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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

‘Se tem 1% que comete desvios, vamos atrás e demiti-los', diz Maurício sobre excessos da PM

Na linha de frente da Secretaria de Segurança Pública desde o início do governo petista na Bahia – foram quatro anos na chefia da Inteligência e titular da pasta nos outros quatros anos – Maurício Barbosa permanece em seu cargo na gestão do governador Rui Costa com desafios constantes, gerados, pela “dinâmica da criminalidade”. Um deles, afirma o secretário, policial federal com mais de 15 anos de carreira, é a luta entre reduzir a sensação de insegurança da população.  “É uma luta que eu digo que é cotidiana, porque você competir com notícias negativas todos os dias, que são notícias que ganham as manchetes dos jornais todos os dias, até pelo impacto que isso causa. Hoje, diferentemente do que nós tínhamos dez anos atrás, um fato criminoso é repetido dez vezes”, aponta. Em meio à polêmica da vez, tema recorrente na imprensa baiana na última semana – a ação realizada na última sexta-feira (6) pela Rondesp Central no bairro do Cabula, um dia após a entrevista, que resultou na morte de 12 pessoas em confronto com a polícia – Barbosa trata dos investimentos em inteligência, no combate ao crime organizado, à modalidades como explosões de caixas eletrõnicos e na redução da violência policial. “Então se tem 1% que comete seus desvios de caráter, desvios de conduta, vamos atrás desse 1% e fazer questão de demiti-los de forma rápida para que nós, os policiais de bem, não sejamos tachados de criminosos, de arbitrários, por conta desse 1%”, argumenta. O secretário também reforçou que o caso Geovane e o caso Davi Fiúza, que recentemente foram temas de discussão centrais no noticiário estadual, não estão parados. “Nós já falamos isso com a família de Davi, nós estamos falando para todas as pessoas que nós podemos, até para a Anistia Internacional, nós estamos trabalhando com todas as ferramentas possíveis”, garante.

O senhor já tem algum tempo na função, agora é um novo mandato, o que mudou no perfil da segurança pública, no combate e no que é enfrentado pela secretaria? Mudaram os criminosos? Os crimes evoluíram?

É uma pergunta um pouco complexa de se responder, porque o crime é dinâmico. Ele não para – eu nunca vi alguma experiência onde se tivesse conseguido reduzir a criminalidade a um ponto de todos que trabalham em segurança ficarem confortáveis, muito pelo contrário. Acho que ano a ano há um acúmulo de coisas não resolvidas, isso de forma geral, acho que em nível nacional; e faz com que a segurança pública nacional tenha enfrentado mais desafios a cada ano. É só assistir os jornais para vermos hoje o cenário da segurança pública no Brasil. Vejo estados como Santa Catarina, que até então era um dos estados mais tranquilos no Brasil. Vejo São Paulo, Rio de Janeiro, os problemas que têm enfrentado no combate, no enfrentamento do crime organizado. E na Bahia não é diferente. O que nós vemos de diferente, posso dizer, nos últimos quatro anos para cá, é a sequência de um planejamento que nós iniciamos logo no início da minha gestão, com a criação do Pacto pela Vida, nós decidimos e achamos que a única forma de minorar os efeitos da criminalidade era se todos atuassem de forma conjunta. E aí eu incluo o Ministério Público, o Poder Judiciário, o sistema prisional, as secretarias do Estado que tem relevância com algumas temáticas que evolvem a criminalidade, e também os municípios. Se todos os sentassem no mesmo ambiente e tivessem noção dos problemas que cada um enfrentava, para poder resolver o que há de mais importante, que é a vida, todos teriam condição de ajudar a desatar esses nós. E foi isso que nós fizemos há 3 anos e meio, começamos um novo método de gestão na área de segurança, de análise dos dados, começamos a aprimorar nossos dados de segurança para termos um bom diagnóstico. Em cima desse diagnóstico, nós georreferenciamos e dividimos o estado em Áreas Integradas de Segurança Pública [Aisps] e começamos a fazer o monitoramento dos índices criminais. E nessas reuniões do Pacto, nós definimos uma série de ações e projetos que eram necessários para minorar esses efeitos. Então do Pacto pela Vida, nós temos várias ações concretas, que foram realizadas, como a criação das Bases Comunitárias de Segurança , a criação do Departamento de Homicídios. Dentro do sistema prisional, até a divisão da área prisional, que agora é conduzida evidentemente pelo secretário Nestor Duarte, saiu da Secretaria de Justiça, ganha status de secretaria, e a partir desse status, nós estamos a bem pouco tempo de inaugurar sete unidades prisionais para tirar todos os presos das delegacias. Foram uma série de ações que foram decorrentes da criação do Pacto. Nós estamos, como é um governo de continuidade, dando sequência a esses projetos que se iniciaram 3 anos e meio atrás. E aí nós temos uma gama de projetos na área de tecnologia e inteligência, que nós já vínhamos aprimorando, mas que agora em 2015 nós vamos chegar a entregar à população um projeto de construção de um Centro de Tecnologia de Operações, com investimento na ordem de R$ 250 milhões, que inclui toda a remodelação do sistema de rádio da SSP, com todo o sistema de TI [Tecnologia da Informação] da SSP. Ou seja, aquela infraestrutura que não aparece e que vai muito além das viaturas e das armas.

Também haverá mudança na questão da transparência da SSP?

Também. Nós melhoramos muito a coleta de dados. Se nós olhássemos há 10, 15 anos atrás, pegar as pessoas que trabalhavam no setor de análise e estatística da polícia, isso era feito através de planilha do Excel. Era uma forma muito arcaica de se transmitir os dados do interior, lá dos confins do nosso estado até aqui. Isso saía com atraso de sete a oito meses, e olhe lá, quando se cobrava. Até porque, naquela época, não se tinha a tônica de cobrar, quanto menos aparecesse era melhor. E com o Pacto pela Vida nós decidimos pela transparência. Tanto que é que nós fazemos reuniões quinzenais e reunião mensal na presença do governador, que é coberto pela imprensa, justamente para fazer essa divulgação desses dados e ter um verdadeiro diagnóstico, para que também nós possamos chamar as autoridades que são responsáveis pelas áreas para explicar o porquê do aumento e até o porquê da diminuição.


O senhor citou o investimento em segurança, a questão do Pacto pela Vida, mas existe uma sensação de insegurança muito grande por parte da população em geral. Qual as medidas que a SSP tem tomado para minimizar os efeitos dessa sensação de insegurança?

Eu costumo até dizer, na minha primeira reunião com a equipe – o comandante geral novo, o delegado-chefe novo – nós decidimos também que não adianta só os investimentos e as ações, sem que efetivamente nós tenhamos uma política de redução da sensação de insegurança. Porque tem ocasiões na qual temos a diminuição de índices criminais, a exemplo de 2014 para 2013, nós reduzimos 30% de roubos a coletivos. Isso foi muito pouco citado. Nós tivemos uma redução de 5% de roubos de veículos, isso foi muito pouco citado. Nós tivemos uma redução de 9% de homicídios, isso foi muito pouco citado. Ou seja, é uma luta que eu digo que é cotidiana, porque você competir com notícias negativas todos os dias, que são notícias que ganham as manchetes dos jornais todos os dias, até pelo impacto que isso causa. Hoje, diferentemente do que nós tínhamos dez anos atrás, um fato criminoso é repetido dez vezes. Hoje você acorda cinco horas da manhã, você tem o noticiário que passa o fato; 7h, você tem o noticiário que passa o mesmo fato. Você vê de 9h as 10h, às 11h, às 12h, até as 21h, sendo bombardeado com informações e notícias a respeito de segurança pública. Isso eu não falo só em âmbito nacional, mas internacional. Às vezes nós acordamos e pensamos: onde nós estamos? A gente está chegando ao fim do mundo, porque não é possível que tanta coisa aconteça ao mesmo tempo. E as notícias positivas são muito pouco exploradas. Então nós temos hoje, por meta, uma redefinição da comunicação da Secretaria de Segurança Pública. Nós fizemos muito e muita coisa não foi mostrada. Entre em nosso site e veja; nós temos uma revista que mostra todas as ações da SSP. Nós temos mais de 25 toneladas de drogas apreendidas. Nós tivemos 600 criminosos, só em ações de inteligência, presos. Nós tivemos 400 armas de grosso calibre que foram retiradas das ruas, de grosso calibre: aí inclui metralhadoras, fuzis, metralhadoras antiaéreas e explosivos. Foi mostrado isso, foi batido isso, foi dito o esforço que a secretaria tem feito ao longo dos últimos anos? Não. Isso é muito pouco explorado. Então as pessoas tem como aspecto de achar que aquele crime que aconteceu com seu vizinho ou com alguém de sua família vai acontecer consigo, e é um efeito natural. Então nós temos que trabalhar, a partir de agora, fortalecendo a comunicação; eu acho que o secretário André Curvello [titular da Secom] traz novas ferramentas, junto com nossa assessoria de comunicação, para que nós possamos estar muito próximos à população, ouvindo o que a população exige e também passando quais são os investimentos e todos os projetos que estão saindo da SSP. Como alguns projetos que visam dar um aumento na sensação de segurança, a exemplo das câmeras. Nós licitamos e estamos na fase de entrega de 600 câmeras para a cidade de Salvador. Então nós queremos explorar um projeto que é a parceria público-privada. Ou seja, a secretaria tem 600 câmeras, vamos trazer a iniciativa privada com suas câmeras, e dar visibilidade a esse sistema para que a marginalidade e a população saiba que aquela área é monitorada, o coronel Anselmo [Brandão, comandante geral da PM] conversou muito bem isso, com as áreas de identificação dizendo que aquela rua pertence à área de tal batalhão, em caso de emergência você ligue para determinado número de telefone. Ou seja, fazer com que haja uma aproximação maior da polícia e da população, e fazer com que a população encontre amparo mais rápido na polícia.


O governador discursou na Assembleia Legislativa da Bahia na última terça-feira (3) e um dos pontos que ele tocou foi o problema da insegurança no interior do estado. E ele falou inclusive que ia cobrar das instituições financeiras também uma contrapartida para que ações, principalmente explosões de caixas eletrônicos, deixem de acontecer. De modo a SSP planeja enfrentar esse problema e como incluir as instituições financeiras? Outra questão é a situação de Itabuna. A cidade, mais uma vez, apresentou índices alarmantes de criminalidade, tem o maior índice de morte de jovens no país. Como a SSP vai enfrentar esse problema, considerando inclusive que Itabuna não tem um setor de acolhimento de adolescentes.

