A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Panatenaico, que investiga uma organização criminosa suspeita de desviar até 900 milhões de reais em recursos das obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para a Copa do Mundo de 2014, informou a PF em comunicado.
Entre os alvos de operação estão, segundo a PF, agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e operadores das propinas ao longo de três gestões do governo do Distrito Federal. São alvos de mandados de prisão como parte da operação os ex-governadores do DF Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), que atualmente é assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o Bom Dia Brasil, da TV Globo, os três já foram presos.
Orçadas inicialmente em 600 milhões de reais, as obras de reforma no estádio de Brasília para o Mundial custaram 1,575 bilhão de reais, fazendo da arena a mais cara da Copa do Mundo de 2014, de acordo com a PF.
Em razão da obra de o Mané Garrincha ter sido realizada sem prévios estudos de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF com 49% de participação da União, encontra-se em estado de iminente insolvência. O nome da operação diz respeito ao Stadium Panatenaico, “sede dos jogos panatenaicos, competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos jogos olímpicos”, segundo a Polícia Federal.
Para recolher elementos que detalhem como operou o esquema criminoso que superfaturou a obra e lesou os cofres do GDF e da União, os cerca 80 policias envolvidos na operação foram divididos em 16 equipes. Devem ser cumpridos, no total, 15 mandados de busca de apreensão, 10 mandados de prisão temporária além de 3 conduções coercitivas.
terça-feira, 23 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Suspeito de atirar em radialista pensou ter sido atingido pelo disparo
O suspeito de ter atirado no radialista Jeferson Oliveira, o Jefinho, disse que a vítima apertou seu pescoço antes que ele atirasse. Bruno Oliveira de Assis revelou que baleou a vítima "no desespero". "Ele me engarguelou (sic). Fiquei puxando a arma, mandando ele adiantar, aí na hora que atirou, eu fiquei olhando pra mim, achei que tinha sido em mim. Aí vi que tinha sido nele", contou, durante apresentação à imprensa no final da manhã desta segunda-feira (22).
De acordo com o Correio, a delegada Maria Selma Lira, titular da 16ª Delegacia, informou que Bruno saiu de táxi no domingo (21) procurando uma vítima, quando encontrou Jeferson. "Quando eles estavam saindo, estava passando um PM à paisana que deu um tiro no pé dele para ele largar o rapaz. A gente tem suspeita que ele roubou um [Hyundai] i30 também esses dias, porque duas pessoas ligaram pra cá", afirmou a delegada, que também está investigando o taxista.
Bruno já tinha sido condenado por assalto, estava preso, e foi beneficiado pela saída temporária da Páscoa, mas não voltou ao sistema penitenciário. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o suspeito foi condenado até 2033 pelo crime de roubo. Antes ele cumpria pena no regime semi-aberto. O não retorno à prisão já havia sido comunicado à Vara de Execuções Penais, para que um novo mandado fosse expedido e ele retornasse ao regime fechado na Colônia Penal Lafayete Coutinho.Fonte:Bahia Noticias
De acordo com o Correio, a delegada Maria Selma Lira, titular da 16ª Delegacia, informou que Bruno saiu de táxi no domingo (21) procurando uma vítima, quando encontrou Jeferson. "Quando eles estavam saindo, estava passando um PM à paisana que deu um tiro no pé dele para ele largar o rapaz. A gente tem suspeita que ele roubou um [Hyundai] i30 também esses dias, porque duas pessoas ligaram pra cá", afirmou a delegada, que também está investigando o taxista.
Bruno já tinha sido condenado por assalto, estava preso, e foi beneficiado pela saída temporária da Páscoa, mas não voltou ao sistema penitenciário. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o suspeito foi condenado até 2033 pelo crime de roubo. Antes ele cumpria pena no regime semi-aberto. O não retorno à prisão já havia sido comunicado à Vara de Execuções Penais, para que um novo mandado fosse expedido e ele retornasse ao regime fechado na Colônia Penal Lafayete Coutinho.Fonte:Bahia Noticias
Luciana Gimenez, a empregados na cozinha: ‘Bagunça na senzala’
Luciana Gimenez entrou na mira do Coletivo Sistema Negro, de defesa da igualdade racial, depois de cometer um deslize ao confraternizar com seus empregados no dia da festa de 18 anos do filho, Lucas Jagger. Em um vídeo publicado no Instagram — e já fora do ar –, a apresentadora da RedeTV! chega à cozinha e dispara, “Tá rolando uma bagunça aqui na senzala, é?”. Na sequência, pode-se contar sete funcionários na ampla cozinha de Luciana, que é casada com o dono da emissora onde trabalha, o empresário e também apresentador Marcelo de Carvalho.
Para o Coletivo Sistema Negro, que recuperou o vídeo e o publicou em seu perfil no Facebook, o caso é de racismo. “Enquanto isso, no #PaísdaHerançaEscravocrata, vemos pessoas públicas usando irresponsavelmente termos que remetem a um período desumano e violento para nós, negros e negras”, diz texto publicado pelo grupo juntamente com o vídeo.
“Luciana Gimenez – e qualquer outra pessoa não-negra, pública ou não pública: tenha mais responsabilidade social, histórica e cultural com o que fala, mesmo no momento de ‘descontração’. Senzala não é brincadeira. Senzala é violência, é dor, é o território específico da desumanização que por 4 séculos nós negros sofremos nesse país. Senzala é o lugar do abandono, da inivisibilidade”, continua o post, que pode ser conferido abaixo.
“Senzala é lugar do estupro das mulheres negras, da bestialização dos homens negros, do desmanche da família negra e da perpetuação do racismo nas instâncias mais subjetivas que ainda atingem o povo negro, como em sua afetividade. Senzala não é brincadeira. Escravidão não foi brincadeira. Palavras têm história, e a história dessa é uma só: Racismo. Respeite essa história. Respeite e entenda as marcas que ela ainda mantêm na nossa sociedade. Em suma, ‘meça suas palavras, parça’. Nosso lugar não é na Senzala. Nosso lugar vem do Quilombo!”
Crime
Apesar de entender o caso como de racismo, o Coletivo Sistema Negro não pretende levá-lo à Justiça — racismo, como se sabe, é crime. “A intenção é mostrar que é necessário ter cuidado com o valor que as palavras têm, em especial por ela ser uma pessoa pública”, diz nota do grupo enviada a VEJA. “Processo judicial não faz sentido nesse caso, pois além de ser gasto de tempo e dinheiro, não teria valor pedagógico.”
Procurada, a apresentadora Luciana Gimenez também não foi encontrada. Até o fechamento desta nota, a posição da assessoria de imprensa da apresentadora era a de que ela não se pronunciaria a respeito.Fonte:Veja
Para o Coletivo Sistema Negro, que recuperou o vídeo e o publicou em seu perfil no Facebook, o caso é de racismo. “Enquanto isso, no #PaísdaHerançaEscravocrata, vemos pessoas públicas usando irresponsavelmente termos que remetem a um período desumano e violento para nós, negros e negras”, diz texto publicado pelo grupo juntamente com o vídeo.
“Luciana Gimenez – e qualquer outra pessoa não-negra, pública ou não pública: tenha mais responsabilidade social, histórica e cultural com o que fala, mesmo no momento de ‘descontração’. Senzala não é brincadeira. Senzala é violência, é dor, é o território específico da desumanização que por 4 séculos nós negros sofremos nesse país. Senzala é o lugar do abandono, da inivisibilidade”, continua o post, que pode ser conferido abaixo.
“Senzala é lugar do estupro das mulheres negras, da bestialização dos homens negros, do desmanche da família negra e da perpetuação do racismo nas instâncias mais subjetivas que ainda atingem o povo negro, como em sua afetividade. Senzala não é brincadeira. Escravidão não foi brincadeira. Palavras têm história, e a história dessa é uma só: Racismo. Respeite essa história. Respeite e entenda as marcas que ela ainda mantêm na nossa sociedade. Em suma, ‘meça suas palavras, parça’. Nosso lugar não é na Senzala. Nosso lugar vem do Quilombo!”
Crime
Apesar de entender o caso como de racismo, o Coletivo Sistema Negro não pretende levá-lo à Justiça — racismo, como se sabe, é crime. “A intenção é mostrar que é necessário ter cuidado com o valor que as palavras têm, em especial por ela ser uma pessoa pública”, diz nota do grupo enviada a VEJA. “Processo judicial não faz sentido nesse caso, pois além de ser gasto de tempo e dinheiro, não teria valor pedagógico.”
Procurada, a apresentadora Luciana Gimenez também não foi encontrada. Até o fechamento desta nota, a posição da assessoria de imprensa da apresentadora era a de que ela não se pronunciaria a respeito.Fonte:Veja
Lula é denunciado e pode se tornar réu pela sexta vez
A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba denunciou nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo obras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado pelo petista e reformado pelas empreiteiras Odebrecht, Schahin e OAS, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Caso o juiz federal Sergio Moro aceite a acusação dos procuradores, o petista se tornará réu pela sexta vez, três delas na investigação que apura desvios bilionários na Petrobras.
De acordo com os procuradores, o ex-presidente foi beneficiado ilicitamente com cerca de um milhão de reais nas reformas, que incluíram a construção de anexos e benfeitorias no sítio, como a instalação de uma cozinha de alto padrão. Odebrecht e OAS teriam arcado com 870.000 reais das obras e a Schahin, por meio de Bumlai, teria pago 150.500 reais. O pecuarista foi denunciado pelo crime de corrupção passiva.
O dinheiro teria sido retirado, no caso da Odebrecht, de propinas de 128 milhões de reais em quatro contratos com a Petrobras: dois para construção da refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e dois do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); no caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado em vantagens indevidas de 27 milhões de reais pagas sobre três contratos: de construção e montagem dos gasoduto Pilar-Ipojuca e Urucu-Coari e da construção do Novo Centro de Pesquisas da Petrobras (Novo Cenpes), no Rio.
A contribuição da Schahin às obras no sítio no interior paulista teria sido retirada de propinas pagas pela empreiteira no contrato de operação, pela empreiteira Schahin, do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras.
Assim como nas outras duas denúncias da Lava Jato contra Lula, os procuradores da equipe coordenada por Deltan Dallagnol voltaram a falar em “controle supremo” do petista sobre a corrupção na estatal e a afirmar que ele “capitaneou e se beneficiou desse grande e poderoso esquema criminoso”. “Por trás de todo esse esquema partidário de dominação das diferentes Diretorias da Petrobras e, mesmo, de outros órgãos públicos federais, existia o comando comum de Luiz Inácio Lula da Silva, que era simultaneamente chefe do governo beneficiado e líder de uma das principais legendas envolvidas no macro esquema criminoso”, afirma o MPF.
Além de Lula e Bumlai, os procuradores do MPF denunciaram por corrupção ativa e lavagem de dinheiro o empreiteiro Léo Pinheiro; por corrupção ativa o empreiteiro Marcelo Odebrecht e ex-executivo da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros; e por lavagem de dinheiro o empreiteiro Emílio Odebrecht, os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, ex-engenheiro da OAS Paulo Roberto Valente Gordilho, o ex-assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar, um dos donos oficiais do sítio.
Os processos contra Lula
O ex-presidente Lula já responde na Justiça Federal do Paraná a duas ações penais. Em uma delas, o petista é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter sido beneficiado com propinas de 3,7 milhões de reais da OAS na reserva e na reforma do tríplex do Guarujá (SP) e no armazenamento de seu acervo presidencial em uma empresa de transportes.
Em outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça Federal do Paraná, o petista é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13 milhões de reais da Odebrecht.
Parte do dinheiro, 12,4 milhões de reais, teria sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas. Moro iniciou as oitivas de testemunhas neste processo nesta semana. Ainda não há previsão para depoimento do ex-presidente.
Os outros três processos contra Lula correm na Justiça Federal do Distrito Federal, sob a caneta dos juízes Vallisney Oliveira e Ricardo Leite.
O petista é acusado do crime de obstrução de Justiça por meio da compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, processo em que já depôs como réu; dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e tráfico de influência em contratos do BNDES que teriam favorecido a Odebrecht, um desdobramento da Operação Janus; e tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, processo decorrente da Operação Zelotes.Fonte:Veja
De acordo com os procuradores, o ex-presidente foi beneficiado ilicitamente com cerca de um milhão de reais nas reformas, que incluíram a construção de anexos e benfeitorias no sítio, como a instalação de uma cozinha de alto padrão. Odebrecht e OAS teriam arcado com 870.000 reais das obras e a Schahin, por meio de Bumlai, teria pago 150.500 reais. O pecuarista foi denunciado pelo crime de corrupção passiva.
O dinheiro teria sido retirado, no caso da Odebrecht, de propinas de 128 milhões de reais em quatro contratos com a Petrobras: dois para construção da refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e dois do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); no caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado em vantagens indevidas de 27 milhões de reais pagas sobre três contratos: de construção e montagem dos gasoduto Pilar-Ipojuca e Urucu-Coari e da construção do Novo Centro de Pesquisas da Petrobras (Novo Cenpes), no Rio.
A contribuição da Schahin às obras no sítio no interior paulista teria sido retirada de propinas pagas pela empreiteira no contrato de operação, pela empreiteira Schahin, do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras.
Assim como nas outras duas denúncias da Lava Jato contra Lula, os procuradores da equipe coordenada por Deltan Dallagnol voltaram a falar em “controle supremo” do petista sobre a corrupção na estatal e a afirmar que ele “capitaneou e se beneficiou desse grande e poderoso esquema criminoso”. “Por trás de todo esse esquema partidário de dominação das diferentes Diretorias da Petrobras e, mesmo, de outros órgãos públicos federais, existia o comando comum de Luiz Inácio Lula da Silva, que era simultaneamente chefe do governo beneficiado e líder de uma das principais legendas envolvidas no macro esquema criminoso”, afirma o MPF.
Além de Lula e Bumlai, os procuradores do MPF denunciaram por corrupção ativa e lavagem de dinheiro o empreiteiro Léo Pinheiro; por corrupção ativa o empreiteiro Marcelo Odebrecht e ex-executivo da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros; e por lavagem de dinheiro o empreiteiro Emílio Odebrecht, os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, ex-engenheiro da OAS Paulo Roberto Valente Gordilho, o ex-assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar, um dos donos oficiais do sítio.
Os processos contra Lula
O ex-presidente Lula já responde na Justiça Federal do Paraná a duas ações penais. Em uma delas, o petista é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter sido beneficiado com propinas de 3,7 milhões de reais da OAS na reserva e na reforma do tríplex do Guarujá (SP) e no armazenamento de seu acervo presidencial em uma empresa de transportes.
Em outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça Federal do Paraná, o petista é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13 milhões de reais da Odebrecht.
Parte do dinheiro, 12,4 milhões de reais, teria sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas. Moro iniciou as oitivas de testemunhas neste processo nesta semana. Ainda não há previsão para depoimento do ex-presidente.
Os outros três processos contra Lula correm na Justiça Federal do Distrito Federal, sob a caneta dos juízes Vallisney Oliveira e Ricardo Leite.
