O senador Delcídio do Amaral cumpria uma jornada dupla quando era líder do governo. Em público, presidia a poderosa Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e negociava a aprovação das medidas de ajuste fiscal consideradas prioritárias pela presidente Dilma. Nos bastidores, era peça-chave na estratégia destinada a impedir que a Operação Lava-Jato descobrisse a cadeia de comando do petrolão. Longe dos holofotes, Delcídio atuava como bombeiro.
Conversava com empreiteiros, funcionários da Petrobras e políticos acusados de participar do esquema de corrupção, anotava suas demandas e informações de bastidor e, depois, relatava-as em detalhes a Dilma e a Lula. Sua missão era antever dificuldades e propor soluções.
Foi ele quem alertou a presidente de que a Odebrecht tinha pagado no exterior ao marqueteiro João Santana por serviços prestados a campanhas presidenciais do PT. Foi ele quem falou para Lula que petistas estrelados estavam reclamando de abandono e falta de solidariedade. Aos dois chefes, Delcídio fazia o mesmo diagnóstico: "Enterramos nossos cadáveres em cova rasa. É um erro. Precisamos enterrá-los com dignidade".
Dignidade, no caso, significava ajudar companheiros e executivos presos ou sob investigação com dinheiro, assistência jurídica e lobby a favor deles nos tribunais superiores, para evitar que contassem às autoridades segredos da engrenagem criminosa que desviou, segundo a Polícia Federal, quase 50 bilhões de reais da Petrobras. Delcídio repetiu essa cantilena de forma exaustiva até ser preso e - como gosta de dizer - traído.
Lula o chamou de imbecil por ter sido gravado ao tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, um dos delatores do petrolão. O PT também o rifou em público. Com medo de expiar seus pecados em cova rasa, o bombeiro, agora no papel de incendiário, mostrou-se disposto a contar às autoridades tudo o que viu, ouviu e fez a mando de Lula e Dilma durante treze anos de intimidade com o poder. Não era um blefe.
O acordo de delação premiada no qual Delcídio afirma que Lula e Dilma sabiam da existência do esquema de corrupção e atuaram a fim de mantê-lo em funcionamento foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração, apelidada de "A delação", só foi formalizada porque o senador resistiu a uma proposta generosa de "enterro com dignidade" apresentada pelo petista Aloizio Mercadante.
Ex-chefe da Casa Civil do governo Dilma, atual titular da pasta da Educação e um dos ministros mais próximos da presidente, Mercadante prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado. Em contrapartida, pede que Delcídio não "desestabilize tudo" com sua delação.
O ministro não tratou diretamente com o senador, que já estava sob a custódia da polícia, mas com um assessor da estrita confiança do senador, José Eduardo Marzagão. Os dois se reuniram duas vezes no gabinete de Mercadante no ministério. As conversas foram gravadas por Marzagão e entregues à Procuradoria-Geral da República por Delcídio, que, em depoimento formal, disse que o ministro agira a mando de Dilma.
Com essa observação, acusou o ministro e a presidente de tentar comprar o silêncio de uma testemunha, obstruindo o trabalho da Justiça. Era o acerto de contas de Delcídio com os senhores que lhes viraram as costas. "Me senti pressionado pelo governo", disse ele aos procuradores.
Nos diálogos, aos quais VEJA teve acesso, Mercadante oferece ajuda financeira à família de Delcídio e promete usar a influência política do governo junto ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal para tentar evitar a cassação do senador e conseguir sua libertação. Além de dizer a Marzagão que Delcidio deveria ficar "calmo", deixar "baixar a poeira" e não fazer "nenhum movimento precipitado", Mercadante prometeu procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros, para armar um plano de modo a fazer com que o Senado voltasse atrás na decisão, tomada em plenário, ratificando a ordem de prisão expedida pelo Supremo.
"Por que é que não pede reconsideração ao Senado? Pode?", questiona o ministro. "Acho que não", diz o assessor. "Em política, tudo pode", ensina Mercadante.
Descrevendo seu plano, Mercadante deixa claro ao assessor que vai tentar "construir com o Supremo uma saída" para Delcídio. Diz que Ricardo Lewandowski, o presidente do STF, poderia libertar Delcídio por meio de liminar, durante o recesso de fim de ano do Judiciário.
"O presidente vai ficar no exercício... Também precisa conversar com o Lewandowski. Eu posso falar com ele pra ver se a gente encontra uma saída", oferece Mercadante. Sem citar o nome, o ministro dá a entender que irá procurar outro ministro do STF e que sua ideia é fazer com que o Senado procure Teori Zavascki para pleitear a soltura do senador. "Talvez o Senado possa fazer uma moção, a mesa do Senado, ao Teori, entendeu? Um pedido: olha, nós demos autorização considerando o flagrante, considerando as condições etc, mas não há necessidade pá, pá, pá - pá, pá, pá. E tentar construir com o Supremo uma saída", diz.
A menção ao STF foi ligeira mas estratégica. Naquela altura, a prioridade da família de Delcídio era libertá-lo antes do Natal. Havia, entretanto, a suspeita de que Teori negaria, como de fato ocorreu, o pedido de habeas-corpus. A oferta de Mercadante remediaria o problema.
Sobre a possibilidade de uma delação de Delcídio, Mercadante diz: "Eu acho que ele devia esperar, não fazer nenhum movimento precipitado, deixar baixar a poeira, ele vai sair, a confusão é muito grande." A primeira conversa entre Mercadante e o assessor de Delcídio ocorreu no dia 1º de dezembro, uma semana após a prisão do ex-líder do governo.
A segunda conversa deu-se no dia 9 de dezembro, um dia após a família de Delcídio decidir contratar o escritório do advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, um dos principais especialistas em delação premiada no país. No primeiro encontro com assessor, Mercadante se mostra cauteloso. Diz que Delcídio é "fundamental para o governo", fala em lealdade, promete ajuda e deixa entender que fala em nome da presidente Dilma:
"Eu sou um cara leal. A Dilma sabe que se não tiver uma pessoa para descer aquela rampa, eu vou com ela até o final."
Fica claro que Mercadante está preocupado em acalmar a mulher e as filhas de Delcídio, principais incentivadoras de um acordo de delação. Diz ao assessor do senador: "Eu tô te chamando aqui para dizer o seguinte: eu serei solidário ao Delcídio. Eu gosto do Delcidio, eu acho ele um cara muito competente, muito habilidoso, foi fundamental para o governo (...) Eu vi o que estão fazendo com as filhas dele.
Uma canalhice monumental. Imagino o desespero dele. Então você veja o que ele precisa que eu posso ajudar." O ministro aconselha o assessor a dizer para Delcidio seguir em silêncio para "não ser um agente que desestabilize tudo". Chega a fazer uma ameaça velada, caso o petista revele os podres do governo: "Vai sobrar uma responsabilidade pra ele monumental, entendeu?".
No segundo encontro, ainda sob o impacto da notícia da contratação do especialista em delações, Mercadante é mais explícito. Revela seu plano no Judiciário, reclama que por causa dos rumores de acordo com a Lava-Jato nem Renan Calheiros, investigado no STF, nem o governo poderão se mexer para salvar Delcídio. Chega a pedir para que o petista abafe o assunto delação.
Diz Mercadante: "Como é que o Renan vai se mexer... Eu sei que ele tá acuado porque o outro vai... Entendeu? Como é que o governo se mexe, porque parece que tem alguma coisa que ele (Delcídio) sabe do rabo de alguém. Então, eu acho que tem que tirar isso (delação) da pauta nesse momento."
O assessor de Delcídio relata as dificuldades financeiras do senador, afirma que a família está planejando vender imóveis e se desfazer de bens para custear o processo.
Mercadante se dispõe a viajar ao Mato Grosso do Sul para dar assistência à família: "Isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu posso ajudar. Eu só tô aqui pra ajudar. Veja o que que eu posso ajudar". O ministro explica que, se a mulher de Delcídio aceitasse conversar, ele organizaria uma visita, como ministro da Educação, em alguma universidade do estado para ocultar o real objetivo da viagem.
Marzagão trabalha com o senador há treze anos. Nos 87 dias em que o petista ficou preso, Marzagão só não fez companhia a ele uma única vez, quando foi ao casamento da filha em Fortaleza. Era Marzagão quem levava e trazia informações, providenciava alimentação e livros, ouvia histórias e compartilhava de desabafos e crises de choro. Antes de procurar o assessor, Mercadante tentou contato com a esposa do senador.
O ministro foi repelido com contundência. Maika, a esposa de Delcídio, não escondia a raiva pelo fato de o marido ter se prestado, segundo ela, a fazer serviços sujos para Lula e Dilma, como a tentativa de comprar testemunhas do petrolão, motivo que o levou à prisão. Além disso, Maika sabia que o ministro sempre fora um desafeto de Delcídio no partido. Os dois, senador e ministro, nunca foram amigos, nem mantinham relações amistosas. Por isso, Maika viu a tentativa de aproximação de Mercadante com estranhamento.
Ao ser chamado para uma conversa com um desafeto de Delcídio, Marzagão resolveu gravar tudo, como medida de precaução. Temia ser alvo de uma armadilha tramada pelo governo a fim de desmoralizar o senador, que, como antecipara VEJA, ameaçava contar seus segredos às autoridades. O senador e seu assessor também sabiam como o Ministério Público valorizava gravações com tentativas de obstruir a Justiça.
Afinal, uma gravação e uma proposta de auxílio financeiro levaram Delcídio à cadeia, acusado de tentar sabotar o trabalho da Justiça. Como Mercadante, Delcídio também queria calar uma testemunha.
A proposta de silêncio
"Eu acho que ele devia esperar"
Ex-chefe da Casa Civil e um dos ministros mais próximos da presidente Dilma, Aloizio Mercadante conversou duas vezes com José Eduardo Marzagão, assessor do senador Delcídio do Amaral. O objetivo do ministro, segundo o parlamentar, era comprar o seu silêncio. A segunda reunião entre eles ocorreu um dia depois de o senador contratar um advogado especializado em delação premiada. Nela, Mercadante reforça o pedido para que não haja colaboração com o Ministério Público e deixa claro que a delação, se confirmada, desestabilizaria o governo.
AM - O que é que tem que você acha que eu possa ajudar?
JEM - Ministro...
AM - De verdade. Tô falando assim. Eu tô aqui. Ó, eu falei: Eu não quero nem saber o que o Delcídio fez.
JEM - É.
AM - Eu quero... (inaudível) eu acho que ele devia esperar, não fazer nenhum movimento precipitado, ele já fez um movimento errado, deixar baixar a poeira, ele vai sair, a confusão é muito grande. Aí... entendeu?
JEM - Ministro, o problema é o seguinte.
AM - Pra ele não ser um agente que desestabilize tudo. Porque senão vai sobrar uma responsabilidade pra ele monumental, entendeu?
Ajuda financeira
"Veja o que eu posso ajudar"
Ciente de que a família de Delcídio pressionava o senador a fechar um acordo de delação premiada, Mercadante diz a Marzagão estar disposto a forjar uma agenda oficial, como ministro da Educação, para visitar a esposa e as duas filhas do petista. Informado de que elas enfrentavam dificuldades financeiras, não hesita em prometer uma providencial ajuda em dinheiro, para pagar os custos com os advogados, ressalta
AM - É o seguinte, eu me disponho, já te falei isso reservadamente, eu faço uma agenda no Mato Grosso do Sul, eu tenho que ir visitar uma universidade, um instituto... eu falo Maika, eu quero passar aí ...da outra vez ela fez um jantar pra mim... quando eu fui lá fazer uma agenda e ela fez um jantar na casa. Então, ó eu gostaria de passar aí, lhe dar um abraço e tal, se tiver espaço.
JEM - Só pra você ter uma ideia, eles estão vendendo a casa.
AM - Pra não ficar expostos.
JEM - Não, até pra...
AM - Arrecadar dinheiro.
JEM - Arrecadar dinheiro. Os carros, a casa. A fazenda, porque é da mãe e do irmão, então lá não vai mexer. Aliás, o irmão tá vindo aí pra tratar desses assuntos. Assuntos financeiros mesmo.
AM - Patrimônio da família.
JEM - Patrimônio, as dívidas que ele tem. Pra você ter uma ideia da situação dele, o salário dele tem consignado. O salário do Delcídio tem empréstimo consignado, que ele está pagando.
AM - Bom, isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu possa ajudar. Eu só to aqui pra ajudar. Veja o que que eu posso ajudar.
Ajuda política
"Vou conversar com o Renan"
Mercadante sabia que Delcídio se sentira traído pelo PT, que o censurara publicamente e, ao lavar as mãos, incentivara o plenário do Senado a referendar a sua prisão. Para adular o ex-líder do governo, o ministro esbanja solidariedade na conversa com Marzagão. Ele critica o próprio partido e avisa que negociará com o presidente do Senado, Renan Calheiros, uma moção, a ser apresentada à Justiça, destinada a garantir o relaxamento da prisão
AM - Eu conversei com vários senadores
JEM - Hã.
AM - Eu falei: vocês se acocoraram!
JEM - Foi.
AM - Ah, pô! Nós tínhamos feito um movimento com o Sarney, o Jader e o...
JEM - Renan
AM - ...o Renan e tal... Aí veio a nota do PT. Que nota do PT? Onde que o Rui Falcão agora dirige o plenário do Senado? ... é história... essa instituição tem quase 200 anos de história! Como é que vocês aceitam uma coisa como essa, gente! Porque isso vai ser um precedente.
JEM - Abriu uma porteira.
AM - Vai abrir a porteira. Então, vocês precisam repensar o encaminhamento. Talvez o Senado fazer uma moção, a mesa do Senado, ao Teori, entendeu? Um pedido: olha, nós demos autorização considerando o flagrante, considerando as condições etc, mas não há necessidade pá, pá, pá - pá, pá, pá. E tentar construir com o Supremo uma saída. Não pode aceitar isso. Eu acho que se a gente não for pelo jurídico, pelo político, pelo bom senso e deixar tudo pra ele que tá acuado, fodido, a família desestruturada, vai sair só bateção de cabeça. Porque eu posso tentar ajudar nisso aí no Senado. Vou tentar conversar com o Renan e ponderar a ele de construir uma, entendeu, uma moção...
Ajuda jurídica
"Pedido de relaxamento de prisão"
A proposta de compra do silêncio de Delcídio era ampla e irrestrita. Além de dinheiro e lobby em defesa do petista no Senado, Mercadante promete conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a fim de convencê-lo a acolher o pedido de relaxamento de prisão durante o recesso do Judiciário. A ação, se realizada, não surtiu o efeito esperado. Delcídio só foi solto em fevereiro, depois de negociar a colaboração com as autoridades.
AM - Eu vou tentar um parecer jurídico que tente encontrar uma brecha pra que o Senado se pronuncie junto ao Supremo com o pedido de relaxamento da prisão, porque ela não se justifica mais. Acho que esse é o caminho que eu vejo. Vou estudar e te dou o retorno de hoje pra amanhã.
JEM - Isso, porque o problema é que o dia D é terça-feira.
AM - Tá.
JEM - Porque se passar terça-feira e não sair, só no ano que vem.
AM - Não, não, mas o presidente vai ficar no exercício... também precisa conversar com o Lewandowsky. Eu posso falar com ele pra ver se a gente encontra uma saída. Mas eu vou falar com o ministro no Supremo também.
JEM - Complicado.
AM - Mas é o seguinte, eu não tenho nada a ver...o Delcídio... zero... não tô nem aí se vai delatar, não vai delatar, não tô nem aí... a minha, a minha questão com ele é que eu acho um absurdo o que aconteceu com ele. Primeiro pelo quadro que ele é, segundo pela cagada que não era necessária aquela exposição que ele teve, terceiro pela atitude das instituições e do partido (inaudível)... lava a mão, vira as costas, um cara totalmente... uma coisa covarde pra caralho, um absurdo. Na minha interpretação, de uma vingança até da... ele pode ter se excedido na CPI dos Correios, mas é evidente que ele segurou bronca pra caralho.