Eu costumo falar, faço isso sempre que eu falo à imprensa, que nós temos que ser cobrados na medida das nossas possibilidades. Eu não vejo ninguém cobrando, por exemplo, o Poder Legislativo, da modificação do nosso processo penal, das nossas leis penais, para fazer frente a nova criminalidade que se apresenta. Digo porque nosso Código Penal é de 1940. Nós trabalhamos com armas e com a lei; a lei serve muito mais para aplicar a reprimenda penal do que para você conseguir recuperar infratores, mas acima de tudo para reprimir a sensação de impunidade. A sociedade, a humanidade eu digo, não é nem só a sociedade, precisa estabelecer regras de convivência. Essas regras vão sendo infrigidas todos os dias e não se tem punição. Nós temos a mesma estatísticas que mostra que determinados municípios baianos tem grandes números de homicídios – e essas estatísticas, sinceramente eu não sei em que base de dados elas se apresentam , porque no Brasil tem vários institutos que coletam dados e a gente não sabe nem de onde vem, porque não há hoje uma base de dados única, nacional, para diferenciar qual é o estado que está menor que o outro. Se compararmos São Paulo e Rio de Janeiro e Rio de Janeiro e Bahia, é a mesma coisa de comparar banana e abacaxi, porque o rio classifica seus dados de uma forma e nós classificamos nossos dados de outra. Mas sem entrar nessa seara, acho que hoje temos que trabalhar em cadeia, em série. Nós temos hoje no Brasil, da prática de um homicídio ao julgamento final, oito anos em média, para que seu autor seja levado e julgado. Em oito anos, esse mesmo autor já pode ter matado 40, 50 pessoas como nós estamos vendo nos dias de hoje. Então quer dizer, a lógica do Pacto pela Vida é essa. Nós trabalhamos, os delegados expõem suas dificuldades, e temos que trabalhar em cadeia para que essa corrente – como o governador Jaques Wagner conceituava, “corrente do bem” – trabalhe em cadeia. Exemplo: casas de acolhimento de menor infrator. Nós temos que ter unidades no interior. Porque se alguns crimes estão sendo praticados por crianças e adolescentes, não basta só fazer a apreensão desses adolescentes e depois não ter lugar para acolhê-los. Não adianta hoje você ter um sistema prisional que hoje não há o bloqueio de telefonia celular. Não adianta você prender o cidadão hoje que vai dar uma hora dentro do sistema prisional e ele está com um celular na mão. E olhe que nós fazemos batidas junto com a Secretaria de Administração Penitenciária todos os dias. E através do Pacto, nós colocamos uma lei na Assembleia Legislativa obrigando as empresas de telefonia celular a instalarem bloqueadores de sinal. A lógica é essa. Não é o Estado que tem que gastar bloqueando celular, até porque a telefonia celular é uma concessão de um serviço público. O Estado deve dizer onde ele quer esse serviço. Não é a lógica contrária. O Estado concede seus serviços e é obrigado a gastar para que esse seu serviço não seja utilizado em determinadas áreas de exclusão, como é no sistema prisional? É falar para as operadoras: “olhem, operadoras, essa área aqui, nesse quadrado, eu não quero que tenha sinal de celular”. Se nós conseguirmos silenciar hoje os presídios brasileiros, nós vamos ter uma diminuição de 60% da criminalidade. 60%. Nós estamos com uma situação em Teixeira de Freitas, como é o caso de Itabuna, já pegando a resposta para sua pergunta, de facções criminosas que operam dentro do presídio. Veja o aumento da criminalidade em áreas onde o sistema prisional se instalou. A região sul do estado é a que mais sofre com isso, a começar de Valença, passamos por Itabuna, por Ilhéus, por Jequié, por Vitória da Conquista e por Teixeira de Freitas. Veja quanto a criminalidade subiu. Desde que determinadas unidades prisionais foram para lá. Por conta de quê? Crime organizado. Quadrilhas especializadas em tráfico de drogas. Tem se aumentado muito nos últimos anos pela questão do crack. Itabuna mesmo, nós temos uma divisão lá, entre duas facções denominadas Raio A e Raio B. Nós fizemos intervenções pesadas em Itabuna, desde 2013; fazemos intervenções dentro do sistema prisional, com parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária, tiramos 300, 400 telefones celulares lá de dentro, fazíamos batidas todos os dias. Membros das facções Raio A e Raio B foram transferidos para presídios federais, mas boa parte da composição da massa de manobra dessas quadrilhas são adolescentes. Adolescentes de 16 anos, 17 anos, que matam e que morrem. Por isso volto a dizer, qual a discussão que nós temos que ter hoje, de âmbito nacional? Tudo bem que o sistema prisional não está recuperando ninguém; para alguns que conceituam que essa fórmula de se aplicar a justiça criminal não funciona, mas até hoje não inventaram uma fórmula melhor. Pelo menos, o que até hoje eu vejo não? Vi nos Estados Unidos, as pessoas tem a maior população carcerária do mundo, mas tem os melhores índices de criminalidade. O que nós precisamos fazer é com que o criminoso contumaz e perigoso fique preso. E não fique preso dois, três anos e volte a delinquir, e dentro desses dois, três anos que está preso, comandando a criminalidade de dentro da cadeia. Qual é a lógica? Qual o secretário de Segurança Pública, qual é a polícia, que vai conseguir dar conta, vamos usar uma metáfora, de um barco todo furado, que entra água todos os dias? É como se nós estivéssemos tirando a água e a água entrando. E a lógica do Pacto é essa, vamos botar o remendo onde a água está entrando. Colocamos uma lei na Assemebleia, já foi aprovada, estamos finalizando o período de vacatio legis [vacância da lei, prazo que a norma tem para entrar em vigor] para a aplicação da lei em cima das operadoras; estamos construindo novas unidades prisionais, retirando presos das delegacias; aumentando o rigor dessas unidades prisionais; aumentando o efetivo policial, que é fundamental para o exercício da atividade policial. Agora também fazendo com que o Judiciário tenha maior estrutura.

E esse centro de acolhimento de menores em Itabuna tem um prazo para ficar pronto?

Não compete a minha área, não compete a área da secretaria. Isso está sob a égide da Secretaria de Desenvolvimento Social. E a gente também cobra, incentiva a criação dessas unidades. Vitória da Conquista sofre muito com isso. Tem alguns casos em que os adolescentes são apreendidos e no dia seguinte são colocados em liberdade. Isso aumenta muito a sensação de insegurança, porque o adolescente que pratica 30 furtos, ou 30 roubos, um dia está preso, no outro dia está na rua. E a sociedade, a comunidade, não vai em cima do parlamentar, que não atualizou as leis; ou do Judiciário, que tem lá seus excessos de processo; vai em cima da polícia.


E a questão dos caixas eletrônicos? Os bancos tem que participar?

Da mesma forma. E aí eu pego sua pergunta e ela é muito interessante. Não sei se vocês assistiram o “Bom Dia Brasil”, nesses dois últimos dias. Se não, pegue o Bom dia Brasil de ontem [04/02] e de hoje [05/02]. Eles dedicaram quase 15 minutos para falar de estouro de caixas eletrônicos no Brasil. E aí pegaram São Paulo e Ceará e uma ponta em São Luís, no Maranhão. Nós estamos com o crescimento, esse aqui são os dados, eu até pedi que fizéssemos para mostrar ao governador. Modalidade “arrombamento de terminal de autoatendimento”: em 2012, 177; em 2013, 197; em 2014, 228. Esse ano, nós estamos com uma diminuição de 40% apesar dos estouros estarem acontecendo. No interior, houve um crescimento de quase 35%, até porque são as regiões mais vulneráveis, pela ausência de um efetivo condizente. E o que aconteceu com esse fenômeno criminal? Houve uma diminuição de 60% da modalidade que era chamada de “novo cangaço”, que eles entravam na cidade, durante o dia, fechava a cidade. Nós fizemos reuniões com os bancos e adotamos algumas medidas, a exemplo: o tempo de retardo do cofre, ou seja, a partir do momento que o gerente digita a senha, o cofre só abre 15 minutos depois, isso se chama tempo de retardo. Saímos de 15 minutos e passamos para 30. Ou seja, o gerente precisa digitar a senha, depois de 30 minutos o cofre abre. O que começou a acontecer? Com a melhor distribuição da polícia da Caatinga [Companhia Independente de Policiamento Especializado/Caatinga], em 30 minutos nós conseguimos chegar dentro das cidades. A companhia da Caatinga ficava a 80 quilômetros no máximo de uma série de cidades no entorno. Dava tempo e a quadrilha ficava muito exposta. E começou-se a fazer a redução, a perseguição, a prisão, e alguns desses criminosos passaram a morrer em confronto com a polícia. O que eles descobriram? É por isso que eu falo da dinâmica do crime. O criminoso quando é preso e condenado, ele vai procurar outra modalidade criminosa onde ele consiga ter o lucro e onde ele consiga, primeiramente, a facilidade. Ele não quer se expor, não tem essa mente de querer bater de frente com a polícia em uma ação criminal. Estouro de caixa eletrônico se dá entre 2h e 4h, em cidades do interior, onde o efetivo é de dois ou três policiais. Chegam oito pessoas armadas, conseguem colocar o explosivo, que o Brasil não se tem nenhum controle, e em 5, 6 minutos, ele consegue levar determinada quantia. Às vezes chega a ser até mais lucrativo você explodir três terminais de autoatendimento do que fazer um assalto a um cofre de uma agência. Os bancos começaram a diminuir os valores depois de cobranças da própria SSP, só que nós estamos a quatro anos discutindo com os bancos o porquê da não-instalação de equipamentos que fazem a inutilização de cédulas. Já há dispositivos hoje sendo utilizados em outros países que a partir do momento que o caixa é violado, ele incinera as notas, joga gás dentro da agência, impossibilitando a visibilidade no interior da agência; o tingimento das cédulas.

Porque não aceleraram isso ainda?