O petista é acusado do crime de obstrução de Justiça por meio da compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, processo em que já depôs como réu; dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e tráfico de influência em contratos do BNDES que teriam favorecido a Odebrecht, um desdobramento da Operação Janus; e tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, processo decorrente da Operação Zelotes.Fonte:Veja
Perito de Temer diz: ‘não garanto a autenticidade da gravação’
Contratado pela defesa do presidente Michel Temer, o perito Ricardo Molina divulgou na noite desta segunda-feira análise em que contesta a autenticidade dos áudios feitos pelo empresário Joesley Batista. “Não garanto a autenticidade da gravação”, disse Molina a VEJA instantes antes de divulgar os resultados de sua perícia. Segundo o perito, existem cerca de 60 pontos potenciais de edição. “Não dá para dizer que é edição. Tem alguma falha sistêmica neste gravador”, afirmou. “A questão é: dá pra garantir que é autêntica? Não”. “Há inúmeras portas na gravação para quem queira fazer uma edição”, disse o perito, que afirmou a categoricamente que a gravação “não é a original”.
Em um hotel de Brasília, onde apresentou as conclusões de sua análise sobre os áudios, Ricardo Molina chegou a comparar a gravação feita pelo delator da Operação Lava-Jato a uma carne em que parte esteja contaminada. “Carne podre a gente joga fora”, atacou. Em suas conclusões, o perito afirmou que o áudio apresentado pelo empresário Joesley Batista é “uma gravação inteiramente contaminada por inúmeras descontinuidades, mascaramentos por ruídos, longos trechos ininteligíveis ou de inteligibilidade duvidosa e várias outras incertezas não poderia ser considerada como prova material válida”. De acordo com ele, “existem inúmeros pontos na gravação nos que se poderia efetuar, sem deixar qualquer vestígio, uma edição envolvendo corte de material original. Nenhum perito no mundo descobriria isso”.
Ao anunciar o resultado de sua avaliação, Molina criticou a “pressa de transcrições de todo tipo” e disse que, no caso de provas materiais, não existe “prova mais ou menos boa”. “Ela deveria ser considerada imprestável desde o primeiro momento”, declarou. Ele ainda questionou o critério do Ministério Público Federal para adotar a gravação como peça do inquérito para dar partida à investigação: “Por que a PGR se apressou em publicizar uma gravação tão nitidamente corrompida antes de submetê-la a uma perícia técnica rigorosa?”. Ricardo Molina ainda afirmou que adotou critérios adotados universalmente nesse tipo de gravação para analisar os áudios apresentados por Joesley em seu acordo de delação premiada e atacou: “Perito não deve ficar fazendo força para provar a autenticidade. Se a prova é ruim, a prova é ruim”.
“Se essa gravação não tivesse problemas, não estaríamos discutindo aqui. Qualquer gravação contínua do início ao fim não cria esse tipo de discussão. Essa gravação tem problemas e problemas detectadas até por leigos”, disse. Segundo ele, há um “otimismo de leigo” na avaliação do Ministério Público sobre a credibilidade da gravação. Ricardo Molina destacou que sequência lógica não é um “critério técnico” para se analisar um áudio como este e questionou: “Onde está a sequência lógica se eu escuto o Joesley e não o presidente Temer? Sequência lógica é um critério altamente subjetivo numa gravação esburacada. A postura ética correta seria desprezar.”
Em sua exposição, Molina classificou o gravador usado pelo dono da JBS como “vagabundo” – segundo a defesa de Joesley, um pen-drive dotado de microfone e gravador acoplado, que ainda será encaminhado aos investigadores e à PF para perícia. “Causa estranheza que uma gravação tao importante tenha sido feita com gravador tão vagabundo. Esse gravador custa 26 reais no Mercado Livre [site de comércio on-line]. Joesley poderia ter comprado uma coisa um pouquinho mais cara. A gravação está inteiramente contaminada, com longos trechos ininteligíveis e várias outras incertezas. Num processo normal, essa gravação sequer seria aceita como prova em função do excesso de vícios que ela tem”, disse o perito, acompanhado do advogado de Temer, Gustavo Guedes.
Eduardo Cunha – Ricardo Molina disse ter analisado diversos trechos da gravação, entre truncagens e pontos de obscuridade e apontou que dezenas de casos registrados por Joesley Batista levariam um perito a “jogar essa fita no lixo”. “Há falhas sistêmicas [do equipamento, por baixa qualidade] e outras falhas de descontinuidade que podem ser edição, embora não seja possível afirmar”. Na gravação, o empresário indicou que estava pagando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para eles ficarem calados. Os dois estão presos. Diante desta afirmação, Temer teria dito: “Tem que manter isso, viu?”. Segundo Molina, no trecho do diálogo sobre Eduardo Cunha, foram encontradas seis falhas.
A defesa do presidente Michel Temer desistiu nesta segunda-feira de pedir a suspensão do inquérito instaurado contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa — as acusações se basearam na delação premiada do dono da JBS, Joesley Batista. O pedido para paralisar a investigação havia sido protocolado pelos advogados do presidente no último sábado, quando o presidente fez um duro pronunciamento desqualificando as provas levantadas contra ele no processo.
Segundo a defesa de Temer, o objetivo do pedido era levar a Justiça a fazer uma perícia no áudio em que Joesley grava o presidente durante um encontro, que não consta na agenda oficial, ocorrido na noite do dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, em Brasília. Após a movimentação da defesa e com a anuência da Procuradoria-Geral da República, o ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na corte, determinou a análise do material. Com isso, a defesa não viu mais razão de prosseguir com o pedido.Fonte:Veja
Em um hotel de Brasília, onde apresentou as conclusões de sua análise sobre os áudios, Ricardo Molina chegou a comparar a gravação feita pelo delator da Operação Lava-Jato a uma carne em que parte esteja contaminada. “Carne podre a gente joga fora”, atacou. Em suas conclusões, o perito afirmou que o áudio apresentado pelo empresário Joesley Batista é “uma gravação inteiramente contaminada por inúmeras descontinuidades, mascaramentos por ruídos, longos trechos ininteligíveis ou de inteligibilidade duvidosa e várias outras incertezas não poderia ser considerada como prova material válida”. De acordo com ele, “existem inúmeros pontos na gravação nos que se poderia efetuar, sem deixar qualquer vestígio, uma edição envolvendo corte de material original. Nenhum perito no mundo descobriria isso”.
Ao anunciar o resultado de sua avaliação, Molina criticou a “pressa de transcrições de todo tipo” e disse que, no caso de provas materiais, não existe “prova mais ou menos boa”. “Ela deveria ser considerada imprestável desde o primeiro momento”, declarou. Ele ainda questionou o critério do Ministério Público Federal para adotar a gravação como peça do inquérito para dar partida à investigação: “Por que a PGR se apressou em publicizar uma gravação tão nitidamente corrompida antes de submetê-la a uma perícia técnica rigorosa?”. Ricardo Molina ainda afirmou que adotou critérios adotados universalmente nesse tipo de gravação para analisar os áudios apresentados por Joesley em seu acordo de delação premiada e atacou: “Perito não deve ficar fazendo força para provar a autenticidade. Se a prova é ruim, a prova é ruim”.
“Se essa gravação não tivesse problemas, não estaríamos discutindo aqui. Qualquer gravação contínua do início ao fim não cria esse tipo de discussão. Essa gravação tem problemas e problemas detectadas até por leigos”, disse. Segundo ele, há um “otimismo de leigo” na avaliação do Ministério Público sobre a credibilidade da gravação. Ricardo Molina destacou que sequência lógica não é um “critério técnico” para se analisar um áudio como este e questionou: “Onde está a sequência lógica se eu escuto o Joesley e não o presidente Temer? Sequência lógica é um critério altamente subjetivo numa gravação esburacada. A postura ética correta seria desprezar.”
Em sua exposição, Molina classificou o gravador usado pelo dono da JBS como “vagabundo” – segundo a defesa de Joesley, um pen-drive dotado de microfone e gravador acoplado, que ainda será encaminhado aos investigadores e à PF para perícia. “Causa estranheza que uma gravação tao importante tenha sido feita com gravador tão vagabundo. Esse gravador custa 26 reais no Mercado Livre [site de comércio on-line]. Joesley poderia ter comprado uma coisa um pouquinho mais cara. A gravação está inteiramente contaminada, com longos trechos ininteligíveis e várias outras incertezas. Num processo normal, essa gravação sequer seria aceita como prova em função do excesso de vícios que ela tem”, disse o perito, acompanhado do advogado de Temer, Gustavo Guedes.
Eduardo Cunha – Ricardo Molina disse ter analisado diversos trechos da gravação, entre truncagens e pontos de obscuridade e apontou que dezenas de casos registrados por Joesley Batista levariam um perito a “jogar essa fita no lixo”. “Há falhas sistêmicas [do equipamento, por baixa qualidade] e outras falhas de descontinuidade que podem ser edição, embora não seja possível afirmar”. Na gravação, o empresário indicou que estava pagando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para eles ficarem calados. Os dois estão presos. Diante desta afirmação, Temer teria dito: “Tem que manter isso, viu?”. Segundo Molina, no trecho do diálogo sobre Eduardo Cunha, foram encontradas seis falhas.
A defesa do presidente Michel Temer desistiu nesta segunda-feira de pedir a suspensão do inquérito instaurado contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa — as acusações se basearam na delação premiada do dono da JBS, Joesley Batista. O pedido para paralisar a investigação havia sido protocolado pelos advogados do presidente no último sábado, quando o presidente fez um duro pronunciamento desqualificando as provas levantadas contra ele no processo.
Segundo a defesa de Temer, o objetivo do pedido era levar a Justiça a fazer uma perícia no áudio em que Joesley grava o presidente durante um encontro, que não consta na agenda oficial, ocorrido na noite do dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, em Brasília. Após a movimentação da defesa e com a anuência da Procuradoria-Geral da República, o ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na corte, determinou a análise do material. Com isso, a defesa não viu mais razão de prosseguir com o pedido.Fonte:Veja
Léo Santana é confirmado na grade de atrações da Vaquejada de Serrinha
O pagodeiro Léo Santana vai fazer a 21ª edição da Vaquejada de Serrinha ferver. Sucesso com hits como ‘Santinha’ e ‘Maravilhosa é ela’, o cantor é mais uma atração confirmada na grade do evento, que acontece de 7 a 10 de setembro, no Parque Maria do Carmo, em Serrinha.
Wesley Safadão, Amado Batista, Luan Santana, Pablo, Tayrone e Márcia Fellipe são algumas das atrações confirmadas para se apresentar na festa. Além dos artistas, também já foram anunciados nomes como Silvanno Sales, Jonas Esticado e Arreio de Ouro.
Quem quiser curtir a festa já pode adquirir o passaporte com valor promocional e parcelado em até 6X sem juros. Basta acessar o site vendas.parquemariadocarmo.com.br.
PASSAPORTE para os 3 dias do evento:
Pista Meia-entrada- R$165
Pista Inteira - R$330
Camarote VIP - R$360
Wesley Safadão, Amado Batista, Luan Santana, Pablo, Tayrone e Márcia Fellipe são algumas das atrações confirmadas para se apresentar na festa. Além dos artistas, também já foram anunciados nomes como Silvanno Sales, Jonas Esticado e Arreio de Ouro.
Quem quiser curtir a festa já pode adquirir o passaporte com valor promocional e parcelado em até 6X sem juros. Basta acessar o site vendas.parquemariadocarmo.com.br.
PASSAPORTE para os 3 dias do evento:
Pista Meia-entrada- R$165
Pista Inteira - R$330
Camarote VIP - R$360
FHC aciona Jobim para articular 'sucessão controlada'; ex-presidente liga para Temer
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu neste fim de semana a realização de uma “sucessão controlada”, com um acordo entre todas as forças políticas para chegar a 2018. Segundo informações do jornal O Globo, o tucano afirmou a dois interlocutores ter avaliado que o presidente Michel Temer não conseguirá se manter no cargo. Diante do cenário, ele ligou no último sábado (20) para o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para iniciar a articulação.
De acordo com O Globo, a escolha por Jobim, que foi ministro da Defesa nas gestões Lula e Dilma Rousseff, foi feita para permitir uma ponte com o PT. FHC propõe que todos possam se enfrentar nas eleições de 2018, mas que no momento, é necessária a união. A pessoas próximas do PMDB, no entanto, ele informou que o PSDB não pode “trair” Temer. Ele também ligou para o presidente no sábado e o aconselhou a “resistir” e “ficar firme” na crise política que enfrenta – na quinta, em texto publicado nas redes sociais, defendeu a renúncia, caso as alegações da defesa dos implicados “não fossem convincentes”.
O objetivo de Fernando Henrique seria evitar uma saída aventureira ou casuística (de submissão cega a uma doutrina). Há também uma preocupação com o futuro do PSDB, já que o ex-presidente do partido, o senador Aécio Neves (PSDB), foi um dos principais implicados na delação da JBS. A reunião da sigla que ocorreria neste domingo (21) para decidir sobre a presença da legenda no governo foi cancelada. “A reunião foi cancelada porque vazou para a imprensa que esta seria uma reunião de decisão sobre a permanência do partido no governo ou não. Como a reunião não tinha esse propósito, foi melhor foi cancelá-la, pois não seria possível fazer qualquer tipo de anúncio de decisão, já que não era essa a finalidade”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).
De acordo com O Globo, a escolha por Jobim, que foi ministro da Defesa nas gestões Lula e Dilma Rousseff, foi feita para permitir uma ponte com o PT. FHC propõe que todos possam se enfrentar nas eleições de 2018, mas que no momento, é necessária a união. A pessoas próximas do PMDB, no entanto, ele informou que o PSDB não pode “trair” Temer. Ele também ligou para o presidente no sábado e o aconselhou a “resistir” e “ficar firme” na crise política que enfrenta – na quinta, em texto publicado nas redes sociais, defendeu a renúncia, caso as alegações da defesa dos implicados “não fossem convincentes”.
O objetivo de Fernando Henrique seria evitar uma saída aventureira ou casuística (de submissão cega a uma doutrina). Há também uma preocupação com o futuro do PSDB, já que o ex-presidente do partido, o senador Aécio Neves (PSDB), foi um dos principais implicados na delação da JBS. A reunião da sigla que ocorreria neste domingo (21) para decidir sobre a presença da legenda no governo foi cancelada. “A reunião foi cancelada porque vazou para a imprensa que esta seria uma reunião de decisão sobre a permanência do partido no governo ou não. Como a reunião não tinha esse propósito, foi melhor foi cancelá-la, pois não seria possível fazer qualquer tipo de anúncio de decisão, já que não era essa a finalidade”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).
Artistas reclamam de insegurança após radialista Jefinho ser baleado em Salvador
Após o radialista Jeffinho, da rádio Itapoan FM, ser baleado em uma tentativa de assalto no Caminho das Árvores, em Salvador (lembre aqui), artistas da Bahia prestaram solidariedade ao locutor no domingo (21) e reclamaram da falta de segurança no país. O primeiro a se manifestar nas redes sociais foi o cantor Xanddy do Harmonia do Samba, que fez o desabafo: “Tá muito complicado! Insegurança demais na nossa cidade e tantas outras do nosso país! Que o Senhor Jesus mantenha firme o nosso amigo Jeffinho e que ele fique bem!”.
Ivete Sangalo e Claudia Leitte também pediram orações para o profissional da área de comunicação e expressaram “revolta” com o ocorrido. “Aqui em oração por esse amigo que quero tanto bem (...) Tristeza e revolta tomam conta de todos nós”, escreveu Ivete.