JEM - Vai saber.
AM - É, lógico que ele sabe. Não sei exatamente os detalhes, mas eu sei que ele fez o que era possível, prudente, coisas que não estavam comprovadas, que não eram sérias, mas, é isso aí... (inaudível)... a função era muito difícil a cobrança em cima dele...
Estratégia de defesa
"O Renan está acuado"
Na segunda e mais incisiva conversa com Marzagão, Mercadante alega que seria necessário acabar de vez com os rumores sobre a possibilidade de Delcídio fechar uma delação. Se o assunto não saísse de pauta, argumentou o ministro, seria difícil envolver o presidente do Senado, acusado de receber dinheiro sujo do petrolão, e o governo nos esforços empreendidos para salvar o mandato do petista e livrá-lo da prisão
AM - A estratégia de defesa é nesse sentido, entendeu? Ele foi: meu mandato, eu quero defender meu mandato, eu quero ter liberdade pra poder defendê-lo, não posso constranger o meu direito de defesa no Senado e pá pá pá, prerrogativas, estão aqui as minhas condições e pelo direito que é líquido e certo, a ilegalidade do ato - é um absurdo o que foi feito...
JEM - Mas ele não pode falar isso
AM - Não, mas tem que construir. Tem que ter gente pra fazer e falar.
JEM - É.
AM - O que que é a dificuldade? O que é que eu quero te alertar. O Renan é um cara que tem uma zona cinzenta nessa história.
JEM - É.
AM - Como é que o Renan vai se mexer....eu sei que ele tá acuado porque o outro vai... entendeu?
JEM - É.
AM - Como é que o governo se mexe, porque parece que tem alguma coisa que ele sabe do rabo de alguém. Então, eu acho que tem que tirar isso da pauta nesse momento, pra defesa dele, tô falando... pra tentar construir - não sei se é possível a defesa...
JEM - Honestamente eu não sei...
AM - Eu não sei, o que eu vou... o que eu me disponho...como eu te falei. Olha, eu não quero me envolver mais do que posso. Faço isso por absoluta solidariedade. Acho que o que o PT fez é indigno e acho que o Senado não devia ter recuado.
JEM - É. Mas nem só por causa dele.
AM - Não... é institucional, gente.
Evitar a delação
"Parece que ele está fazendo porque tá com medo"
Neste trecho, Mercadante detalha como seria a operação de bastidor em favor de Delcídio e, para dar credibilidade ao discurso, dá nome a um dos participantes da empreitada. O ministro diz que advogados de confiança, como o ministro do TCU Bruno Dantas, ex-advogado-geral do Senado, ajudariam a elaborar uma tese jurídica que permitisse à Casa defender o senador no Supremo Tribunal Federal.
AM - O cara, pô, fodido, acuado, arrebentado, sangrando... eu vou fazer o seguinte: eu vou conversar com alguns advogados que eu confio. Acho que vou chamar o Bruno Dantas pra conversar, que foi advogado-geral da União muito tempo... do Senado, ou algum consultor do Senado que pense juridicamente se o Senado tem alguma providência pra interferir. Inclusive alegar o seguinte: nós queremos que ele se defenda, de um processo aqui pi, pi, pi...
JEM - Sim. Normal.
AM - E crie qualquer porra de um argumento contanto que ele não fique lá preso, acuado desse jeito.
JEM - Que fique em casa com tornozeleira, que fique num quartel do Exército, o caralho que seja, mas lá é...
AM - É ruim. Quando ele fala do risco da delação, hoje o advogado desmentiu. Fica um negócio assim: Parece que ele tá fazendo porque tá com medo, entendeu? Porque não tinha essa pauta...
JEM - O problema é o seguinte: é que ele tá desestruturado. Então, alguém tá colocando pra ele que essa é a única maneira de ele sair de lá.
AM - Bom, eles fazem isso com todo mundo. Desestruturam o cara. Botaram... caralho... O que fizeram com o filho do Paulo Roberto foi isso, com as filhas...
JEM - Sim. Agora, vê a situação dele: um senador com um mandato vigente
AM - Preso.
JEM - Preso, continua sendo senador e... um zé-ninguém lá.
AM - Sim... mas tem um lado e tem que pensar o seguinte... eu acho que precisa esfriar o assunto dele. Vão vir outros. Vai vir Andrade Gutierrez, não sei quem, não sei quem, o Zelada, o caralho, vai vir merda pra caralho toda hora. Aí vai diminuindo. Precisa esfriar o caso dele. Segundo: ele tando lá, não tem inquérito no Senado. Não tem como cassar um senador preso.
Solidariedade do governo
"Veja o que eu posso ajudar"
Já na primeira conversa com Marzagão, Mercadante oferece "apoio pessoal e político" em troca do silêncio do senador Delcídio do Amaral. De início, o ministro até registra se tratar de uma iniciativa de cunho pessoal. Depois, se trai, ressalta sua relação de lealdade com a presidente Dilma e registra, em alto e bom som, que a ajuda se dará "dentro do governo".
AM - Eu não conheço a Maika. Mas se você achar, porque eu vou dizer o seguinte. Eu sou um cara leal. A Dilma sabe que se não tiver uma pessoa para descer aquela rampa, eu vou com ela até o final. Eu gosto do Delcidio, eu acho ele um cara muito competente, muito habilidoso, foi fundamental para o governo, um monte de virtudes, muito mais jeitoso, ia atrás, se empenhava, fazia... você não pode pegar uma biografia como essa, uma história como essa, porque o cara tropeçou numa pedra, numa situação de desespero, tentando encontrar uma saída, você vê aquele jeito que ele vai tentando mostrar um serviço, eu não consigo entender porque ele foi aonde ele foi.
Mas foi, não adianta. Então vamos ter que deglutir isso aí. O que eu acho que ele está precisando agora é algum tipo de apoio e solidariedade pessoal e político. Então, você veja o que eu posso ajudar. 'Se você achar, Mercadante, era bom você ir no Mato Grosso do Sul falar com as filhas dele.' Eu não vou me meter na defesa dele. Não sou advogado, não tenho o que fazer, não sei do que se trata, não conheço o que foi feito.
JEM - Mas o que o Rui fez, queimou qualquer possibilidade.
AM - Foi um absurdo. Eu dentro, vou tentar ajudar no que eu posso. Dentro do governo, dentro do partido menos, porque eu não tenho muitas relações hoje.
Mas vou tentar porque achei um absurdo. Eu quero ajudar no que eu puder. Só vou fazer o que eu puder. Não adianta me pedir para fazer o que eu não posso fazer porque eu não vou fazer. Agora, o que eu puder fazer, eu farei. Então eu quero que você saiba disso. Conversamos nós dois. Você veja lá o que você acha que ajuda e me passa que eu vejo a providência que a gente pode tomar. Eu imagino que ele está completamente sozinho, fica ruim para a segurança dele.
JEM - O senhor é a terceira pessoa. No dia do acontecido, ligou o Renan e o Sarney para a Maika. Mais nada. E disseram barbaridades, chamaram a presidente de filha da puta.Fonte:Veja
terça-feira, 15 de março de 2016
16° BPM efetua prisão por tráfico de drogas e apreende menor com droga e arma de fogo em Serrinha
Policiais da Companhia Especial de Emprego Tático Operacional do Décimo Sexto Batalhão de Polícia Militar realizavam rondas no Bairro do Cruzeiro, em Serrinha, quando prenderam em flagrante delito, por tráfico de drogas, um jovem de 20 anos chamado Leonardo Matos dos Santos. Com o acusado foram apreendidos 01 tablete de 1kg e outra quantidade Maconha, uma porção de Cocaína, 8 pedras Crack, 01 balança de precisão e 05 Comprovantes de depósito no valor total de 950,00 R$.
Na sequência, em outro ponto do mesmo Bairro, a guarnição apreendeu um adolescente, de 16 anos, com 40 "doloes" da Maconha e uma pistola calibre .380 de marca Smith & Wesson, sem carregador e sem munição.
Os dois envolvidos e todo material foram conduzidos para a delegacia da Cidade. Leonardo foi autuado de acordo com o crime previsto art. 33 da Lei 11.343/06 (Lei de Tóxicos) e segue custodiado à disposição da justiça. O adolescente, por sua vez, foi ouvido em Termo Circunstanciado de Ocorrência, na presença dos pais, e liberado em seguida, pelo cometimento dos atos infracionais correspondentes ao crimes previstos no art. 33 da Lei de Tóxicos e no art. 12 da Lei 10826/03 (Estatuto do Desarmamento).
Ascom 16° BPM
Na sequência, em outro ponto do mesmo Bairro, a guarnição apreendeu um adolescente, de 16 anos, com 40 "doloes" da Maconha e uma pistola calibre .380 de marca Smith & Wesson, sem carregador e sem munição.
Os dois envolvidos e todo material foram conduzidos para a delegacia da Cidade. Leonardo foi autuado de acordo com o crime previsto art. 33 da Lei 11.343/06 (Lei de Tóxicos) e segue custodiado à disposição da justiça. O adolescente, por sua vez, foi ouvido em Termo Circunstanciado de Ocorrência, na presença dos pais, e liberado em seguida, pelo cometimento dos atos infracionais correspondentes ao crimes previstos no art. 33 da Lei de Tóxicos e no art. 12 da Lei 10826/03 (Estatuto do Desarmamento).
Ascom 16° BPM
segunda-feira, 14 de março de 2016
Governo reconhece que manifestações foram vigorosas, diz Jaques Wagner
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse nesta segunda-feira (14), que o governo reconhece que as manifestações ocorridas nesse domingo (13) foram “vigorosas”, mas que também foram produzidas por federações de empresas. “O que não tira o seu valor. Nessa manifestação tem uma agenda que considero negativa porque não tem uma proposição. Tem um “tira fulana” e pronto.
Isso não vai resolver o problema do Brasil. Impeachment não é remédio nem para impopularidade nem para crise econômica. De qualquer forma, deve ter animado a oposição”, disse após a reunião da coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo o ministro, o governo não tem “nada de bombástico para anunciar” como resposta às ruas. “O que a gente vai fazer é apressar o que já vem fazendo. Tem vários componentes, mas o componente que considero fundamental é o da economia.
Se a economia estiver apontando desemprego e diminuição da atividade econômica, não há alegria nas pessoas. Se você tem um processo que é de baixa da atividade econômica, evidentemente que há um mau humor no comércio, na casa das pessoas, nas famílias. Este [retomada econômica] é o único remédio que eu acho que tem que ser feito e esse remédio está sendo pensado”, acrescentou à Agência Brasil. Na avaliação de Wagner, os protestos não enfraquecem o governo. “As pessoas que estão indo à rua têm um perfil claramente oposicionista.
Se 51 milhões de pessoas foram às urnas na eleição [de 2014] para ser contra o governo da presidenta Dilma ou do PT, acho que o protesto não enfraquece. É uma parcela [da população]. O que o governo precisa para ter mais gás é a recuperação da economia, a volta da geração de empregos”, completou.
Isso não vai resolver o problema do Brasil. Impeachment não é remédio nem para impopularidade nem para crise econômica. De qualquer forma, deve ter animado a oposição”, disse após a reunião da coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo o ministro, o governo não tem “nada de bombástico para anunciar” como resposta às ruas. “O que a gente vai fazer é apressar o que já vem fazendo. Tem vários componentes, mas o componente que considero fundamental é o da economia.
Se a economia estiver apontando desemprego e diminuição da atividade econômica, não há alegria nas pessoas. Se você tem um processo que é de baixa da atividade econômica, evidentemente que há um mau humor no comércio, na casa das pessoas, nas famílias. Este [retomada econômica] é o único remédio que eu acho que tem que ser feito e esse remédio está sendo pensado”, acrescentou à Agência Brasil. Na avaliação de Wagner, os protestos não enfraquecem o governo. “As pessoas que estão indo à rua têm um perfil claramente oposicionista.
Se 51 milhões de pessoas foram às urnas na eleição [de 2014] para ser contra o governo da presidenta Dilma ou do PT, acho que o protesto não enfraquece. É uma parcela [da população]. O que o governo precisa para ter mais gás é a recuperação da economia, a volta da geração de empregos”, completou.
Juíza manda denúncia e pedido de prisão de Lula para Moro
A Justiça de São Paulo encaminhou para as mãos do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba (PR), a denúncia e o pedido de prisão preventiva feitos pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Lula. A Justiça paulista decidiu que o caso do tríplex no Guarujá (SP) já era alvo da Operação Lava Jato e que os crimes investigados são de esfera federal. A decisão da 4ª Vara Criminal da Capital foi divulgada nesta segunda-feira pelo Tribunal de Justiça do Estado. O Ministério Público paulista vai recorrer.
A juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira declinou da competência para atuar no processo e decidiu levantar o sigilo do caso. Em sua decisão, ela escreveu que, conforme Moro, os favores indevidos recebidos pelo ex-presidente têm relação com as empreiteiras investigadas na Lava Jato. Ela citou despacho em que o juiz federal fala em "fundada suspeita de que o ex-presidente teria recebido benefícios materiais, de forma sub-reptícia, de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, especificamente em reformas e benfeitorias de imóveis de sua propriedade".
Leia a íntegra da decisão da juíza da 4ª Vara Criminal da Capital
A referência de Moro a "suspeitas de que o ex-presidente seria o real proprietário de dois imóveis em nome de pessoas interpostas", como o tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá, e o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, também foi destacada pela juíza como um dos motivos pelos quais o caso deve tramitar na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde está centralizada a maior parte dos processos relacionados à Lava Jato.
"Têm-se que nos processos da Operação Lava Jato são investigadas tanto a cessão do tríplex no Guarujá ao ex-presidente e sua família, bem como as reformas em tal imóvel, (...) e ainda a mesma situação com o notório Sítio na Comarca de Atibaia, ambos no Estado de São Paulo, após minucioso trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal", afirma a juíza, que conclui que "é inegável a vinculação entre todos esses casos da Operação Lava Jato".
"O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de 'lavagem de dinheiro', é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação", decidiu a juíza.
Os promotores de São Paulo disseram ao site de VEJA que vão recorrer da decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira. Eles se reúnem ainda nesta segunda para decidir em qual instância podem questionar a remessa dos autos a Moro. "Os crimes antecedentes e a lavagem de dinheiro são de competência estadual, conforme os elementos colhidos na investigação criminal, sem interesse algum da União. Porém, a reforma do tríplex, em Guarujá, e os móveis e eletrodomésticos podem ter ligação ou conexão com os fatos apurados na Operação Lava Jato, mas não são objeto da denúncia apresentada nesta capital", disseram em nota.
Supremo - O ex-presidente Lula havia recorrido diversas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando ser alvo de duas apurações simultâneas, do Ministério Público de São Paulo e do Ministério Público Federal, sobre os mesmos fatos. Isso, segundo a defesa do petista, seria uma afronta à lei porque, no limite, ele estaria sujeito a ser penalizado duas vezes por um mesmo fato. Mas, ao contrário do que entendeu a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, os advogados de Lula argumentavam que ele não deveria ser investigado na Lava Jato, e sim em São Paulo, porque é lá que está localizado o imóvel que o Ministério Público estadual considera alvo de suspeitas - o tríplex no Guarujá.
Em manifestação entregue ao STF, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol defendeu a ideia de que não há conflito de competência nas investigações envolvendo o petista porque o MP em São Paulo e a força-tarefa da Lava Jato estariam lidando com casos diferentes. Os indícios, segundo Dallagnol, são de lavagem de dinheiro com a participação do pecuarista José Carlos Bumlai e de executivos da construtora Odebrecht e da OAS.