Aceleraram, mas nós estamos há quatro anos fazendo termos de compromisso, termos de ajustamento de conduta (TACs), os bancos não cumprem. Os bancos não fazem. Nós reunimos todos os secretários de segurança pública no ano passado, isso foi em junho, ou em julho, estando o ministro da Justiça para fizessem gestões junto à Febraban [Federação Brasileira de Bancos] porque essa modalidade cresceu assustadoramente no Brasil inteiro. No Brasil inteiro, não existe um estado no país hoje que não tem explosão de caixas eletrônicos. Só um exemplo da facilidade com que se utilizam os explosivos: nós tínhamos, anteontem, um caminhão com 4 toneladas – 4 toneladas! – de explosivos sumido. Botamos toda a polícia atrás e descobrimos que o cidadão parou no posto para dormir e desligou o GPS. Sem escolta, sem nada! Hoje para você comprar uma caixa de munição é uma burocracia danada, e olha que nós somos policiais. Você imagina 4 toneladas de explosivo, circulando aí nas estradas? Sem nenhuma escolta. Passamos esses dados para o governador, mais uma vez cobramos ao Ministério da Justiça e o governador agora vai entrar de cabeça nesse processo. Para dizer que nós não estamos fazendo nada, nós criamos uma força-tarefa de repressão a crimes contra instituições financeiras. Em três anos, nós tivemos 1.539 artefatos explosivos apreendidos. Armas, 279, só na mão de assaltante de banco. Quando digo armas, não é “arminha” pequena não, é fuzil, incluindo metralhadoras antiaéreas. Nos últimos três anos, pessoas presas, só em roubo a banco: 394. Pessoas que resistiram à prisão: 77 criminosos foram mortos em confronto com a polícia. Quadrilhas que foram articuladas: 49. E o estouro de caixas eletrônicos não diminui. Hoje, todos os criminosos estão se devotando a essa modalidade. Ou seja, o traficante, quando tem sua droga apreendida, ele vai tirar o prejuízo de sua droga para pagar seu fornecedor de onde? Estouro de caixas eletrônicos. Mas isso já tem sido identificado pela inteligência há três anos. Três anos que nós pegamos traficantes desenvolvendo ações de estouro de caixas eletrônicos. Para comprar droga, para financiar armamento, para diminuir seu prejuízo. Ou seja, ou os bancos adotam medidas de investimento em câmeras externas, nas áreas externas dos bancos, que façam o monitoramento dessas imagens para maior acionamento da polícia, invistam em equipamentos que inibam essa prática delituosa... Como também o governo federal coloque as empresas que trabalham com explosivos para ter um rigor maior no transporte, na guarda, na utilização. Virou hoje muito fácil, você compra uma banana de dinamite muito mais fácil do que comprar um revólver calibre 38. Vide o que nós tínhamos alguns anos atrás com a clonagem de cartão, era uma praga nacional, tinha aquele “chupa-cabra”, eles instalam aqueles equipamentos. Você não ouve mais falar disso. Porque fizeram os investimentos necessários para inibir essa modalidade. Então nós queremos que a coisa ande em conjunto.


O senhor falou sobre a aproximação das polícias Civil e Militar com a comunidade, principalmente a Polícia Militar. Em novembro do ano passado, um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que a polícia baiana, tanto civil quanto militar, matou 313 pessoas no estado, sendo 295 casos durante o serviço policial. Há também diversos relatos da população de pessoas que seriam sequestradas, desaparecidas ou mortas em operações, como os casos emblemáticos de Geovane [Mascarenhas de Santana, 22 anos, encontrado morto, esquartejado, em agosto do ano passado, após ser detido por PMs no bairro da Calçada] e de Davi Fiúza [desparecido em outubro do ano passado após ser levado por policiais, segundo relato da família], que até agora não houve nenhum retorno. O que a secretaria pretende fazer para reduzir os casos de violência policial? Como fazer com que os treinamentos de boas práticas cheguem ao operacional, a quem está na rua, no confronto? Existe algum tipo de estratégia para aumentar os mecanismos de vigilância, por exemplo, instalação de câmeras em viaturas, GPS?

Para entrar no assunto, é importante que a gente leia a análise desses institutos de cabo a rabo, porque quando nós pegamos informações compartimentadas, não conseguimos entender o todo. Eu costumo dizer que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando ele começa a ranquear os estados, e não explicar como funciona a metodologia, isso traz bastantes discrepâncias. O Fórum tem que dizer quantos estados forneceram esses dados para que eles pudessem ter um ranqueamento digno de registro. Se você pegar lá quais foram os estados que forneceram a quantidade de pessoas que morreram em confronto com a atividade policial você vai ver que vários estados nem apresentam seus dados. Então como é que podemos dizer que a Bahia é o maior? Quando você libera um estudo desses, o que sai na manchete é que a Bahia é o pior estado em termos de mortalidade em enfrentamento. Eu não digo que isso não acontece, é uma preocupação muito grande para o secretário de Segurança. Eu costumo dizer que eu quero uma polícia dura, uma polícia que combata a criminalidade, mas que não seja uma polícia arbitrária. Que não seja uma polícia criminosa. E não é a realidade da nossa polícia. Tenho 99% dos nossos policiais que são pessoas de bem, são pais e mães de família, que se devotam, apesar de todas as dificuldades, a defender a sociedade. Temos uma minoria que infelizmente deturpa a imagem, como em todas as categorias, e que, quando do cometimento de determinados crimes, precisam ter uma reprimenda muito grande. Nós fortalecemos as ações de corregedoria, nós temos cerca de 600 policiais nos últimos quatro, cinco anos. Nós passamos agora até um projeto de lei permitindo ao secretário de Segurança Pública, por delegação do governador, que instaure processo disciplinar contra policial militar, em casos de grande e extrema relevância. Isso é um grande avanço também, no que se refere à instauração e punição de policiais dentro da SSP. Boa parte das nossas viaturas, todas já tem GPS e nós fazemos o mapeamento, o controle de onde essas viaturas trafegaram. Nós estamos instalando, em 200 viaturas, um sistema de monitoramento, de câmera interna, boa parte das viaturas que estão na capital tem esse monitoramento. E com relação ao caso Geovane nós já estamos finalizando a investigação, para divulgação do resultado, com indiciamento dos prováveis autores – até porque a autoria só vai ser determinada na Justiça. E o caso Davi Fiúza da mesma forma, estamos empenhados, pedindo todas as medidas judiciais necessárias; o caso não está parado. Agora volto a dizer que tem homicídios, tem desaparecimentos; até hoje não se encontrou o corpo de Davi para nós confirmarmos que houve um homicídio. Estamos trabalhando com a pior hipótese, mas não podemos confirmar que houve um homicídio. Pode ter tido um desaparecimento, mas estamos trabalhando com a hipótese de homicídio. E o caso não está parado, nós já falamos isso com a família de Davi, nós estamos falando para todas as pessoas que nós podemos, até para a Anistia Internacional, nós estamos trabalhando com todas as ferramentas possíveis. Agora querer transformar o caso de Davi em um exemplo de omissão do Estado? Ninguém está passando a mão na cabeça de policial nenhum. Eu falo isso todos os dias nas nossas reuniões: se nós não separarmos o joio do trigo, todos nós vamos ser tachados de coniventes com práticas delituosas. Não é essa a imagem que eu quero para minha polícia. Eu bato muito nisso. Então se tem 1% que comete seus desvios de caráter, desvios de conduta, vamos atrás desse 1% e fazer questão de demiti-los de forma rápida para que nós, os policiais de bem, não sejamos tachados de  criminosos, de arbitrários, por conta desse 1%. Fonte:Bahia Noticias

‘Não vou pautar aborto nem que a vaca tussa’, diz presidente da Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou que seu foco na pauta da Casa Legislativa é analisar o pacto federativo e não temas relacionados aos Direitos Humanos, como a defesa das mulheres. Especificamente sobre os direitos dos homossexuais e da legalização do aborto, Cunha foi taxativo. "Isso é mais discurso. Para pautar um projeto, ele tem que ter apoio suficiente. Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que isso seja a agenda do País, mas não é. Não tem um projeto deles na pauta para ir à votação. Tenho que me preocupar com o que a sociedade está pedindo e não é isso. Aborto eu não vou pautar (para votação) nem que a vaca tussa. Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar", disse Cunha ao Estado de S. Paulo. De acordo com o presidente, quem discute o aborto no Congresso é uma minoria dentro do corpo de parlamentares.

OAB-BA quer ação de indenização por danos morais coletivos contra matéria do Fantástico

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), Luiz Viana, pediu providências ao Conselho Federal (CFOAB) para que possa analisar se cabe uma ação com pedido de indenização por dano moral coletivo causado à advocacia pela matéria veiculada no Fantástico, sobre a atuação irregular de advogados de Guanambi, no sudoeste do estado.

PSDB vai realizar auditoria em 12,8 mil urnas

PSDB vai realizar auditoria em 12,8 mil urnas
Foto: Max Haack/Ag. Haack/ Bahia Notícias
Uma equipe contratada pelo PSDB apresentou nesta segunda-feira (9) a técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma lista de 12,8 mil urnas eletrônicas para dar continuidade à auditoria que o partido realiza dos sistemas de votação e apuração das eleições do ano passado. Segundo o coordenador do trabalho, o advogado Flávio Henrique Pereira, foram selecionadas urnas de todas as capitais e de cidades do interior de todas as unidades da federação. De acordo com o Terra, na última semana de fevereiro, representantes do PSDB farão nova reunião no TSE para passar a captar os dados das urnas diretamente nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). A intenção, segundo Pereira, é comparar as informações passadas pelos municípios aos respectivos TREs e depois repassadas ao TSE. O PSDB já obteve as informações que foram pedidas ao TSE, que totalizam 300 gigabytes de dados. O resultado da análise, bem como a metodologia de verificação, serão mantidos em sigilo até o final da auditoria, conforme termo de compromisso assinado pelo PSDB. Segundo Pereira, ainda não há prazo para conclusão dos trabalhos. “A quantidade de informações é muito grande. As primeiras informações deram um total de 300 gigabytes. É um trabalho árduo e em razão dessa quantidade de dados é temerário fixar uma data”, afirmou.

Bancos suspendem atendimento segunda e na terça de Carnaval; atendimento se normaliza quarta

Bancos suspendem atendimento segunda e na terça de Carnaval; atendimento se normaliza quarta
Foto: Reprodução
As agências bancárias não vão funcionar na segunda (16) e na terça-feira (17) de carnaval. O atendimento será retomado na Quarta-feira de Cinzas, às 12h, segundo informações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade recomenda que, nos dias em que os bancos estiverem fechados, a população use os canais eletrônicos para realizar operações bancárias. As contas que têm vencimento durante o feriado podem ser pagas no primeiro dia útil subsequente, ou seja, na Quarta-feira de Cinzas. Mas os clientes podem agendar o pagamento, usando caixas eletrônicos, internet ou telefone, dependendo do banco.

Serrinha:Apoio das universidades fortalece luta pela UFNB


Parlamentares, prefeitos, vereadores e lideranças dos movimentos sociais lotaram, nesta sexta-feira (06), o auditório da Universidade do Estado da Bahia, em Serrinha, para a apresentação do projeto final da Universidade Federal do Nordeste da Bahia (UFNB). Reitores e representantes de instituições estaduais e federais de ensino superior também participaram do evento e firmaram seu apoio à campanha.

A atividade foi organizada pela Comissão Interterritorial, formada por representantes dos Territórios Bacia do Jacuípe, Sisal, Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte e Semiárido Nordeste II que desde o ano passado se uniram no processo de luta.