“Em breve ele há de sair do Hospital. Aproveitem para orar por nosso país. Basta de tanta violência e corrupção!”, destacou Claudia Leitte. Jefinho foi baleado no lado direito do peito e passou por uma cirurgia na tarde do domingo (21). Tony Oliveira, diretor da emissora, informou ao Bahia Notícias que o estado de saúde do locutor está evoluindo positivamente. “Ele está na UTI em observação. A resposta da cirurgia foi boa. Ele passou a noite bem e está bastante lúcido, agora é só aguardar o período de recuperação”, disse o empresário.Fonte:Bahia Noticias
Ivete Sangalo e Claudia Leitte também pediram orações para o profissional da área de comunicação e expressaram “revolta” com o ocorrido. “Aqui em oração por esse amigo que quero tanto bem (...) Tristeza e revolta tomam conta de todos nós”, escreveu Ivete.
“Em breve ele há de sair do Hospital. Aproveitem para orar por nosso país. Basta de tanta violência e corrupção!”, destacou Claudia Leitte. Jefinho foi baleado no lado direito do peito e passou por uma cirurgia na tarde do domingo (21). Tony Oliveira, diretor da emissora, informou ao Bahia Notícias que o estado de saúde do locutor está evoluindo positivamente. “Ele está na UTI em observação. A resposta da cirurgia foi boa. Ele passou a noite bem e está bastante lúcido, agora é só aguardar o período de recuperação”, disse o empresário.Fonte:Bahia Noticias
Aécio diz que é alvo de 'criminosa armação' e lamenta sua 'ingenuidade' após gravação
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) se declarou inocente das acusações das quais é alvo após divulgação do áudio de sua conversa com o empresário Joesley Batista. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (22), o tucano lamentou "sinceramente" sua "ingenuidade" por não saber que tinha à sua frente um "criminoso sem escrúpulos", "querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação". "Além do mais, usei um vocabulário que não costumo usar, e me penitencio por isso, ao me referir a autoridades públicas com as quais já me desculpei pessoalmente", escreveu.
O senador destacou que não cometeu crime nenhum, inclusive, os R$ 60 milhões recebidos em 2014 da JBS, empresa da qual Joesley é sócio, foram doação de campanha para o PSDB naquele ano. Sobre sua irmã, Andrea Neves, presa na última quinta-feira (18), Aécio disse que ela não conhecia o empresário, apenas o contatou para oferecer um apartamento onde mora a matriarca da família, por herança do seu falecido marido. "Parte desse valor nos ajudaria a arcar com os custos de minha defesa. Foi do delator a sugestão de fazer um empréstimo com recursos lícitos, que ele chamava 'das suas lojinhas', e que seria naturalmente regularizado por meio de contrato de mútuo, até para que os advogados pudessem ser pagos.
O contrato apenas não foi celebrado porque a intenção do delator não era esta, mas sim criar artificialmente um fato que gerasse suspeição e contribuísse para sua delação", continuou o tucano afastado da presidência do PSDB, após divulgação da gravação. Aécio reconheceu apenas que errou ao procurar quem não deveria e ao pedir que sua irmã se encontrasse com Joesley, que arquitetou um "macabro" e "criminoso" plano para obter vantagens em seu acordo. O senador afirmou que não há motivos para suspensão do seu mandato parlamentar e que nenhum dos seus atos legislativos e políticos demonstram qualquer intenção em obstruir a Operação Lava Jato ou qualquer outra investigação.
"Acredito na força da nossa democracia, confio na Justiça e na integridade das nossas instituições. Estou convicto de que, ao cabo do devido processo legal e do desenrolar das investigações, a verdade prevalecerá e a correção de meus atos e de meus familiares restará provada", acrescentou. Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, para custear gastos com honorários advocatícios. Os recursos foram repassados ao primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros e foram depositados numa empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
O senador destacou que não cometeu crime nenhum, inclusive, os R$ 60 milhões recebidos em 2014 da JBS, empresa da qual Joesley é sócio, foram doação de campanha para o PSDB naquele ano. Sobre sua irmã, Andrea Neves, presa na última quinta-feira (18), Aécio disse que ela não conhecia o empresário, apenas o contatou para oferecer um apartamento onde mora a matriarca da família, por herança do seu falecido marido. "Parte desse valor nos ajudaria a arcar com os custos de minha defesa. Foi do delator a sugestão de fazer um empréstimo com recursos lícitos, que ele chamava 'das suas lojinhas', e que seria naturalmente regularizado por meio de contrato de mútuo, até para que os advogados pudessem ser pagos.
O contrato apenas não foi celebrado porque a intenção do delator não era esta, mas sim criar artificialmente um fato que gerasse suspeição e contribuísse para sua delação", continuou o tucano afastado da presidência do PSDB, após divulgação da gravação. Aécio reconheceu apenas que errou ao procurar quem não deveria e ao pedir que sua irmã se encontrasse com Joesley, que arquitetou um "macabro" e "criminoso" plano para obter vantagens em seu acordo. O senador afirmou que não há motivos para suspensão do seu mandato parlamentar e que nenhum dos seus atos legislativos e políticos demonstram qualquer intenção em obstruir a Operação Lava Jato ou qualquer outra investigação.
"Acredito na força da nossa democracia, confio na Justiça e na integridade das nossas instituições. Estou convicto de que, ao cabo do devido processo legal e do desenrolar das investigações, a verdade prevalecerá e a correção de meus atos e de meus familiares restará provada", acrescentou. Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, para custear gastos com honorários advocatícios. Os recursos foram repassados ao primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros e foram depositados numa empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
O golpe de Janot 5: Batistas no paraíso; STF há de rever delação
Vamos devagar. Por que é Edson Fachin o relator “natural” da Operação Patmos? Que diabos o caso JBS tem a ver com a Petrobras, além de nada? Eis um outro, como direi?, acordo de compadres entre Rodrigo Janot, Edson Fachin e Cármen Lúcia que tem de ser revisto.
Os brasileiros estão estarrecidos com os benefícios concedidos a Joesley e Wesley Batista. O Parágrafo 4º do Artigo 4º da Lei 12.850, com efeito, prevê:
4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
Quer dizer, então, que os irmãos Batista não eram os chefes? Sem poder delatar “para cima” — ninguém está acima deles no grupo empresarial —, eles se colocam como “os primeiros a prestar efetiva colaboração” e saem livres, leves e soltos porque, afinal, denunciaram o presidente da República?
Não dá! As partes atingidas têm de recorrer ao Supremo para que, quando menos, a homologação dessa delação seja submetida ao pleno.
E insisto num ponto já abordado em dois posts: a eventual anulação dos benefícios da delação não impedem o Ministério Público de abrir investigação sobre as acusações feitas.
Afinal, este é um post de combate à impunidade, não de defesa dela. Assim, o pleno do Supremo decida sobre essa delação, até porque, vamos convir, ela diz respeito de forma direta ao presidente da República — e as questões relativas ao chefe do Executivo, talvez Fachin tenha se esquecido, têm de ser decididas pelo pleno.Fonte:Reinaldo Azevedo
Os brasileiros estão estarrecidos com os benefícios concedidos a Joesley e Wesley Batista. O Parágrafo 4º do Artigo 4º da Lei 12.850, com efeito, prevê:
4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
Quer dizer, então, que os irmãos Batista não eram os chefes? Sem poder delatar “para cima” — ninguém está acima deles no grupo empresarial —, eles se colocam como “os primeiros a prestar efetiva colaboração” e saem livres, leves e soltos porque, afinal, denunciaram o presidente da República?
Não dá! As partes atingidas têm de recorrer ao Supremo para que, quando menos, a homologação dessa delação seja submetida ao pleno.
E insisto num ponto já abordado em dois posts: a eventual anulação dos benefícios da delação não impedem o Ministério Público de abrir investigação sobre as acusações feitas.
Afinal, este é um post de combate à impunidade, não de defesa dela. Assim, o pleno do Supremo decida sobre essa delação, até porque, vamos convir, ela diz respeito de forma direta ao presidente da República — e as questões relativas ao chefe do Executivo, talvez Fachin tenha se esquecido, têm de ser decididas pelo pleno.Fonte:Reinaldo Azevedo
domingo, 21 de maio de 2017
NOTA DE ESCLARECIMENTO E REPÚDIO
Calúnia e difamação são crimes contra a honra, saiba que as medidas jurídicas cabíveis serão sim tomadas! Não aceito acusações sem provas e muito menos sem saber de quem vem! Durante essa semana (e repetidas vezes no decorrer de um ano) um perfil falso, Tiago Olliver Anunciação, vem disparando postagens com frases de baixo calão e com agressões a minha imagem, índole e caráter.
Sobre o atendimento, nunca houve orientação para ninguém entrar em ônibus escondido ou qualquer outra coisa assim, tinham testemunhas na sala e quando elas comentaram na postagem dele foram simplesmente excluídas.
A covardia de nem ao menos me dar direito de resposta, já que nem me aceitar no perfil (como o próprio disse que faria) aconteceu. Meu trabalho é sério e de coração. Transparente, digno e honesto.
Não cansarei de buscar junto a justiça a identificação e punição do autor desse crime contra a minha honra! A honra de um trabalhador honesto, pai de família e cidadão que assume tudo o que faz.
Enquanto a doação do meu salário todo mês de maio tenham a certeza que não é um ato político. Quem me conhece sabe que, dentro das minhas possibilidades, eu sempre busco ajudar o próximo. Fazer o bem, sem olhar a quem!
PEÇO A TODOS QUE DERAM COMENTÁRIOS DE APOIO AS CALÚNIAS CONTRA MIM DIFERIDAS QUE ME PROCUREM, ME CONHEÇAM E SÓ DEPOIS FORMEM UMA IMAGEM SOBRE MIM!
E ao criador desse perfil eu tenho só um desafio: ME CONHEÇA PESSOALMENTE, CONVERSE COMIGO! PODEMOS TRANSMITIR TUDO AO VIVO AQUI MESMO NO FACEBOOK!Fonte:Facebook:Berg da Aragom
Sobre o atendimento, nunca houve orientação para ninguém entrar em ônibus escondido ou qualquer outra coisa assim, tinham testemunhas na sala e quando elas comentaram na postagem dele foram simplesmente excluídas.
A covardia de nem ao menos me dar direito de resposta, já que nem me aceitar no perfil (como o próprio disse que faria) aconteceu. Meu trabalho é sério e de coração. Transparente, digno e honesto.
Não cansarei de buscar junto a justiça a identificação e punição do autor desse crime contra a minha honra! A honra de um trabalhador honesto, pai de família e cidadão que assume tudo o que faz.
Enquanto a doação do meu salário todo mês de maio tenham a certeza que não é um ato político. Quem me conhece sabe que, dentro das minhas possibilidades, eu sempre busco ajudar o próximo. Fazer o bem, sem olhar a quem!
PEÇO A TODOS QUE DERAM COMENTÁRIOS DE APOIO AS CALÚNIAS CONTRA MIM DIFERIDAS QUE ME PROCUREM, ME CONHEÇAM E SÓ DEPOIS FORMEM UMA IMAGEM SOBRE MIM!
E ao criador desse perfil eu tenho só um desafio: ME CONHEÇA PESSOALMENTE, CONVERSE COMIGO! PODEMOS TRANSMITIR TUDO AO VIVO AQUI MESMO NO FACEBOOK!Fonte:Facebook:Berg da Aragom
Lula pede que Temer 'saia logo' da presidência após denúncias da JBS
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (20) que quer que Michel Temer "saia logo" da presidência da República. Ele destacou ainda que vai estar "na trincheira para recuperar a democracia deste país".
A declaração foi feita durante a posse da nova diretoria do PT na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, na semana em que surgiram acusações contra Temer a partir da delação premiada de executivos da empresa JBS.
"Nós queremos eleições diretas, queremos que o Temer saia logo. Não queremos um presidente eleito indiretamente, mas pelo povo brasileiro. Seja quem for, não importa quem for", disse Lula. Ele voltou a falar que está com vontade de disputar a eleição presidencial de 2018, mas admitiu que uma eventual candidatura depende de Justiça.
O ex-presidente é réu em três processos na Operação Lava Jato. "Agora, com essa provocação, quantidade de denúncia, arrumando coisa toda semana, isso me dá vontade de disputar eleição", declarou.
A declaração foi feita durante a posse da nova diretoria do PT na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, na semana em que surgiram acusações contra Temer a partir da delação premiada de executivos da empresa JBS.
"Nós queremos eleições diretas, queremos que o Temer saia logo. Não queremos um presidente eleito indiretamente, mas pelo povo brasileiro. Seja quem for, não importa quem for", disse Lula. Ele voltou a falar que está com vontade de disputar a eleição presidencial de 2018, mas admitiu que uma eventual candidatura depende de Justiça.
O ex-presidente é réu em três processos na Operação Lava Jato. "Agora, com essa provocação, quantidade de denúncia, arrumando coisa toda semana, isso me dá vontade de disputar eleição", declarou.
Renan diz que crise é 'muito grave' e sugere busca de 'novo consenso'
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), se manifestou na noite deste sábado (21) sobre a crise política que afetou o presidente Michel Temer após a delação da JBS. O congressista classificou a situação como “muito grave”, mas avaliou que o país mantém a “solidez democrática” e que as instituições estão funcionando. “As crises (a atual é política e muito grave) são pedagógicas. Elas forçam o engenho na busca de alternativas para que a Nação não purgue pelos pecados de seus dirigentes”, afirmou, em postagem no seu perfil oficial no Facebook.
Sem mencionar diretamente o presidente, Renan afirmou que “ninguém está acima da lei” e que “todos estão sujeitos a investigações”, mas defendeu que o país se devote ao que rege a Constituição, em nome da estabilidade. “Nos últimos tempos, em nome de interesses (muito confessos), usurparam-se competências do Congresso com anistias indefensáveis; afastaram-se integrantes do Parlamento com liminares; lavou-se dinheiro público roubado; prendeu-se para delatar; sugeriram-se advogados para conduzir narrativas inverossímeis; procederam-se coercitivas desnecessárias; generalizaram-se culpas e julgou-se sem crime”, em perceptível menção à Operação Lava Jato.
O senador sugere que é preciso buscar “um novo consenso”. “No presidencialismo, o chefe do Executivo precisa exercer esse protagonismo enquanto há tempo”, apontou, acrescentando críticas às gestões recentes. “O erro dos governos recentes – e por isso se desgastaram rapidamente – foi não ter exercido protagonismo na solução de saídas para o grave impasse que imobiliza e ameaça o país há 3 anos.Precisamos superar essa crise rapidamente em nome da esperança e do futuro”.
Sem mencionar diretamente o presidente, Renan afirmou que “ninguém está acima da lei” e que “todos estão sujeitos a investigações”, mas defendeu que o país se devote ao que rege a Constituição, em nome da estabilidade. “Nos últimos tempos, em nome de interesses (muito confessos), usurparam-se competências do Congresso com anistias indefensáveis; afastaram-se integrantes do Parlamento com liminares; lavou-se dinheiro público roubado; prendeu-se para delatar; sugeriram-se advogados para conduzir narrativas inverossímeis; procederam-se coercitivas desnecessárias; generalizaram-se culpas e julgou-se sem crime”, em perceptível menção à Operação Lava Jato.