Leia a nota dos promotores Ministério Público de São Paulo
Os promotores de Justiça Cassio Roberto Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo vêm informar que tomaram conhecimento nesta data, pela imprensa, da decisão da MMª juíza de Direito da 4ª Vara Criminal Central da Capital de São Paulo de declinação da competência para apreciação da denúncia apresentada no Caso BANCOOP, em face de Luiz Inácio Lula da Silva e outros (Feito 0017018-25.2016.8.26.0050). Embora respeitem a decisão, entendem que a competência seria mesmo do Juízo Criminal desta Capital e não da Vara Federal de Curitiba, pois os fatos têm origem e relação com a Cooperativa Habitacional dos Bancários, aqui sediada, sem ligação alguma com os fatos relativos à Petrobras. Os crimes antecedentes e a lavagem de dinheiro são de competência estadual, conforme os elementos colhidos na investigação criminal, sem interesse algum da União. Porém, a reforma do tríplex, em Guarujá, e os móveis e eletrodomésticos podem ter ligação ou conexão com os fatos apurados na Operação Lava Jato, mas não são objeto da denúncia apresentada nesta Capital. A interposição de eventual recurso será verificada no prazo legal, após a formal intimação.
A juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira declinou da competência para atuar no processo e decidiu levantar o sigilo do caso. Em sua decisão, ela escreveu que, conforme Moro, os favores indevidos recebidos pelo ex-presidente têm relação com as empreiteiras investigadas na Lava Jato. Ela citou despacho em que o juiz federal fala em "fundada suspeita de que o ex-presidente teria recebido benefícios materiais, de forma sub-reptícia, de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, especificamente em reformas e benfeitorias de imóveis de sua propriedade".
Leia a íntegra da decisão da juíza da 4ª Vara Criminal da Capital
A referência de Moro a "suspeitas de que o ex-presidente seria o real proprietário de dois imóveis em nome de pessoas interpostas", como o tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá, e o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, também foi destacada pela juíza como um dos motivos pelos quais o caso deve tramitar na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde está centralizada a maior parte dos processos relacionados à Lava Jato.
"Têm-se que nos processos da Operação Lava Jato são investigadas tanto a cessão do tríplex no Guarujá ao ex-presidente e sua família, bem como as reformas em tal imóvel, (...) e ainda a mesma situação com o notório Sítio na Comarca de Atibaia, ambos no Estado de São Paulo, após minucioso trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal", afirma a juíza, que conclui que "é inegável a vinculação entre todos esses casos da Operação Lava Jato".
"O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de 'lavagem de dinheiro', é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação", decidiu a juíza.
Os promotores de São Paulo disseram ao site de VEJA que vão recorrer da decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira. Eles se reúnem ainda nesta segunda para decidir em qual instância podem questionar a remessa dos autos a Moro. "Os crimes antecedentes e a lavagem de dinheiro são de competência estadual, conforme os elementos colhidos na investigação criminal, sem interesse algum da União. Porém, a reforma do tríplex, em Guarujá, e os móveis e eletrodomésticos podem ter ligação ou conexão com os fatos apurados na Operação Lava Jato, mas não são objeto da denúncia apresentada nesta capital", disseram em nota.
Supremo - O ex-presidente Lula havia recorrido diversas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando ser alvo de duas apurações simultâneas, do Ministério Público de São Paulo e do Ministério Público Federal, sobre os mesmos fatos. Isso, segundo a defesa do petista, seria uma afronta à lei porque, no limite, ele estaria sujeito a ser penalizado duas vezes por um mesmo fato. Mas, ao contrário do que entendeu a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, os advogados de Lula argumentavam que ele não deveria ser investigado na Lava Jato, e sim em São Paulo, porque é lá que está localizado o imóvel que o Ministério Público estadual considera alvo de suspeitas - o tríplex no Guarujá.
Em manifestação entregue ao STF, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol defendeu a ideia de que não há conflito de competência nas investigações envolvendo o petista porque o MP em São Paulo e a força-tarefa da Lava Jato estariam lidando com casos diferentes. Os indícios, segundo Dallagnol, são de lavagem de dinheiro com a participação do pecuarista José Carlos Bumlai e de executivos da construtora Odebrecht e da OAS.
Leia a nota dos promotores Ministério Público de São Paulo
Os promotores de Justiça Cassio Roberto Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo vêm informar que tomaram conhecimento nesta data, pela imprensa, da decisão da MMª juíza de Direito da 4ª Vara Criminal Central da Capital de São Paulo de declinação da competência para apreciação da denúncia apresentada no Caso BANCOOP, em face de Luiz Inácio Lula da Silva e outros (Feito 0017018-25.2016.8.26.0050). Embora respeitem a decisão, entendem que a competência seria mesmo do Juízo Criminal desta Capital e não da Vara Federal de Curitiba, pois os fatos têm origem e relação com a Cooperativa Habitacional dos Bancários, aqui sediada, sem ligação alguma com os fatos relativos à Petrobras. Os crimes antecedentes e a lavagem de dinheiro são de competência estadual, conforme os elementos colhidos na investigação criminal, sem interesse algum da União. Porém, a reforma do tríplex, em Guarujá, e os móveis e eletrodomésticos podem ter ligação ou conexão com os fatos apurados na Operação Lava Jato, mas não são objeto da denúncia apresentada nesta Capital. A interposição de eventual recurso será verificada no prazo legal, após a formal intimação.
Lula não explica doações de empreiteiras e ironiza: 'presidente que se preze não discute dinheiro de campanha'
Ao longo de oito anos de governo, o ex-presidente Lula se apegou com unhas e dentes à retórica de que nada sabia sobre as traficâncias em série operadas por petistas graúdos com gabinete no Planalto. A cantilena foi utilizada pelo petista para tentar se descolar do escândalo do mensalão, para não prestar contas cobre o aporte milionário que o primogênito, Fabio Luis Lula da Silva, recebeu da antiga Telemar (hoje Oi), e mais recentemente como discurso para se afastar da roubalheira instalada na Petrobras.
Investigado no petrolão, o petista, que se autoproclamou a "alma mais honesta deste país" foi levado coercitivamente a depor no último dia 4 de março e, a exemplo do que fez durante os mandatos que passou à frente do Palácio do Planalto, não "soube explicar" doações de empreiteiras, a rotina de arrecadação de sua campanha à reeleição e nem como o instituto que leva seu nome recebia mais de 20 milhões de reais em doações de construtoras investigadas na Operação Lava Jato.
Lula foi ouvido em depoimento no início do mês, quando ficou por quase quatro horas diante dos investigadores em uma sala reservada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Sempre que questionado sobre o funcionamento do Instituto Lula ou da remuneração da LILS, empresa de palestras dele e beneficiária de quase 10 milhões de reais de empreiteiras ligadas ao petrolão, disse não "gostar de participar das decisões" do Instituto.
Chegou a alegar que não cuida sequer das finanças de sua casa. O petista disse que as empresas não o procuravam espontaneamente para fazer doações, mas negou que ele próprio tenha intercedido em busca de recursos. "Não faz parte da minha vida política. Desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas. Não [pediu dinheiro] e pretendo não pedir nos últimos anos que eu tenho de vida", alegou o ex-presidente. O fluxo financeiro do Instituto Lula, afirmou, "é menos do que eu precisava".
"Como qualquer outra empresa ou qualquer outro instituto, ou você recolhe fazendo o projeto ou você recolhe pedindo dinheiro. Eu não conheço ninguém que procura ninguém espontaneamente para dar dinheiro, nem o dízimo da igreja é espontâneo, se o padre ou o pastor não pedir, meu caro, o cristão vai embora, vira as costas e não dá o dinheiro. Então dinheiro você tem que pedir, você tem que convencer as pessoas do projeto que você vai fazer, das coisas que você vai fazer. Lamentavelmente, no Brasil ainda não é uma coisa normal, mas no mundo desenvolvido isso já é uma coisa normal, ou seja, não é nem vergonha, nem crime, alguém dar dinheiro para uma fundação. Aqui no Brasil a mediocridade ainda transforma tudo em coisas equivocadas", alegou.
Na condição de investigado na Operação Lava Jato, o ex-presidente disse que a Instituto Lula não tem "nenhuma" relação com a Camargo Correa e, questionado sobre as doações que ao grupo teria repassado à sua entidade, ironizou: "até saiu na imprensa que ela fez". "Eu vou repetir, deve ter sido ou o tesoureiro do instituto ou algum diretor do instituto. Ela deu para o instituto acho que a metade do que ela deu para o Fernando Henrique Cardoso, metade, deveria ter dado mais, mas deu menos", disse o petista.
Em um momento de irritação, Lula afirmou que "é possível" que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, ou a ex-assessora Clara Ant, que integra a diretoria da entidade, tenha pedido doações a empreiteiras. "A todas, todas, todas", resumiu Lula quando indagado explicitamente sobre pedidos de repasses feitos à Camargo Correa, OAS, Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão. Todas elas têm dirigentes investigados ou condenados no escândalo do petrolão por terem se aliado para fraudar contratos envolvendo a Petrobras e distribuir propina a agentes públicos e políticos. "Como eu sou uma figura muito forte, se eu participo das reuniões, ou seja, dá a pressão que o que eu falar vira lei, então eu não participo que é para eles tomarem as decisões que entenderem corretas para o instituto", disse.
O petista evitou citar nomes de executivos ligados às empreiteiras que repassariam doações a seu instituto e mais uma vez se eximiu das funções financeiras da entidade: "eu já disse para você que a mim não interessa discutir esses assuntos, não me interessa". Ele negou que grandes doações fossem "comemoradas" e não soube explicar o montante médio das doações. Mais uma vez, terceirizou as responsabilidades: "não pergunte para mim essas coisas financeiras porque eu não cuido disso. Faço questão de não fazer ideia". "Nem no instituto e nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam", ironizou.
Campanha de 2006 - No depoimento à Polícia Federal, Lula foi questionado sobre a rotina de arrecadação de doações para a campanha de 2006. Naquele ano, quando José de Filippi era tesoureiro da corrida presidencial pela reeleição, empreiteiras do Clube do Bilhão repassaram pelo menos 2,4 milhões de reais em caixa dois para o caixa eleitoral de Lula. As revelações foram feitas pelo empreiteiro e delator da Lava Jato Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, que afirmou que as empreiteiras Queiroz Galvão, IESA e Camargo Correa aceitaram pagar doações não oficiais a pedido do então tesoureiro. No depoimento, Lula disse não saber da doação de 2,4 milhões de reais.
Novamente, tentou se descolar do dia a dia da campanha ou dos métodos de arrecadação que o levaram pela segunda vez ao Palácio do Planalto: "Deixa eu lhe falar uma coisa, um Presidente da República que se preze não discute dinheiro de campanha, se ele quiser ser presidente de fato e de direito ele não discute dinheiro de campanha", respondeu ele à Polícia Federal.
Nas investigações da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse, em acordo de delação premiada, que a Petrobras pagou 300 milhões de dólares ao governo de Luanda pelo direito de explorar um campo petrolífero em águas profundas nas costas de Angola. Cerveró disse ter ouvido de Manuel Domingos Vicente - então presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a estatal angolana do petróleo - que até 50 milhões de reais oriundos de propinas produzidas pelo negócio foram mandados de volta para o Brasil com o objetivo de irrigar os cofres da campanha de Lula.
Confira alguns trechos do depoimento:
Sobre a empresa do filho
Delegado da Polícia Federal:- o senhor conhece a empresa G4 Entretenimento e Tecnologia Digital?
Lula: Eu não conheço, mas eu sei que acho que é do, o meu filho acho que era sócio dela, G4.
Delegado: Qual filho?
Lula: O Fábio.
Delegado: O senhor sabe quais as atividades exercidas por ela?
Lula:Não sei. Esse negócio de game, não me pergunte nada que eu sou analfabeto.
Delegado: O senhor saberia dizer, ele já comentou com o senhor quantos empregados, ele dá emprego para quanta gente lá, quantas famílias sobrevivem dela, não sabe dizer?
Lula: Não, cada um cuida do seu nesse país.
Delegadol: Mas, assim, mais de 5, mais de 20?
Lula: Eu não sei, querido, não tenho a menor noção.
Delegado: E o senhor sabe onde ela se situa?
Lula: Não. Aliás, eu nunca fui.
Delegado: Além do seu filho Fábio, seria um dos sócios dela, quem seriam os outros sócios?
Lula: Não sei, querido.
Delegado: E ela já recebeu valores do Instituto Lula?
Lula: Se prestou serviços, não recebeu benefícios, recebeu pagamentos, eu não sei se prestou serviços, mas se prestou serviços recebeu, todo mundo que presta serviços para o instituto recebe.
Lula desconversa sobre os valores que eram doados ao Instituto Lula
"Nem no instituto e nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam."
Sobre os pedalinhos do sítio de Atibaia
"Certamente que a dona Marisa adoraria ver os netos dela e outras crianças que fossem lá possivelmente passear naquilo (...) Eu fico, acho que não é legal, eu fico constrangido de você me perguntar de pedalinho e de me perguntar de um barco de 3 mil reais, sinceramente eu fico."
Sobre o tríplex do Guarujá
"Eu acho que eu estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do triplex que foi uma sacanagem homérica, inventa história de triplex, inventa a história de uma off-shore do Panamá que veio pra cá, que tinha vendido o prédio, toda uma história pra tentar me ligar à Lava Jato, toda uma história pra me ligar à Lava Jato, porque foi essa a história do triplex."
José Dirceu
Delegado da Polícia Federal: José Dirceu tinha alguma interlocução com o senhor na indicação e nomeação de diretores da Petrobras?
Lula:Ele era o chefe da Casa Civil, ele cumpria com o papel reservado a ele. As discussões com as lideranças aconteciam, com os ministros, e chegava pra Casa Civil, mandava para o GSI pra trazer pra mim.
Delegado: O senhor tomou algum conhecimento, que não seja pela imprensa, de que o senhor José Dirceu recebia vantagens indevidas relacionadas à Petrobras?
Lula: Pela imprensa.
Delegado: Só pela imprensa?
Lula: E sinceramente não acredito.
Delegado: Certo. E o senhor sabe me dizer qual o papel dele no Partido dos Trabalhadores após a prisão dele no processo do Mensalão?
Lula: Acho que nenhum, querido. Nenhum, nenhum, é uma pena, que o José Dirceu era um grande dirigente político. Acho que poucas pessoas têm a cabeça privilegiada do ponto de vista político que tem o José Dirceu.
Sobre José de Filippi Junior, seu ex-tesoureiro de campanha e ex-presidente do Instituto Lula, que teria recebido milhões desviados da Petrobras. Defesa alega que dinheiro era para palestras do ex-presidente
Delegado da Polícia Federal: Ele nunca teria autorização para pedir ou fazer agendamento de palestras, tratar qualquer valor de remuneração a palestras.
Lula: Não.
Delegado: Isso o senhor afirma com certeza?
Lula: Tem 99% de possibilidade que ele nunca tratou disso.
