A Força Nacional receberá mais 611 policiais de 15 estados para reforçar a segurança do Distrito Federal após os atos de vandalismo que ocorreram no domingo (8).
A decisão de acionar a Força Nacional foi tomada devido à convocação de manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter tomado posse como chefe do Executivo.
Mesmo assim, o efetivo que atuou junto com a Segurança Pública do Distrito Federal não foi suficiente para conter os vândalos que entraram na Esplanada dos Ministérios no domingo. Eles invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal), e entraram em confronto com a PM (Polícia Militar).
Dino disse durante coletiva de imprensa desta segunda-feira (9) que haveria o fortalecimento da Força Nacional. Na ocasião, ele falou em cerca de 500 homens.
"Nós recebemos a colaboração de governadores e governadoras de vários estados, aproximadamente dez estados, que já enviaram contingentes que foram mobilizados por portaria que editei ontem e vou editar outras para fortalecimento da Força Nacional. Nós teremos aproximadamente 500 homens na Força Nacional oriundos desses estados", disse.
Fazem parte da lista os seguintes estados: Ceará, Bahia, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
O presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal. O interventor, Ricardo Cappelli, indicou o novo comandante da PM nesta segunda, coronel Klepter Rosa.
"Sigo na Academia Nacional de Polícia acompanhando os trabalhos das forças de segurança. Presto minha homenagem aos policiais que seguem conosco sem dormir desde ontem, garantindo o sucesso das ações deflagradas após a intervenção decretada pelo presidente Lula", disse, nas redes sociais.
As forças de segurança conseguiram desocupar ainda no domingo os prédios públicos invadidos na praça dos Três Poderes, usando para isso diversas bombas de efeito moral e spray de pimenta.
Helicópteros da PM e da Polícia Federal também agiram, sobrevoando a praça e atirando bombas de gás. A tropa de cavalaria também foi acionada, além de carros blindados.
Dino disse nesta segunda que haverá a abertura de três inquéritos para investigar os ataques ao Congresso, STF (Supremo Tribunal Federal) e Palácio do Planalto.
A intenção é saber quem são as pessoas que participaram dos atos e as que bancaram o movimento, que ainda estão sendo identificadas. Cerca de 1.500 indivíduos que participaram dos atos foram presos.
O titular da pasta disse ainda que já foram identificados financiadores de dez estados pelos atos de vandalismo, mas não detalhou quantos seriam, em quais estados e a quais grupos seriam ligados.
"Não é possível ainda distinguir nitidamente responsabilidades quanto ao financiamento. O que é possível afirmar cabalmente [é] que havia financiamento. Nós temos a relação de todos os contratantes de ônibus, todas essas pessoas serão chamadas a prestar esclarecimentos, porque são pessoas que contrataram ônibus e não eram para excursões turísticas. Temos a relação, a PRF forneceu à PF", disse.
VEJA O TAMANHO DO EFETIVO ENVIADO POR ESTADO
Ceará – 70 policiais
Bahia – 70 policiais
Alagoas – 43 policiais
Piauí – 20 policiais
Rio Grande do Norte – 30 policiais
Acre – 30 policiais
Amapá – 20 policiais
Amazonas – 30 policiais
Espírito Santo – 25 policiais
Goiás – 30 policiais
Maranhão – 30 policiais
Pará – 60 policiais
Paraíba – 30 policiais
Pernambuco – 50 policiais
Rio Grande do Sul – 73 policiais