De um lado, a experiência e a calma que só o tempo proporciona. Do outro, a jovialidade e a ansiedade de descobrir novas possibilidades, típicos da juventude. São com esses contrapontos que Francisco Cuoco (79), um dos atores mais renomados da TV, com mais de 60 anos de carreira, e a amada, Thaís Almeida (26), se completam e fazem da relação de quatro de anos uma constante troca de conhecimento e afeto. “Nos cuidamos muito, ou melhor, Thaís cuida mais de mim que eu dela. Ela me ajuda a ter o equilíbrio mental e físico que antes não tinha. Estamos ligados por muito amor e carinho”, emenda ele, o eterno galã de Selva de Pedra, de 1972, Pecado Capital, de 1975, e O Astro, de 1977, que já soma mais de 50 trabalhos na televisão. A diferença de idade, exatos 53 anos, não é e nunca foi uma barreira para o casal, que dá valor ao amor que o une e não às críticas. “Recebi muitas críticas, são todas tolas! A vida é improvável, imprevisível e não temos que dar ouvido aos outros e a julgamentos negativos”, dispara ele. “As críticas caem sobre mim com maior força, mas nãoligo. Sempre namorei pessoas mais velhas que eu”, aponta a estilista.
– Como se conheceram?
Cuoco – Temos um casal de amigos em comum. Eles queriam me apresentá-la, mas eu não gosto dessas situações, fico um pouco constrangido. Cheguei a pensar: ‘Isso pode ser uma grande encrenca!’. Por fim, saímos todos para jantar e, minutos depois que a conheci, perguntei: ‘Quer ser minha namorada?’ No início, eu não colocava fé, mas deu tudo certo.
Thaís – Foi tudo muito rápido entre nós. Ganhei uma bolsa para estudar cinco meses na França. Como nunca tinha saído do País, ele me ajudou com a parte burocrática. Essa aproximação, somada ao tempo que ficamos longe um do outro, nos uniu ainda mais.
Cuoco – Entravámos no skype todo dia! O retorno dela foi muito aguardado e, assim que ela voltou, começamos a morar juntos.
– Vê diferença nessa relação?
Cuoco – Vittorio Gassman, ator e diretor italiano, dizia: ‘Deveríamos ter duas vidas: uma para ensaiar, outra para viver’. Estou na segunda opção, vivendo! Thaís trouxe horizontes que eu não conhecia. Nas outras relações, eu tinha rotina, filhos pequenos e muito trabalho. Hoje, tenho ela, que está 24 horas ao meu lado, que organizou minha vida e a casa.
Thaís – Realmente, a casa dele estava um pouco desorganizada quando eu cheguei! (risos)
– Quais qualidades destacam?
Cuoco – Ela é atenciosa e capta facilmente universos desconhecidos. Ela conhece filmes e músicas de todas as décadas e me indica coisas bacanas para ver. Sua opinião é muito valiosa
para mim.
Thaís – A vitalidade dele é incrível, tem mais energia que eu! Francisco cuida e se preocupa muito com as pessoas, colocando-as em primeiro lugar. Ele é amoroso, fácil de lidar e não é exigente.
– Thaís trouxe jovialidade...
Cuoco – A vida não para nunca! O passado é referência, mas não fico olhando para trás, por isso, tenho esse espírito! Sem dúvida, Thaís agregou mais disposição em mim. Ela cozinha bem, de forma saudável, e me incentiva a fazer exercícios. Como não mudar?
– Falam de casar e ter filhos?
Thaís – Nunca quis ter filhos. Confesso que, às vezes, me vejo vestida de noiva, mas um papel não muda em nada nosso amor.
Cuoco – Sou pai de Tatiana, Rodrigo e Diogo, da união a Gina, e já passei meus bens no nome deles. Entretanto, me preocupo com Thaís, ela é mais jovem que eu e a vida segue um curso natural. Mas combinamos que nossa filosofia, agora, é curtir o presente.
– Fora a idade, há diferenças ?
Cuoco – Thaís é séria e tímida, já eu, brincalhão. Temos briguinhas, mas são raras. O único medo nessas horas é o de ficar chato e caduco! (risos)
– Se vê galã?
Cuoco – As pessoas tiram fotos comigo, pois a imagem da TV é forte. É gratificante, mas sei que não posso fazer os papéis que Thiago Lacerda faz! Não importa a idade, o ator sempre terá trabalho. Pela frente, tenho o filmeBeleza e o seriado Doce de Mãe, da Globo, sem data marcada.
– Como foi construir 60 anos de carreira e ser referência?
Cuoco – Sou muito homenageado, mas não tiro os pés do chão. A vida é efêmera, passa rápido. Para que viver de confetes?