Palestras de 200 mil dólares
"Quando eu deixei a presidência todas as empresas de palestras, que organizam palestras de Bill Clinton, Bill Gates, Kofi Annan, Felipe Gonzales, Gordon Brown, todas as empresas mandaram e-mail, mandaram telegrama, mandaram convite, telefonaram, que queriam me agenciar para fazer palestra, nós então fizemos um critério de não aceitar nenhuma empresa para me agenciar, primeiro por cuidado político, que a gente não sabia quem eram, e segundo porque a gente queria fazer palestras selecionadas, ou seja, que a gente pudesse falar do Brasil (...) o que o Brasil tinha de perspectiva para a frente, e decidimos cobrar um valor, todas as minhas palestras custam exatamente 200 mil dólares, nem mais nem menos"
Sobre todas as acusações levantadas pela Justiça contra ele
"Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: 'Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano'". Fonte;Veja
Investigado no petrolão, o petista, que se autoproclamou a "alma mais honesta deste país" foi levado coercitivamente a depor no último dia 4 de março e, a exemplo do que fez durante os mandatos que passou à frente do Palácio do Planalto, não "soube explicar" doações de empreiteiras, a rotina de arrecadação de sua campanha à reeleição e nem como o instituto que leva seu nome recebia mais de 20 milhões de reais em doações de construtoras investigadas na Operação Lava Jato.
Lula foi ouvido em depoimento no início do mês, quando ficou por quase quatro horas diante dos investigadores em uma sala reservada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Sempre que questionado sobre o funcionamento do Instituto Lula ou da remuneração da LILS, empresa de palestras dele e beneficiária de quase 10 milhões de reais de empreiteiras ligadas ao petrolão, disse não "gostar de participar das decisões" do Instituto.
Chegou a alegar que não cuida sequer das finanças de sua casa. O petista disse que as empresas não o procuravam espontaneamente para fazer doações, mas negou que ele próprio tenha intercedido em busca de recursos. "Não faz parte da minha vida política. Desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas. Não [pediu dinheiro] e pretendo não pedir nos últimos anos que eu tenho de vida", alegou o ex-presidente. O fluxo financeiro do Instituto Lula, afirmou, "é menos do que eu precisava".
"Como qualquer outra empresa ou qualquer outro instituto, ou você recolhe fazendo o projeto ou você recolhe pedindo dinheiro. Eu não conheço ninguém que procura ninguém espontaneamente para dar dinheiro, nem o dízimo da igreja é espontâneo, se o padre ou o pastor não pedir, meu caro, o cristão vai embora, vira as costas e não dá o dinheiro. Então dinheiro você tem que pedir, você tem que convencer as pessoas do projeto que você vai fazer, das coisas que você vai fazer. Lamentavelmente, no Brasil ainda não é uma coisa normal, mas no mundo desenvolvido isso já é uma coisa normal, ou seja, não é nem vergonha, nem crime, alguém dar dinheiro para uma fundação. Aqui no Brasil a mediocridade ainda transforma tudo em coisas equivocadas", alegou.
Na condição de investigado na Operação Lava Jato, o ex-presidente disse que a Instituto Lula não tem "nenhuma" relação com a Camargo Correa e, questionado sobre as doações que ao grupo teria repassado à sua entidade, ironizou: "até saiu na imprensa que ela fez". "Eu vou repetir, deve ter sido ou o tesoureiro do instituto ou algum diretor do instituto. Ela deu para o instituto acho que a metade do que ela deu para o Fernando Henrique Cardoso, metade, deveria ter dado mais, mas deu menos", disse o petista.
Em um momento de irritação, Lula afirmou que "é possível" que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, ou a ex-assessora Clara Ant, que integra a diretoria da entidade, tenha pedido doações a empreiteiras. "A todas, todas, todas", resumiu Lula quando indagado explicitamente sobre pedidos de repasses feitos à Camargo Correa, OAS, Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão. Todas elas têm dirigentes investigados ou condenados no escândalo do petrolão por terem se aliado para fraudar contratos envolvendo a Petrobras e distribuir propina a agentes públicos e políticos. "Como eu sou uma figura muito forte, se eu participo das reuniões, ou seja, dá a pressão que o que eu falar vira lei, então eu não participo que é para eles tomarem as decisões que entenderem corretas para o instituto", disse.
O petista evitou citar nomes de executivos ligados às empreiteiras que repassariam doações a seu instituto e mais uma vez se eximiu das funções financeiras da entidade: "eu já disse para você que a mim não interessa discutir esses assuntos, não me interessa". Ele negou que grandes doações fossem "comemoradas" e não soube explicar o montante médio das doações. Mais uma vez, terceirizou as responsabilidades: "não pergunte para mim essas coisas financeiras porque eu não cuido disso. Faço questão de não fazer ideia". "Nem no instituto e nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam", ironizou.
Campanha de 2006 - No depoimento à Polícia Federal, Lula foi questionado sobre a rotina de arrecadação de doações para a campanha de 2006. Naquele ano, quando José de Filippi era tesoureiro da corrida presidencial pela reeleição, empreiteiras do Clube do Bilhão repassaram pelo menos 2,4 milhões de reais em caixa dois para o caixa eleitoral de Lula. As revelações foram feitas pelo empreiteiro e delator da Lava Jato Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, que afirmou que as empreiteiras Queiroz Galvão, IESA e Camargo Correa aceitaram pagar doações não oficiais a pedido do então tesoureiro. No depoimento, Lula disse não saber da doação de 2,4 milhões de reais.
Novamente, tentou se descolar do dia a dia da campanha ou dos métodos de arrecadação que o levaram pela segunda vez ao Palácio do Planalto: "Deixa eu lhe falar uma coisa, um Presidente da República que se preze não discute dinheiro de campanha, se ele quiser ser presidente de fato e de direito ele não discute dinheiro de campanha", respondeu ele à Polícia Federal.
Nas investigações da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse, em acordo de delação premiada, que a Petrobras pagou 300 milhões de dólares ao governo de Luanda pelo direito de explorar um campo petrolífero em águas profundas nas costas de Angola. Cerveró disse ter ouvido de Manuel Domingos Vicente - então presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a estatal angolana do petróleo - que até 50 milhões de reais oriundos de propinas produzidas pelo negócio foram mandados de volta para o Brasil com o objetivo de irrigar os cofres da campanha de Lula.
Confira alguns trechos do depoimento:
Sobre a empresa do filho
Delegado da Polícia Federal:- o senhor conhece a empresa G4 Entretenimento e Tecnologia Digital?
Lula: Eu não conheço, mas eu sei que acho que é do, o meu filho acho que era sócio dela, G4.
Delegado: Qual filho?
Lula: O Fábio.
Delegado: O senhor sabe quais as atividades exercidas por ela?
Lula:Não sei. Esse negócio de game, não me pergunte nada que eu sou analfabeto.
Delegado: O senhor saberia dizer, ele já comentou com o senhor quantos empregados, ele dá emprego para quanta gente lá, quantas famílias sobrevivem dela, não sabe dizer?
Lula: Não, cada um cuida do seu nesse país.
Delegadol: Mas, assim, mais de 5, mais de 20?
Lula: Eu não sei, querido, não tenho a menor noção.
Delegado: E o senhor sabe onde ela se situa?
Lula: Não. Aliás, eu nunca fui.
Delegado: Além do seu filho Fábio, seria um dos sócios dela, quem seriam os outros sócios?
Lula: Não sei, querido.
Delegado: E ela já recebeu valores do Instituto Lula?
Lula: Se prestou serviços, não recebeu benefícios, recebeu pagamentos, eu não sei se prestou serviços, mas se prestou serviços recebeu, todo mundo que presta serviços para o instituto recebe.
Lula desconversa sobre os valores que eram doados ao Instituto Lula
"Nem no instituto e nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam."
Sobre os pedalinhos do sítio de Atibaia
"Certamente que a dona Marisa adoraria ver os netos dela e outras crianças que fossem lá possivelmente passear naquilo (...) Eu fico, acho que não é legal, eu fico constrangido de você me perguntar de pedalinho e de me perguntar de um barco de 3 mil reais, sinceramente eu fico."
Sobre o tríplex do Guarujá
"Eu acho que eu estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do triplex que foi uma sacanagem homérica, inventa história de triplex, inventa a história de uma off-shore do Panamá que veio pra cá, que tinha vendido o prédio, toda uma história pra tentar me ligar à Lava Jato, toda uma história pra me ligar à Lava Jato, porque foi essa a história do triplex."
José Dirceu
Delegado da Polícia Federal: José Dirceu tinha alguma interlocução com o senhor na indicação e nomeação de diretores da Petrobras?
Lula:Ele era o chefe da Casa Civil, ele cumpria com o papel reservado a ele. As discussões com as lideranças aconteciam, com os ministros, e chegava pra Casa Civil, mandava para o GSI pra trazer pra mim.
Delegado: O senhor tomou algum conhecimento, que não seja pela imprensa, de que o senhor José Dirceu recebia vantagens indevidas relacionadas à Petrobras?
Lula: Pela imprensa.
Delegado: Só pela imprensa?
Lula: E sinceramente não acredito.
Delegado: Certo. E o senhor sabe me dizer qual o papel dele no Partido dos Trabalhadores após a prisão dele no processo do Mensalão?
Lula: Acho que nenhum, querido. Nenhum, nenhum, é uma pena, que o José Dirceu era um grande dirigente político. Acho que poucas pessoas têm a cabeça privilegiada do ponto de vista político que tem o José Dirceu.
Sobre José de Filippi Junior, seu ex-tesoureiro de campanha e ex-presidente do Instituto Lula, que teria recebido milhões desviados da Petrobras. Defesa alega que dinheiro era para palestras do ex-presidente
Delegado da Polícia Federal: Ele nunca teria autorização para pedir ou fazer agendamento de palestras, tratar qualquer valor de remuneração a palestras.
Lula: Não.
Delegado: Isso o senhor afirma com certeza?
Lula: Tem 99% de possibilidade que ele nunca tratou disso.
Palestras de 200 mil dólares
"Quando eu deixei a presidência todas as empresas de palestras, que organizam palestras de Bill Clinton, Bill Gates, Kofi Annan, Felipe Gonzales, Gordon Brown, todas as empresas mandaram e-mail, mandaram telegrama, mandaram convite, telefonaram, que queriam me agenciar para fazer palestra, nós então fizemos um critério de não aceitar nenhuma empresa para me agenciar, primeiro por cuidado político, que a gente não sabia quem eram, e segundo porque a gente queria fazer palestras selecionadas, ou seja, que a gente pudesse falar do Brasil (...) o que o Brasil tinha de perspectiva para a frente, e decidimos cobrar um valor, todas as minhas palestras custam exatamente 200 mil dólares, nem mais nem menos"
Sobre todas as acusações levantadas pela Justiça contra ele
"Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: 'Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano'". Fonte;Veja
domingo, 13 de março de 2016
Aos gritos de ‘ladrão’ e ‘corrupto’, Alckmin e Aécio são expulsos de manifestação
Líderes do PSDB, Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram hostilizados neste domingo (13), quando tentaram participar do protesto contra o governo federal na Avenida Paulista, em São Paulo. Ambos só ficaram no local por cerca de 30 minutos, tempo suficiente para a população direcionar a ambos gritos de “Ladrão”, “Corruptos”, “Aproveitadores” e “Oportunistas”. O governador de São Paulo ainda foi questionado sobre o dinheiro da merenda escolar dos estudantes da rede pública de ensino. Participaram ainda da tentativa de engajamento na manifestação o senador Aloysio Nunes, e os deputados Paulinho da Força e Antônio Imbassahy.Fonte:Bahia Noticias
Ameaças de morte elevam segurança em torno de Moro
Mesmo com a Operação Lava Jato já debruçada sobre políticos influentes e empresários poderosos, o juiz Sergio Moro sempre resistiu a qualquer mudança de rotina. Apesar dos alertas para cuidar da própria segurança, prosseguiu fazendo rigorosamente tudo o que fazia antes de assumir os processos e enfrentar a corrupção. Moro ia trabalhar de bicicleta. Frequentava restaurantes e shoppings de Curitiba e corria, sozinho, pelas ruas da cidade. Com o passar do tempo, aceitou fazer algumas concessões.
Aposentou a bicicleta, passou a evitar programas familiares em lugares públicos e trocou o cooper ao ar livre pela esteira de uma academia. Mas nunca admitiu andar com escolta, embora estivesse no centro de uma atividade naturalmente fadada a despertar rancores. Por mais de uma vez, a Polícia Federal lhe ofereceu proteção. Sempre que ouvia a sugestão, o magistrado repetia uma pergunta: "Há alguma ameaça concreta?". Não havia, mas aparentemente agora há. Desde a semana passada, Moro está sob a proteção de uma equipe de agentes altamente treinados.
Fazia tempo que o juiz era alvo de ataques virtuais, a exemplo do que aconteceu com o ex-ministro Joaquim Barbosa durante o julgamento do processo do mensalão. Mas nada que fosse suficiente para fazê-lo mudar de conduta. O ponto de inflexão brotou com a decisão de mandar a Polícia Federal conduzir o ex-presidente Lula para depor sobre suas ligações com o petrolão, na sexta-feira 4.
A ordem de Moro, expedida como parte da 24ª fase da Operação Lava-Jato, atiçou a militância petista mais radical - em muitos casos, pode ser apenas histeria, dada a facilidade de gritar nas redes sociais. Do ponto de vista policial, contudo, impõem-se cautela e atenção. Ainda no dia da condução coercitiva de Lula, à medida que o ex-presidente e outros hierarcas do PT subiam o tom do discurso, mais agressivas se tornavam as ameaças da tropa cibernética.
Pelo menos três desses ataques resultaram em abertura de inquérito por um motivo muito simples: incitaram, entre outras barbaridades, ao assassinato do juiz da Lava-Jato. "Chega de palhaçada de acreditar na democracia de direita. Matem o Moro", escreveu no Twitter um agressor já identificado. "Tenhamos coragem. Matemos Moro e acabemos com esta festa", emendou o militante. "Todos de esquerda nas ruas já e com armas! É guerra civil", postou outro radical no Facebook. "Matar o Moro e todos os fascistas.
É guerra", prosseguiu. Mensagens desse quilate puseram a polícia e Moro em alerta. A "ameaça concreta" que o juiz paranaense dizia inexistir despontou como uma possibilidade real. Prudência agora é o nome do jogo. Desde aquela sexta-feira em que Lula depôs numa sala do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, agentes da Polícia Federal se revezam num esquema ostensivo ao redor de Moro. Em paralelo, policiais rastreiam a origem das ameaças e de telefonemas que o magistrado tem recebido. "Identificaremos todos eles", disse a VEJA um investigador que trabalha no caso.Fonte:Veja
Aposentou a bicicleta, passou a evitar programas familiares em lugares públicos e trocou o cooper ao ar livre pela esteira de uma academia. Mas nunca admitiu andar com escolta, embora estivesse no centro de uma atividade naturalmente fadada a despertar rancores. Por mais de uma vez, a Polícia Federal lhe ofereceu proteção. Sempre que ouvia a sugestão, o magistrado repetia uma pergunta: "Há alguma ameaça concreta?". Não havia, mas aparentemente agora há. Desde a semana passada, Moro está sob a proteção de uma equipe de agentes altamente treinados.
Fazia tempo que o juiz era alvo de ataques virtuais, a exemplo do que aconteceu com o ex-ministro Joaquim Barbosa durante o julgamento do processo do mensalão. Mas nada que fosse suficiente para fazê-lo mudar de conduta. O ponto de inflexão brotou com a decisão de mandar a Polícia Federal conduzir o ex-presidente Lula para depor sobre suas ligações com o petrolão, na sexta-feira 4.
A ordem de Moro, expedida como parte da 24ª fase da Operação Lava-Jato, atiçou a militância petista mais radical - em muitos casos, pode ser apenas histeria, dada a facilidade de gritar nas redes sociais. Do ponto de vista policial, contudo, impõem-se cautela e atenção. Ainda no dia da condução coercitiva de Lula, à medida que o ex-presidente e outros hierarcas do PT subiam o tom do discurso, mais agressivas se tornavam as ameaças da tropa cibernética.