O projeto da UFNB, fruto de uma ampla participação popular, foi antecedido de 25 audiências públicas realizadas em todos os quatro territórios e contou com apoio da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Agora, o documento deverá ser encaminhado ao governador Rui Costa, ao Ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao Ministério da Educação e à presidenta Dilma. A previsão é que sejam instalados campus nas cidades de Riachão do Jacuípe, Ipirá, Alagoinhas, Esplanada, Serrinha, Santa Luz, Ribeira do Pombal/Cícero Dantas e Jeremoabo.

A deputada estadual Neusa Cadore exaltou a força do movimento. "Esse é um momento particular porque estamos dando um passo importante numa marcha da qual participam mais de 70 municípios. Somos uma região sofrida, com desafios imensos, mas estamos aqui porque o povo dessa região tem uma tradição de lutas. A luta pela terra, pela água, pela educação contextualizada, pelos direitos das mulheres", afirmou.
A parlamentar também destacou que as políticas de interiorização do ensino superior e os investimentos em educação do governo federal tem possibilitado a juventude sonhar." Nós já conquistamos água, energia, estradas e tantas outras, mas sabemos que a educação é estruturante para os nossos jovens e o desenvolvimento da nossa região", afirmou a parlamentar.

Participação - O evento contou com reitores de instituições estaduais e federais de ensino superior: Universidade do Estado da Bahia, José Bites; Universidade Federal do Nordeste da Bahia, Paulo Gabriel Nacif; Universidade Federal do Oeste da Bahia, Iracema Veloso; Universidade do Vale do São Francisco, Julian Neli; Universidade Estadual de Feira de Santana, José Carlos Barreto;  Universidade do Sudoeste da Bahia, Paulo Roberto Santos; e do Instituto Federal Baiano, Giovane Barbosa. Além destes, estiveram presentes o Pró-reitor de Graduação da Universidade Federal da Bahia, Penildon Silva; O Pró-reitor de graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz, Elias Lins; os deputados federais Afonso Florence e Moema Gramacho; os deputados estaduais Joseildo Ramos, Neusa Cadore, Fátima Nunes, Marcelino Galo e Gika.


Ascom Neusa Cadore

Secretário de Saúde visita Alagoinhas e anuncia mudanças para o Hospital Dantas Bião

Atendendo a uma reivindicação do deputado estadual Joseildo Ramos (PT), o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, visitou na manhã deste sábado (7) o Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas.

Acompanhado do superintendente da Assistência Integral à Saúde, Mateus Simões, dos vereadores Radiovaldo Costa e Luciano Sérgio, além de representantes do Conselho Municipal de Saúde e da Prefeitura Municipal, o secretário conheceu a estrutura do hospital e destacou a necessidade de mudanças na administração da unidade.

De acordo com ele, uma licitação já está em curso a fim de contratar uma nova empresa para fazer a gestão do hospital. "O Governo do Estado está tentando resolver a situação do Hospital Dantas Bião e, nesse sentido, o governador Rui Costa determinou que eu viesse aqui nesse final de semana para verificar as condições físicas do hospital e proceder, com celeridade, o processo de transição para uma nova organização social que virá dentro dos próximos meses para administrar o Dantas Bião", destacou.

Impossibilitado de acompanhar o secretário devido a uma agenda com o governador Rui Costa em Conde, Joseildo comemorou a iniciativa da SESAB. "Estivemos com o secretário há menos de um mês e hoje ele veio conhecer de perto a realidade do hospital.

 Essa é uma prioridade do nosso mandato e do governador, que tem mostrado preocupação e compromisso com Alagoinhas e região". Além de assegurar a mudança da administração do hospital, o secretário se comprometeu em analisar a proposta de ampliação da unidade, além da implantação do setor de neurocirurgia, que já havia sido assegurada pelo ex-secretário.

Assembleia Legislativa da Bahia

Deputado Joseildo Ramos (PT)
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

Datafolha: 65% apoiam racionamento de energia no país

SÃO PAULO - Diante das crises hídrica e de energia no país, a maioria dos brasileiros apoia um rodízio de água e um racionamento de luz, revela pesquisa Datafolha, publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. O levantamento mostra que 65% querem adoção imediata sobre a implantação de racionamento de luz e 27% acham que ainda não é hora. Na Grande São Paulo, 60% querem um rodízio de água e 30% são contra.

A falta de luz afetou 39% das casas dos brasileiros e, de acordo com a pesquisa, o problema durou 2,9 dias. E 94% dos brasileiros sabem que os reservatórios de água que abastecem a população e geram energia estão comprometidos por falta de chuva.

Segundo o Datafolha, quase um terço acredita que o culpado pela crise de energia é o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em São Paulo, percentual semelhante, aponta o governo estadual como responsável pela escassez de água: 37%. Para 20%, a população é culpada. Neste domingo, o nível do Sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, era de 5,7%.

A pesquisa mostra ainda que 71% dos paulistanos disseram que ficaram sem água em suas casas nos últimos 30 dias. Para 76%, a crise hídrica será duradoura. Em outubro do ano passado, o índice dos moradores que tinham ficado sem água era menor: 60%. Já em todo o estado, o percentual dos que estiveram com as torneiras secas foi de 44%.

27% MUDARIAM DE SÃO PAULO

Entre os paulistanos, 27% planejam mudar de cidade caso a crise hídrica piorar. Na região metropolitana, 96% tomam banhos mais rápidos e metade da população diz que conseguiu economizar água. Também em São Paulo, dos 69% que têm carro, 64% já não lavam mais os veículos. No entanto, 5% não mudaram de hábito. A máquina de lavar roupa não tem sido usada por 38%, segundo o Datafolha.

O levantamento foi feito com 4 mil pessoas, em 188 cidades brasileiras, entre os dias 3 e 5 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.Fonte:MSN

Veja:Os pobres e os nordestinos começam a se libertar em massa do governo do PT

Dilma Rousseff talvez se agarre a um fio de esperança. Caso alguns boatos que andam na praça se transformem em fatos, a Operação Lava Jato, que devasta o PT, causará sérios abalos em outras legendas, inclusive de oposição. Nessa hipótese, o peso sobre os ombros presidenciais diminuiria, e Dilma tentaria se apresentar como fiadora da investigação, “doa a quem doer”. Ou por outra: se o escândalo for jogado no ventilador, todos procurarão se salvar, e ninguém vai para a guilhotina. Mas notem: isso só impediria que Dilma tivesse a cabeça cortada. Recuperar o prestígio é coisa bem distinta. A razão é simples: os nordestinos e os pobres começaram a abandonar o governo.

Para lembrar: segundo pesquisa Datafolha publicada no domingo, o brasileiro atribui à presidente nota vermelha: 4,8. Não dá para passar de ano. Hoje, não seria reeleita. Se ela não tomar cuidado, será tragada pela crise. Em dois meses, caíram de 42% para 23% os que dizem que seu governo é ótimo ou bom, e dispararam de 24% para 44% os que afirmam ser ele “ruim ou péssimo”, uma movimentação negativa de 39 pontos. Para onde quer que se olhe, o quadro é desanimador para a presidente. Acabou a condescendência: 47% dizem que ela é desonesta, e 54% a veem como falsa. Sessenta por cento acham que ela mentiu na campanha: 46% sustentam que falou mais mentiras do que verdades; para 14%, só mentiras. O escândalo da Petrobras corrói a sua credibilidade.

Nada menos de 77% dizem que ela sabia do escândalo: para 52%, sabia e deixou rolar solto; para 25%, sabia e não tinha como evitá-lo. Tomaram conhecimento das lambanças da Petrobras 86% dos entrevistados. Pois é… Eis aí um caso que, como se diz, “pegou”. Para 82%, a corrupção prejudica a estatal.

O estelionato eleitoral praticado por Dilma — aquele negado por João Santana — pesa na sua reputação. Ora, quem a viu elevar juros e tarifas, num cenário de inflação acima da meta, e botar freio no seguro-desemprego tem motivos objetivos para considerá-la falsa, não é?

É o pior desempenho de Dilma, superando em muito o de junho do ano passado. Daquela vez, chegaram a 33% os que consideravam seu governo “ótimo ou bom”; agora, só 23%. Naquele mês, obteve seu recorde de “ruim e péssimo”: 28%; agora, 44%.


Entre os que recebem até dois mínimos, o auge do “ruim e péssimo” da presidente havia se verificado em julho do ano passado: 23%; agora, são 36%. Nesse grupo, a categoria “ótimo e bom” nunca havia sido inferior a 38%; agora, está em apenas 27%. O mesmo se verifica com os que recebem entre dois e cinco mínimos: o máximo atingido de “ruim/péssimo” era 30%; agora, está em 46%. O menor índice de ótimo/bom era 29%; hoje, 21%.

Em suma, a adesão dos pobres e dos nordestinos ao governo Dilma despencou. Essas sempre foram as suas fortalezas.

E aí a coisa pega, não é? A economia brasileira certamente entrará em recessão neste ano. Em momentos assim, é evidente, os pobres sempre sofrem mais. E, para o ano que vem, projeta-se um crescimento medíocre. O pessimismo é grande: 81% acham que a inflação vai aumentar; 62% acham que crescerá o desemprego, e 55% consideram que a economia vai piorar. A atuação do governo na economia é vista como ruim ou péssima por 43%, e 46% anunciam a disposição de consumir menos.