O senador sugere que é preciso buscar “um novo consenso”. “No presidencialismo, o chefe do Executivo precisa exercer esse protagonismo enquanto há tempo”, apontou, acrescentando críticas às gestões recentes. “O erro dos governos recentes – e por isso se desgastaram rapidamente – foi não ter exercido protagonismo na solução de saídas para o grave impasse que imobiliza e ameaça o país há 3 anos.Precisamos superar essa crise rapidamente em nome da esperança e do futuro”.
Irmãos Batista, os reis do abate
Há pouco mais de um mês, amigos começaram a notar algumas mudanças de hábito na família Batista. Uma grande comemoração vinha sendo preparada para a Semana Santa, quando todos os seis filhos de seu José Batista Sobrinho (Junior, Wesley, Joesley, Vanessa, Vivianne e Valére), seus cônjuges e netos se reuniriam em uma das fazendas da família em Goiás. Havia forte expectativa porque fazia tempo que os filhos não se juntavam num mesmo evento.
Os jatinhos já estavam a postos às vésperas da Sexta-Feira Santa, quando a festa foi cancelada de repente. Moradores do edifício L’Essence Jardins, em São Paulo, onde o patriarca vive com a mulher, Flora, e duas filhas, passaram então a estranhar a ausência da família nas áreas comuns do prédio. Os almoços que frequentemente contavam com shows privados de cantores sertanejos como Bruno e Marrone desapareceram do cotidiano do edifício.
A poucos metros dali, no Jardim Europa, a rotina da família de Joesley Batista também mudou. Casado com a jornalista Ticiana Villas Boas (a festa, em 2012, foi estimada em algumas dezenas de milhões de reais, e só o vestido da noiva, Chanel, custou 180 000 euros), ele saiu de circulação. Na quarta-feira, antes que a reportagem de O Globo fosse publicada, Joesley ligou para a agência de viagens de luxo Teresa Perez, em São Paulo, e pediu que fossem emitidas dez passagens com destino aos Estados Unidos para alguns de seus familiares. Ele, a mulher e o filho mais novo já estavam em Nova York.FONTE:Veja
Os jatinhos já estavam a postos às vésperas da Sexta-Feira Santa, quando a festa foi cancelada de repente. Moradores do edifício L’Essence Jardins, em São Paulo, onde o patriarca vive com a mulher, Flora, e duas filhas, passaram então a estranhar a ausência da família nas áreas comuns do prédio. Os almoços que frequentemente contavam com shows privados de cantores sertanejos como Bruno e Marrone desapareceram do cotidiano do edifício.
A poucos metros dali, no Jardim Europa, a rotina da família de Joesley Batista também mudou. Casado com a jornalista Ticiana Villas Boas (a festa, em 2012, foi estimada em algumas dezenas de milhões de reais, e só o vestido da noiva, Chanel, custou 180 000 euros), ele saiu de circulação. Na quarta-feira, antes que a reportagem de O Globo fosse publicada, Joesley ligou para a agência de viagens de luxo Teresa Perez, em São Paulo, e pediu que fossem emitidas dez passagens com destino aos Estados Unidos para alguns de seus familiares. Ele, a mulher e o filho mais novo já estavam em Nova York.FONTE:Veja
Fachin manda fazer perícia pedida por Temer, mas mantém inquérito
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin atendeu ao pedido do presidente Michel Temer (PMDB) e mandou a Polícia Federal realizar uma perícia no áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em reunião com o presidente no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu.
Em pronunciamento neste sábado – o segundo desde que o escândalo veio à tona – Temer disse que o conteúdo do áudio foi manipulado e que tem mais de 50 cortes, amparando-se em perícia feita pelo jornal Folha de S. Paulo. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e, incluído no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil”, afirmou.
Fachin, no entanto, negou a suspensão imediata do inquérito, como queria Temer, e determinou que o plenário do STF, que tem 11 ministros, decida sobre o pedido. O julgamento não tem data para acontecer, mas o colegiado máximo da Corte costuma se reunir às quartas e quintas-feiras. O inquérito apura os crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e pertencimento a organização criminosa – Temer nega todos os crimes.
Antes da decisão de Fachin, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao STF concordando com a realização da perícia, mas defendendo a continuidade da investigação. “Em primeiro lugar, cabe destacar a flagrante contradição do pedido, visto que o inquérito existe justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas”, escreveu.
Janot disse, ainda, que a gravação passou por avaliação técnica de um setor da Procuradoria-Geral da República, “que constatou que o material, em uma análise preliminar, é audível, inteligível e apresenta uma sequência lógica e coerente, com características iniciais de confiabilidade”, diz Janot no parecer. “Ademais, a referida gravação é harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro colaboradores”, se referindo a Joesley e seu irmão Wesley Batista e os executivos da JBS Ricardo Saud e Florisvaldo Caetano de Oliveira.
(Com Agência Brasil)
Em pronunciamento neste sábado – o segundo desde que o escândalo veio à tona – Temer disse que o conteúdo do áudio foi manipulado e que tem mais de 50 cortes, amparando-se em perícia feita pelo jornal Folha de S. Paulo. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e, incluído no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil”, afirmou.
Fachin, no entanto, negou a suspensão imediata do inquérito, como queria Temer, e determinou que o plenário do STF, que tem 11 ministros, decida sobre o pedido. O julgamento não tem data para acontecer, mas o colegiado máximo da Corte costuma se reunir às quartas e quintas-feiras. O inquérito apura os crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e pertencimento a organização criminosa – Temer nega todos os crimes.
Antes da decisão de Fachin, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao STF concordando com a realização da perícia, mas defendendo a continuidade da investigação. “Em primeiro lugar, cabe destacar a flagrante contradição do pedido, visto que o inquérito existe justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas”, escreveu.
Janot disse, ainda, que a gravação passou por avaliação técnica de um setor da Procuradoria-Geral da República, “que constatou que o material, em uma análise preliminar, é audível, inteligível e apresenta uma sequência lógica e coerente, com características iniciais de confiabilidade”, diz Janot no parecer. “Ademais, a referida gravação é harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro colaboradores”, se referindo a Joesley e seu irmão Wesley Batista e os executivos da JBS Ricardo Saud e Florisvaldo Caetano de Oliveira.
(Com Agência Brasil)
sábado, 20 de maio de 2017
Prefeitura de Serrinha promove caminhada de conscientização pelo fim do abuso e exploração sexual contra crianças
A Prefeitura Municipal de Serrinha, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, realizou a Caminhada de Prevenção e Divulgação ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, comemorado nacionalmente nessa data. O evento contou com a presença de centenas de pessoas, dentre elas, autoridades do município, lideranças comunitárias e escolares.
A população serrinhense aderiu à campanha de conscientização e esteve presente. Todo o percurso foi acompanhado por carro de som, percorrendo várias ruas da cidade, com chamadas de participação e conscientização da sociedade para este problema que cresce a cada dia.
A violência sexual é a quarta violação mais recorrente contra crianças e adolescentes denunciada no Disque Direitos Humanos, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O Disque 100, número utilizado para o encaminhamento de denúncias, recebeu, no ano passado, mais de 80 mil denúncias de abusos contra menores de idade.
Os números dos abusos divulgados são assustadores, mas, infelizmente, o número de vítimas é ainda maior, uma vez que boa parte delas não denuncia por medo de seus algozes e/ou ainda nutrir sentimento por eles, uma vez que a maioria dos que cometem o crime é membro ou conhecido da família da vítima.
A Secretária de Assistência Social, Adriana Mello, lembrou que várias ações concernentes a esse tema vêm sendo realizadas pela Secretaria durante todo o mês corrente, e o dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, reafirma a importância de não se calar e de responsabilizar os autores de violência sexual contra a população infanto-juvenil.
Portanto, o momento foi extremamente importante para conscientizar e mobilizar a sociedade serrinhense a participar desta luta e dizer não ao abuso sexual sofrido por muitas de nossas crianças e jovens.Fonte:Marcos Rodrigues(PMS)
A população serrinhense aderiu à campanha de conscientização e esteve presente. Todo o percurso foi acompanhado por carro de som, percorrendo várias ruas da cidade, com chamadas de participação e conscientização da sociedade para este problema que cresce a cada dia.
A violência sexual é a quarta violação mais recorrente contra crianças e adolescentes denunciada no Disque Direitos Humanos, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O Disque 100, número utilizado para o encaminhamento de denúncias, recebeu, no ano passado, mais de 80 mil denúncias de abusos contra menores de idade.
Os números dos abusos divulgados são assustadores, mas, infelizmente, o número de vítimas é ainda maior, uma vez que boa parte delas não denuncia por medo de seus algozes e/ou ainda nutrir sentimento por eles, uma vez que a maioria dos que cometem o crime é membro ou conhecido da família da vítima.
A Secretária de Assistência Social, Adriana Mello, lembrou que várias ações concernentes a esse tema vêm sendo realizadas pela Secretaria durante todo o mês corrente, e o dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, reafirma a importância de não se calar e de responsabilizar os autores de violência sexual contra a população infanto-juvenil.
Portanto, o momento foi extremamente importante para conscientizar e mobilizar a sociedade serrinhense a participar desta luta e dizer não ao abuso sexual sofrido por muitas de nossas crianças e jovens.Fonte:Marcos Rodrigues(PMS)
'Soubemos que fita foi editada e isso é gravíssimo', diz advogado de Temer
O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira (19) que o governo tem "informações seguras" sobre a existência de adulterações e montagens no áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS. Amigo do presidente há 40 anos, Mariz se reuniu com Temer na noite de ontem e nesta sexta, em Brasília, e vai assumir a defesa dele. Uma das estratégias jurídicas, após a delação premiada feita por Joesley, é pedir a perícia da gravação que veio a público.
"Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo", afirmou Mariz à reportagem. "É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil." Na conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em 7 de março, Joesley disse que estava "de bem" com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato. "Tem que manter isso, viu?", respondeu Temer. Em seguida, Joesley acrescentou: "Todo mês". Parte do diálogo, porém, é inaudível. O empresário também contou a Temer que estava comprando um procurador e "dando conta" de dois juízes para barrar uma investigação sobre empresa do grupo J&F, holding que administra a JBS. "Ótimo", afirmou o presidente.
Questionado se o "corte" de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas. "A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar", declarou o advogado.
"É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil." Mariz foi convidado na montagem do governo para ser ministro da Justiça, mas não chegou a assumir o cargo porque condenou, em entrevista, os "excessos dos operadores da Lava Jato". Com a saída de Alexandre de Moraes do comando da Justiça, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, o criminalista voltou a ser sondado, mas recusou o convite. Temer também insistiu, sem sucesso, para que ele assumisse uma secretaria especial ligada à Presidência, que ficaria responsável por cuidar do sistema penitenciário.Fonte:Estadão
"Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo", afirmou Mariz à reportagem. "É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil." Na conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em 7 de março, Joesley disse que estava "de bem" com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato. "Tem que manter isso, viu?", respondeu Temer. Em seguida, Joesley acrescentou: "Todo mês". Parte do diálogo, porém, é inaudível. O empresário também contou a Temer que estava comprando um procurador e "dando conta" de dois juízes para barrar uma investigação sobre empresa do grupo J&F, holding que administra a JBS. "Ótimo", afirmou o presidente.
Questionado se o "corte" de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas. "A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar", declarou o advogado.
"É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil." Mariz foi convidado na montagem do governo para ser ministro da Justiça, mas não chegou a assumir o cargo porque condenou, em entrevista, os "excessos dos operadores da Lava Jato". Com a saída de Alexandre de Moraes do comando da Justiça, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, o criminalista voltou a ser sondado, mas recusou o convite. Temer também insistiu, sem sucesso, para que ele assumisse uma secretaria especial ligada à Presidência, que ficaria responsável por cuidar do sistema penitenciário.Fonte:Estadão
Michel Temer soma 12 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados
Após a gravação do presidente Michel Temer com o presidente da JBS, Joesley Batista, o número de pedidos de impeachment contra ele quadruplicou na Câmara. Antes, apenas três propostas de impedimento tramitavam na casa legislativa. Agora, são 11 pedidos vigentes, fora o que foi arquivado em janeiro deste ano. Nas últimas 48h, oito processos foram protocolados. O primeiro foi do deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ).
Depois, outros sete pediram a saída do presidente Temer: deputado JHC (PSB-AL); senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), novamente; deputado João Gualberto Vasconcelos (PSDB-BA); deputado estadual Júnio Alves Araújo (PRP-GO), conhecido como Major Araújo; deputado Diego Garcia (PHS-PR); e Beatriz Vargas, professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o jornal O Globo, a justificativa é a mesma: o presidente teria procedido de forma "incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". No áudio, Temer escuta de Joesley que o empresário está realizando pagamentos mensais ao deputado cassado Eduardo Cunha, além de que está interferindo em investigações. O presidente não repreende o dono da JBS em nenhum momento.Fonte:Bahia Noticias
Depois, outros sete pediram a saída do presidente Temer: deputado JHC (PSB-AL); senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), novamente; deputado João Gualberto Vasconcelos (PSDB-BA); deputado estadual Júnio Alves Araújo (PRP-GO), conhecido como Major Araújo; deputado Diego Garcia (PHS-PR); e Beatriz Vargas, professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o jornal O Globo, a justificativa é a mesma: o presidente teria procedido de forma "incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". No áudio, Temer escuta de Joesley que o empresário está realizando pagamentos mensais ao deputado cassado Eduardo Cunha, além de que está interferindo em investigações. O presidente não repreende o dono da JBS em nenhum momento.Fonte:Bahia Noticias
Cármen Lúcia rebate rumores sobre Presidência: na magistratura 'até o último dia'
Em uma conversa informal com jornalistas, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta sexta-feira, 19, que o Brasil vai sobreviver ao conteúdo das delações da JBS, rebateu os rumores de que poderia eventualmente assumir a Presidência da República e afirmou que pretende continuar na magistratura "até o último dia".
"Estou no lugar que eu tenho a obrigação constitucional de estar e estarei com muito gosto", disse a ministra. Cármen fez uma visita-surpresa de 13 minutos aos repórteres que cobrem o STF para verificar as instalações do comitê de imprensa, que devem ser reformadas.
"Fui muito honrada de ter tido oportunidade de ser juíza, me sinto muito bem na magistratura e, se Deus quiser, até o último dia que eu estiver aqui, que eu tiver saúde, condições de estar aqui, eu vou estar cumprindo a minha função com o mesmo gosto que eu cumpro hoje. Ser juiz não é fácil, não é alegre, mas é a função que a gente exerce", completou a ministra, cujo nome tem ventilado nos bastidores no caso de uma eventual eleição indireta.Fonte:Estadão
"Estou no lugar que eu tenho a obrigação constitucional de estar e estarei com muito gosto", disse a ministra. Cármen fez uma visita-surpresa de 13 minutos aos repórteres que cobrem o STF para verificar as instalações do comitê de imprensa, que devem ser reformadas.