Pelo menos três desses ataques resultaram em abertura de inquérito por um motivo muito simples: incitaram, entre outras barbaridades, ao assassinato do juiz da Lava-Jato. "Chega de palhaçada de acreditar na democracia de direita. Matem o Moro", escreveu no Twitter um agressor já identificado. "Tenhamos coragem. Matemos Moro e acabemos com esta festa", emendou o militante. "Todos de esquerda nas ruas já e com armas! É guerra civil", postou outro radical no Facebook. "Matar o Moro e todos os fascistas.
É guerra", prosseguiu. Mensagens desse quilate puseram a polícia e Moro em alerta. A "ameaça concreta" que o juiz paranaense dizia inexistir despontou como uma possibilidade real. Prudência agora é o nome do jogo. Desde aquela sexta-feira em que Lula depôs numa sala do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, agentes da Polícia Federal se revezam num esquema ostensivo ao redor de Moro. Em paralelo, policiais rastreiam a origem das ameaças e de telefonemas que o magistrado tem recebido. "Identificaremos todos eles", disse a VEJA um investigador que trabalha no caso.Fonte:Veja
Lolla gourmet: preços de comidas e bebidas estão nas alturas
Não bastasse o valor gasto no ingresso do festival Lollapalooza, que custava 450 reais para um dia do evento, quem comparecer neste final de semana ao Autódromo de Interlagos vai gastar mais uma boa quantia caso queira beber ou comer. Opções não faltam, porém nenhuma delas vem acompanhada de um preço amigável.
Quem comprar um copo de 300 ml de água, por exemplo, vai gastar 4 magos, moeda fictícia do evento e que tem cotação de um para um com o real. O chopp e a cerveja também vêm com preços salgados: 12 mangos. O energético é o campeão das bebidas, custando 16 mangos. Os valores para a comida seguem o raio gourmetizador -- que, claro, encarece tudo por onde passa.
Uma pequena empada de palmito custa absurdos 12 mangos, mesmo preço da coxinha, da bolinha de queijo e do pastel. Os foodtrucks espalhados pelo autódromo repetem os valores abusivos. Um kebab custa 24 mangos em um deles, enquanto outro vende um hambúrguer de cordeiro por 24 mangos.
No Chef´s Stage, centro gastronômico do festival, onde estão espalhadas tendas de chefes de renome com cardápios especiais para o evento, os preços, claro, não seriam diferente. Henrique Fogaça, jurado do Masterchef Brasil, é um dos que assinam pratos no espaço.
Seu setor no local, um dos mais cobiçados pelo público, vende um hambúrguer de carne bovina com gruyère, farofa de bacon e salada no brioche. Para provar a iguaria, entretanto, é necessário desembolsar 24 mangos. Um dos mais abusivos é um sanduiche grelhado de presunto e queijo no pão de forma com manteiga francesa - ou seja, um misto quente -, que custa 12 reais.
Mangos - Quem deixou para a comprar mangos no festival se deparou com uma dificuldade e tanto. As máquinas de cartão de débito e crédito apresentaram problema em diversos pontos de venda do festival. Segundo uma das funcionárias, o sinal dos aparelhos ficou instável durante toda a tarde. Apenas quem trouxe dinheiro conseguiu fazer a conversão.Fonte?Veja
Dilma defende Lula e UNE - e ignora protestos contra ela
A presidente da República, Dilma Rousseff, ignorou as manifestações contra o governo que levam neste domingo milhares de pessoas às ruas pelo país e usou as redes sociais para divulgar uma nota em defesa de entidades que a apoiam e levantam bandeira em nome do ex-presidente Lula, como a UNE e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ambos ligados ao PT.
No texto, a presidente afirma ser "intolerável" o ataque com pichações à sede da União Nacional dos Estudantes em São Paulo. Ela também repudiou o episódio denunciado por parlamentares do PT, que acusam policiais militares de São Paulo de invadirem e interromperem uma reunião sindical em Diadema (SP), no ABC paulista, em que se promovia um ato de desagravo ao ex-presidente Lula e ao ex-prefeito da cidade e ex-tesoureiro de campanhas presidenciais José de Filippi Jr, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Dilma cobrou que o governo do Estado, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), apure com rigor os fatos. "Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política", escreveu a presidente.
O Palácio do Planalto monitora as manifestações antipetistas. A dimensão dos protestos é um termômetro para governistas e oposicionistas do grau de insatisfação com Dilma, e também será levada em conta por partidos aliados que ameaçam abandonar o governo, como o PMDB. Na sexta-feira, Dilma pediu que manifestantes pró e contra o governo evitassem confrontos. O PT chegou a cancelar oficialmente convocações para este domingo (elas foram adiadas para os dias 18 e 31 de março), embora algumas protestos de militantes do partido e movimentos sociais alinhados tenham sido registrados, em menor escala, ao longo do dia.
Leia a nota da presidente:
É intolerável a violência cometida por vândalos que, neste sábado, atacaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo. Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação do ódio. Como venho afirmando à imprensa, ações que constituam provocação, violência e vandalismo prestam enorme e preocupante desserviço ao Brasil.
Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política. O que se viu na sede da UNE, no entanto, foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta à democracia, e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática.
Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema, na sexta-feira à noite. É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos.Fonte:Veja
No texto, a presidente afirma ser "intolerável" o ataque com pichações à sede da União Nacional dos Estudantes em São Paulo. Ela também repudiou o episódio denunciado por parlamentares do PT, que acusam policiais militares de São Paulo de invadirem e interromperem uma reunião sindical em Diadema (SP), no ABC paulista, em que se promovia um ato de desagravo ao ex-presidente Lula e ao ex-prefeito da cidade e ex-tesoureiro de campanhas presidenciais José de Filippi Jr, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Dilma cobrou que o governo do Estado, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), apure com rigor os fatos. "Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política", escreveu a presidente.
O Palácio do Planalto monitora as manifestações antipetistas. A dimensão dos protestos é um termômetro para governistas e oposicionistas do grau de insatisfação com Dilma, e também será levada em conta por partidos aliados que ameaçam abandonar o governo, como o PMDB. Na sexta-feira, Dilma pediu que manifestantes pró e contra o governo evitassem confrontos. O PT chegou a cancelar oficialmente convocações para este domingo (elas foram adiadas para os dias 18 e 31 de março), embora algumas protestos de militantes do partido e movimentos sociais alinhados tenham sido registrados, em menor escala, ao longo do dia.
Leia a nota da presidente:
É intolerável a violência cometida por vândalos que, neste sábado, atacaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo. Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação do ódio. Como venho afirmando à imprensa, ações que constituam provocação, violência e vandalismo prestam enorme e preocupante desserviço ao Brasil.
Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política. O que se viu na sede da UNE, no entanto, foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta à democracia, e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática.
Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema, na sexta-feira à noite. É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos.Fonte:Veja
Moro: Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas
O juiz federal Sérgio Moro divulgou nota neste domingo (13/03) em que afirmou considerar "importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas" e que "não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem-estar econômico e nossa dignidade".
Segundo Moro, autoridades eleitas e partidos devem "igualmente se comprometer com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne".
Nas manifestações que aconteceram em todo Brasil, o juiz da Lava-Jato recebeu amplo apoio, bem como as investigações contra as autoridades envolvidas nos processos da Lava Jato.
"Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário", afirmou Moro.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO
"Neste dia 13, o Povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário.
Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País.
- 13/03/2016, Sergio Fernando Moro"
(com Estadão Conteúdo)
Segundo Moro, autoridades eleitas e partidos devem "igualmente se comprometer com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne".
Nas manifestações que aconteceram em todo Brasil, o juiz da Lava-Jato recebeu amplo apoio, bem como as investigações contra as autoridades envolvidas nos processos da Lava Jato.
"Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário", afirmou Moro.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO
"Neste dia 13, o Povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário.
Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País.
- 13/03/2016, Sergio Fernando Moro"
(com Estadão Conteúdo)
13 de março: protesto sem precedentes contra Dilma e PT não indica que líder pode emergir da crise
O Brasil assistiu neste domingo, 13 de março de 2016, as maiores manifestações de rua de sua história. Mais de três milhões de pessoas vestiram verde e amarelo não apenas nas capitais e grandes cidades, mas também em municípios do interior do país. Na cidade de São Paulo, melhor termômetro do engajamento dos brasileiros nos protestos, imagens aéreas mostraram os 23 quarteirões da Avenida Paulista completamente tomados. Segundo a Polícia Militar, 1,4 milhão compareceram; segundo o instituto Datafolha, foram 500.000: os dois números indicam que o ato teve uma adesão expressivamente maior do que aquele realizado em março do ano passado, que até agora era a maior mobilização popular do país.
A tônica das manifestações foi o repúdio ao governo Dilma Rousseff, ao Partido dos Trabalhadores e seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, e à corrupção endêmica desvendada pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
A bandeira do impeachment foi empunhada por milhares de pessoas em todas as regiões. A presidente Dilma Rousseff passou o dia encastelada no Palácio da Alvorada - só se pronunciou à noite, por meio de uma nota lacônica à imprensa. Pouco antes, a presidente se reuniu com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e a cúpula de ministros de seu governo. Participam do encontro o ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e Aldo Rebelo (Defesa). O entorno do Palácio da Alvorada ficou bloqueado durante todo o domingo, com segurança ostensiva ao seu redor.
Lula e o PT foram igualmente castigados. Ao já tradicional boneco do Pixuleco, somaram-se cartazes, memes, máscaras, alguns pedalinhos e até uma espécie de carro alegórico representando o tríplex no Guarujá - tudo isso mostrando a corrozão inapelável da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grito de ordem contra o PT pôs o partido como grande responsável pelos dias difíceis que o país atravessa.
Se o governo e seu partido foram bombardeados, não se pode dizer que alguma força política possa capitalizar de imediato a indignação demonstrada nas ruas. Em São Paulo, os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin - ambos aspirantes a disputar as eleições presidencias pelo PSDB - foram hostilizados e nem chegaram a discursar, depois de uma breve passagem pela Paulista. No Rio de Janeiro, deputado fluminense Eduardo Cunha (PMDB), atual presidente da Câmara e agora oficialmente réu por corrupção, foi um dos principais alvos dos cartazes. Em Maceió, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), igualmente enrolado na Lava Jato, também foi lembrado em faixas. Não houve políticos poupados.
Num ano de eleições municipais, em que os congressistas se tornam mais sensíveis à voz dos eleitores nas suas bases, a força dos protestos neste domingo pode aumentar a pressão para que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que já tramita na Câmara e aguarda apenas uma decisão sobre rito do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhe velocidade para avançar. O que não significa que aqueles que estão na linha de sucessão no caso do impedimento da presidente Dilma Rousseff saiam desse domingo legitimados com firmeza para essa tarefa.
O único personagem universalmente louvado foi o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. Em Brasilia, manifestantes criaram o "Super Moro", um boneco com roupas semelhantes às do Super-Homem. À tarde, Moro divulgou nota em que se disse tocado pelo apoio ao "trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário", e pediu que "as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne".Veja
A tônica das manifestações foi o repúdio ao governo Dilma Rousseff, ao Partido dos Trabalhadores e seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, e à corrupção endêmica desvendada pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
A bandeira do impeachment foi empunhada por milhares de pessoas em todas as regiões. A presidente Dilma Rousseff passou o dia encastelada no Palácio da Alvorada - só se pronunciou à noite, por meio de uma nota lacônica à imprensa. Pouco antes, a presidente se reuniu com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e a cúpula de ministros de seu governo. Participam do encontro o ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e Aldo Rebelo (Defesa). O entorno do Palácio da Alvorada ficou bloqueado durante todo o domingo, com segurança ostensiva ao seu redor.
Lula e o PT foram igualmente castigados. Ao já tradicional boneco do Pixuleco, somaram-se cartazes, memes, máscaras, alguns pedalinhos e até uma espécie de carro alegórico representando o tríplex no Guarujá - tudo isso mostrando a corrozão inapelável da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grito de ordem contra o PT pôs o partido como grande responsável pelos dias difíceis que o país atravessa.
Se o governo e seu partido foram bombardeados, não se pode dizer que alguma força política possa capitalizar de imediato a indignação demonstrada nas ruas. Em São Paulo, os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin - ambos aspirantes a disputar as eleições presidencias pelo PSDB - foram hostilizados e nem chegaram a discursar, depois de uma breve passagem pela Paulista. No Rio de Janeiro, deputado fluminense Eduardo Cunha (PMDB), atual presidente da Câmara e agora oficialmente réu por corrupção, foi um dos principais alvos dos cartazes. Em Maceió, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), igualmente enrolado na Lava Jato, também foi lembrado em faixas. Não houve políticos poupados.
Num ano de eleições municipais, em que os congressistas se tornam mais sensíveis à voz dos eleitores nas suas bases, a força dos protestos neste domingo pode aumentar a pressão para que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que já tramita na Câmara e aguarda apenas uma decisão sobre rito do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhe velocidade para avançar. O que não significa que aqueles que estão na linha de sucessão no caso do impedimento da presidente Dilma Rousseff saiam desse domingo legitimados com firmeza para essa tarefa.
O único personagem universalmente louvado foi o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. Em Brasilia, manifestantes criaram o "Super Moro", um boneco com roupas semelhantes às do Super-Homem. À tarde, Moro divulgou nota em que se disse tocado pelo apoio ao "trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário", e pediu que "as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne".Veja
sábado, 12 de março de 2016
Organizador estima protestos contra o governo em 100 cidades neste domingo
Os protestos contra o governo marcados para este domingo (13) devem ocorrer em pelo menos 110 cidades do País, em 23 Estados e no Distrito Federal, de acordo com o Movimento Brasil Livre (MBL), um dos organizadores das manifestações. São Paulo concentrará a maior parte dos protestos, com pelo menos 28 cidades.
Na sequência estão Paraná, com 13, e Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cada um com 9 cidades. São esperadas manifestações também em Londres, na Inglaterra, em frente à Embaixada do Brasil. No geral, a expectativa é que os encontros deste domingo superem os registrados em 15 de março do ano passado, quando só a Avenida Paulista, em São Paulo, por exemplo, registrou em torno de 1 milhão de pessoas, segundo os organizadores.
Manifestações em defesa da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também devem ocorrer neste domingo, apesar de apelos de grupos a favor do governo para que não saiam às ruas, dada a possibilidade de confrontos. Ao menos Porto Alegre, Vitória, Recife e Fortaleza mantiveram a programação e devem ter atos pró-PT.
Em São Paulo, o ato que havia sido marcado para ocorrer na Praça Roosevelt, na região central da cidade, foi adiado para o próximo domingo, 20. A decisão foi tomada pela Juventude do PT, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros movimentos sociais.Fonte:O Estadão
Na sequência estão Paraná, com 13, e Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cada um com 9 cidades. São esperadas manifestações também em Londres, na Inglaterra, em frente à Embaixada do Brasil. No geral, a expectativa é que os encontros deste domingo superem os registrados em 15 de março do ano passado, quando só a Avenida Paulista, em São Paulo, por exemplo, registrou em torno de 1 milhão de pessoas, segundo os organizadores.
Manifestações em defesa da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também devem ocorrer neste domingo, apesar de apelos de grupos a favor do governo para que não saiam às ruas, dada a possibilidade de confrontos. Ao menos Porto Alegre, Vitória, Recife e Fortaleza mantiveram a programação e devem ter atos pró-PT.
Em São Paulo, o ato que havia sido marcado para ocorrer na Praça Roosevelt, na região central da cidade, foi adiado para o próximo domingo, 20. A decisão foi tomada pela Juventude do PT, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros movimentos sociais.Fonte:O Estadão
Mancini diz o que o Bahia tem ‘um ligeiro favoritismo’ no Ba-Vi
Com 100% de aproveitamento na temporada, o Bahia vai encarar o Vitória, neste domingo (13), às 16h, na Arena Fonte Nova, em jogo válido pela última rodada da primeira fase do Campeonato Baiano. Comandante do Rubro-negro, o técnico Vagner Mancini falou da invencibilidade do adversário e vê “um ligeiro favoritismo” do rival.