Muito bem, dados esses números, fico cá pensando naquela foto que ganhou o país, em que Dilma, Lula e Rui Falcão aparecem soprando as velinhas dos 35 anos do PT. Na plateia, estava ninguém menos do que João Vaccari Neto. Na foto, também se destaca a figura do deputado José Nobre (PT-CE), irmão do mensaleiro José Genoino e atual líder do governo na Câmara. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, um assessor de Nobre, um pobre diabo, foi preso transportando R$ 200 mil em dinheiro vivo numa valise e US$ 100 mil na cueca.Fonte:Blog -Reinaldo Azevedo(Foto)

Juiz será investigado pelo MP por fingir sequestro em dia de diplomação de prefeito de Coribe

Juiz será investigado pelo MP por fingir sequestro em dia de diplomação de prefeito de Coribe
Juiz Sérgio Rocha Pinheiro Heathrow já foi aposentado pelo TJ | Foto: Reprodução
O juiz aposentado compulsoriamente Sérgio Luis Rocha Pinheiro Heathrow será investigado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por ter simulado um sequestro bem no dia em que teria que diplomar o prefeito eleito da cidade de Coribe, no oeste baiano. O desembargador Pedro Guerra, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), relator da ação contra o magistrado, negou o pedido de arquivamento da notícia crime por entender que não há hipótese de arquivamento sumário. O juiz será investigado pelo Ministério Público, ainda que a decisão de aposentá-lo compulsoriamente não tenha transitado em julgado, para perder a prerrogativa de foro privilegiado e responder pelos atos na Justiça comum. De acordo com os autos, o magistrado teria registrado uma ocorrência policial bem no dia da diplomação do prefeito Durval Barbosa Arruda, em maio de 2011. Na ocasião, ele afirmou que foi sequestrado por Alex Silveira Ledo, conhecido como “Geleia”, a mando de Jonas Jamil Lessa, marido de Ieda Maria de Almeida Lessa, oficial de Registros de Imóveis da cidade. A investigação começou a ser realizada pelo TJ-BA, por haver indícios de existência de atos ilícitos administrativos e criminais na conduta de Sérgio Luis Rocha, como denunciação caluniosa, prevista no artigo 339 do Código Penal, incompatível com o código de ética da magistratura. O juiz Almir Santos Nascimento, que realizou a oitiva das testemunhas durante a investigação, sugeriu a remessa dos autos ao Ministério Público. O relator afirma que não se pode afastar a possibilidade de formular um “juízo de maior gravidade acerca da conduta do investigado, inclusive de natureza jurídico-penal, que teria simulado ter sido vítima de um sequestro”. Sérgio Luis Rocha Pinheiro Heathrow foi condenado à aposentadoria compulsória por peculato, ao ficar com dinheiro de fiança e responde a vários processos administrativos no TJ-BA. O juiz, de forma despretensiosa, ainda tem um canal no Youtube, em que aparece fazendo dublagens de músicas como Viva Forever, das Spice Girls, e a versão de Let’s Stay Together, de Tina Tuner, interpretado por Rosana. Fonte:Bahia Noticias

Rui planeja exigir contrapartida cultural para empresas que busquem incentivos do governo

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou nesta segunda-feira (9), durante o evento de apresentação da programação do governo para o carnaval de Salvador, que pretende lançar um projeto para consolidar o Parceiros da Escola. O programa visa com que empresas privadas que venham a ter incentivos estaduais tem que investir na educação porque, no seu entender, “a educação tem que ir além dos aspectos da educação formal ou da educação profissional”. O petista também disse que encomendou ao secretário de Cultura, Jorge Portugal, um “grande projeto” de um Circuito Cultural da Bahia, para recuperar os centros culturais do estado. O governador também agradeceu ao apoio do governo federal para o Carnaval da Bahia. “Nós queremos ampliar nossa presença no Carnaval da Bahia não só pra Salvador, mas também de outras cidades do interior, como Barreiras e Porto Seguro. O Carnaval de Barreiras, além da população do oeste recebe um número gigantesco de pessoas do centro oeste do Brasil, muita gente de Goiás, muita gente de Brasília. Eu acho que temos que estimular a abertura de novos mercados no estado”, disse Rui.


Foliões poderão realizar teste rápido de HIV gratuitamente durante Carnaval de SSA

Foliões poderão realizar teste rápido de HIV gratuitamente durante Carnaval de SSA
Foto: Sesab
O lançamento oficial do Projeto Fique Sabendo, realizado na última sexta-feira (6), no Museu du Ritmo, deu início à estratégia que busca incentivar a detecção precoce de doenças sexualmente transmissíveis durante o carnaval. Com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, e dos titulares da pasta no Estado, Fábio Vilas-Boas, e no Município, José Antônio Rodrigues, além do secretário de Turismo, Nelson Pelegrino, e do músico Carlinhos Brown, foi realizada a demonstração do teste rápido, que detecta a doença por meio de análise do fluido oral. Chioro afirmou que é necessário utilizar o conceito "camisinha + teste + medicamento" para a quebra da cadeia de transmissão do HIV. "A orientação é fazer sexo seguro com camisinha, fazer o teste regularmente e, se der positivo, começar o tratamento imediato", disse. O ministro ainda lembrou que a união de esforços entre União, Estado e Município é essencial e ressaltou o apoio do Governo do Estado. "Nós temos historicamente um grande apoio do Governo da Bahia, que mobiliza suas secretarias e prefeituras. O HIV não vê cara nem local, então é preciso uma ação muito forte em todo o país. E a Bahia tem conseguido resposta positiva graças a este trabalho sério, criando uma estrutura de atendimento para as pessoas que têm HIV e é desta maneira que o Brasil vai enfrentar e ganhar a batalha da Aids". Já o secretário municipal da Saúde explicou como será o procedimento durante a campanha. "As unidades do Fique Sabendo contam com uma equipe multidisciplinar composta por infectologistas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Os usuários com sorologia positiva serão acolhidos e encaminhados para uma das unidades de referência da rede municipal onde receberão todo o suporte necessário para o tratamento, inclusive, com a dispensa dos medicamentos retrovirais totalmente gratuitos", declarou. Entre os dias 14 e 17, o teste será disponibilizado gratuitamente, por meio da campanha #PartiuTeste, em dois postos: na Rua Marquês de Leão, na Barra, e na Praça Municipal, no Centro Histórico.Fonte:Bahia Noticias

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Sintomas de infarto: dor no peito não é único sinal

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a causa principal. De acordo com o Datasus, agência de controle de dados do governo, foram registrados 2028 óbitos por doenças cardiovasculares no estado de São Paulo apenas no mês de agosto de 2013. A mortalidade hospitalar por infarto agudo na internação é alta, e maior quanto mais demorado o tempo entre o início dos sintomas e o atendimento final. Os fatores de risco para o infarto são obesidade, hipertensão, colesterol alto, estresse, diabetes ou infartos anteriores. Homens na meia idade e mulheres após a menopausa são os mais afetados pelo problema. 

O infarto acontece quando parte do músculo cardíaco morreu por falta de oxigênio. A nutrição do músculo é feita pelas artérias coronárias, que levam sangue e nutrientes até o coração. Se uma artéria dessas "entupir" - que ocorre quando uma placa de gordura perto da parede interna do vaso rompe - o fluxo de sangue é interrompido e aquela área entra em sofrimento (causando dor) e se esse fluxo não for reestabelecido a tempo, o tecido morre.

Identificando o infarto

A dor do IAM é uma sensação mal definida, surda, que pode se alojar em qualquer local entre o lábio inferior e a cicatriz umbilical. Ainda que a maioria das pessoas sinta dor no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço direito, vemos com muita frequência apresentações menos características. Já vi pessoas com dor no queixo, dor nas costas. As características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas de queimação ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer dor nessas regiões que se mantêm por mais de 20 minutos deve ser investigada e considerada doença grave, especialmente se associada aos seguintes sintomas:

- Vômitos; Suor frio; Fraqueza Intensa; Palpitações; Falta de ar.                                            

Na presença dessas sensações, é de extrema importância procurar ajuda no pronto socorro mais próximo em no máximo uma hora. Conforme o tempo passa a dor diminui, mas o dano torna-se mais extenso e irreversível. Após 12 horas de dor, o músculo em sofrimento já morreu quase por completo. 

Em municípios com disponibilidade de atendimento domiciliar rápido, como o excelente SAMU de São Paulo, vale a pena acioná-lo. Na ausência de uma ambulância, busque uma acompanhante que possa dirigir ou acompanhar até o medico (sempre em um hospital de emergência, para não transformar um consultório medico em uma UTI). Evite dirigir com suspeita de infarto, pois arritmias e desmaios são frequentes no inicio do quadro, colocando em risco você e os outros. Carregue consigo seus exames mais recentes, se estiverem acessíveis e não forem atrasar a sua viagem. Fique tranquilo e explique tudo ao seu acompanhante e médico, em especial a presença de alergias e doenças prévias.Fonte:MSN

Para ir a cruzeiro de Roberto, fãs cruzam país e desembolsam até R$ 40 mil


Maior ídolo pop da música brasileira, Roberto Carlos tem o poder de transformar fãs em seguidores compulsivos. Alguns, especialmente as mulheres, na casa dos 60 anos, são tão dedicados que jamais deixaram de acompanhá-lo em seu cruzeiro anual, que em 2015 chegou a 11ª edição.

Para não faltar no passeio é preciso fazer sacrifícios, como voar quase 3.000 km, brigar com namorado, faltar no aniversário da mãe e até desembolsar R$ 40 mil para curtir com a família os quatro dias de shows e overdose do autor de "Emoções" em alto-mar. Para quem gosta de verdade de Roberto Carlos, todo esforço vale a pena.

"Hoje em dia eu trabalho só para ir atrás do rei. É meu lazer. E não há preço que pague. Deus sempre me recompensa com outras coisas. Dando mais clientes, mais trabalho. Saúde. Fico fortalecida", diz a empresária Zuleica Budau, de 60 anos, dona de um salão de beleza em João Pessoa, na Paraíba.

"Sou casada há 30 anos. Quando meu marido me conheceu, eu disse que havia três coisas de que não abro mão: minha filha, minha avó, que morava comigo, e o Roberto Carlos", diz Zuleica, que, recentemente, seguiu o ídolo nos shows de Jerusalém e Las Vegas.
Mas nem sempre a relação é harmoniosa no triângulo amoroso permanente em que vive parte das fãs de Roberto Carlos. "Meu ex-marido não gostava. Brigava. Todos os meus namorados tinham ciúmes do Roberto. E sempre escuto essa mesma história das minhas clientes", diz a advogada Eduarda Guimarães, de 60 anos, que só pulou um cruzeiro, em 2014, por causa de um problema no trabalho.

Eduarda, que mora em Campinas e calcula ter ido a mais de cem shows de Roberto, dá uma justificativa simplória para a devoção, que parece estar na ponta da língua de praticamente todos os fãs -- mesmo homens.

"Pra mim, ele significa amor. Ele consegue cantar o amor em todas as nuances. Amor romântico, amor a Deus. Amor à mãe, ao pai. É tudo o que homens e mulheres gostam de ouvir e sentir. Um amor verdadeiro", completa a advogada, que acompanha o rei desde os anos 1960, época do programa "Jovem Guarda", da TV Record.

Já a produtora de edição Regina Morrone, de 65 anos, tem o privilégio de poder escolher a que evento de Roberto Carlos prefere ir.  Todos os anos, os sobrinhos disputam quem dará de presente a ela a viagem no cruzeiro MSC Preziosa ou em outros shows no Brasil. "Meus parentes sempre vão para Europa e EUA. Mas minha preferência é aqui. Prefiro estar aqui a sair do Brasil. Vale muito mais a pena pra mim. Mesmo quando é presente repetido. Não troco por nada."

O caso do médico ginecologista Alan Werneck, de 46 anos, é um pouco diferente. Dói no bolso. Mas é uma "dor" reconfortante, que fala mais alto até que compromissos familiares. "Esse ano, por exemplo, deixei de ir ao aniversário da minha mãe, que sempre faz festa no período de cruzeiros. Tenho que dar sorte", diz Werneck, que gasta anualmente até R$ 40 mil nos pacotes do cruzeiro, incluindo cabines para mulher e os dois filhos, além das diversas opções de lazer.