"Fui muito honrada de ter tido oportunidade de ser juíza, me sinto muito bem na magistratura e, se Deus quiser, até o último dia que eu estiver aqui, que eu tiver saúde, condições de estar aqui, eu vou estar cumprindo a minha função com o mesmo gosto que eu cumpro hoje. Ser juiz não é fácil, não é alegre, mas é a função que a gente exerce", completou a ministra, cujo nome tem ventilado nos bastidores no caso de uma eventual eleição indireta.Fonte:Estadão
Peritos apontam cortes em gravação de Temer feita por Joesley
O perito extrajudicial e judicial Marcelo Carneiro de Souza identificou 14 “fragmentações” na gravação da conversa com o presidente Michel Temer feita pelo empresário dono da JBS Joesley Batista, segundo afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo. Outro especialista, Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, conclui em laudo encomendado pela Folha de S.Paulo que o áudio do diálogo sofreu mais de 50 edições.
Ressalvando ter feito um exame preliminar do arquivo, Souza localizou entre o 14.º minuto e o 34.º minuto (a conversa tem 39 minutos) 14 momentos em que alguma edição pode ter sido feita. “Na despedida dos dois, inclusive, há um corte grotesco, que um amador poderia perceber”, disse ao jornal. Os trechos são todos posteriores à passagem sobre Eduardo Cunha em que o presidente diz ao empresário: “Tem que manter isso, viu?”.
Já o perito consultado pela Folha reconheceu mais de 50 cortes. “É como um documento impresso que tem uma rasura ou uma parte adulterada. O conjunto pode até fazer sentido, mas ele facilmente seria rejeitado como prova”, afirmou ao jornal. Segundo ele, os indícios de manipulação são claros, embora não se possa dizer com que propósito.
Também ouvido, o perito e professor da Unicamp, Ricardo Molina, afirmou que a gravação é de baixa qualidade técnica. Molina não realizou uma perícia formal do arquivo, mas disse ser possível perceber mais de 40 interrupções. “Pode ser um defeito do gravador, pode ser edição, não dá para saber”, afirmou. Ao Estado de S.Paulo, ele também criticou a mudança no nome do arquivo original. “Não é saudável trocar o nome do arquivo justamente para saber de qual gravador saiu”, explicou.
“Gravíssimo”
O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira, que o governo tem “informações seguras” sobre a existência de adulterações e montagens no áudio da conversa, que aconteceu em 7 de março, à noite, no Palácio do Jaburu, em encontro fora da agenda. Amigo do presidente há quarenta anos, Mariz se reuniu com Temer na noite de ontem e nesta sexta, em Brasília, e vai assumir a defesa dele. Uma das estratégias jurídicas, após a delação premiada feita por Joesley, é pedir a perícia da gravação que veio a público. “Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo”, afirmou Mariz ao Estado de S.Paulo. “É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil.”
Questionado se o “corte” de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas. “A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar”, declarou o advogado.
Acusações
O áudio da conversa está longe de ser o único problema de Temer, alvo de um inquérito instaurado nesta semana no Supremo Tribunal Federal para apurar as suspeitas de corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa. Entre as muitas acusações feitas por delatores da JBS, estão o relato do ex-diretor Ricardo Saud de que o presidente entregou um bilhete com um endereço onde deveriam ser entregues 1 milhão de reais em dinheiro vivo e de repasses feitos ao deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que teria sido destacado por Temer para cuidar dos assuntos de interesse da empresa no governo.Fonte:Estadão
Ressalvando ter feito um exame preliminar do arquivo, Souza localizou entre o 14.º minuto e o 34.º minuto (a conversa tem 39 minutos) 14 momentos em que alguma edição pode ter sido feita. “Na despedida dos dois, inclusive, há um corte grotesco, que um amador poderia perceber”, disse ao jornal. Os trechos são todos posteriores à passagem sobre Eduardo Cunha em que o presidente diz ao empresário: “Tem que manter isso, viu?”.
Já o perito consultado pela Folha reconheceu mais de 50 cortes. “É como um documento impresso que tem uma rasura ou uma parte adulterada. O conjunto pode até fazer sentido, mas ele facilmente seria rejeitado como prova”, afirmou ao jornal. Segundo ele, os indícios de manipulação são claros, embora não se possa dizer com que propósito.
Também ouvido, o perito e professor da Unicamp, Ricardo Molina, afirmou que a gravação é de baixa qualidade técnica. Molina não realizou uma perícia formal do arquivo, mas disse ser possível perceber mais de 40 interrupções. “Pode ser um defeito do gravador, pode ser edição, não dá para saber”, afirmou. Ao Estado de S.Paulo, ele também criticou a mudança no nome do arquivo original. “Não é saudável trocar o nome do arquivo justamente para saber de qual gravador saiu”, explicou.
“Gravíssimo”
O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira, que o governo tem “informações seguras” sobre a existência de adulterações e montagens no áudio da conversa, que aconteceu em 7 de março, à noite, no Palácio do Jaburu, em encontro fora da agenda. Amigo do presidente há quarenta anos, Mariz se reuniu com Temer na noite de ontem e nesta sexta, em Brasília, e vai assumir a defesa dele. Uma das estratégias jurídicas, após a delação premiada feita por Joesley, é pedir a perícia da gravação que veio a público. “Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo”, afirmou Mariz ao Estado de S.Paulo. “É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil.”
Questionado se o “corte” de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas. “A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar”, declarou o advogado.
Acusações
O áudio da conversa está longe de ser o único problema de Temer, alvo de um inquérito instaurado nesta semana no Supremo Tribunal Federal para apurar as suspeitas de corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa. Entre as muitas acusações feitas por delatores da JBS, estão o relato do ex-diretor Ricardo Saud de que o presidente entregou um bilhete com um endereço onde deveriam ser entregues 1 milhão de reais em dinheiro vivo e de repasses feitos ao deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que teria sido destacado por Temer para cuidar dos assuntos de interesse da empresa no governo.Fonte:Estadão
Partidos articulam saída negociada, sem eleições diretas
Partidos aliados de primeira hora do presidente Michel Temer buscam uma saída negociada com o Planalto que seja uma continuidade do que, para eles, tem dado certo no atual governo. Diante da perspectiva de agravamento da crise deflagrada pelas delações da JBS, líderes de siglas como PSDB, PMDB e DEM pretendem bloquear qualquer iniciativa de realizar eleições diretas por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e articulam um nome de consenso para uma eventual disputa indireta no Congresso.
Nas últimas horas, ganhou força o nome de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda de Temer, como uma alternativa viável para manter a base unida e não derrubar a bandeira das reformas. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá 30 dias para convocar o pleito, que contará apenas com senadores e deputados no colégio eleitoral.
Principal aliado do governo, o PSDB ensaiou uma debandada após a divulgação do áudio da conversa entre o Joesley Batista, da JBS e Temer, mas recuou após um pedido de tempo para a construção de um consenso que evitasse a implosão da base e comprometesse as reformas.
Meirelles é filiado ao PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação. Ele tem sido assediado por políticos para aceitar a missão. Os outros nomes ventilados nos bastidores da Congresso são o próprio Rodrigo Maia e o senador tucano Tasso Jereissati (CE). Meirelles tem a seu favor a condução da política econômica, que começa a apresentar os primeiros resultados, e também um bom trânsito com setores da oposição.
Pressão
Na conversa que teve com Temer anteontem, Jereissati, que assumiu a presidência interina do PSDB no lugar do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), disse ao presidente que a sigla não tomaria nenhuma “medida precipitada”, mas esperaria e dialogaria com o governo antes de tomar qualquer medida.
Em entrevista ontem à rádio CBN, o tucano afirmou que não existe “apoio incondicional” a Temer. “Deixamos claro na conversa que o momento é grave. Disse que não tomaríamos medida precipitadas, mas aguardaríamos os desdobramentos”, afirmou Jereissati.
Diretórios querem rompimento
Enquanto a cúpula do PSDB atua para evitar a implosão das reformas, a base do partido pressiona pelo rompimento com o governo. Diretórios estaduais do partido em todo o país estão se reunindo para ter posição oficial sobre o tema.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o partido já se posicionou pelo desembarque. O diretório paulista vai se reunir na segunda-feira e deve seguir o mesmo caminho. “São Paulo não pode assistir a esse debate sobre ficar ou não no governo de camarote. Eu penso que é preciso recomeçar do zero e convocar eleições”, disse o deputado Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por sua vez, optou por manter distância do movimento dos aliados.
Presidente do DEM, o senador José Agripino (RN) afirmou que qualquer decisão da legenda será tomada em conjunto com o PSDB. “Se Temer renunciar, Rodrigo Maia assume por 30 dias. Aí será o momento de criar o consenso.”
(Com Estadão Conteúdo)
Nas últimas horas, ganhou força o nome de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda de Temer, como uma alternativa viável para manter a base unida e não derrubar a bandeira das reformas. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá 30 dias para convocar o pleito, que contará apenas com senadores e deputados no colégio eleitoral.
Principal aliado do governo, o PSDB ensaiou uma debandada após a divulgação do áudio da conversa entre o Joesley Batista, da JBS e Temer, mas recuou após um pedido de tempo para a construção de um consenso que evitasse a implosão da base e comprometesse as reformas.
Meirelles é filiado ao PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação. Ele tem sido assediado por políticos para aceitar a missão. Os outros nomes ventilados nos bastidores da Congresso são o próprio Rodrigo Maia e o senador tucano Tasso Jereissati (CE). Meirelles tem a seu favor a condução da política econômica, que começa a apresentar os primeiros resultados, e também um bom trânsito com setores da oposição.
Pressão
Na conversa que teve com Temer anteontem, Jereissati, que assumiu a presidência interina do PSDB no lugar do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), disse ao presidente que a sigla não tomaria nenhuma “medida precipitada”, mas esperaria e dialogaria com o governo antes de tomar qualquer medida.
Em entrevista ontem à rádio CBN, o tucano afirmou que não existe “apoio incondicional” a Temer. “Deixamos claro na conversa que o momento é grave. Disse que não tomaríamos medida precipitadas, mas aguardaríamos os desdobramentos”, afirmou Jereissati.
Diretórios querem rompimento
Enquanto a cúpula do PSDB atua para evitar a implosão das reformas, a base do partido pressiona pelo rompimento com o governo. Diretórios estaduais do partido em todo o país estão se reunindo para ter posição oficial sobre o tema.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o partido já se posicionou pelo desembarque. O diretório paulista vai se reunir na segunda-feira e deve seguir o mesmo caminho. “São Paulo não pode assistir a esse debate sobre ficar ou não no governo de camarote. Eu penso que é preciso recomeçar do zero e convocar eleições”, disse o deputado Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por sua vez, optou por manter distância do movimento dos aliados.
Presidente do DEM, o senador José Agripino (RN) afirmou que qualquer decisão da legenda será tomada em conjunto com o PSDB. “Se Temer renunciar, Rodrigo Maia assume por 30 dias. Aí será o momento de criar o consenso.”
(Com Estadão Conteúdo)
Carta ao Leitor: A hora da grandeza
Sabe-se que uma crise atingiu sua gravidade máxima quando, nas discussões que ocorrem de norte a sul do país, as duas palavras mais pronunciadas são “renúncia” e “impeachment”. Em todas as rodas de deputados, senadores, empresários, juristas ou jornalistas, fala-se na possibilidade de uma ou de outra saída — e assim tem sido desde que o jornal O Globo revelou o conteúdo da delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS. Numa conversa gravada, Temer dá a impressão de aprovar a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso há sete meses. Em outra conversa, Temer inicia uma negociação com seu interlocutor, que resultou mais tarde no pagamento de 500 000 reais em dinheiro vivo.
A crise deflagrada pela denúncia se desdobra em duas esferas. No plano jurídico, a situação é clara: o presidente Michel Temer é inocente até que se prove o contrário — e, para que o contrário seja provado, é preciso que se percorra, com rigor e serenidade, o caminho previsto nas leis e nos códigos. Desde quinta-feira, assim que saiu a autorização para a abertura de um inquérito, Temer está formalmente sob investigação da Lava-Jato. Tem direito a ampla defesa.
As névoas estão no plano político. Com uma suspeita séria, o presidente fragilizou-se. É nesse contexto, emoldurado por um estado de perplexidade nacional, que aparecem as palavras “renúncia” e “impeachment”. Discute-se se alguma das duas alternativas poderia oferecer uma saída para o caos em que o país foi jogado por suas altas esferas. A que o presidente Michel Temer está buscando não é nenhuma delas: é permanecer no Palácio do Planalto.
Na mesma quinta-feira, Temer fez um pronunciamento de menos de cinco minutos no qual foi categórico: “Não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos”, disse, com tom de voz peremptório, olhar um tanto abatido e dedo em riste. A renúncia é um ato pessoal e intransferível, mas não se materializa inteiramente por moto próprio: decorre, sobretudo, da pressão e do peso das circunstâncias. O impeachment, a outra opção aventada, dispensa explicações. Os brasileiros são o povo mais versado no assunto no planeta e, portanto, conhecem bem suas dores e seus dramas.
Seja qual for a saída encontrada, nesta hora grave é preciso grandeza — e não apenas do presidente. Grandeza dos homens públicos que ocupam os postos centrais do poder nacional. Grandeza para que, em busca de uma solução para o delicado momento que o país vive, sejam capazes de pôr os interesses do Brasil acima dos interesses pessoais, de modo que o país possa seguir em frente, superar as dificuldades, romper as amarras da recessão, aprovar as reformas estruturais, cumprir a caminhada rumo à modernidade, libertar-se da mediocridade econômica e — enfim — dar ao povo brasileiro a oportunidade de construir uma vida justa e digna.
Para que esse sonho, ao mesmo tempo grande e singelo, possa se realizar, os homens públicos devem pensar mais no país do que em seu próprio destino. Os fatos mostram que, hoje em dia, talvez não haja pregação mais inútil do que pedir gestos de desprendimento aos políticos brasileiros, eles que têm dado provas tão contundentes de desprezo à ética e à decência. Mas o Brasil precisa perseverar, precisa de serenidade para encontrar a saída que pareça menos traumática e mais correta. Os milhões, os múltiplos milhões de brasileiros que lutam honestamente por uma vida decente não merecem ser punidos pela incompetência política e pela mesquinharia dos poderosos.Fonte:Veja
A crise deflagrada pela denúncia se desdobra em duas esferas. No plano jurídico, a situação é clara: o presidente Michel Temer é inocente até que se prove o contrário — e, para que o contrário seja provado, é preciso que se percorra, com rigor e serenidade, o caminho previsto nas leis e nos códigos. Desde quinta-feira, assim que saiu a autorização para a abertura de um inquérito, Temer está formalmente sob investigação da Lava-Jato. Tem direito a ampla defesa.
As névoas estão no plano político. Com uma suspeita séria, o presidente fragilizou-se. É nesse contexto, emoldurado por um estado de perplexidade nacional, que aparecem as palavras “renúncia” e “impeachment”. Discute-se se alguma das duas alternativas poderia oferecer uma saída para o caos em que o país foi jogado por suas altas esferas. A que o presidente Michel Temer está buscando não é nenhuma delas: é permanecer no Palácio do Planalto.
Na mesma quinta-feira, Temer fez um pronunciamento de menos de cinco minutos no qual foi categórico: “Não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos”, disse, com tom de voz peremptório, olhar um tanto abatido e dedo em riste. A renúncia é um ato pessoal e intransferível, mas não se materializa inteiramente por moto próprio: decorre, sobretudo, da pressão e do peso das circunstâncias. O impeachment, a outra opção aventada, dispensa explicações. Os brasileiros são o povo mais versado no assunto no planeta e, portanto, conhecem bem suas dores e seus dramas.
