o valor informado pelos advogados de Bolsonaro.
Além dos ataques sem provas ao sistema eleitoral, Bolsonaro usou a reunião com os embaixadores para se promover como candidato à reeleição, o que constrangeu diplomatas estrangeiros. Enquanto Bolsonaro discursava, a Presidência da República exibia vídeos do então presidente em motociatas, acenando aos seus eleitores.