"Gosto do Roberto porque ele fala do romantismo do homem para mulher, não só do contrário. Minha esposa nem é aquela fã, mas eu e meu filho adoramos."

Operação Lava Jato:A boa vida dos operadores do petrolão

As cifras do maior escândalo de corrupção já descoberto no Brasil ainda causam perplexidade aos investigadores da força-tarefa montada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. O patrimônio – não declarado -- dos superfuncionários que operavam a sangria nos cofres da Petrobras permitiu uma vida cercada de luxo, comparável à de pessoas afortunadas no Brasil. Mas um trio de ex-diretores da estatal acabou fisgado pela mais bem sucedida operação da Polícia Federal da história, batizada de Lava Jato. E a riqueza da elite de dirigentes da Petrobras revelou-se ainda mais grandiosa: estimativas preliminares  apontam que o pagamento de propina em troca de contratos na petrolífera rendeu mais de 40 milhões de reais a cada um dos ex-diretores na mira da Justiça. E esse dinheiro acabou convertido em apartamentos milionários, casas de veraneio de luxo e em uma aeronave com capacidade de até nove pessoas.

Desde que a Lava Jato ganhou contornos jamais vistos nos relatos de assalto aos cofres públicos do país, um personagem chama a atenção: Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da petroleira, subordinado a Renato Duque, este indicado ao cargo pelo ex-ministro mensaleiro José Dirceu. Barusco, um personagem inicialmente considerado secundário no propinoduto, admitiu ter enviado para o exterior 97 milhões de dólares, que aceitou devolver aos cofres públicos como exigência de um acordo de delação premiada – a colaboração com as investigações lhe renderá uma punição mais branda. Antes disso, Paulo Roberto Costa, outro importante ex-dirigente da empresa, que ficou preso por seis meses, também fez um acordo e teve de devolver quase 27 milhões de dólares escondidos no exterior, embora os investigadores até hoje cogitem que ele omitiu das autoridades a posse de mais recursos.

Morador de uma mansão em São Conrado, na Zona Sul do Rio, Barusco abusou a tal ponto da roubalheira que participou da compra de um avião por 1,4 milhão de reais. Os gastos foram divididos com o operador Mário Góes, que, segundo as investigações, pagava propina para fechar contratos da Petrobras a mando de grandes empreiteiras, como UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca Engenharia e Bueno Engenharia. Registrada em nome da empresa de Góes, a aeronave Beech Aircraft, modelo 200, foi sequestrada pela Justiça para ressarcir os cofres públicos.

Barusco revelou às autoridades que escondia parte da propina de Renato Duque, o homem do PT no propinoduto da Petrobras. Mas mesmo o patrimônio oficial do ex-diretor de Serviços mostra uma vida luxuosa. Ex-morador de um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Duque chegou a ser preso no dia 14 de novembro com executivos e sócios de empreiteiras do chamado Clube do Bilhão. Conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Continua a desfrutar de uma cobertura, adquirida por 1,2 milhão de reais, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, do Rio.

Duque utilizava sua consultoria, a D3TM, na qual os filhos também eram sócios, para registrar parte dos imóveis que desfrutava. Só de empreiteiras acusadas de participar do esquema de corrupção a consultoria de Duque faturou 4,8 milhões de reais em 2013: 4,3 milhões de UTC, 300.000 da OAS e 130.000 reais da Iesa Óleo e Gás. O lobista Milton Pascowitch, operador da Engevix, também pagou 600.000 reais para o ex-diretor. Para os investigadores, os pagamentos foram recompensas por facilidades garantidas na Petrobras. Esse dinheiro não ficou parado. A empresa registrou a compra de quatro imóveis por 1,5 milhão de reais nos últimos dois anos. Como revelou VEJA, foram compradas duas salas comerciais, no Centro do Rio, de uma empresa chamada Hayley, que os investigadores suspeitam que pertencia ao lobista Fernando Soares, o Baiano – ou o operador do PMDB na roubalheira. Há suspeita de que a transferência de Baiano para Duque, concretizada em novembro de 2013, tenha sido uma operação de lavagem de dinheiro. O ex-diretor já estava instalado no local desde janeiro daquele ano. Pela empresa, Duque também adquiriu dois apartamento em Ubatuba, no litoral paulista, por 720.000 reais.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró não ficou atrás em cifras. Comprou nove imóveis em nove anos na capital fluminense e em Petrópolis, na região Serrana. As transações foram registradas em cartórios por 1,7 milhões de reais. Mas uma negociata revelada por VEJA mostra que ele também tentou esconder das autoridades um duplex de 300 metros quadrados com piscina. Ele é suspeito de ter montado uma offshore para comprar o apartamento, hoje avaliado em 7,5 milhões de reais, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Morou no imóvel por cinco anos. A operação é investigada pela Polícia Federal. Para driblar a Receita Federal, Cerveró declarava pagamentos de alugueis mensais para a offshore, como se não fosse ele o verdadeiro dono do apartamento.

Como revelou o site de VEJA, a família do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também montou um pequeno império imobiliário na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio. De 2009 a 2013, o ex-diretor, a esposa Marici, as filhas Arianna e Shanni e os genros Humberto Mesquita e Márcio Lewkowicz compraram 13 imóveis na capital fluminense. Por uma empresa de consultoria utilizada para receber propina, Costa ainda adquiriu uma casa de veraneio em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, por 3,2 milhões de reais, e uma lancha Intermarine 42 pés por 999.618,25 reais. A casa de praia e a lancha tiveram de ser devolvidos com a fortuna escondida no exterior, como exigência do acordo de delação premiada.

Se for descoberto que Costa e Barusco esconderam bens das autoridades, os dois perdem os benefícios do acordo de delação e provavelmente passarão décadas na cadeia. Porém, as revelações feitas em depoimentos permanecem válidas. Mas, como a Lava Jato ainda rastreia o caminho percorrido pela propina para os beneficiados do maior esquema de corrupção da história contemporânea do país, não é exagero afirmar que essa turma não foi a única a enriquecer e desfrutar de uma boa vida custeada pelo dinheiro roubado da Petrobras.Fonte:Veja

Nordeste é a região mais perigosa do Brasil pelo 3º ano

Pelo terceiro ano seguido, o Nordeste é a região mais perigosa do Brasi, de acordo com levantamento do jornal O Estado de São Paulo. A taxa de homicídios manteve-se na casa dos 40 por 100 mil habitantes em 2013, acima dos índices do Centro-Oeste (37/100 mil) e do Norte (36/100 mil). A taxa de homicídios aumentou de forma significativa em 5 dos 9 estados nordestunos. Além do Ceará, que apresentou crescimento de assassinatos de 14% entre 2012 e 2013, também aumentaram as taxas do Rio Grande do Norte (19%), Maranhão (19%), Piauí (18%) e Sergipe (6%). Na Paraíba e em Alagoas, o número é alto, porém ficou estável. Já em Pernambuco e na Bahia, as taxas caíram ligeiramente. Os coeficientes de homicídio foram calculados pelo Estadão Dados a partir das estatísticas preliminares do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, publicadas no site do Datasus. Os dados ainda podem sofrer alterações, mas a estimativa é de pouca modificação nas análises. O cálculo do Estadão Dados é considera também as mortes por agressão - como os homicídios são tratados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - parte das mortes violentas classificadas como “eventos cuja intenção é indeterminada”. Alagoas continua como o Estado mais violento do País, com 65 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2013. A taxa alagoana havia sido de 64/100 mil em 2012. Se fosse um país, seria o segundo mais violento do mundo, atrás apenas de Honduras (90/100 mil), e à frente da Venezuela (54) - segundo dados de 2012 publicados pelo Banco Mundial. O Ceará subiu duas posições e foi do quarto para o segundo lugar, com cerca de 600 homicídios a mais do que em 2012, um aumento de 45 por 100 mil habitantes para 51/100 mil em apenas um ano. Ainda segundo o Estadão, a tendência de crescimento vem desde o começo do século. Em 2003, primeiro ano do governo Lula, a taxa de homicídios no Ceará era de 20/100 mil, o que o colocava na 19.ª posição. Desde então, a elevação foi de 150%. No Rio Grande do Norte, o crescimento foi de 40%; no Maranhão e na Paraíba, de 35%. As taxas também aumentaram nos últimos 10 anos em Alagoas, Sergipe, Bahia e Piauí. A  exceção é Pernambuco, com queda de um terço, o que retirou o estado do 1.º lugar no ranking da violência, em 2003, para 13.º em 2013. O aumento e o espalhamento da violência interpessoal no Nordeste coincidem com o período de maior crescimento econômico da região em décadas, o que leva às hipóteses de que o fenômeno está relacionado ao incremento do poder de compra dos nordestinos, que funcionaria como atrativo para a expansão do tráfico de drogas na região. Nenhum estudo comprovou a ideia, até o momento.

Seis novos partidos devem ser formalizados até outubro

Ao menos seis novos partidos podem ser oficializados até outubro deste ano e estarem habilitados para entrar na disputa das eleições municipais de 2016. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, dois deles, o Partido Novo e o Partido da Mulher Brasileira, já conseguiram cumprir as exigências do Tribunal Superior Eleitoral e aguardam apenas o parecer dos ministros. Para a criação de uma nova legenda é necessário reunir 490 mil assinaturas, número equivalente a 0,5% dos votos válidos para a Câmara Federal. Mais quatro siglas estão na etapa final de coleta e validação de assinaturas: Rede Sustentabilidade, da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva – que sem estar com o partido oficializado teve que se abrigar no PSB – o Partido Liberal, ligado ao ex-prefeito de São Paulo e ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD); o Muda Brasil, construído com o apoio do Partido Republicano (PR), e o Partido Militar Brasileiro (PMB). A expectativa é que as quatro agremiações consigam ser formalizadas até abril deste ano. 

Operação Lava Jato poderá ser 'pá de cal' sobre imagem do PT, afirma Dirceu

Em meio às comemorações dos 35 anos do PT, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que cumpre pena por envolvimento no processo do mensalão, tem afirmado que o partido precisa se defender melhor, reorganizar sua Executiva e que a operação Lava Jato poderá ser a “pá de cal” sobre a imagem do partido. Dirceu foi um dos fundadores da sigla, em 1980. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, ele defende, no entanto, que a presidência da legenda continue a cargo de Rui Falcão. Apesar de ter feito críticas à política econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff em seu blog, Dirceu tem negado a amigos que pretende voltar à cena. "Eu tenho direito a dar minha opinião", disse a um interlocutor em conversa recente. "Não estou fazendo política partidária nem criando nova tendência [no PT]. Muito menos fazendo oposição. Estou expressando minhas opiniões para quem as pede", afirmou.