Seja qual for a saída encontrada, nesta hora grave é preciso grandeza — e não apenas do presidente. Grandeza dos homens públicos que ocupam os postos centrais do poder nacional. Grandeza para que, em busca de uma solução para o delicado momento que o país vive, sejam capazes de pôr os interesses do Brasil acima dos interesses pessoais, de modo que o país possa seguir em frente, superar as dificuldades, romper as amarras da recessão, aprovar as reformas estruturais, cumprir a caminhada rumo à modernidade, libertar-se da mediocridade econômica e — enfim — dar ao povo brasileiro a oportunidade de construir uma vida justa e digna.
Para que esse sonho, ao mesmo tempo grande e singelo, possa se realizar, os homens públicos devem pensar mais no país do que em seu próprio destino. Os fatos mostram que, hoje em dia, talvez não haja pregação mais inútil do que pedir gestos de desprendimento aos políticos brasileiros, eles que têm dado provas tão contundentes de desprezo à ética e à decência. Mas o Brasil precisa perseverar, precisa de serenidade para encontrar a saída que pareça menos traumática e mais correta. Os milhões, os múltiplos milhões de brasileiros que lutam honestamente por uma vida decente não merecem ser punidos pela incompetência política e pela mesquinharia dos poderosos.Fonte:Veja
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Delação da JBS: Bacelar pediu para comprar deputados e barrar impeachment
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, afirmou em delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR) que foi procurado pelo deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA) para comprar o apoio de deputados, em favor da ex-presidente Dilma Rousseff, na votação do impeachment na Câmara, ocorrida em 17 de abril do ano passado. Segundo o depoimento, prestado em 3 de maio, Bacelar apareceu na casa de Batista, um dia antes da votação, e pediu que o empresário pagasse a 30 deputados o valor de R$ 5 milhões, cada, para comprar o apoio deles e, assim, barrar o impeachment. “No sábado anterior ao impeachment, aparece na minha casa o João, de noite, dizendo que precisava muito falar comigo.
Aí eu desci do quarto, cheguei na sala e o João tava lá, dizendo que tava apavorado: ‘Joesley, nós precisa (sic) comprar os deputados pra ganhar o impeachment. R$ 5 milhões cada um, trinta deputados e nós ganha (sic) o impeachment’. Uma situação constrangedora”, contou. O empresário ainda relatou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que não aceitou a proposta, mas se comprometeu a comprar cinco deputados e pagar R$ 3 milhões a cada um deles. Ele ainda disse que pediu uma lista dos parlamentares. “Eu disse: ‘quero ficar com a lista dos a serem comprados, pra depois eu ver na televisão se votou a favor’.
Mas eu não lembro deles, porque eram deputados do baixo clero”, afirmou, ao dizer que não possui a listagem. O delator acrescentou que fez apenas um pagamento de R$ 3 milhões e ainda continua sendo cobrado por Bacelar, por causa de uma dívida de R$ 12 milhões. “Bacelar continua cobrando até hoje. Esses dias, paguei mais R$ 500 mil. Desses R$ 15 milhões, depois ele me abordou dizendo que ele ia receber R$ 11 [milhões] e o Antônio Carlos [Rodrigues, ex-ministro dos Transportes] ia receber R$ 4 [milhões]. Eu não dei os R$ 4 milhões pro Antônio Carlos. Não sei se eles iriam receber e passar para os outros deputados”, completou.
Na colaboração, o proprietário da JBS relatou também que Bacelar, a pedido dele, intercedeu a favor do ex-ministro Guido Mantega na CPI do Carf. O parlamentar foi relator da comissão. “Eu tinha encontrado o encontrado o Guido, ele tinha falado que tava com medo da CPI do Carf, que iam aprontar com ele. Falei com o Antônio Carlos [segundo Joesley, ele e o ministro eram próximos]: ‘Você sabe alguma coisa sobre isso? Sei, o relator é do nosso partido, o João Bacelar’. Ele me apresentou ao Bacelar”, explicou. No encontro, Joesley disse que precisava de um favor, ao que o deputado baiano respondeu: “Não, tudo bem.
Você veja o que você quer”. “Um dia o João foi em São Paulo, eu botei o João pra falar com o Guido, ele deu um papel confidencial lá. Eu entendi que era para convoca-lo, mas não sei o que estava no processo. O João disse que ia cuidar”, continuou. Em janeiro deste ano, a Polícia Federal (PF) concluiu inquérito da Operação Zelotes sobre a suspeita de compra de decisão no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) pela empresa Cimento Penha e não indiciou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal.Fonte:Bahia Noticias
Aí eu desci do quarto, cheguei na sala e o João tava lá, dizendo que tava apavorado: ‘Joesley, nós precisa (sic) comprar os deputados pra ganhar o impeachment. R$ 5 milhões cada um, trinta deputados e nós ganha (sic) o impeachment’. Uma situação constrangedora”, contou. O empresário ainda relatou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que não aceitou a proposta, mas se comprometeu a comprar cinco deputados e pagar R$ 3 milhões a cada um deles. Ele ainda disse que pediu uma lista dos parlamentares. “Eu disse: ‘quero ficar com a lista dos a serem comprados, pra depois eu ver na televisão se votou a favor’.
Mas eu não lembro deles, porque eram deputados do baixo clero”, afirmou, ao dizer que não possui a listagem. O delator acrescentou que fez apenas um pagamento de R$ 3 milhões e ainda continua sendo cobrado por Bacelar, por causa de uma dívida de R$ 12 milhões. “Bacelar continua cobrando até hoje. Esses dias, paguei mais R$ 500 mil. Desses R$ 15 milhões, depois ele me abordou dizendo que ele ia receber R$ 11 [milhões] e o Antônio Carlos [Rodrigues, ex-ministro dos Transportes] ia receber R$ 4 [milhões]. Eu não dei os R$ 4 milhões pro Antônio Carlos. Não sei se eles iriam receber e passar para os outros deputados”, completou.
Na colaboração, o proprietário da JBS relatou também que Bacelar, a pedido dele, intercedeu a favor do ex-ministro Guido Mantega na CPI do Carf. O parlamentar foi relator da comissão. “Eu tinha encontrado o encontrado o Guido, ele tinha falado que tava com medo da CPI do Carf, que iam aprontar com ele. Falei com o Antônio Carlos [segundo Joesley, ele e o ministro eram próximos]: ‘Você sabe alguma coisa sobre isso? Sei, o relator é do nosso partido, o João Bacelar’. Ele me apresentou ao Bacelar”, explicou. No encontro, Joesley disse que precisava de um favor, ao que o deputado baiano respondeu: “Não, tudo bem.
Você veja o que você quer”. “Um dia o João foi em São Paulo, eu botei o João pra falar com o Guido, ele deu um papel confidencial lá. Eu entendi que era para convoca-lo, mas não sei o que estava no processo. O João disse que ia cuidar”, continuou. Em janeiro deste ano, a Polícia Federal (PF) concluiu inquérito da Operação Zelotes sobre a suspeita de compra de decisão no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) pela empresa Cimento Penha e não indiciou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal.Fonte:Bahia Noticias
Saiba qual é a rede social que mais impacta a saúde mental
De acordo com um estudo da Sociedade Real para Saúde Pública, do Reino Unido, o Instagram é rede social que mais impacta negativamente a saúde mental dos jovens. O questionário criado pelos pesquisadores mostrou que o aplicativo de compartilhamento de imagens afeta de forma negativa o sono, a percepção do corpo e o fear of missing out (em tradução livre, o ‘medo de ficar por fora’) dos usuários britânicos, principalmente mais jovens.
A necessidade de estar sempre online para acompanhar as postagens dos amigos pode ser extremamente prejudicial, levando a comparações irreais, ansiedade e depressão.
Opinião dos jovens
Na pesquisa, 1.500 jovens britânicos com idade entre 14 e 24 anos avaliaram como as plataformas de mídias sociais que usavam impactavam questões como depressão, ansiedade, solidão e o senso de comunidade. O site com mais respostas positivas foi o YouTube, seguido pelo Twitter e Facebook. Já os aplicativos Snapchat e Instagram foram considerados os piores nestes quesitos. Um problema presente em quase todas as mídias foi o vício no uso das redes, que pode estimular a insônia.
Só o Instagram tem 500 milhões de usuários ativos e mais de 95 milhões de fotos postadas e 3,5 bilhões de curtidas diariamente. “É interessante como o Instragram e o Snapchat, ambos aplicativos focados no culto à imagem, foram indicados como os piores para a saúde mental e bem-estar. Eles parecem estar mais ligados ao sentimento de inadequação e ansiedade entre os mais jovens”, explicou Shirley Cramer, chefe executiva da Sociedade Real para Saúde Pública, ao The Telegraph.
Um dos participantes do questionário apontou a constante preocupação com o que os outros pensam sobre suas fotos e postagens. Outro entrevistado contou também que passa muito tempo nas redes e acaba perdendo o sono, atividades escolares e até oportunidades de sair com amigos e familiares.
Busca pela identidade
“As plataformas que deveriam ajudar as pessoas a se conectarem com outras podem, na verdade, estar alimentando uma crise na saúde mental”, disse a equipe de pesquisa em comunicado. Apesar disso, 1.479 dos jovens disseram que o Instagram também promove formas de expressão e a busca pela identidade pessoal, assim como Twitter e YouTube. O site de compartilhamento de vídeos foi classificada como uma mídia para aumentar a conscientização dos jovens. Já o Facebook foi listado como um importante meio para busca de apoio emocional e coletividade.
Segundo Becky Inkster, pesquisadora honorária da Universidade de Cambridge, jovens e adolescentes sentem a necessidade de se sentirem confortáveis ao falarem sobre problemas pessoais e acabam recorrendo às redes sociais e ambientes online. “Como profissionais da saúde, precisamos fazer todas as tentativas para entender as expressões, os léxicos e os termos da cultura da juventude moderna para melhor se conectar com seus pensamentos e sentimentos”, explicou ao The Telegraph.
Alertas nas redes sociais
Segundo o estudo, sete em cada 10 dos jovens entrevistados acham importante que as redes sociais, como o Twitter e o Facebook, apresentem algum suporte sobre o assunto. No entanto, os alertas atuais são bastante discretos.
Em relatório, os especialistas sugeririam que os sites em questão procurassem alertar os usuários sobre os riscos relacionados ao comportamento e acesso constante, considerado vicioso, e ajudá-los a procurar ajuda, caso demonstre perigo à saúde mental.
“Alguns estudos já mostraram que as redes sociais podem ser tão viciantes quanto o cigarro e o álcool, e hoje elas são tão intrínsecas à vida dos jovens que é impossível ignorar os problemas que causam à saúde das pessoas”, disse Shirley.
De acordo com um porta-voz da ONG britânica Mental Health Foundation, cujo nome não foi citado, essa é uma área que precisa de mais estudos. “Comparar-se com os outros é um problema ainda maior quando é a partir de postagens nas redes sociais, envolve comparar o irreal com a vida real”, disse ao Daily Mail.
A necessidade de estar sempre online para acompanhar as postagens dos amigos pode ser extremamente prejudicial, levando a comparações irreais, ansiedade e depressão.
Opinião dos jovens
Na pesquisa, 1.500 jovens britânicos com idade entre 14 e 24 anos avaliaram como as plataformas de mídias sociais que usavam impactavam questões como depressão, ansiedade, solidão e o senso de comunidade. O site com mais respostas positivas foi o YouTube, seguido pelo Twitter e Facebook. Já os aplicativos Snapchat e Instagram foram considerados os piores nestes quesitos. Um problema presente em quase todas as mídias foi o vício no uso das redes, que pode estimular a insônia.
Só o Instagram tem 500 milhões de usuários ativos e mais de 95 milhões de fotos postadas e 3,5 bilhões de curtidas diariamente. “É interessante como o Instragram e o Snapchat, ambos aplicativos focados no culto à imagem, foram indicados como os piores para a saúde mental e bem-estar. Eles parecem estar mais ligados ao sentimento de inadequação e ansiedade entre os mais jovens”, explicou Shirley Cramer, chefe executiva da Sociedade Real para Saúde Pública, ao The Telegraph.
Um dos participantes do questionário apontou a constante preocupação com o que os outros pensam sobre suas fotos e postagens. Outro entrevistado contou também que passa muito tempo nas redes e acaba perdendo o sono, atividades escolares e até oportunidades de sair com amigos e familiares.
Busca pela identidade
“As plataformas que deveriam ajudar as pessoas a se conectarem com outras podem, na verdade, estar alimentando uma crise na saúde mental”, disse a equipe de pesquisa em comunicado. Apesar disso, 1.479 dos jovens disseram que o Instagram também promove formas de expressão e a busca pela identidade pessoal, assim como Twitter e YouTube. O site de compartilhamento de vídeos foi classificada como uma mídia para aumentar a conscientização dos jovens. Já o Facebook foi listado como um importante meio para busca de apoio emocional e coletividade.
Segundo Becky Inkster, pesquisadora honorária da Universidade de Cambridge, jovens e adolescentes sentem a necessidade de se sentirem confortáveis ao falarem sobre problemas pessoais e acabam recorrendo às redes sociais e ambientes online. “Como profissionais da saúde, precisamos fazer todas as tentativas para entender as expressões, os léxicos e os termos da cultura da juventude moderna para melhor se conectar com seus pensamentos e sentimentos”, explicou ao The Telegraph.
Alertas nas redes sociais
Segundo o estudo, sete em cada 10 dos jovens entrevistados acham importante que as redes sociais, como o Twitter e o Facebook, apresentem algum suporte sobre o assunto. No entanto, os alertas atuais são bastante discretos.
Em relatório, os especialistas sugeririam que os sites em questão procurassem alertar os usuários sobre os riscos relacionados ao comportamento e acesso constante, considerado vicioso, e ajudá-los a procurar ajuda, caso demonstre perigo à saúde mental.
“Alguns estudos já mostraram que as redes sociais podem ser tão viciantes quanto o cigarro e o álcool, e hoje elas são tão intrínsecas à vida dos jovens que é impossível ignorar os problemas que causam à saúde das pessoas”, disse Shirley.
De acordo com um porta-voz da ONG britânica Mental Health Foundation, cujo nome não foi citado, essa é uma área que precisa de mais estudos. “Comparar-se com os outros é um problema ainda maior quando é a partir de postagens nas redes sociais, envolve comparar o irreal com a vida real”, disse ao Daily Mail.
Conta-propina de Lula e Dilma no exterior tinha US$ 150 milhões
No acordo de delação premiada que fechou com a Operação Lava Jato, o empresário Joesley Batista revela como funcionava o esquema de propinas no BNDES durante os governo petistas de Lula e Dilma Rousseff. Segundo o empresário, o acesso do grupo JBS a aportes bilionários do banco estatal e de fundos de pensão foi comprado à custa de milionárias propinas que tinham Lula e Dilma como destinatários.
O dinheiro sujo era pago, segundo o empresário, para garantir que nenhum pleito do grupo fosse atrapalhado por burocratas do governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, era o responsável por receber os pleitos e negociar a propina devida em cada operação.
Foi por ordem de Mantega que o empresário abriu no exterior duas contas para depositar a propina que, diz ele, era destinada a Lula e Dilma. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef. Esses saldos somavam, em 2014, cerca de 150 milhões de dólares”, afirmou Joesley na delação.