“Pode mexer no emocional. Um jogo desse, embora não tenha significado forte em termos de ponto, classificação, há uma espera muito grande das duas torcidas. Ver o teste maior, que é enfrentar o rival. Jogamos pouco até aqui. Foram apenas cinco jogos. O Bahia teve oportunidade de jogar mais. É o teste mais difícil do Bahia. É um jogo que pode decretar um estímulo emocional, uma energia extra para a sequência campeonato.
Temos só o estadual, o Bahia tem a Copa do Nordeste, terá outros jogos, com adversários tão difíceis como nós. É um jogo importante, faz com que tenhamos um primeiro teste mais forte. Embora tenhamos uma equipe mexida, o Bahia tem um ligeiro favoritismo. Jogou mais, não perdeu ainda. Temos que ter uma postura boa para enfrentar essa equipe”, afirmou Mancini.
O comandante Rubro-negro ainda revelou que teve uma conversa com os goleiros Wallace, Caíque e Ronaldo sobre a importância do clássico Ba-Vi. Em fase final de recuperação de uma lesão, Fernando Miguel deverá continuar de fora.
“Não [conversei ]só com o Wallace, mas o Caíque e Ronaldo. Tivemos muitas oportunidades de passar para eles a importância que o jogo tem. E a importância que eles têm. Conversamos para, caso o Wallace seja escolhido para entrar, ele fazer um bom jogo, passar segurança, sabendo que têm a segurança de todos aqueles vivem o dia a dia do clube”, comentou.
Por fim, Mancini pediu paciência à torcida, caso Wallace seja confirmado na equipe.
“Peço ao torcedor que tenha paciência, que ajude. O menino na hora que entra normalmente tem a tendência de titubear em alguns lances. Sendo goleiro é obvio que gera em todos uma expectativa muito grande. Que eles estejam seguros, que possam entrar em campo e demonstrar uma segurança muito grande, não só para mim, mas para os torcedores”, completou.Fonte:Bahia Noticias
“Pode mexer no emocional. Um jogo desse, embora não tenha significado forte em termos de ponto, classificação, há uma espera muito grande das duas torcidas. Ver o teste maior, que é enfrentar o rival. Jogamos pouco até aqui. Foram apenas cinco jogos. O Bahia teve oportunidade de jogar mais. É o teste mais difícil do Bahia. É um jogo que pode decretar um estímulo emocional, uma energia extra para a sequência campeonato.
Temos só o estadual, o Bahia tem a Copa do Nordeste, terá outros jogos, com adversários tão difíceis como nós. É um jogo importante, faz com que tenhamos um primeiro teste mais forte. Embora tenhamos uma equipe mexida, o Bahia tem um ligeiro favoritismo. Jogou mais, não perdeu ainda. Temos que ter uma postura boa para enfrentar essa equipe”, afirmou Mancini.
O comandante Rubro-negro ainda revelou que teve uma conversa com os goleiros Wallace, Caíque e Ronaldo sobre a importância do clássico Ba-Vi. Em fase final de recuperação de uma lesão, Fernando Miguel deverá continuar de fora.
“Não [conversei ]só com o Wallace, mas o Caíque e Ronaldo. Tivemos muitas oportunidades de passar para eles a importância que o jogo tem. E a importância que eles têm. Conversamos para, caso o Wallace seja escolhido para entrar, ele fazer um bom jogo, passar segurança, sabendo que têm a segurança de todos aqueles vivem o dia a dia do clube”, comentou.
Por fim, Mancini pediu paciência à torcida, caso Wallace seja confirmado na equipe.
“Peço ao torcedor que tenha paciência, que ajude. O menino na hora que entra normalmente tem a tendência de titubear em alguns lances. Sendo goleiro é obvio que gera em todos uma expectativa muito grande. Que eles estejam seguros, que possam entrar em campo e demonstrar uma segurança muito grande, não só para mim, mas para os torcedores”, completou.Fonte:Bahia Noticias
Convenção veta novos ministros do PMDB no governo Dilma
A convenção nacional do PMDB aprovou neste sábado uma moção que proíbe filiados de assumirem novos cargos no governo federal nos próximos trinta dias, período em que o partido avaliará se rompe com a presidente Dilma Rousseff e adota uma posição de independência no Congresso. Deputados e dirigentes de oposição, favoráveis ao impeachment de Dilma, pressionaram para que o veto fosse à votação, o que não estava nos planos da cúpula do partido.
O objetivo é evitar que o deputado Mauro Lopes (MG) venha a assumir a Secretaria da Aviação Civil e se torne o oitavo ministro peemedebista no governo. A decisão foi tomada com o plenário esvaziado, depois de o vice-presidente da República, Michel Temer, deixar a convenção em Brasília acompanhado pelos caciques do partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Apesar do veto, Mauro Lopes deseja assumir o cargo que havia sido oferecido à bancada de Minas Gerais pelo Planalto na última eleição da liderança do partido na Câmara. Ele questionou a validade da moção, cuja votação não era prevista no edital da convenção. Por causa da intenção de assumir a Aviação Civil, o deputado quase perdeu o posto de secretário-geral do PMDB para o ex-ministro Eliseu Padilha. Ao fim da convenção, porém, ele permaneceu na Executiva Nacional, depois de a bancada mineira garantir que Lopes não será mais indicado ao ministério, conforme o senador Romero Jucá (RR), agora primeiro vice-presidente nacional.
"Não vamos aceitar nenhum cargo nos próximos trinta dias. Temer, precisamos decidir essa questão política", cobrava o prefeito de Araraquara (SP), Marcelo Barbieri. "Nós não deliberamos se vamos aceitar a cooptação por parte da presidente Dilma para tentar desmontar o PMDB com novos cargos."
O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha ainda telefonou para o vice-presidente e tentou conter a apreciação da moção. Primeiro, ele disse que Temer recomendou uma consulta ao setor jurídico do PMDB. Minutos depois, entre gritos de "saída já" e "fora PT", anunciou que a votação seria liberada.
A decisão foi comemorada por integrantes da Juventude do PMDB e deputados como Carlos Marum (MS), Darcísio Perondi (RS) e Osmar Terra (RS). "Quem aceitar qualquer cargo no governo a partir de agora e quem não sair vai estar expulso do partido dentro de trinta dias", disse Terra. "Quem sustenta esse cadáver insepulto desse governo são os governistas do PMDB", afirmou Marum.
O ex-vice-presidente da Caixa e ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), atualmente contrário à aliança com o PT, ainda tentou constranger o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ao cobrar abertamente - na mesa - que explicasse aos militantes o motivo de ainda estar no governo.Fonte:Veja
O objetivo é evitar que o deputado Mauro Lopes (MG) venha a assumir a Secretaria da Aviação Civil e se torne o oitavo ministro peemedebista no governo. A decisão foi tomada com o plenário esvaziado, depois de o vice-presidente da República, Michel Temer, deixar a convenção em Brasília acompanhado pelos caciques do partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Apesar do veto, Mauro Lopes deseja assumir o cargo que havia sido oferecido à bancada de Minas Gerais pelo Planalto na última eleição da liderança do partido na Câmara. Ele questionou a validade da moção, cuja votação não era prevista no edital da convenção. Por causa da intenção de assumir a Aviação Civil, o deputado quase perdeu o posto de secretário-geral do PMDB para o ex-ministro Eliseu Padilha. Ao fim da convenção, porém, ele permaneceu na Executiva Nacional, depois de a bancada mineira garantir que Lopes não será mais indicado ao ministério, conforme o senador Romero Jucá (RR), agora primeiro vice-presidente nacional.
"Não vamos aceitar nenhum cargo nos próximos trinta dias. Temer, precisamos decidir essa questão política", cobrava o prefeito de Araraquara (SP), Marcelo Barbieri. "Nós não deliberamos se vamos aceitar a cooptação por parte da presidente Dilma para tentar desmontar o PMDB com novos cargos."
O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha ainda telefonou para o vice-presidente e tentou conter a apreciação da moção. Primeiro, ele disse que Temer recomendou uma consulta ao setor jurídico do PMDB. Minutos depois, entre gritos de "saída já" e "fora PT", anunciou que a votação seria liberada.
A decisão foi comemorada por integrantes da Juventude do PMDB e deputados como Carlos Marum (MS), Darcísio Perondi (RS) e Osmar Terra (RS). "Quem aceitar qualquer cargo no governo a partir de agora e quem não sair vai estar expulso do partido dentro de trinta dias", disse Terra. "Quem sustenta esse cadáver insepulto desse governo são os governistas do PMDB", afirmou Marum.
O ex-vice-presidente da Caixa e ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), atualmente contrário à aliança com o PT, ainda tentou constranger o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ao cobrar abertamente - na mesa - que explicasse aos militantes o motivo de ainda estar no governo.Fonte:Veja
Adriano Lima:"Quem desejar caminhar comigo terá que ser oposição ao governo de Osni"
Olá amigos!Conversei com Dr.Adriano Lima, pré-candidato a prefeito da cidade de Serrinha. Adriano fez questão de não seguir nenhuma pauta, disse que não iria esconder o jogo, e responderia a qualquer pergunta feita por nossa reportagem. O jovem político demonstrou conhecimento dos problemas que atormentam o sossego dos Serrinhenses, e apontou o caminho para não sofrer tanto. Confira com exclusividade a nossa conversa com Adriano.
PERGUNTA:COMO O SENHOR VÊ AS CRÍTICAS DE ALGUMAS PESSOAS QUE COBRAM SUA PRESENÇA CONSTANTE EM SERRINHA?
ADRIANO LIMA: "Essa parte é bem complicada.Na verdade,eu venho de duas campanhas que oneraram muito, eu não tenho empresa, sou um profissional liberal,
então, tenho que acordar sempre as 5 da manhã.Isso, para tentar cumprir com meus compromissos. Estou bem informado sobre o que acontece na minha cidade(Serrinha), a população pode acreditar que estou atento a tudo."
PERGUNTA:COMO VOCÊ VÊ O ATUAL QUADRO POLÍTICO EM SERRINHA? ESSA DEMORA EM DIVULGAR OS NOMES DOS PRÉ-CANDIDATOS DEIXA O ELEITOR CONFUSO?
ADRIANO: "Claro que atrapalha. A população quer ver a imagem do candidato e suas propostas para poder escolher melhor.Com essa demora o candidato já entra desgastado física e emocionalmente. Algum prejuízo vai ter ai."
PERGUNTA:ESSA DEMORA DEPENDE DO SENHOR OU DE OUTRAS PESSOAS?
ADRIANO:"Pra gente fazer uma definição dentro do grupo temos que ouvir outras pessoas. Me coloco como um pré-candidato. Mais se surgir algum nome dentro do nosso grupo que esteja em melhor situação eu, também apoiaria. Não estou impondo meu nome, mais vou lutar para ser o primeiro."
PERGUNTA:NO G 6 O SENHOR SÓ CONVERSA COM PLÍNIO, VARDINHO E FERREIRINHA?
ADRIANO:"Eu tenho conversado com todos lá, não faço nenhuma distinção.Agora, a pessoa que eu tenho menos conversa lá, é com Vardinho Serra. Com meu tio Plínio eu converso muito, e com todos os vereadores também. Troco ideias com Berg, com Aloísia Carneiro, até porque, eles tem um poder de decisão enorme. A situação no G6 não está nas mãos de um ou de dois, está nas mãos do grupão."
PERGUNTA:O PMDB PODERÁ SE COLIGAR COM QUALQUER PARTIDO EM SERRINHA?
ADRIANO: "Olha,o que sei é que cada município tem sua autonomia. Zé, o meu foco é unir as famílias: Plínio, Rubem Carneiro, Vardinho, meu pai Zevaldo, enfim, essas pessoas precisam se unir em prol de Serrinha."
PERGUNTA: VARDINHO VETOU O NOME DE GIKA.O SENHOR TAMBÉM PRETENDE VETAR ALGUÉM?
ADRIANO:"Na minha condição de político, eu não posso vetar. Quem veta corre o risco de ser vetado também um dia. Agora, na minha opinião, Vardinho está trabalhando para Serrinha não perder o seu representante na Assembleia Legislativa. Um deputado lá, é fundamental para Serrinha.
Tenho certeza que não é nada pessoal contra Gika, eles são amigos ha muito tempo."
PERGUNTA:O SENHOR TEM CONVERSADO COM FERREIRINHA?
ADRIANO:"Realmente tenho falado muito com ele. É preciso explicar o seguinte; sou contra a atual gestão, para acontecer um acordo, é preciso que ele também esteja na oposição."
PERGUNTA:O SENHOR APARECE MUITO BEM NAS PESQUISAS.ISTO LHE DEIXA ACOMODADO?
ADRIANO: "Eu não posso achar que sou vitorioso antes de começar e terminar a eleição."
PERGUNTA: COMO O SENHOR ANALISA A SITUAÇÃO EM QUE VIVE A POPULAÇÃO SERRINHENSE?
ADRIANO LIMA: "Péssima.O que mais me preocupa é a falta de compromisso com a saúde pública.Confesso que fico assustado pois o sofrimento da população é muito grande.As pessoas estão totalmente desamparadas pelo poder público.Quem precisar de um atendimento mais apurados corre risco de vida. Se tem dificuldade até para conseguir uma ambulância para outra cidade.Hoje em dia, quase tudo em Serrinha é preocupante. Principalmente entre os mais pobres.
Chamo a atenção da população: Minha gente, acordem, estamos vivendo um dos piores dias da história dessa cidade, precisamos reagir, mudar esta situação."
finalizou.
ATENÇÃO:A REPORTAGEM COMPLETA COM ADRIANO LIMA VAI AO AR NESTA SEGUNDA-FEIRA NA RÁDIO REGIONAL,ÀS 8 HORAS DA MANHÃ.
PERGUNTA:COMO O SENHOR VÊ AS CRÍTICAS DE ALGUMAS PESSOAS QUE COBRAM SUA PRESENÇA CONSTANTE EM SERRINHA?
ADRIANO LIMA: "Essa parte é bem complicada.Na verdade,eu venho de duas campanhas que oneraram muito, eu não tenho empresa, sou um profissional liberal,
então, tenho que acordar sempre as 5 da manhã.Isso, para tentar cumprir com meus compromissos. Estou bem informado sobre o que acontece na minha cidade(Serrinha), a população pode acreditar que estou atento a tudo."
PERGUNTA:COMO VOCÊ VÊ O ATUAL QUADRO POLÍTICO EM SERRINHA? ESSA DEMORA EM DIVULGAR OS NOMES DOS PRÉ-CANDIDATOS DEIXA O ELEITOR CONFUSO?
ADRIANO: "Claro que atrapalha. A população quer ver a imagem do candidato e suas propostas para poder escolher melhor.Com essa demora o candidato já entra desgastado física e emocionalmente. Algum prejuízo vai ter ai."
PERGUNTA:ESSA DEMORA DEPENDE DO SENHOR OU DE OUTRAS PESSOAS?
ADRIANO:"Pra gente fazer uma definição dentro do grupo temos que ouvir outras pessoas. Me coloco como um pré-candidato. Mais se surgir algum nome dentro do nosso grupo que esteja em melhor situação eu, também apoiaria. Não estou impondo meu nome, mais vou lutar para ser o primeiro."
PERGUNTA:NO G 6 O SENHOR SÓ CONVERSA COM PLÍNIO, VARDINHO E FERREIRINHA?