Cientistas enviarão mensagens para fora do Sistema Solar em busca de sinais de vida

Com o objetivo de encontrar sinais de vida fora do Sistema Solar, pesquisadores do instituto Search for Extraterrestrial Intelligence (Busca de Inteligência Extraterrestre), da Califórnia, Estados Unidos, enviarão sinais de radiotelescópios na direção de outros sistemas estrelares. O anúncio é encarado como um "grande passo" na exploração sideral pela comunidade científica. As mensagens atingirão sistemas com um raio aproximado de 20 anos-luz da Terra. Ainda não está definida qual será o conteúdo da mensagem, mas é possível que um projeto com a participação de usuários da internet de todo o mundo seja desenvolvido.

Juiz Gerivaldo Neiva:"Uma bicicleta para Paulinho"


Tinha tudo para ser uma tarde igual a tantas outras: audiências, despachos, sentenças, atender as partes, ou seja, a rotina do Juiz das 13 às 19 h, no Fórum Durval da Silva Pinto, em Conceição do Coité – Ba.
Ledo engano!
Ainda passava pelo corredor quando um servidor da Vara Criminal e me apresentou um garoto de 12 anos, com aparência de 10, moreno, moreno mesmo, não negro, cabelos pretos e meio encaracolados, sorriso tímido e contido, dentes bonitos, falando baixinho como se fosse mais para si mesmo do que para os outros.
- Doutor, disse-me o servidor, este garoto quer lhe conhecer.
- Venham ao meu gabinete, respondi de passagem.
Segui na frente pelo corredor pouco iluminado e me cansava antecipadamente ao pensar na rotina de trabalho que teria aquela tarde, mas a presença daquele garoto começa a me inquietar. Entraram em meu gabinete e ele se sentou em uma cadeira distante de mim, olhando perdido para o chão, enquanto o servidor dizia:
- Doutor, estou com um probleminha. Este garoto apareceu com uma bicicleta em casa, mas não tinha dinheiro para comprar uma bicicleta. E o pior: passou uma semana fora de casa em outro povoado e agora o pai está aí fora, furioso, querendo que a gente descubra como ele conseguiu a bicicleta, mas ele não quer falar....
Gostei dele à primeira vista. Não sei a razão ainda. Talvez seu olhar. Sua timidez também me fazia lembrar da minha própria infância.
- Este é o Juiz. Se você não descobrir tudo e não se comportar, ele vai te mandar para Salvador. Pode ir falando...
Ele levantou um pouco a cabeça e me olhou com um olhar meio de medo e admiração. Eu, então, olhei para ele e tentei conversar:
- E aí? Tudo bem? Como é seu nome? Você queria conhecer o Juiz? Andou fazendo alguma traquinagem?
Ele me olhou agora mais admirado do que com medo, respondeu que estava tudo bem, que se chamava Paulinho e baixou os olhos novamente. Percebi um movimento em seus lábios como se estivesse contendo um choro...
Esta tarde não era mais rotineira. Percebi que estava diante de uma criança especial e seu olhar me deixava confuso. O que ele espera de mim? Que será que ele está pensando? Seu olhar também me fazia pensar: quem sou eu para ele? O que posso fazer por ele?
Pedi que o servidor saísse e ficamos alguns instantes em silêncio sem nos olharmos.... Não sei por que me lembrei de uma música: "existirmos: a que será que se destina?"
- Paulinho, sente mais aqui perto de mim.
Ele veio meio tímido ainda, mas não tinha mais a carinha de choro. Dá para ver um pouco de segurança e confiança em seu olhar.
- Quantos anos você tem?
- 12.
- Onde você mora?
- No Sossego.
- Que série você está estudando?
- A segunda.
- Como a segunda, se você já tem 12 anos? Perdeu algum ano?
- Não. Nunca perdi ano, mas não sei por que estou na segunda.
- Tá bom...
Ficamos mais um pouco em silencio e lembrei mais uma vez da minha infância. Como me comportaria diante de um Juiz? Era tão tímido que talvez fizesse xixi nas calças... A música não saía de minha cabeça: "pois quando tu me deste a rosa pequenina."
- Cadê seus pais?
- Tão aí fora.
- Bateram em você?
- Ainda não.
Ora, "ainda não" significa que poderá acontecer, pensei. Então, Paulinho está aqui, diante do Juiz, esperando uma condenação certa: ser mandado para Salvador ou apanhar do pai!
Um breve filme passou em minha cabeça: uma criança sendo levada aos empurrões e ouvindo gritos do pai. Um cinto sendo puxado, um olhar aflito, uma mão para o alto e um grito de dor... E a música insistente: "Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina."
Balancei rapidamente a cabeça para espantar os pensamentos e continuamos a conversa:
- Então, você tem uma bicicleta?
- Sim.
- Como você conseguiu?
Ele não ia falar. Não confiava no Juiz. Certamente, tinha medo de ser preso e de apanhar. Também, aquilo estava parecendo um interrogatório e uma confissão, mas precisava ser uma conversa.
Paulinho tinha apenas 12 anos e estava diante do Juiz enquanto seus pais lhe esperavam lá fora. Seria preso ou levaria uma surra dos pais, pensava. Era um menino, não era um homem. Essa música está me tirando a concentração: "Do menino infeliz não se nos ilumina."
- Paulinho, vamos fazer um acordo?
- Sim.
- Você quer ser meu amigo?
Ele levantou a cabeça e me olhou incrédulo, como se perguntasse: o que ele quer agora? Baixou novamente a cabeça, pensou alguns segundos e me olhou novamente com olhar carente:
- Quero.
Tive vontade de lhe abraçar para selar nossa amizade, mas a dureza da função não deixou. Meus braços não me obedeceram, apesar da vontade. Seus olhos, porém, não tinham mais medo e nem lágrimas... "Tampouco turva-se a lágrima nordestina."
- Então, já que somos amigos, vamos prometer falar só a verdade, certo?
- Tá bom.
- Da minha parte, prometo, como amigo, que nossa conversa vai ficar entre nós e não contarei a ninguém o que nós conversamos.
- Nem a meu pai?
- Nem a seu pai e nem a ninguém.
Sim, mas eu podia cumprir este acordo? E se ele tivesse, de fato, cometido alguma infração para ter a bicicleta? Como é que eu iria me sair dessa? E o pior: nós éramos amigos agora e eu não podia mentir. Estava numa enrascada... "Apenas a matéria vida era tão fina."
- Minha mãe sabe, mas meu pai, não! Se ele souber, me bate. Minha mãe não bate.
Mãe é tudo igual mesmo. Vive para a cria. Protege até do pai. É sempre cúmplice dos filhos.
Ficamos novamente em silêncio e eu não conseguia lhe perguntar mais nada. Estava envolvido em minhas lembranças, pensava em meus filhos e em meu pai... Não era mais autoridade, não era mais Juiz de Direito e meus quase 20 anos de magistratura não significavam mais nada. "E éramos olharmo-nos intacta retina." Ele entendeu que meus olhos esperavam sua resposta.
- Eu sempre quis ter uma bicicleta, mas meu pai não podia comprar. Os meninos todos tinham uma bicicleta, mas eu não. Eu sonhava rodando de bicicleta. Então, ia passado na frente da casa de um homem, vi que a porta estava aberta e resolvi entrar. Procurei no guarda-roupa e achei um dinheiro. Saí correndo e comprei uma bicicleta na mão de um rapaz que tem uma oficina de consertar bicicleta. Rodei, rodei e fui parar em um lugar que mora minhas tias. Andava de bicicleta o dia todo, dormia e comia na casa delas até que resolvi voltar e meu pai me trouxe para o Juiz. Antes, contei a minha mãe onde peguei o dinheiro, mas o rapaz não morava mais na casa. Então, não deu para devolver o dinheiro e eu queria ficar com minha bicicleta. O Senhor deixa?
Não sei por que a vida tem me deixado, ultimamente, nesta situação: entre a cruz e a espada. Aquele "o senhor deixa?" me deixou completamente atordoado. Como deixar, se a bicicleta foi comprada com dinheiro que não era dele? Como não deixar, se a bicicleta era seu sonho e não havia a quem devolver o dinheiro?
- Paulinho, vamos fazer um novo acordo?
- Vamos.
- Seguinte: você vai ter sua bicicleta, mas precisa prometer algumas coisas, certo?
- Certo.
- Primeiro, a gente precisa procurar o dono da casa que você pegou o dinheiro, depois precisa devolver o dinheiro dele e devolver a bicicleta ao rapaz da oficina...
- E minha bicicleta? Vou ficar sem ela?
- Calma. Vamos pensar em uma saída... Olhe, vamos fazer assim: você deixa a bicicleta comigo e volta prá casa com seus pais e vamos dizer a eles que nós acertamos entre nós dois o que fazer com a bicicleta. Aí, você vai prometer que vai estudar, passar de ano, respeitar seus pais e sua professora, não dormir mais fora de casa e não fazer mais este tipo de traquinagem, certo?
- Certo. Mas e minha bicicleta?
- Primeiro, você tem que prometer o que estou lhe pedindo. Promete?
- Prometo, mas também quero minha bicicleta.
- Bom, essa bicicleta vai ficar aqui, mas se você passar de ano e se comportar direitinho eu consigo outra bicicleta prá você, certo?
- Tá bom. Vou voltar com meu boletim passado de ano e vou ganhar uma bicicleta?
- Isso mesmo. Combinado? Bate aqui!
Saímos do gabinete, apresentei meu novo amigo à Promotora de Justiça, que inicialmente deu conselhos severos a meu amigo, mas depois também foi vítima de seu olhar pedinte e lhe dirigiu palavras de carinho e afeto. Acordo Fechado. Sem nada escrito. Palavras, apenas.
Encontrei seu pai esperando no cartório e lhe disse que tinha resolvido tudo com Paulinho: ele tinha me emprestado a bicicleta e seria devolvida se ele passasse de ano e se comportasse direito. O pai me olhou incrédulo pediu para que eu repetisse. Expliquei mais vez o ocorrido e me despedi de Paulinho com um cafuné na cabeça e uma piscada de olho de cumplicidade com sua mãe.
Bom, estamos em setembro e estou ansioso que o ano acabe.
Voltei ao meu gabinete, para a dura realidade da vida de um Juiz. Além disso, mandar procurar a casa que Paulinho me deixou o endereço, mandar intimar o dono da oficina de bicicleta.... mas a música continuava em minha cabeça:

"Existirmos: a que será que se destina?

Pois quando tu me deste a rosa pequenina

Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina." [2]

* Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil)

Mega-Sena acumula e prêmio deve chegar a R$ 7 milhões

A Caixa Econômica Federal (CEF) sorteou, na noite deste sábado (7), as dezenas do concurso 1.676 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado em Valença (BA) e o valor do prêmio era de R$ 3 milhões. Nenhum apostador acertou as seis dezenas. A estimativa de prêmio para o próximo concurso é de R$ 7 milhões.