Depois de Guido Mantega ter favorecido seu grupo empresarial em negócios no BNDES, Joesley abriu uma conta para depositar a propina devida no negócio. Tempos depois, o empresário teve uma conversa com Mantega na qual ele solicitou que outra conta fosse aberta. Joesley ficou confuso, mas a explicação de Mantega foi reveladora. “Em reunião com Guido Mantega ocorrida no final de 2010, este pediu ao depoente que abrisse uma nova conta, que se destinaria a Dilma. O depoente perguntou se a conta já existente não seria suficiente para os depósitos dos valores a serem provisionados, ao que Guido respondeu que esta era de Lula, fato que só então passou a ser do conhecimento do depoente. O depoente indagou se Lula e Dilma sabiam do esquema e Guido confirmou que sim”, anotaram os procuradores na transcrição do depoimento de Joesley.
“Os pagamentos de propina não se destinavam a garantir a realização de operações ilegais, mas sim evitar que se criassem dificuldades injustificadas para a realização de operações legais”, complementou.
O empresário relatou aos investigadores que foi a partir do período eleitoral de 2014 que o saldo astronômico de propinas reservado aos dois ex-presidente começou a ser usado. “A partir de julho de 2014, Guido Mantega passou a chamar o depoente quase semanalmente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, ou na sede do Banco do Brasil em São Paulo, para reuniões a que só estavam presentes os dois, nas quais lhe apresentou múltiplas listas de políticos e partidos que deveriam receber doações de campanha a partir dos saldos das contas”, disse Joesley.
Joesley teve encontros com Lula e com Dilma Rousseff no qual discutiu abertamente o emprego da propina escondida no exterior nas campanhas do partido. Com o ex-presidente, numa conversa no Instituto Lula, em outubro de 2014, Joesley relatou a preocupação com o fato de o grupo já ter doado 300 milhões de reais a campanhas petistas. “Não havia plataforma ideológica que explicasse tamanho montante”, ponderou Joesley. Lula, segundo ele, ignorou: “O ex-presidente olhou nos olhos do depoente, mas nada disse”.
Um mês depois, naquele mesmo ano, Joesley encontrou Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para tratar de um repasse de 30 milhões de reais para a campanha do petista Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais. Na conversa, o empresário alertou Dilma de que o saldo das contas de propina no exterior seria liquidado a partir da doação. “Dilma confirmou a necessidade e pediu que procurasse Pimentel”, disse.
Joesley contou que o Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e depois ministro da petista, se encontrava semanalmente com o executivo Ricardo Saud, diretor de relações institucionais do grupo empresarial, para acertar a distribuição da propina nas campanhas políticas. Os pleitos de Edinho eram levados pelo executivo diretamente a Joesley que, depois de aprová-los com Guido Mantega, liberava o dinheiro. “O ajuste mais amplo consistia em direcionar grande parte do dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff, tanto para o PT nacional quanto para os diretórios estaduais do PT. O restante deveria custear a compra dos partidos da coligação, conforme o PT fosse fechando os negócios”, explicou.
A defesa do ex-presidente Lula alega que Lula é inocente e que os trechos da delação divulgados pela imprensa já mostram que as afirmações não decorrem de qualquer contato do presidente com o empresário Joesley. Já a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff diz que a petista jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014.
Confira a nota da defesa de Lula na íntegra:
Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados. A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente.
Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas – com o compromisso de dizer a verdade – que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente. A referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premiadas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência – ainda que frivolamente – ao nome do ex-Presidente.
Confira a nota da assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff na íntegra:
A propósito das notícias a respeito das delações efetuadas pelo empresário Joesley Batista, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff esclarece que são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário: Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos.
Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais. Reitera que jamais autorizou quaisquer outras pessoas a fazê-lo. Mais uma vez, Dilma Rousseff rejeita delações sem provas ou indícios. A verdade vira à tona.Fonte:Veja
O dinheiro sujo era pago, segundo o empresário, para garantir que nenhum pleito do grupo fosse atrapalhado por burocratas do governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, era o responsável por receber os pleitos e negociar a propina devida em cada operação.
Foi por ordem de Mantega que o empresário abriu no exterior duas contas para depositar a propina que, diz ele, era destinada a Lula e Dilma. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef. Esses saldos somavam, em 2014, cerca de 150 milhões de dólares”, afirmou Joesley na delação.
Depois de Guido Mantega ter favorecido seu grupo empresarial em negócios no BNDES, Joesley abriu uma conta para depositar a propina devida no negócio. Tempos depois, o empresário teve uma conversa com Mantega na qual ele solicitou que outra conta fosse aberta. Joesley ficou confuso, mas a explicação de Mantega foi reveladora. “Em reunião com Guido Mantega ocorrida no final de 2010, este pediu ao depoente que abrisse uma nova conta, que se destinaria a Dilma. O depoente perguntou se a conta já existente não seria suficiente para os depósitos dos valores a serem provisionados, ao que Guido respondeu que esta era de Lula, fato que só então passou a ser do conhecimento do depoente. O depoente indagou se Lula e Dilma sabiam do esquema e Guido confirmou que sim”, anotaram os procuradores na transcrição do depoimento de Joesley.
“Os pagamentos de propina não se destinavam a garantir a realização de operações ilegais, mas sim evitar que se criassem dificuldades injustificadas para a realização de operações legais”, complementou.
O empresário relatou aos investigadores que foi a partir do período eleitoral de 2014 que o saldo astronômico de propinas reservado aos dois ex-presidente começou a ser usado. “A partir de julho de 2014, Guido Mantega passou a chamar o depoente quase semanalmente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, ou na sede do Banco do Brasil em São Paulo, para reuniões a que só estavam presentes os dois, nas quais lhe apresentou múltiplas listas de políticos e partidos que deveriam receber doações de campanha a partir dos saldos das contas”, disse Joesley.
Joesley teve encontros com Lula e com Dilma Rousseff no qual discutiu abertamente o emprego da propina escondida no exterior nas campanhas do partido. Com o ex-presidente, numa conversa no Instituto Lula, em outubro de 2014, Joesley relatou a preocupação com o fato de o grupo já ter doado 300 milhões de reais a campanhas petistas. “Não havia plataforma ideológica que explicasse tamanho montante”, ponderou Joesley. Lula, segundo ele, ignorou: “O ex-presidente olhou nos olhos do depoente, mas nada disse”.
Um mês depois, naquele mesmo ano, Joesley encontrou Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para tratar de um repasse de 30 milhões de reais para a campanha do petista Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais. Na conversa, o empresário alertou Dilma de que o saldo das contas de propina no exterior seria liquidado a partir da doação. “Dilma confirmou a necessidade e pediu que procurasse Pimentel”, disse.
Joesley contou que o Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e depois ministro da petista, se encontrava semanalmente com o executivo Ricardo Saud, diretor de relações institucionais do grupo empresarial, para acertar a distribuição da propina nas campanhas políticas. Os pleitos de Edinho eram levados pelo executivo diretamente a Joesley que, depois de aprová-los com Guido Mantega, liberava o dinheiro. “O ajuste mais amplo consistia em direcionar grande parte do dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff, tanto para o PT nacional quanto para os diretórios estaduais do PT. O restante deveria custear a compra dos partidos da coligação, conforme o PT fosse fechando os negócios”, explicou.
A defesa do ex-presidente Lula alega que Lula é inocente e que os trechos da delação divulgados pela imprensa já mostram que as afirmações não decorrem de qualquer contato do presidente com o empresário Joesley. Já a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff diz que a petista jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014.
Confira a nota da defesa de Lula na íntegra:
Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados. A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente.
Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas – com o compromisso de dizer a verdade – que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente. A referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premiadas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência – ainda que frivolamente – ao nome do ex-Presidente.
Confira a nota da assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff na íntegra:
A propósito das notícias a respeito das delações efetuadas pelo empresário Joesley Batista, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff esclarece que são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário: Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos.
Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais. Reitera que jamais autorizou quaisquer outras pessoas a fazê-lo. Mais uma vez, Dilma Rousseff rejeita delações sem provas ou indícios. A verdade vira à tona.Fonte:Veja
Delator diz que Temer pediu R$ 1 milhão em dinheiro vivo
O ex-diretor do frigorífico JBS Ricardo Saud afirmou, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que o presidente Michel Temer pediu a entrega de 1 de milhão de reais, em dinheiro vivo, numa empresa do coronel aposentado João Baptista Lima. O militar, amigo de Temer, é um dos homens de confiança do presidente.
O endereço do local, segundo o delator, foi repassado por Temer num bilhete para o executivo durante reunião ocorrida em São Paulo no auge das eleições de 2014. “O dinheiro era do PT. O PT deu para o presidente Temer para usar para campanha de vice. E assim foi feito e, não satisfeito, ainda guardou um milhão para ele no bolso”, diz Saud.
De acordo com o delator, os recursos destinados a Temer faziam parte de um acerto feito entre o PT, PMDB e a JBS durante a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Naquela época, um grupo de senadores peemedebistas ameaçava apoiar o PSDB.
Preocupado, o PT resolveu agir e topou repassar recursos da conta-propina que mantinha junto à JBS para conter a rebelião na base aliada. Quando Temer foi informado sobre o risco de senadores do PMDB apoiarem o PSDB, resolveu reassumir a presidência do partido – e então acertou que o PT repassaria 15 milhões de reais para distribuir entre os peemedebistas.
Ricardo Saud detalhou como foi feito o rateio desse valor. Disse que 9 milhões de reais foram destinados ao diretório nacional do partido, 2 milhões serviram para bancar gastos da campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo com o marqueteiro Duda Mendonça, outros 3 milhões de reais foram repassados em espécie ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e 1 milhão de reais tiveram o próprio Temer como beneficiário.
A parte referente a Temer, segundo o delator, foi entregue na sede da empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia, cujo sócio é o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente. O militar aposentado, dono de uma fazenda no interior de São Paulo frequentada há anos por Temer, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última quinta-feira, durante a Operação Patmos.Fonte:Veja
O endereço do local, segundo o delator, foi repassado por Temer num bilhete para o executivo durante reunião ocorrida em São Paulo no auge das eleições de 2014. “O dinheiro era do PT. O PT deu para o presidente Temer para usar para campanha de vice. E assim foi feito e, não satisfeito, ainda guardou um milhão para ele no bolso”, diz Saud.
De acordo com o delator, os recursos destinados a Temer faziam parte de um acerto feito entre o PT, PMDB e a JBS durante a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Naquela época, um grupo de senadores peemedebistas ameaçava apoiar o PSDB.
Preocupado, o PT resolveu agir e topou repassar recursos da conta-propina que mantinha junto à JBS para conter a rebelião na base aliada. Quando Temer foi informado sobre o risco de senadores do PMDB apoiarem o PSDB, resolveu reassumir a presidência do partido – e então acertou que o PT repassaria 15 milhões de reais para distribuir entre os peemedebistas.
Ricardo Saud detalhou como foi feito o rateio desse valor. Disse que 9 milhões de reais foram destinados ao diretório nacional do partido, 2 milhões serviram para bancar gastos da campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo com o marqueteiro Duda Mendonça, outros 3 milhões de reais foram repassados em espécie ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e 1 milhão de reais tiveram o próprio Temer como beneficiário.
A parte referente a Temer, segundo o delator, foi entregue na sede da empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia, cujo sócio é o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente. O militar aposentado, dono de uma fazenda no interior de São Paulo frequentada há anos por Temer, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última quinta-feira, durante a Operação Patmos.Fonte:Veja
Temer almejava candidatura em 2018 antes da delação da JBS, diz coluna
A divulgação da delação premiada dos donos da JBS acabou por afastar as aspirações políticas de Michel Temer (PMDB) para o pleito de 2018. Após ver estudos apresentados a ele pelo ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), o presidente começou a se convencer de que havia condições de disputar. "Estarei no segundo turno", afirmou a interlocutores dias antes da gravação, segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, Temer e Moreira acreditavam que a reforma da Previdência seria aprovada na Câmara, a economia aceleraria e, então, no próximo ano, a popularidade do presidente iria aumentar. Até antes da delação – onde Temer é gravado sendo conivente ao pagamento de propina para comprar o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –, o governo era avaliado como bom ou ótimo por apenas 9% da população.
O anexo da delação do empresário Joesley Batista, que lista denúncias feitas pelo sócio da JBS que possuem “elementos especiais de prova”, retoma pagamentos feitos ao presidente Michel Temer entre 2010 e 2012 (clique aqui e aqui), mas também se estende a períodos mais recentes e faz menção a aliados do peemdebista, entre eles, o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Segundo o depoimento de Joesley, a partir das eleições de 2012, o relacionamento entre ele e Temer foi aprofundado, de forma que ele percebeu que, além do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o então vice-presidente também operava com Geddel, Moreira Franco, Eduardo Cunha, entre outros aliados. De acordo com o empresário, Temer o procurou durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. Ele foi convocado para uma reunião no escritório jurídico de Temer situado na região dos Jardins, na capital paulista e recebeu o pedido de R$ 300 mil para pagamento de despesas de marketing político na internet, “pois o mesmo [Temer] estava sendo duramente atacado no ambiente virtual”. Joesley relatou que prometeu fazer o pagamento e que foi orientado por Temer a entregar o dinheiro a “Elcinho”, que seria um marqueteiro de sua confiança – mesmo apelido do marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco. Joesley contou então que chamou Elsinho a sua casa e entregou R$ 300 mil em espécie.
Após Temer assumir a Presidência, com o impeachment de Dilma, Joesley afirma ter criado um canal de interlocução com Geddel Vieira Lima, que foi escolhido por Temer para compor seu ministério na Secretaria de Governo. Segundo o empresário, o baiano era um canal de contato entre ele e Temer, pelo qual encaminhava pedidos ao presidente, “podendo lembrar, em especial, de pedido de que ele interviesse no BNDES afim de que o banco não vetasse a mudança da sede da JBS para o exterior”. Ainda de acordo com o sócio da JBS, também havia pedidos de informações, por parte de Geddel, sobre a situação do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sobre o doleiro Lúcio Funaro, que tem ligação com o ex-presidente da Câmara. “Em sua comunicação frequente, Geddel sempre perguntava a JB [Joesley Batista]: ‘E o passarinho? Está calmo?’”, afirma o anexo da delação.Fonte:Veja
O anexo da delação do empresário Joesley Batista, que lista denúncias feitas pelo sócio da JBS que possuem “elementos especiais de prova”, retoma pagamentos feitos ao presidente Michel Temer entre 2010 e 2012 (clique aqui e aqui), mas também se estende a períodos mais recentes e faz menção a aliados do peemdebista, entre eles, o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Segundo o depoimento de Joesley, a partir das eleições de 2012, o relacionamento entre ele e Temer foi aprofundado, de forma que ele percebeu que, além do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o então vice-presidente também operava com Geddel, Moreira Franco, Eduardo Cunha, entre outros aliados. De acordo com o empresário, Temer o procurou durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. Ele foi convocado para uma reunião no escritório jurídico de Temer situado na região dos Jardins, na capital paulista e recebeu o pedido de R$ 300 mil para pagamento de despesas de marketing político na internet, “pois o mesmo [Temer] estava sendo duramente atacado no ambiente virtual”. Joesley relatou que prometeu fazer o pagamento e que foi orientado por Temer a entregar o dinheiro a “Elcinho”, que seria um marqueteiro de sua confiança – mesmo apelido do marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco. Joesley contou então que chamou Elsinho a sua casa e entregou R$ 300 mil em espécie.