ADRIANO:"Eu tenho conversado com todos lá, não faço nenhuma distinção.Agora, a pessoa que eu tenho menos conversa lá, é com Vardinho Serra. Com meu tio Plínio eu converso muito, e com todos os vereadores também. Troco ideias com Berg, com Aloísia Carneiro, até porque, eles tem um poder de decisão enorme. A situação no G6 não está nas mãos de um ou de dois, está nas mãos do grupão."
PERGUNTA:O PMDB PODERÁ SE COLIGAR COM QUALQUER PARTIDO EM SERRINHA?
ADRIANO: "Olha,o que sei é que cada município tem sua autonomia. Zé, o meu foco é unir as famílias: Plínio, Rubem Carneiro, Vardinho, meu pai Zevaldo, enfim, essas pessoas precisam se unir em prol de Serrinha."
PERGUNTA: VARDINHO VETOU O NOME DE GIKA.O SENHOR TAMBÉM PRETENDE VETAR ALGUÉM?
ADRIANO:"Na minha condição de político, eu não posso vetar. Quem veta corre o risco de ser vetado também um dia. Agora, na minha opinião, Vardinho está trabalhando para Serrinha não perder o seu representante na Assembleia Legislativa. Um deputado lá, é fundamental para Serrinha.
Tenho certeza que não é nada pessoal contra Gika, eles são amigos ha muito tempo."
PERGUNTA:O SENHOR TEM CONVERSADO COM FERREIRINHA?
ADRIANO:"Realmente tenho falado muito com ele. É preciso explicar o seguinte; sou contra a atual gestão, para acontecer um acordo, é preciso que ele também esteja na oposição."
PERGUNTA:O SENHOR APARECE MUITO BEM NAS PESQUISAS.ISTO LHE DEIXA ACOMODADO?
ADRIANO: "Eu não posso achar que sou vitorioso antes de começar e terminar a eleição."
PERGUNTA: COMO O SENHOR ANALISA A SITUAÇÃO EM QUE VIVE A POPULAÇÃO SERRINHENSE?
ADRIANO LIMA: "Péssima.O que mais me preocupa é a falta de compromisso com a saúde pública.Confesso que fico assustado pois o sofrimento da população é muito grande.As pessoas estão totalmente desamparadas pelo poder público.Quem precisar de um atendimento mais apurados corre risco de vida. Se tem dificuldade até para conseguir uma ambulância para outra cidade.Hoje em dia, quase tudo em Serrinha é preocupante. Principalmente entre os mais pobres.
Chamo a atenção da população: Minha gente, acordem, estamos vivendo um dos piores dias da história dessa cidade, precisamos reagir, mudar esta situação."
finalizou.
ATENÇÃO:A REPORTAGEM COMPLETA COM ADRIANO LIMA VAI AO AR NESTA SEGUNDA-FEIRA NA RÁDIO REGIONAL,ÀS 8 HORAS DA MANHÃ.
O bilhete que liga o doleiro a Dilma: Em manuscrito de Alberto Youssef o nome da presidente Dilma aparece próximo a valores.
No dia 29 de abril de 2014, quando começou a atuar como informante da Polícia Federal, a contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, forneceu à Lava Jato uma série de documentos recolhidos por ela nos escritórios do doleiro. Um deles, se divulgado à época, poderia ter efeito devastador sobre a campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Trata-se de um bilhete escrito de próprio punho pelo doleiro em que ele menciona a presidente. No alfarrábio, o nome de Dilma aparece próximo a valores.
Guardado a sete chaves pela Lava Jato, o manuscrito de Alberto Youssef atravessou a campanha presidencial incógnito e assim permaneceu até agora. ISTOÉ teve acesso com exclusividade ao documento. Na atual circunstância política, – com a presidente cada vez mais isolada e impassível diante da crise e das denúncias envolvendo sua campanha, – a anotação do doleiro renova o seu potencial explosivo. O bilhete é a principal revelação do livro Assassinato de Reputações II – muito além da Lava Jato – de autoria do delegado Romeu Tuma Jr, previsto para ser lançado nesta semana.
É a primeira vez que surge uma prova ligando Dilma ao doleiro. No manuscrito, a referência à Dilma é o segundo item abaixo do registro “1.000.000 Bsb” (um milhão Brasília). Ao lado do nome da atual mandatária do País aparece o número 17, a palavra viagem e ao que tudo indica ser um horário “16:30”. No primeiro item, Youssef refere-se a um “novo embaixador”. Na sequência, ele sugere o desembolso de alguma quantia: “1.000 – Pagar 50”. Para a secretária do doleiro, profunda conhecedora dos submundos do Petrolão, uma das explicações para o apontamento de Youssef seria “algum pagamento que deveria ser feito à Dilma”.
De acordo com relato da contadora, ao receber o papel, em abril de 2014 na Superintendência da PF na Lapa, em São Paulo, o delegado Márcio Anselmo, da força-tarefa da Lava Jato, vibrou: “Que coisa maravilhosa”, teria dito, segundo testemunho dela que consta do livro Assassinato de Reputações II. Ao presenciar a cena, Meire pensou na hora: “Dilma estava no esquema”. Anselmo estava acompanhado do agente Rodrigo Prado. Tanto o manuscrito citando Dilma como os demais documentos entregues por Meire foram acondicionados no porta-malas de uma Range Rover Evoque, apreendida pela Lava Jato e agora a serviço da PF.
No dia seguinte, o agente Prado enviou um email à contadora de Youssef: “Nossa conversa foi muito boa. Vamos mantendo contato por aqui”. Começava ali o trabalho de Meire Poza como uma espécie de agente infiltrada da PF. Ao longo de mais de um ano, até meados de setembro de 2015, a contadora municiou os policiais federais com uma série de informações relevantes. A maioria delas foi considerada pelos integrantes da Lava Jato na hora de produzir provas contra envolvidos no esquema de desvios na Petrobras.
Os relatos se revelaram cruciais para a deflagração de operações que vieram a seguir. Estranhamente, o bilhete em que o doleiro menciona a presidente teve outro destino. Nunca foi incorporado às provas da Lava Jato. Além de não aparecer no e-Proc, sistema de consulta dos processos da força-tarefa, ISTOÉ apurou que o documento nunca foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) – caminho obrigatório e formal de qualquer indício ou prova envolvendo um presidente da República. “Esse manuscrito nunca apareceu por aqui”, assegurou na semana passada à reportagem de ISTOÉ um alto integrante da PGR que se debruçou sobre o material relativo ao doleiro Alberto Youssef.
Para Romeu Tuma Jr, o episódio é um claro indicativo de que possa ter havido pressão do Planalto para abafar o caso. “É uma indicação forte de que houve uma tentativa de proteger Dilma”, afirmou Tuma Jr. à ISTOÉ. Hoje, no momento de maior fragilidade da presidente, desde a posse, em que as discussões sobre o impeachment ganham força e vigor, tanto a revelação do bilhete, escrito pelo doleiro, como as suspeitas de mais uma interferência do Planalto na Lava Jato contribuem para tornar a situação da petista ainda mais delicada.Fonte:ISTOÉ
Guardado a sete chaves pela Lava Jato, o manuscrito de Alberto Youssef atravessou a campanha presidencial incógnito e assim permaneceu até agora. ISTOÉ teve acesso com exclusividade ao documento. Na atual circunstância política, – com a presidente cada vez mais isolada e impassível diante da crise e das denúncias envolvendo sua campanha, – a anotação do doleiro renova o seu potencial explosivo. O bilhete é a principal revelação do livro Assassinato de Reputações II – muito além da Lava Jato – de autoria do delegado Romeu Tuma Jr, previsto para ser lançado nesta semana.
É a primeira vez que surge uma prova ligando Dilma ao doleiro. No manuscrito, a referência à Dilma é o segundo item abaixo do registro “1.000.000 Bsb” (um milhão Brasília). Ao lado do nome da atual mandatária do País aparece o número 17, a palavra viagem e ao que tudo indica ser um horário “16:30”. No primeiro item, Youssef refere-se a um “novo embaixador”. Na sequência, ele sugere o desembolso de alguma quantia: “1.000 – Pagar 50”. Para a secretária do doleiro, profunda conhecedora dos submundos do Petrolão, uma das explicações para o apontamento de Youssef seria “algum pagamento que deveria ser feito à Dilma”.
De acordo com relato da contadora, ao receber o papel, em abril de 2014 na Superintendência da PF na Lapa, em São Paulo, o delegado Márcio Anselmo, da força-tarefa da Lava Jato, vibrou: “Que coisa maravilhosa”, teria dito, segundo testemunho dela que consta do livro Assassinato de Reputações II. Ao presenciar a cena, Meire pensou na hora: “Dilma estava no esquema”. Anselmo estava acompanhado do agente Rodrigo Prado. Tanto o manuscrito citando Dilma como os demais documentos entregues por Meire foram acondicionados no porta-malas de uma Range Rover Evoque, apreendida pela Lava Jato e agora a serviço da PF.
No dia seguinte, o agente Prado enviou um email à contadora de Youssef: “Nossa conversa foi muito boa. Vamos mantendo contato por aqui”. Começava ali o trabalho de Meire Poza como uma espécie de agente infiltrada da PF. Ao longo de mais de um ano, até meados de setembro de 2015, a contadora municiou os policiais federais com uma série de informações relevantes. A maioria delas foi considerada pelos integrantes da Lava Jato na hora de produzir provas contra envolvidos no esquema de desvios na Petrobras.
Os relatos se revelaram cruciais para a deflagração de operações que vieram a seguir. Estranhamente, o bilhete em que o doleiro menciona a presidente teve outro destino. Nunca foi incorporado às provas da Lava Jato. Além de não aparecer no e-Proc, sistema de consulta dos processos da força-tarefa, ISTOÉ apurou que o documento nunca foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) – caminho obrigatório e formal de qualquer indício ou prova envolvendo um presidente da República. “Esse manuscrito nunca apareceu por aqui”, assegurou na semana passada à reportagem de ISTOÉ um alto integrante da PGR que se debruçou sobre o material relativo ao doleiro Alberto Youssef.
Para Romeu Tuma Jr, o episódio é um claro indicativo de que possa ter havido pressão do Planalto para abafar o caso. “É uma indicação forte de que houve uma tentativa de proteger Dilma”, afirmou Tuma Jr. à ISTOÉ. Hoje, no momento de maior fragilidade da presidente, desde a posse, em que as discussões sobre o impeachment ganham força e vigor, tanto a revelação do bilhete, escrito pelo doleiro, como as suspeitas de mais uma interferência do Planalto na Lava Jato contribuem para tornar a situação da petista ainda mais delicada.Fonte:ISTOÉ
O esquema Erenice: Como a ex-ministra da Casa Civil e fiel escudeira de Dilma operou em Belo Monte
Além de fornecer um dossiê explosivo sobre as tentativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para tentar barrar as investigações da operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), revela, em acordo de deleção premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9.
Segundo o senador, um “triunvirato”, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff. “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores.
Denúncias sobre corrupção nas obras de Belo Monte já haviam sido feitas por outros delatores, mas é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação. A delação feita por Delcídio leva as investigações sobre o propinoduto petista nos setores de energia e de infraestrutura para as antessalas do gabinete presidencial. Desde 2003, Erenice é tida como uma escudeira da presidente Dilma e mesmo após deixar o governo, sob a acusação de favorecer lobistas ligados a seu filho, permanece como uma das poucas interlocutoras de Dilma.
Depois de homologada pelo STF, a delação de Delcídio deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e engrossar o processo que pede a cassação da presidente. Os relatos feitos pelo senador mostram que a operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte foi complexa e contínua. Começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a empreitada, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, quando a Lava Jato já estava em andamento. Tida como obra prioritária do governo e carro chefe do PAC, Belo Monte era acompanhado de perto pela chefia da Casa Civil, onde estavam Dilma, então ministra, e Erenice Guerra, secretária executiva.
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia), Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato. Em sua delação, o senador explica que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis como da compra de equipamentos. “Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição”, revelou o senador.
Ele afirmou que as obras civis consumiram cerca de R$ 19 bilhões e a compra de equipamentos chegou a R$ 4,5 bilhões. De acordo com os relatos feitos pelo ex-líder do governo, em todas as etapas do processo houve superfaturamento. Entre os procuradores que já tomaram conhecimento da delação de Delcídio há a convicção de que Erenice era a principal operadora do triunvirato, uma vez que antes de assumir o cargo na Casa Civil trabalhou, ao lado de Dilma, no Ministério de Minas e Energia, responsável pelas obras da usina.
Delcídio afirmou que o triunvirato de Erenice começou de fato a operar três dias antes da data marcada para o leilão que escolheria o consórcio responsável pelas obras. O grupo formado pelas maiores empresas de engenharia do País desistiu da disputa. “Em algumas horas foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada”, afirmou o senador. Entre essas empresas estão a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern, JMalucelli, Gaia Engenharia, Cetenco, Mendes Jr Trading Engenharia e Serveng-Civilsan.
“Alguns meses depois da realização do certame, várias empresas que não bidaran (não participaram no leilão) Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviço as empresas do consórcio vencedor”, relatou Delcídio. Com essa operação, as maiores empreiteiras do País passaram a mandar na construção sem se submeterem às regras impostas nas licitações convencionais. O ex-líder do governo no Senado afirmou aos procuradores da Lava Jato que durante as campanhas eleitorais aumentava o valor das propinas e que para isso as empresas recorriam a “claims”, instrumento usado para readequar valores de contratos.
“Os acordos com relação aos claims eram uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas”, explicou Delcídio. O senador destacou ainda a existência de várias ilicitudes envolvendo o fornecimento de equipamentos para a usina de Belo Monte. De acordo com ele, houve uma enorme disputa entre fornecedores chineses, patrocinados por José Carlos Bumlai (o pecuarista amigo do ex-presidente Lula), e fabricantes nacionais, entre eles Alston, Siemens, IMPSA e IESA. “O triunvirato agiu rapidamente definindo os nacionais como fornecedores, tudo na busca da contrapartida, revelada nas contribuições de campanha”, denunciou Delcídio.
Erenice Guerra e Palocci, disse o ex-líder do governo no Senado, tiveram papel fundamental nessa definição. Pelo lado das empresas, segundo Delcídio, o principal negociador de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Na semana passada, ISTOÉ apurou que Barra já prestou depoimento de delação premiada e mencionou o propinoduto em Belo Monte. O nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi rapidamente citado por Delcídio aos procuradores. Ele afirmou que o governador exerceu influência direta em favor da IMPSA, mas não atribuiu a ele nenhuma pratica criminosa.
Ainda sobre dinheiro irregular na campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido com exclusividade por ISTOÉ na quarta-feria 9, o ex-líder do governo no Senado afirma que o atual ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma em 2014 trabalhou para “esquentar” recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, “para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS”, revelou o senador.
Zilmar Fernandes foi sócia do publicitário Duda Mendonça e já esteve envolvida no escândalo do Mensalão. O laboratório EMS é investigado pela Lava Jato por manter parceria com o doleiro Alberto Youssef. Os investigadores também apuram o pagamento de uma suposta consultoria de R$ 8 milhões que o laboratório teria contratado do ex-ministro José Dirceu. Delcídio disse que as faturas foram emitidas contra o laboratório, mas que os pagamentos não foram realizados. “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”, afirmou o senador.
Por fim, ele disse acreditar que a mesma situação pode ter ocorrido com outros candidatos a governador. Ao finalizar sua delação, o ex-líder do governo no Senado, apontou para a força-tarefa da Lava Jato que laboratórios e planos de saúde, em troca de indicações para cargos na ANS e na Anvisa, têm despertado grande atenção dos políticos quando são discutidos os caminhos para a arrecadação de recursos. Por outras vias, os procuradores da Lava Jato já estavam trilhando por esse caminho.Fonte:ISTOÉ
Segundo o senador, um “triunvirato”, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff. “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores.