Veja as dezenas sorteadas: 1 – 2 – 11 – 37 – 48 - 51.

A quina teve 46 apostas ganhadoras e o prêmio para cada uma delas é de R$ 40.843,61. A quadra teve 4.406 apostas ganhadoras, cada uma delas com direito a R$ 609,17.

Para apostar
A Caixa Econômica Federal faz os sorteios da Mega-Sena duas vezes por semana, às quartas-feiras e aos sábados. As apostas podem ser feitas até as 19h (de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país. A aposta mínima custa R$ 2,50.

O pilar do emprego começa a ruir — e as demissões batem à porta

Os principais pilares que seguravam a economia brasileira se deterioraram fortemente em 2014: os investimentos, o consumo e as exportações. O único remanescente era o emprego, do qual os governos petistas sempre se gabaram para justificar suas políticas econômicas heterodoxas. Mas, tudo indica, o cenário mudou. Ocorre que a taxa de desemprego, que terminou 2014 em sua mínima histórica de 4,3%, vinha sendo sustentada não só pela criação de vagas, mas também pela grande quantidade de brasileiros em idade ativa que não procurava trabalho. Com o aperto nas regras do seguro-desemprego anunciado no apagar das luzes de 2014, muitos devem voltar à procura. Contudo, dados coletados pela Fundação Getulio Vargas a pedido do site de VEJA mostram que esses brasileiros não encontrarão boas notícias. O indicador de ‘emprego futuro’ de janeiro de 2015, que apura a confiança da população em relação ao trabalho, atingiu seu pior nível desde o início de 2009. Em um ano, acumula queda de 24%.

Demitido em dezembro do ano passado, o relações públicas Rafael César, de 31 anos, não tem poupado esforços para se recolocar no mercado de trabalho. "Chego a mandar 20 currículos por dia, incluindo carta de apresentação, até para áreas fora da comunicação, como a comercial", afirmou o paulista de Taubaté, que atuou durante quatro anos numa grande empresa de telecomunicações. "Com a queda nas vendas, o departamento comercial inteiro da companhia foi mandado embora", conta. A justificativa para os desligamentos, segundo ele, foi a de corte de gastos e baixos resultados financeiros.

A situação de Rafael é emblemática e reflete como a desaceleração do consumo, motivada por inflação alta e a atividade econômica fraca, impacta o mercado de trabalho. Em 2015, ano que em que o próprio governo espera um crescimento zero e a  inflação já supera os 7% - bem acima do teto da meta oficial, de 6,5% - a expectativa é de que o emprego seja penalizado. O levantamento feito pela FGV mostra ainda que o indicador que mede a expectativa de contratação dos empregadores da indústria, do setor de serviços, da construção civil e do comércio despencou abaixo dos 100 pontos, ante os 110 pontos verificados um ano atrás, e os 140 de janeiro de 2010. "Em 2015, a geração de empregos formais tende a ficar anêmica, já que também é um ano de ajustes pesados e necessários na economia", diz o professor José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP), um dos maiores especialistas em mercado de trabalho do país.

Resultado dessa deterioração de expectativas é a desaceleração no ritmo de criação de vagas. Em 2014, o país criou 396.933 postos, o pior resultado desde 1999. Por setor, a indústria de transformação foi a que mais demitiu: cortou 163.817 empregos. Já o setores de serviços e comércio abriram, respectivamente, 13% e 40% vagas a menos na comparação com 2013. "Em setores em que as demissões superam as contratações, como indústria e construção, os números devem continuar no terreno negativo. Já nos setores em que as contratações superam as demissões, como comércio e serviços, a tendência é de um menor ritmo de admissões", afirma Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

As notícias de demissões, que começaram no ano passado, são muitas. Só as montadoras demitiram 12,4 mil trabalhadores em 2014. No setor de autopeças foram 19 mil cortes. Os bancos também já dispensaram 5 mil postos de trabalho no ano passado, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Para este ano, o cenário que se desenha não é animador. A associação dos fabricantes de veículos, Anfavea, relatou que mais de 12 mil vagas já foram extintas no setor apenas no primeiro mês do ano.Fonte:Veja

Em seu primeiro gol como profissional, Bruno Paulista agradece a Deus e exalta torcida tricolor

O jogo contra o Jacobina foi marcante para um jogador do elenco do Bahia. Autor de um dos gols do triunfo de 3 a 1, o volante Bruno Paulista agradeceu muito pelo feito e justificou sua motivação como forma de dar alegria à torcida do tricolor de Salvador.
 
"Essa camisa aqui, todo mundo sabe o significado que tem. Graças a Deus, pude vestir ela. Estou fazendo de tudo para fazer a alegria do torcedor e, graças a Deus, estou conseguindo fazer isso", celebrou o atleta, que também aproveitou o momento para rebater as críticas recebidas e afirmar que não guarda mágoas daqueles que não acreditavam no seu primeiro gol como profissional. "Muitas pessoas falavam que eu não ia chegar, mas não tenho mágoa de ninguém. Sempre boto Deus na frente e seja o que acontecer. Graças a Deus, aconteceu e estou muito feliz ", reiterou.
 
Mesmo saindo por conta de uma contusão, Bruno Paulista garantiu que estará no confronto da próxima quarta-feira (11), onde enfrenta o CRB no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Entretanto, o atleta ainda passará por avaliação médica para saber da gravidade de sua lesão.

Queda de popularidade é maior que a esperada pelo Planalto

Após o anúncio do aumento no preço dos combustíveis, do pacote de ajuste fiscal e da sucessão de denúncias envolvendo a Petrobras, o Palácio do Planalto já esperava que a popularidade da presidente Dilma Rousseff fosse cair. A dimensão da queda, porém, surpreendeu até os auxiliares mais pessimistas. A queda de 19 pontos na avaliação positiva do governo, alcançando 23%, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (7), é reconhecida como "muito ruim". Para revertê-la, a aposta é criar uma agenda positiva o quanto antes. No curto prazo, a ideia é explorar os programas sociais voltados para a classe média, com os lançamentos do Mais Especialidades e da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida. Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), o governo precisa deixar claro que não será o trabalhador quem vai pagar a conta do ajuste fiscal. Para ele, parte da queda de popularidade da presidente pode ser atribuída à mobilização das centrais sindicais contra as mudanças no seguro-desemprego, o que teria gerado descontentamento quem costuma apoiar o PT. Entre os oposicionistas, foi consenso creditar a queda no índice de aprovação de Dilma ao que se tem chamado de "estelionato eleitoral". "A presidente colhe hoje os resultados das mentiras sucessivas que lançou ao País e que conduziram a sua campanha eleitoral. O Brasil real aflora a cada dia e não há marketing ou propaganda capaz de esconder a grave realidade enfrentada pelos brasileiros", disse em nota o presidente do PSDB e candidato derrotado ao Planalto, senador Aécio Neves (MG). "Isso é decorrência do estelionato eleitoral. As pessoas se sentem ludibriadas", afirmou o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).

Samuel Celestino:" Só o governo não sabia"


O depoimento acusatório sustentado por envolvidos na Operação Lava Jato diante do juiz Sérgio Moro e do MPF, no Paraná, revelou, na terça-feira (3), a forma dissimulada utilizada pelos partidos políticos envolvidos na grande trapaça. Notadamente o PT, PMDB e PP. O esquema de corrupção balança e ainda balançará por muito tempo a Petrobras. Trata-se da lavagem de dinheiro extorquido das empreiteiras, que cediam sob pena de não participarem dos contratos superfaturados. De certo modo por serem corruptas mesmo. Simples.
        
Os diretores da estatal, intermediários do processo de corrupção, exigiam uma participação no bolo acertado nos contratos para alimentar as legendas políticas governistas. O dinheiro, segundo consta destinado às campanhas oficiais, deixava a fonte sujo, enlameado, e os partidos beneficiados se encarregavam de lavá-lo. Registravam como “dotação oficial para as campanhas” e tudo se resolvia.
       
Esta foi a saída que os partidos ofereceram à Justiça Eleitoral. É a alternativa de que dispõe: doação de empreiteiras, quando elas eram também extorquidas. De tal modo que a acusação sustentou que a forma de minar os cofres da Petrobras em bilhões permitia que todos se beneficiassem. Assim, bilhões de dólares evaporavam-se da estatal. O Brasil foi, ainda é, e por muito tempo será golpeado pelo crime. A fórmula aperfeiçoada no decorrer do tempo teria sido implantada desde o início do governo Lula. Segundo outros, desde o governo José Sarney. Uma prática que pouco a pouco ganhou corpo e foi chegou ao extremo. Até explodir e balançar a maior empresa estatal brasileira.
    
Os brasileiros de nada sabiam do que acontecia nos gabinetes onde diretores da petroleira e empreiteiras negociavam a corrupção. Se os brasileiros não sabiam, não dá para aceitar que o governo não tivesse conhecimento, assim como toda a diretoria da estatal, de cabo a rabo, que renunciou ontem, Graça Foster à frente. Mas, por estas bandas, tudo é possível. Os funcionários que tinham conhecimento da roubalheira não eram ouvidos por diretores. O silêncio então se fez enquanto o jogo era jogado. Transformou-se numa regra, segundo um depoente também envolvido por integrar uma empreiteira que se encontra preso. Disse ao juiz Moro, ao Ministério Público Federal e quem mais estava na sala onde os depoimentos foram e continuam sendo ouvidos, que chegou a tal ponto que não era necessário perguntar mais nada sobre a propina a ser entregue aos diretores. A regra era conhecida. Ou pagava ou estava fora dos contratos. Não havia saída. Ademais, formou-se um estranho “clube” das empreiteiras onde se acertava qual a empresa que ganharia o contrato. Fazia-se, então, depois, a divisão do bolo. Todos pagavam propina aos diretores.

É nesse ponto que está o nó da questão. Se assim era, como o governo e o Palácio do Planalto não sabiam o que se registrava na Petrobras? Se uma parte da roubalheira ia para o partido no poder, que lavava o dinheiro e o “oficializava”, era do conhecimento dos partidos, supõe-se que também o era do governo. A resposta da incúria do sistema político brasileiro, do “faz de conta que não sei”, está aí nas contorções da petroleira, que experimenta uma péssima imagem no exterior. Além de derrubar as aplicações dos seus acionistas perdeu em parte o conceito das agências internacionais que avaliam as grandes empresas, elevando ou diminuindo o seu grau de credibilidade.
     
Nunca se viu escândalo igual neste continente abaixo da linha do equador, nem dissimulações que estavam longe de ser do conhecimento do povo. O Brasil voltou a dar para trás. É um país curupira.Fonte:Bahia Noticias