Após Temer assumir a Presidência, com o impeachment de Dilma, Joesley afirma ter criado um canal de interlocução com Geddel Vieira Lima, que foi escolhido por Temer para compor seu ministério na Secretaria de Governo. Segundo o empresário, o baiano era um canal de contato entre ele e Temer, pelo qual encaminhava pedidos ao presidente, “podendo lembrar, em especial, de pedido de que ele interviesse no BNDES afim de que o banco não vetasse a mudança da sede da JBS para o exterior”. Ainda de acordo com o sócio da JBS, também havia pedidos de informações, por parte de Geddel, sobre a situação do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sobre o doleiro Lúcio Funaro, que tem ligação com o ex-presidente da Câmara. “Em sua comunicação frequente, Geddel sempre perguntava a JB [Joesley Batista]: ‘E o passarinho? Está calmo?’”, afirma o anexo da delação.Fonte:Veja
“Ótimo”, diz Temer ao ouvir estratégia para segurar investigações
Passava pouco das 22h30 quando o empresário Joesley Batista chegou ao Palácio do Jaburu, a residência oficial de Michel Temer. Era 7 de março deste ano. Ao passar pela guarita de segurança, o sócio do grupo JBS ouvia notícias no rádio do carro. O gravador, escondido no bolso, já estava ligado e registrava tudo. O empresário não foi importunado pelos guardas e nem precisou se identificar, como de praxe – o staff presidencial, aparentemente, já estava avisado do encontro reservado.
Em poucos minutos, Joesley estava diante de Temer. A gravação divulgada nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal após o ministro Edson Fachin suspender o sigilo do caso revela um diálogo aberto entre o presidente e o empresário. Os dois conversam francamente sobre assuntos espinhosos. O presidente da República ouve Joesley falar com tranquilidade sobre o que estava fazendo para se livrar de investigações de que é alvo – em mais de uma vez, ele chega a aprovar as medidas – e é informado das iniciativas para calar o ex-deputado Eduardo Cunha e o operador de mercado Lúcio Funaro, que, presos, ameaçavam fazer um acordo de delação premiada com a Lava Jato capaz de comprometer muita gente, inclusive o próprio Temer e outros integrantes da cúpula do PMDB.
Após começarem a conversa tratando das medidas econômicas adotadas por Michel Temer desde que assumiu o Planalto, Joesley indaga o presidente sobre como estava a relação dele com Eduardo Cunha. “Queria saber como está…”, diz. Temer se queixa da postura do ex-deputado, que já havia dado sinais públicos de que guarda segredos capazes de comprometê-lo. “Eduardo tentou me fustigar”, diz o presidente. Joesley, então, dá um panorama do que estava fazendo em favor de Eduardo Cunha – em outras palavras, dos acertos que fizera para garantir o silêncio do ex-deputado. Ele diz que “zerou” as pendências que tinha com Cunha.
“Dentro do possível, eu fiz o que deu. Zerei tudo”, diz Joesley. Ele cita também o “amigo” de Cunha, referência a Lúcio Funaro, parceiro de negócios do ex-deputado preso em Brasília desde o ano passado. O empresário arremata em seguida: “Tô de bem com Eduardo”. É quando Temer assente com uma frase que, na avaliação dos investigadores da Lava Jato, seria um sinal de aprovação aos pagamentos feitos em troca do silêncio de Cunha: “Tem que manter isso, viu?”.
Em seguida, Joesley Batista atualiza Temer sobre a situação das investigações em que ele e o grupo do qual é dono são alvos – entre elas, um processo em curso na Justiça Federal de Brasília para investigar pagamentos de propina a dirigentes de fundos de pensão de empresas estatais. É quando o empresário relata ao presidente, com a frieza de quem conversa sobre um tema comezinho numa mesa de bar, que estava cuidando de “segurar” os dois juízes que atuam no caso. “Está segurando os dois?”, pergunta Temer. “Tô segurando os dois”, responde Joesley, no que Temer emenda: “Ótimo, ótimo”.
Joesley conta também ao presidente que havia cooptado um integrante do Ministério Público Federal, que lhe repassava informações privilegiadas da investigação – ele se referia ao procurador da República Angelo Goulart, preso nesta quinta-feira por ordem do ministro Edson Fachin. O empresário diz ainda que estava tentando trocar um outro procurador, encarregado de investigá-lo. “Consegui um procurador dentro da força-tarefa que também está me dando informação. E tô para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada (no caso) até o outro chegar. E tem o lado ruim que, se vier um cara com raiva, não sei o quê…”.
Mais adiante, o empresário detalha ao presidente que estava pagando 50 mil reais mensalmente ao procurador que topara repassar informações sobre o andamento do processo. “Tô fazendo um, 50 mil por mês, dando pro rapaz e tal, e ele me dá informação”, diz.
Em nota distribuída na noite desta quinta-feira, Michel Temer afirmou que, durante a conversa com Joesley Batista, não acreditou quando o empresário lhe disse que estava cuidando de “segurar” dois juízes e ainda cooptar um procurador da República que participava das investigações. “O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, diz a nota da Presidência da República.Fonte:Veja
Em poucos minutos, Joesley estava diante de Temer. A gravação divulgada nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal após o ministro Edson Fachin suspender o sigilo do caso revela um diálogo aberto entre o presidente e o empresário. Os dois conversam francamente sobre assuntos espinhosos. O presidente da República ouve Joesley falar com tranquilidade sobre o que estava fazendo para se livrar de investigações de que é alvo – em mais de uma vez, ele chega a aprovar as medidas – e é informado das iniciativas para calar o ex-deputado Eduardo Cunha e o operador de mercado Lúcio Funaro, que, presos, ameaçavam fazer um acordo de delação premiada com a Lava Jato capaz de comprometer muita gente, inclusive o próprio Temer e outros integrantes da cúpula do PMDB.
Após começarem a conversa tratando das medidas econômicas adotadas por Michel Temer desde que assumiu o Planalto, Joesley indaga o presidente sobre como estava a relação dele com Eduardo Cunha. “Queria saber como está…”, diz. Temer se queixa da postura do ex-deputado, que já havia dado sinais públicos de que guarda segredos capazes de comprometê-lo. “Eduardo tentou me fustigar”, diz o presidente. Joesley, então, dá um panorama do que estava fazendo em favor de Eduardo Cunha – em outras palavras, dos acertos que fizera para garantir o silêncio do ex-deputado. Ele diz que “zerou” as pendências que tinha com Cunha.
“Dentro do possível, eu fiz o que deu. Zerei tudo”, diz Joesley. Ele cita também o “amigo” de Cunha, referência a Lúcio Funaro, parceiro de negócios do ex-deputado preso em Brasília desde o ano passado. O empresário arremata em seguida: “Tô de bem com Eduardo”. É quando Temer assente com uma frase que, na avaliação dos investigadores da Lava Jato, seria um sinal de aprovação aos pagamentos feitos em troca do silêncio de Cunha: “Tem que manter isso, viu?”.
Em seguida, Joesley Batista atualiza Temer sobre a situação das investigações em que ele e o grupo do qual é dono são alvos – entre elas, um processo em curso na Justiça Federal de Brasília para investigar pagamentos de propina a dirigentes de fundos de pensão de empresas estatais. É quando o empresário relata ao presidente, com a frieza de quem conversa sobre um tema comezinho numa mesa de bar, que estava cuidando de “segurar” os dois juízes que atuam no caso. “Está segurando os dois?”, pergunta Temer. “Tô segurando os dois”, responde Joesley, no que Temer emenda: “Ótimo, ótimo”.
Joesley conta também ao presidente que havia cooptado um integrante do Ministério Público Federal, que lhe repassava informações privilegiadas da investigação – ele se referia ao procurador da República Angelo Goulart, preso nesta quinta-feira por ordem do ministro Edson Fachin. O empresário diz ainda que estava tentando trocar um outro procurador, encarregado de investigá-lo. “Consegui um procurador dentro da força-tarefa que também está me dando informação. E tô para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada (no caso) até o outro chegar. E tem o lado ruim que, se vier um cara com raiva, não sei o quê…”.
Mais adiante, o empresário detalha ao presidente que estava pagando 50 mil reais mensalmente ao procurador que topara repassar informações sobre o andamento do processo. “Tô fazendo um, 50 mil por mês, dando pro rapaz e tal, e ele me dá informação”, diz.
Em nota distribuída na noite desta quinta-feira, Michel Temer afirmou que, durante a conversa com Joesley Batista, não acreditou quando o empresário lhe disse que estava cuidando de “segurar” dois juízes e ainda cooptar um procurador da República que participava das investigações. “O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, diz a nota da Presidência da República.Fonte:Veja
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Eventual saída de Temer levaria a eleição indireta pelo Congresso, diz Constituição
A revelação do jornal "O Globo", de que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, entregou uma gravação ao Ministério Público de uma conversa entre ele e o presidente Michel Temer na qual os dois discutiram a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentares da oposição passaram a defender a renúncia de Temer ou o impeachment.
Entenda o que acontecerá se o presidente renunciar ao cargo ou sofrer impeachment no Congresso Nacional. Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, porém, Temer não cogita deixar a Presidência da República.
Pela Constituição, tanto na hipótese de renúncia quanto num eventual cenário de impeachment, deverão ser realizadas novas eleições.
Conforme o Artigo 81, como faltam menos de dois anos para o fim do mandato (que se encerra em dezembro de 2018), a eleição seria feita pelos deputados e senadores, 30 dias depois da vacância no cargo.
Até lá, assume interinamente o presidente da Câmara, posto atualmente ocupado por Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Numa eventual eleição indireta, feita pelos parlamentares, deverão ser eleitos o novo presidente e o novo vice-presidente da República.
A sessão seria convocada pelo presidente do Congresso Nacional e do Senado, posto atualmente ocupado por Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Estariam aptos brasileiros natos com mais de 35 anos, filiados a partido político e que não se enquadrem em qualquer das restrições da Lei da Ficha Limpa – como, por exemplo, terem sido condenados por tribunal colegiado.
As votações
No Congresso, seriam realizadas duas votações, uma secreta, somente para o cargo de presidente, e outra, também secreta, exclusiva para o vice.
Seriam eleitos aqueles que obtivessem a maioria absoluta dos votos dos congressistas, isto é, 298 parlamentares, entre deputados e senadores.
Se um candidato não se alcançar esse número, deve ser feita uma nova votação. Se, mesmo assim, nenhum candidato conquistar a maioria absoluta, será feita uma terceira votação, que deve eleger o que conseguir a maioria dos votos.
Após o resultado, no mesmo dia os vencedores seriam proclamados pelo Congresso.
Os novos mandatários seriam eleitos para mandatos que também terminariam no dia 1º de janeiro de 2019, cumprindo o término do período para o qual foram eleitos, em 2014, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Pedido de impeachment
Mais cedo, nesta quarta-feira (17), o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), protocolou na Câmara um pedido de impeachment de Temer em razão das revelações, feitas pelo jornal "O Globo", envolvendo uma suposta obstrução da Justiça por Temer.
Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, analisar o pedido e autorizar ou rejeitar o início do processo, que precisa, depois, ser autorizado pelo plenário da Câmara e, posteriormente, admitido e aprovado pelo Senado, da mesma forma como foi feito com a ex-presidente Dilma Rousseff.Fonte:G1
Entenda o que acontecerá se o presidente renunciar ao cargo ou sofrer impeachment no Congresso Nacional. Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, porém, Temer não cogita deixar a Presidência da República.
Pela Constituição, tanto na hipótese de renúncia quanto num eventual cenário de impeachment, deverão ser realizadas novas eleições.
Conforme o Artigo 81, como faltam menos de dois anos para o fim do mandato (que se encerra em dezembro de 2018), a eleição seria feita pelos deputados e senadores, 30 dias depois da vacância no cargo.
Até lá, assume interinamente o presidente da Câmara, posto atualmente ocupado por Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Numa eventual eleição indireta, feita pelos parlamentares, deverão ser eleitos o novo presidente e o novo vice-presidente da República.
A sessão seria convocada pelo presidente do Congresso Nacional e do Senado, posto atualmente ocupado por Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Estariam aptos brasileiros natos com mais de 35 anos, filiados a partido político e que não se enquadrem em qualquer das restrições da Lei da Ficha Limpa – como, por exemplo, terem sido condenados por tribunal colegiado.
As votações
No Congresso, seriam realizadas duas votações, uma secreta, somente para o cargo de presidente, e outra, também secreta, exclusiva para o vice.
Seriam eleitos aqueles que obtivessem a maioria absoluta dos votos dos congressistas, isto é, 298 parlamentares, entre deputados e senadores.
Se um candidato não se alcançar esse número, deve ser feita uma nova votação. Se, mesmo assim, nenhum candidato conquistar a maioria absoluta, será feita uma terceira votação, que deve eleger o que conseguir a maioria dos votos.
Após o resultado, no mesmo dia os vencedores seriam proclamados pelo Congresso.
Os novos mandatários seriam eleitos para mandatos que também terminariam no dia 1º de janeiro de 2019, cumprindo o término do período para o qual foram eleitos, em 2014, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Pedido de impeachment
Mais cedo, nesta quarta-feira (17), o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), protocolou na Câmara um pedido de impeachment de Temer em razão das revelações, feitas pelo jornal "O Globo", envolvendo uma suposta obstrução da Justiça por Temer.
Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, analisar o pedido e autorizar ou rejeitar o início do processo, que precisa, depois, ser autorizado pelo plenário da Câmara e, posteriormente, admitido e aprovado pelo Senado, da mesma forma como foi feito com a ex-presidente Dilma Rousseff.Fonte:G1
Geddel entrou na conversa entre Temer e Joesley
O ex-ministro Geddel Viera Lima também foi objeto da conversa entre Michel Temer e Joesley Batista na noite do dia 7 de março no Palácio do Jaburu.
Joesley disse a Temer a certa altura da conversa que havia perdido contato com Geddel diante das investigações que o envolviam. Temer demonstrou preocupação:
— É complicado, tem que tomar cuidado.
Logo em seguida os dois passam a falar de Eduardo Cunha.
A gravação mostra que Joesley servia como uma especie de interlocutor ou de bombeiro com fios desencapados da politica nacional que poderiam, de uma forma ou de outra, complicar Temer.
Geddel, um dos mais destacados aliados de Temer e articulador político do governo, teve que pedir demisão em novembro passado. Foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tê-lo pressionado para liberar uma obra no centro histórico de Salvador.Fonte:O GLOBO
Joesley disse a Temer a certa altura da conversa que havia perdido contato com Geddel diante das investigações que o envolviam. Temer demonstrou preocupação:
— É complicado, tem que tomar cuidado.
Logo em seguida os dois passam a falar de Eduardo Cunha.
A gravação mostra que Joesley servia como uma especie de interlocutor ou de bombeiro com fios desencapados da politica nacional que poderiam, de uma forma ou de outra, complicar Temer.
Geddel, um dos mais destacados aliados de Temer e articulador político do governo, teve que pedir demisão em novembro passado. Foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tê-lo pressionado para liberar uma obra no centro histórico de Salvador.Fonte:O GLOBO
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