Denúncias sobre corrupção nas obras de Belo Monte já haviam sido feitas por outros delatores, mas é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação. A delação feita por Delcídio leva as investigações sobre o propinoduto petista nos setores de energia e de infraestrutura para as antessalas do gabinete presidencial. Desde 2003, Erenice é tida como uma escudeira da presidente Dilma e mesmo após deixar o governo, sob a acusação de favorecer lobistas ligados a seu filho, permanece como uma das poucas interlocutoras de Dilma.
Depois de homologada pelo STF, a delação de Delcídio deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e engrossar o processo que pede a cassação da presidente. Os relatos feitos pelo senador mostram que a operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte foi complexa e contínua. Começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a empreitada, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, quando a Lava Jato já estava em andamento. Tida como obra prioritária do governo e carro chefe do PAC, Belo Monte era acompanhado de perto pela chefia da Casa Civil, onde estavam Dilma, então ministra, e Erenice Guerra, secretária executiva.
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia), Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato. Em sua delação, o senador explica que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis como da compra de equipamentos. “Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição”, revelou o senador.
Ele afirmou que as obras civis consumiram cerca de R$ 19 bilhões e a compra de equipamentos chegou a R$ 4,5 bilhões. De acordo com os relatos feitos pelo ex-líder do governo, em todas as etapas do processo houve superfaturamento. Entre os procuradores que já tomaram conhecimento da delação de Delcídio há a convicção de que Erenice era a principal operadora do triunvirato, uma vez que antes de assumir o cargo na Casa Civil trabalhou, ao lado de Dilma, no Ministério de Minas e Energia, responsável pelas obras da usina.
Delcídio afirmou que o triunvirato de Erenice começou de fato a operar três dias antes da data marcada para o leilão que escolheria o consórcio responsável pelas obras. O grupo formado pelas maiores empresas de engenharia do País desistiu da disputa. “Em algumas horas foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada”, afirmou o senador. Entre essas empresas estão a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern, JMalucelli, Gaia Engenharia, Cetenco, Mendes Jr Trading Engenharia e Serveng-Civilsan.
“Alguns meses depois da realização do certame, várias empresas que não bidaran (não participaram no leilão) Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviço as empresas do consórcio vencedor”, relatou Delcídio. Com essa operação, as maiores empreiteiras do País passaram a mandar na construção sem se submeterem às regras impostas nas licitações convencionais. O ex-líder do governo no Senado afirmou aos procuradores da Lava Jato que durante as campanhas eleitorais aumentava o valor das propinas e que para isso as empresas recorriam a “claims”, instrumento usado para readequar valores de contratos.
“Os acordos com relação aos claims eram uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas”, explicou Delcídio. O senador destacou ainda a existência de várias ilicitudes envolvendo o fornecimento de equipamentos para a usina de Belo Monte. De acordo com ele, houve uma enorme disputa entre fornecedores chineses, patrocinados por José Carlos Bumlai (o pecuarista amigo do ex-presidente Lula), e fabricantes nacionais, entre eles Alston, Siemens, IMPSA e IESA. “O triunvirato agiu rapidamente definindo os nacionais como fornecedores, tudo na busca da contrapartida, revelada nas contribuições de campanha”, denunciou Delcídio.
Erenice Guerra e Palocci, disse o ex-líder do governo no Senado, tiveram papel fundamental nessa definição. Pelo lado das empresas, segundo Delcídio, o principal negociador de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Na semana passada, ISTOÉ apurou que Barra já prestou depoimento de delação premiada e mencionou o propinoduto em Belo Monte. O nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi rapidamente citado por Delcídio aos procuradores. Ele afirmou que o governador exerceu influência direta em favor da IMPSA, mas não atribuiu a ele nenhuma pratica criminosa.
Ainda sobre dinheiro irregular na campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido com exclusividade por ISTOÉ na quarta-feria 9, o ex-líder do governo no Senado afirma que o atual ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma em 2014 trabalhou para “esquentar” recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, “para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS”, revelou o senador.
Zilmar Fernandes foi sócia do publicitário Duda Mendonça e já esteve envolvida no escândalo do Mensalão. O laboratório EMS é investigado pela Lava Jato por manter parceria com o doleiro Alberto Youssef. Os investigadores também apuram o pagamento de uma suposta consultoria de R$ 8 milhões que o laboratório teria contratado do ex-ministro José Dirceu. Delcídio disse que as faturas foram emitidas contra o laboratório, mas que os pagamentos não foram realizados. “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”, afirmou o senador.
Por fim, ele disse acreditar que a mesma situação pode ter ocorrido com outros candidatos a governador. Ao finalizar sua delação, o ex-líder do governo no Senado, apontou para a força-tarefa da Lava Jato que laboratórios e planos de saúde, em troca de indicações para cargos na ANS e na Anvisa, têm despertado grande atenção dos políticos quando são discutidos os caminhos para a arrecadação de recursos. Por outras vias, os procuradores da Lava Jato já estavam trilhando por esse caminho.Fonte:ISTOÉ
Neste domingo, o país renuncia a Dilma e, simbolicamente, a expulsa do Palácio
Dilma não renuncia? Então o país renuncia a Dilma. O país assistirá neste domingo à maior manifestação política da história. Muitos milhares, talvez vários milhões, de pessoas vão às ruas em paz, em ordem, munidas de bons sentimentos e de esperança para dizer um “Basta!”. Ninguém os aguenta mais.
Os petistas foram eleitos para governar o Brasil e para tomar decisões que pudessem oferecer ao povo um futuro melhor. Em vez disso, por má-fé, por má consciência, por imperícia, conduziram o país àquela que pode ser a maior crise econômica de sua história. Mas isso não basta para os valentes: eles se mostram orgulhosos de sua obra.
A cada nova delação, o esgoto vai correndo a céu aberto. A segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez, confessou: fez doação à campanha de Dilma em 2014 com dinheiro do propinoduto. Ainda que a transferência de recursos tenha se dado por meios regulares, os recursos provinham da máquina clandestina de superfaturar preços para poder pagar os agentes políticos.
Não! Os diretores da Andrade Gutierrez não confessam nenhuma novidade. Ricardo Pessoa, da UTC, confirmou que recorreu ao mesmo método, numa combinação, disse ele, com Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma e hoje ministro da Comunicação Social.
Não basta o regime de permanente assalto ao estado. Há também o deboche. Investigado pelo Ministério Público Federal, denunciado pelo Ministério Público Estadual, Lula transita sem pejo por Brasília, assumindo, na prática, o papel de presidente da República. A titular do cargo deixa claro que ele assume quando quiser o ministério que lhe der na telha.
Dilma não consegue nomear um ministro da Justiça sem que a questão vire um caso de… Justiça. Assim, não bastam o assalto e o deboche, há também o ridículo, que parece não ter fim.
Enquanto isso, a economia brasileira vai afundado, os empregos vão desaparecendo, o futuro vai sendo adiado, a qualidade de vida dos brasileiros vai se deteriorando…
E tudo isso por quê? Porque o partido do poder e suas lideranças jamais abraçaram o regime democrático como o único possível numa sociedade civilizada. Ao contrário: ao longo de mais de 13 anos, tenta sabotá-lo de maneira sistemática, firme, determinada.
O Congresso brasileiro está com uma responsabilidade gigantesca nas mãos. Que os senhores parlamentares vejam bem o que está em curso e que não duvidem um só minuto: é disso para pior.
Depor Dilma, com os instrumentos que a democracia oferece, é só um primeiro passo, sem o qual não se começa a caminhar. Com sua inabilidade, com sua incapacidade de entender a política, com o passivo criminoso de seu partido, é fato que não se se segue adiante; só se vai para o fundo.
Até há duas semanas, Dilma tinha uma única agenda: não cair. Agora, ela tem duas: não cair e tentar salvar a pele de Lula. Com esse propósito, ela acorda todas as manhãs. O Brasil e os brasileiros deixaram de ser uma prioridade.
Assim, é forçoso que se reconheça: acabou! A aventura chegou ao fim. A maior manifestação da historia vai lhe dizer isso.
O melhor que ela faria em benefício de todos, até em seu próprio, seria convocar a rede nacional de rádio e TV no domingo à noite e anunciar que está passando a faixa adiante.
Mas Dilma não quer renunciar. Então nós renunciamos a Dilma.Fonte:Reinaldo Azevedo
Os petistas foram eleitos para governar o Brasil e para tomar decisões que pudessem oferecer ao povo um futuro melhor. Em vez disso, por má-fé, por má consciência, por imperícia, conduziram o país àquela que pode ser a maior crise econômica de sua história. Mas isso não basta para os valentes: eles se mostram orgulhosos de sua obra.
A cada nova delação, o esgoto vai correndo a céu aberto. A segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez, confessou: fez doação à campanha de Dilma em 2014 com dinheiro do propinoduto. Ainda que a transferência de recursos tenha se dado por meios regulares, os recursos provinham da máquina clandestina de superfaturar preços para poder pagar os agentes políticos.
Não! Os diretores da Andrade Gutierrez não confessam nenhuma novidade. Ricardo Pessoa, da UTC, confirmou que recorreu ao mesmo método, numa combinação, disse ele, com Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma e hoje ministro da Comunicação Social.
Não basta o regime de permanente assalto ao estado. Há também o deboche. Investigado pelo Ministério Público Federal, denunciado pelo Ministério Público Estadual, Lula transita sem pejo por Brasília, assumindo, na prática, o papel de presidente da República. A titular do cargo deixa claro que ele assume quando quiser o ministério que lhe der na telha.
Dilma não consegue nomear um ministro da Justiça sem que a questão vire um caso de… Justiça. Assim, não bastam o assalto e o deboche, há também o ridículo, que parece não ter fim.
Enquanto isso, a economia brasileira vai afundado, os empregos vão desaparecendo, o futuro vai sendo adiado, a qualidade de vida dos brasileiros vai se deteriorando…
E tudo isso por quê? Porque o partido do poder e suas lideranças jamais abraçaram o regime democrático como o único possível numa sociedade civilizada. Ao contrário: ao longo de mais de 13 anos, tenta sabotá-lo de maneira sistemática, firme, determinada.
O Congresso brasileiro está com uma responsabilidade gigantesca nas mãos. Que os senhores parlamentares vejam bem o que está em curso e que não duvidem um só minuto: é disso para pior.
Depor Dilma, com os instrumentos que a democracia oferece, é só um primeiro passo, sem o qual não se começa a caminhar. Com sua inabilidade, com sua incapacidade de entender a política, com o passivo criminoso de seu partido, é fato que não se se segue adiante; só se vai para o fundo.
Até há duas semanas, Dilma tinha uma única agenda: não cair. Agora, ela tem duas: não cair e tentar salvar a pele de Lula. Com esse propósito, ela acorda todas as manhãs. O Brasil e os brasileiros deixaram de ser uma prioridade.
Assim, é forçoso que se reconheça: acabou! A aventura chegou ao fim. A maior manifestação da historia vai lhe dizer isso.
O melhor que ela faria em benefício de todos, até em seu próprio, seria convocar a rede nacional de rádio e TV no domingo à noite e anunciar que está passando a faixa adiante.
Mas Dilma não quer renunciar. Então nós renunciamos a Dilma.Fonte:Reinaldo Azevedo
Delator de Gleisi incrimina líder do governo, ex-ministro Carlos Gabas e ex-presidente da Câmara
O ex-vereador petista Alexandre Romano, conhecido como Chambinho e delator da senadora petista Gleisi Hoffmann, listou em seus depoimentos de colaboração à Justiça como petistas das mais diversas matizes - de um então ministro de Estado ao atual líder do governo na Câmara dos Deputados - embolsaram dinheiro e receberam benesses a partir de favores políticos e desvio de recursos em estatais.
A força-tarefa da Operação Lava Jato escancarou o esquema de corrupção instalado na Petrobras, mas os tentáculos do propinoduto chegaram a outras esferas da administração pública, como estatais do setor elétrico, os Correios, empresa que já tinha sido o estopim do escândalo do mensalão, e instituições financeiras, como o Banco do Nordeste.
Chambinho se tornou alvo da Lava Jato em meados de 2015, depois de a força-tarefa do Ministério Público ter mapeado que o advogado e ex-vereador arrecadou mais de 50 milhões de reais em propina a partir de contratos de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento. O esquema criminoso, que teve início em meados de 2010, envolve empresas do grupo Consist e pagamentos de vantagens por meio de empresas de fachada e inclui a emissão de notas fiscais falsificadas para desvio de dinheiro público. Mas não é só.
Na delação premiada de Alexandre Romano, homologada recentemente pela Justiça, há detalhes de transações escusas que, muito em breve, darão muita dor de cabeça a figuras coroadas do partido. Aos investigadores, Chambinho disse, por exemplo, como dinheiro de origem ilícita irrigou o caixa dois da campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR). Parte do dinheiro, revelou ele, saiu de um contrato milionário firmado nos Correios - estatal vinculada ao Ministério das Comunicações, comandado durante anos pelo marido da petista, o também ex-ministro Paulo Bernardo.
O próprio Bernardo é citado como beneficiário de dinheiro sujo repassado pelo advogado paranaense Guilherme Gonçalves, também investigado. O dinheiro, como revelou a coluna Radar, chegou à campanha de Gleisi por meio de um contrato fictício firmado com um escritório de advocacia. Quem recebeu a bolada, em nome da campanha, foi Leones Dall'Agnol, ex-chefe de gabinete de Gleisi e de Paulo Bernardo. Por Gleisi ter foro privilegiado, as investigações contra ela estão no Supremo Tribunal Federal (STF).
PF encontra cofre de Lula com joias e obras de arte
A Polícia Federal encontrou uma sala-cofre em uma agência do Banco do Brasil, em São Paulo, que guarda bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acervo está guardado em 23 caixas lacradas desde janeiro de 2011 - mês em que o petista deixou a presidência. No total, são 133 itens, incluindo joias e obras de arte que o ex-presidente recebeu de outros governantes enquanto estava no cargo. A descoberta foi comunicada pela PF ao juiz federal Sergio Moro em relatório que inclui fotos do local e de algumas peças.
Entre os itens encontrados no cofre está um crucifixo barroco. Segundo a coluna Radar, a obra esculpida por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, desapareceu do Planalto depois da mudança de Lula.
O cofre localizado no Banco do Brasil da Rua Líbero Badaró foi encontrado casualmente pela PF. Durante buscas na residência de Lula, em São Bernardo do Campo, em 4 de março, dia em que o petista foi conduzido coercitivamente pela PF para depor na Lava Jato, os agentes acharam um documento que fazia referência ao cofre. Depois de encontrar a pista, a PF pediu a Moro autorização para estender a busca para o Banco do Brasil, e o juiz consentiu.
"Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações", diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o documento com fotos de peças do acervo. O relatório informa que "as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de armazenagem para o responsável pelo material."
(Com Estadão Conteúdo)
Entre os itens encontrados no cofre está um crucifixo barroco. Segundo a coluna Radar, a obra esculpida por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, desapareceu do Planalto depois da mudança de Lula.
O cofre localizado no Banco do Brasil da Rua Líbero Badaró foi encontrado casualmente pela PF. Durante buscas na residência de Lula, em São Bernardo do Campo, em 4 de março, dia em que o petista foi conduzido coercitivamente pela PF para depor na Lava Jato, os agentes acharam um documento que fazia referência ao cofre. Depois de encontrar a pista, a PF pediu a Moro autorização para estender a busca para o Banco do Brasil, e o juiz consentiu.
"Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações", diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o documento com fotos de peças do acervo. O relatório informa que "as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de armazenagem para o responsável pelo material."
(Com Estadão Conteúdo)
Assinar:
Postagens (Atom)